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quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Papel da Oposição! - FHC

Sempre que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lança seus manifestos pela imprensa, busco registrá-los em meu blog. Aos 80 anos, FHC continua um dos mais lúcidos e antenados analistas e oposicionistas do Brasil. Suas opiniões sempre nos dão alento de que é possível encontrar uma saída do mar de lama corrupto e autoritário em que o PT mergulhou o país. Foi, sem dúvida, o presidente mais modernizador que o Brasil já teve, um divisor de águas na história nacional, e continua sendo um grande crítico da sociedade e da política brasileiras. Ao mestre com carinho, minha transcrição de mais uma de suas aulas.


O Papel da Oposição!

Há muitos anos, na década de 1970, escrevi um artigo com o título acima no jornal Opinião, que pertencia à chamada imprensa “nanica”, mas era influente. Referia-me ao papel do MDB e das oposições não institucionais. Na época, me parecia ser necessário reforçar a frente única antiautoritária e eu conclamava as esquerdas não armadas, sobretudo as universitárias, a se unirem com um objetivo claro: apoiar a luta do MDB no Congresso e mobilizar a sociedade pela democracia.

Só dez anos depois a sociedade passou a atuar mais diretamente em favor dos objetivos pregados pela oposição, aos quais se somaram também palavras de ordem econômicas, como o fim do “arrocho” salarial.

No entretempo, vivia-se no embalo do crescimento econômico e da aceitação popular dos generais presidentes, sendo que o mais criticado pelas oposições, em função do aumento de práticas repressivas, o general Médici, foi o mais popular: 75% de aprovação.

Não obstante, não desanimávamos. Graças à persistência de algumas vozes, como a de Ulisses Guimarães, às inquietações sociais manifestadas pelas greves do final da década e ao aproveitamento pelos opositores de toda brecha que os atropelos do exercício do governo, ou as dificuldades da economia proporcionaram (como as crises do petróleo, o aumento da dívida externa e a inflação), as oposições não calavam. Em 1974, o MDB até alcançou expressiva vitória eleitoral em pleno regime autoritário.

Por que escrevo isso novamente, 35 anos depois?

Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”. E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção?

Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político e alvejar o outro lado. Na situação presente, as dificuldades são maiores. Isso graças à convergência entre dois processos não totalmente independentes: o “triunfo do capitalismo” entre nós (sob sua forma global, diga-se) e a adesão progressiva – no começo envergonhada e por fim mais deslavada – do petismo lulista à nova ordem e a suas ideologias.

Se a estes processos somarmos o efeito dissolvente que o carisma de Lula produziu nas instituições, as oposições têm de se situar politicamente em um quadro complexo.

Complexidade crescente a partir dos primeiros passos do governo Dilma que, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas, a despeito dos êxitos econômicos e da publicidade desbragada do governo anterior, mantiveram certa reserva diante de Lula. Esta reserva pode diminuir com relação ao governo atual se ele, seja por que razão for, comportar-se de maneira distinta do governo anterior.

É cedo para avaliar a consistência de mudanças no estilo de governar da presidente Dilma. Estamos no início do mandato e os sinais de novos rumos dados até agora são insuficientes para avaliar o percurso futuro.

É preciso refazer caminhos

Antes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual – comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o PT mantinha uma retórica semianticapitalista – não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação.

É preciso, portanto, refazer caminhos, a começar pelo reconhecimento da derrota: uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica e insistir em escusas que jogam a responsabilidade pelos fracassos no terreno “do outro”. Não estou, portanto, utilizando o que disse acima para justificar certa perplexidade das oposições, mas para situar melhor o campo no qual se devem mover.

Se as forças governistas foram capazes de mudar camaleonicamente a ponto de reivindicarem o terem construído a estabilidade financeira e a abertura da economia, formando os “campeões nacionais” – as empresas que se globalizam – isso se deu porque as oposições minimizaram a capacidade de contorcionismo do PT, que começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos.

Era o sinal de “adeus às armas”: socialismo só para enganar trouxas, nacional--desenvolvimentismo só como “etapa”. Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto.

Segmentos numerosos das oposições de hoje, mesmo no PSDB, aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência, pois sentiam bater no coração as mensagens atrasadas do esquerdismo petista ou de sua leniência com o empreguismo estatal.

Não reivindicaram com força, por isso mesmo, os feitos da modernização econômica e do fortalecimento das instituições, fato muito bem exemplificado pela displicência em defender os êxitos da privatização ou as políticas saneadoras, ou de recusar com vigor a mentira repetida de que houve compra de votos pelo governo para a aprovação da emenda da reeleição, ou de denunciar atrasos institucionais, como a perda de autonomia e importância das agências reguladoras.

Da mesma maneira, só para dar mais alguns exemplos, o Proer e o Proes, graças aos quais o sistema financeiro se tornou mais sólido, foram solenemente ignorados, quando não estigmatizados. Os efeitos positivos da quebra dos monopólios, o do petróleo mais que qualquer outro, levando a Petrobras a competir e a atuar como empresa global e não como repartição pública, não foram reivindicados como êxitos do PSDB.

O estupendo sucesso da Vale, da Embraer ou das teles e da Rede Ferroviária sucumbiu no murmúrio maledicente de “privatarias” que não existiram. A política de valorização do salário mínimo, que se iniciou no governo Itamar Franco e se firmou no do PSDB, virou glória do petismo.

As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo!

Não escrevo isso como lamúria, nem com a vã pretensão de imaginar que é hora de reivindicar feitos do governo peessedebista. Inês é morta, o passado… passou. Nem seria justo dizer que não houve nas oposições quem mencionasse com coragem muito do que fizemos e criticasse o lulismo.

As vozes dos setores mais vigorosos da oposição se estiolaram, entretanto, nos muros do Congresso e este perdeu força política e capacidade de ressonância. Os partidos se transformaram em clubes congressuais, abandonando as ruas; muitos parlamentares trocaram o exercício do poder no Congresso por um prato de lentilhas: a cada nova negociação para assegurar a “governabilidade”, mais vantagens recebem os congressistas e menos força político-transformadora tem o Congresso.

Na medida em que a maioria dos partidos e dos parlamentares foi entrando no jogo de fazer emendas ao orçamento (para beneficiar suas regiões, interesses – legítimos ou não – de entidades e, por fim, sua reeleição), o Congresso foi perdendo relevância e poder.

Consequentemente, as vozes parlamentares, em especial as de oposição, que são as que mais precisam da instituição parlamentar para que seu brado seja escutado, perderam ressonância na sociedade.

Com a aceitação sem protesto do “modo lulista de governar” por meio de medidas provisórias, para que serve o Congresso senão para chancelar decisões do Executivo e receber benesses? Principalmente, quando muitos congressistas estão dispostos a fazer o papel de maioria obediente a troco da liberação pelo Executivo das verbas de suas emendas, sem esquecer que alguns oposicionistas embarcam na mesma canoa.

Ironicamente, uma importante modificação institucional, a descentralização da ação executiva federal, estabelecida na Constituição de 1988 e consubstanciada desde os governos Itamar Franco e FHC, diluiu sua efetividade técnico--administrativa em uma pletora de recursos orçamentários “carimbados”, isto é, de orientação político-clientelista definida, acarretando sujeição ao Poder Central, ou, melhor, a quem o simboliza pessoalmente e ao partido hegemônico.

Neste sentido, diminuiu o papel político dos governadores, bastião do oposicionismo em estados importantes, pois a relação entre prefeituras e governo federal saltou os governos estaduais e passou a se dar mais diretamente com a presidência da República, por meio de uma secretaria especial colada ao gabinete presidencial.

Como, por outra parte, existe – ou existiu até a pouco – certa folga fiscal e a sociedade passa por período de intensa mobilidade social movida pelo dinamismo da economia internacional e pelas políticas de expansão do mercado interno que geram emprego, o desfazimento institucional produzido pelo lulismo e a difusão de práticas clientelísticas e corruptoras foram sendo absorvidos, diante da indiferença da sociedade.

Na época do mensalão, houve um início de desvendamento do novo Sistema (com S maiúsculo, como se escrevia para descrever o modelo político criado pelos governos militares).

Então, ainda havia indignação diante das denúncias que a mídia fazia e os partidos ecoavam no Parlamento. Pouco a pouco, embora a mídia continue a fazer denúncias, a própria opinião pública, isto é, os setores da opinião nacional que recebem informações, como que se anestesiou. Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude. Diante deste quadro, o que podem fazer as oposições?

Definir o público a ser alcançado

Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus parlamentares alcance a sociedade.

É preciso que as oposições se deem conta de que existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral.

As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental.

Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.

Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria. Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à ti (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de “classe c” ou de nova classe média.

Digo imprecisamente porque a definição de classe social não se limita às categorias de renda (a elas se somam educação, redes sociais de conexão, prestígio social, etc.), mas não para negar a extensão e a importância do fenômeno. Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc.

É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.

Mas não é só isso: as oposições precisam voltar às salas universitárias, às inúmeras redes de palestras e que se propagam pelo país afora e não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas.

Além da persistência e ampliação destas práticas, é preciso buscar novas formas de atuação para que a oposição esteja presente, ou pelo menos para que entenda e repercuta o que ocorre na sociedade. Há inúmeras organizações de bairro, um sem-número de grupos musicais e culturais nas periferias das grandes cidades, etc., organizações voluntárias de solidariedade e de protesto, redes de consumidores, ativistas do meio ambiente, e por aí vai, que atuam por conta própria.

Dado o anacronismo das instituições político-partidárias, seria talvez pedir muito aos partidos que mergulhem na vida cotidiana e tenham ligações orgânicas com grupos que expressam as dificuldades e anseios do homem comum. Mas que pelo menos ouçam suas vozes e atuem em consonância com elas.

Não deve existir uma separação radical entre o mundo da política e a vida cotidiana, nem muito menos entre valores e interesses práticos.

No mundo interconectado de hoje, vê-se, por exemplo, o que ocorre com as revoluções no meio islâmico, movimentos protestatórios irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional. Talvez as discussões sobre os meandros do poder não interessem ao povo no dia-a-dia tanto quanto os efeitos devastadores das enchentes ou o sufoco de um trânsito que não anda nas grandes cidades. Mas, de repente, se dá um “curto-circuito” e o que parecia não ser “política” se politiza. Não foi o que ocorreu nas eleições de 1974 ou na campanha das “diretas já”?

Nestes momentos, o pragmatismo de quem luta para sobreviver no dia-a-dia lidando com questões “concretas” se empolga com crenças e valores. O discurso, noutros termos, não pode ser apenas o institucional, tem de ser o do cotidiano, mas não desligado de valores. Obviamente em nosso caso, o de uma democracia, não estou pensando em movimentos contra a ordem política global, mas em aspirações que a própria sociedade gera e que os partidos precisam estar preparados para que, se não os tiverem suscitado por sua desconexão, possam senti-los e encaminhá-los na direção política desejada.

Seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso “moralista” é coisa de elite à moda da antiga UDN. A corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população. Na última campanha eleitoral, o momento de maior crescimento da candidatura Serra e de aproximação aos resultados obtidos pela candidata governista foi quando veio à tona o “episódio Erenice”.

Mas é preciso ter coragem de dar o nome aos bois e vincular a “falha moral” a seus resultados práticos, negativos para a população. Mais ainda: é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do “beba Coca Cola” dos publicitários. Não se trata de dar-nos por satisfeitos, à moda de demonstrar um teorema e escrever “cqd”, como queríamos demonstrar.

Seres humanos não atuam por motivos meramente racionais. Sem a teatralização que leve à emoção, a crítica – moralista ou outra qualquer– cai no vazio. Sem Roberto Jefferson não teria havido mensalão como fato político.

Qual é a mensagem?

Por certo, os oposicionistas para serem ouvidos precisam ter o que dizer. Não basta criar um público, uma audiência e um estilo, o conteúdo da mensagem é fundamental. Qual é a mensagem? O maior equívoco das oposições, especialmente do PSDB, foi o de haver posto à margem as mensagens de modernização, de aggiornamento do País, e de clara defesa de uma sociedade democrática comprometida com causas universais, como os direitos humanos e a luta contra a opressão, mesmo quando esta vem mascarada de progressismo, apoiada em políticas de distribuição de rendas e de identificação das massas com o Chefe.

Nas modernas sociedades democráticas, por outro lado, o Estado tanto mantém funções na regulação da economia como em sua indução, podendo chegar a exercer papel como investidor direto. Mas o que caracteriza o Estado em uma sociedade de massas madura é sua ação democratizadora.

Os governos devem tornar claros, transparentes, e o quanto possível imunes à corrupção, os mecanismos econômicos que cria para apoiar o desenvolvimento da economia. Um Estado moderno será julgado por sua eficiência para ampliar o acesso à educação, à saúde e à previdência social, bem como pela qualidade da segurança que oferece às pessoas.Cabe às oposições serem a vanguarda nas lutas por estes objetivos.

Defender o papel crescente do Estado nas sociedades democráticas, inclusive em áreas produtivas, não é contraditório com a defesa da economia de mercado. Pelo contrário, é preciso que a oposição diga alto e bom som que os mecanismos de mercado, a competição, as regras jurídicas e a transparência das decisões são fundamentais para o Brasil se modernizar, crescer economicamente e se desenvolver como sociedade democrática.

Uma sociedade democrática amadurecida estará sempre comprometida com a defesa dos direitos humanos, com a ecologia e com o combate à miséria e às doenças, no país e em toda a parte. E compreende que a ação isolada do Estado, sem a participação da sociedade, inclusive dos setores produtivos privados, é insuficiente para gerar o bem-estar da população e oferecer bases sólidas para um desenvolvimento econômico sustentado.

Ao invés de se aferrarem a esses valores e políticas que lhes eram próprios como ideologia e como prática, as oposições abriram espaço para que o lulopetismo ocupasse a cena da modernização econômica e social. Só que eles têm os pés de barro: a cada instante proclamam que as privatizações “do PSDB” foram contra a economia do País, embora comecem a fazer descaradamente concessões de serviços públicos nas estradas e nos aeroportos, como se não estivessem fazendo na prática o mea-culpa.

Cabe às oposições não apenas desmascarar o cinismo, mas, sobretudo, cobrar o atraso do País: onde está a infraestrutura que ficou bloqueada em seus avanços pelo temor de apelar à participação da iniciativa privada nos portos, nos aeroportos, na geração de energia e assim por diante?

Quão caro já estamos pagando pela ineficiência de agências reguladoras entregues a sindicalistas “antiprivatizantes” ou a partidos clientelistas, como se tornou o PC d B, que além de vender benesses no ministério dos Esportes, embota a capacidade controladora da ANP, que deveria evitar que o monopólio voltasse por vias transversas e prejudicasse o futuro do País.

Oposição precisa vender o peixe

Dirão novamente os céticos que nada disso interessa diretamente ao povo. Ora, depende de como a oposição venda o peixe. Se tomarmos como alvo, por exemplo, o atraso nas obras necessárias para a realização da Copa e especializarmos três ou quatro parlamentares ou técnicos para martelar no dia-a-dia, nos discursos e na internet, o quanto não se avança nestas áreas por causa do burocratismo, do clientelismo, da corrupção ou simplesmente da viseira ideológica que impede a competição construtiva entre os setores privados e destes com os monopólios, e se mostrarmos à população como ela está sendo diretamente prejudicada pelo estilo petista de política, criticamos este estilo de governar, suscitamos o interesse popular e ao mesmo tempo oferecemos alternativas.

Na vida política tudo depende da capacidade de politizar o apelo e de dirigi-lo a quem possa ouvi-lo. Se gritarmos por todos os meios disponíveis que a dívida interna de R$ 1,69 trilhão (mostrando com exemplos ao que isto corresponde) é assustadora, que estamos pagando R$ 50 bilhões por ano para manter reservas elevadas em dólares, que pagamos a dívida (pequena) ao FMI sobre a qual incidiam juros moderados, trocando-a por dívidas em reais com juros enormes, se mostrarmos o quanto custa a cada contribuinte cada vez que o Tesouro transfere ao BNDES dinheiro que o governo não tem e por isso toma emprestado ao mercado pagando juros de 12% ao ano, para serem emprestados pelo BNDES a juros de 6% aos grandes empresários nacionais e estrangeiros, temos discurso para certas camadas da população.

Este discurso deve desvendar, ao mesmo tempo, o porquê do governo assim proceder: está criando um bloco de poder capitalista-burocrático que sufoca as empresas médias e pequenas e concentra renda.

Este tipo de política mostra descaso pelos interesses dos assalariados, dos pequenos produtores e profissionais liberais de tipo antigo e novo, setores que, em conjunto, custeiam as benesses concedidas ao grande capital com impostos que lhe são extraídos pelo governo.

O lulopetismo não está fortalecendo o capitalismo em uma sociedade democrática, mas sim o capitalismo monopolista e burocrático que fortalece privilégios e corporativismos.

Com argumentos muito mais fracos o petismo acusou o governo do PSDB quando, em fase de indispensável ajuste econômico, aumentou a dívida interna (ou, melhor, reconheceu os “esqueletos” compostos por dívidas passadas) e usou recursos da privatização – todos contabilizados – para reduzir seu crescimento. A dívida pública consolidada do governo lulista foi muito maior do que a herdada por este do governo passado e, no entanto, a opinião pública não tomou conhecimento do fato.

As oposições não foram capazes de politizar a questão. E o que está acontecendo agora quando o governo discute substituir o fator previdenciário, recurso de que o governo do PSDB lançou mão para mitigar os efeitos da derrota sofrida para estabelecer uma idade mínima de aposentadoria? Propondo a troca do fator previdenciário pela definição de… uma idade mínima de aposentadoria.

Petistas camaleões

Se os governistas são camaleões (ou, melhor, os petistas, pois boa parte dos governistas nem isso são: votavam com o governo no passado e continuam a votar hoje, como votarão amanhã, em vez de saudá-los porque se aproximam da racionalidade ou de votarmos contra esta mesma racionalidade, negando nossas crenças de ontem, devemos manter a coerência e denunciar as falsidades ideológicas e o estilo de política de mistificação dos fatos, tantas vezes sustentado pelo petismo.

São inumeráveis os exemplos sobre como manter princípios e atuar como uma oposição coerente. Mesmo na questão dos impostos, quando o PSDB e o DEM junto com o PPS ajudaram a derrubar a CPMF, mostraram que, coerentes, dispensaram aquele imposto porque ele já não era mais necessário, como ficou demonstrado pelo contínuo aumento da receita depois de sua supressão.

É preciso continuar a fazer oposição à continuidade do aumento de impostos para custear a máquina público-partidária e o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. E para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, nomeados discricionariamente, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais, para conter a fúria de apadrinhamento e de conchavos partidários à custa do povo.

Em suma: não há oposição sem “lado”. Mais do que ser de um partido, é preciso “tomar partido”.

É isso que a sociedade civil faz nas mais distintas matérias. O que o PSDB pensa sobre liberdade e pluralidade religiosa? Como manter a independência do Estado laico e, ao mesmo tempo, prestigiar e respeitar as religiões que formam redes de coesão social, essenciais para a vida em sociedade? O que pensa o partido sobre o combate às drogas? É preciso ser claro e sincero: todas as drogas causam danos, embora de alcance diferente. Adianta botar na cadeia os drogados?

Sinceridade comove a população

Há casos nos quais a regulação vale mais que a proibição: veja-se o tabaco e o álcool, ambos extremadamente daninhos. São não apenas regulados em sua venda e uso (por exemplo, é proibido fumar em locais fechados ou beber depois de uma festa e guiar automóveis) como estigmatizados por campanhas publicitárias, pela ação de governos e das famílias.

Não seria o caso de fazer a mesma coisa com a maconha, embora não com as demais drogas muito mais danosas, e concentrar o fogo policial no combate aos traficantes das drogas pesadas e de armas? Se disso ainda não estivermos convencidos, pelo menos não fujamos à discussão, que já corre solta na sociedade. Sejamos sinceros: é a sinceridade que comove a população e não a hipocrisia que pretende não ver o óbvio.

Se a regra é ser sincero, por que temer ir fundo e avaliar o que nós próprios fizemos no passado, acreditando estar certos, e que continua sendo feito, mas que requer uma revisão?

Tome-se o exemplo da reforma agrária e dos programas de incentivo à economia familiar.

Fomos nós do PSDB que recriamos o Ministério da Reforma Agrária e, pela primeira vez, criamos um mecanismo de financiamento da agricultura familiar, o Pronaf. Nenhum governo fez mais em matéria de acesso à terra do que o do PSDB quando a pasta da Reforma era dirigida por um membro do PPS.

Não terá chegado a hora de avaliar os resultados? O Pronaf não estará se transformando em mecanismo de perpétua renovação de dívidas, como os grandes agricultores faziam no passado com suas dívidas no Banco do Brasil? Qual é o balanço dos resultados da reforma agrária? E as acusações de “aparelhamento” da burocracia pelo PT e pelo MST são de fato verdadeiras?

Sem que a oposição afirme precipitadamente que tudo isso vai mal – o que pode não ser correto – não pode temer buscar a verdade dos fatos, avaliar, julgar e criticar para corrigir.

Existe matéria em abundância para manter os princípios e para ir fundo nas críticas sem temer a acusação injusta de que se está defendendo “a elite”. Mas política não é tese universitária. É preciso estabelecer uma agenda. Geralmente esta é dada pelo governo. Ainda assim, usemo-la para concentrar esforços e dar foco, repetição e persistência à ação oposicionista.

Tomemos um exemplo, o da reforma política, tema que o governo afirma estar disposto a discutir. Pois bem, o PSDB tem posição firmada na matéria: é favorável ao voto distrital (misto ou puro, ainda é questão indefinida). Se é assim, por que não recusar de plano a proposta da “lista fechada”, que reforça a burocracia partidária, não diminui o personalismo (ou alguém duvida que se pedirão votos para a lista “do Lula”?) e separa mais ainda o eleitor dos representantes?

Compromisso com o voto digital

Não é preciso afincar uma posição de intransigência: mantenhamos o compromisso com o voto distrital, façamos a pregação.

Se não dispusermos de forças para que nossa tese ganhe, aceitemos apenas os melhoramentos óbvios no sistema atual: cláusula de desempenho (ou de barreira), proibição de coligações nas eleições proporcionais e regras de fidelidade partidária, ainda que para algumas destas medidas seja necessário mudança constitucional.

Deixemos para outra oportunidade a discussão sobre financiamento público das campanhas, pois sem a distritalização o custo para o contribuinte será enorme e não se impedirá o financiamento em “caixa preta” nem o abuso do poder econômico. Mas denunciemos o quanto de antidemocrático existe no voto em listas fechadas.

Em suma: não será esta uma boa agenda para a oposição firmar identidade, contrapor-se à tendência petista de tudo burocratizar e, ao mesmo tempo, não se encerrar em um puro negativismo aceitando modificações sensatas?

Por fim, retomando o que disse acima sobre o “triunfo do capitalismo”. O governo do PT e o próprio partido embarcaram, sem dizer, na adoração do bezerro de ouro. Mas, marcados pelos cacoetes do passado, não perceberam que o novo na fase contemporânea do capitalismo não é apenas a acumulação e o crescimento da economia.

Os grandes temas que se estão desenhando são outros e têm a ver com o interesse coletivo: como expandir a economia sem destroçar o meio ambiente, como assegurar direitos aos destituídos deles, não só pela obreza, mas pelas injustiças (desigualdades de gênero, de raça, de acesso à cultura)? Persistem preocupações antigas: como preservar a Paz em um mundo no qual há quem disponha da bomba nuclear?

A luta pela desnuclearização tem a ver com o sentido de um capitalismo cuja forma “selvagem” a sociedade democrática não aceita mais.

Esta nova postura é óbvia no caso da ecologia, pois o natural egoísmo dos Estados, na formulação clássica, se choca com a tese primeira, a da perpetuação da vida humana. O terror atômico e o aquecimento global põem por terra visões fincadas no terreno do nacional-estatismo arcaico.

Há um nacionalismo de novo tipo, democrático, aberto aos desafios do mundo e integrado nele, mas alerta aos interesses nacionais e populares. Convém redefinir, portanto, a noção do interesse nacional, mantendo-o persistente e alerta no que é próprio aos interesses do País, mas compatibilizando-o com os interesses da humanidade.

Estas formulações podem parecer abstratas, embora se traduzam no dia-a-dia: no Brasil, ninguém discute sobre qual o melhor modo de nossa presença no mundo: será pelo velho caminho armamentista, nuclearizando-nos, ou nossas imensas vantagens comparativas em outras áreas, entre elas as do chamado soft power, podem primar?

Por exemplo, nossa “plasticidade cultural mestiça”, a aceitação das diferenças raciais – sem que se neguem e combatam as desigualdades e preconceitos ainda existentes – não são um ganho em um mundo multipolar e multicultural? E a disponibilidade de uma matriz energética limpa, sem exageros de muitas usinas atômicas (sempre perigosas), bem como os avanços na tecnologia do etanol, não nos dão vantagens?

Por que não discutir, a partir daí, o ritmo em que exploraremos o pré-sal e as obscuras razões para a “estatização do risco e divisão do lucro” entre a Petrobras e as multinacionais por meio do sistema de partilha? São questões que não exploramos devidamente, ou cujas decisões estão longe de ser claramente compatíveis com o interesse nacional de longo prazo.

Falta de estratégia

Na verdade, falta-nos estratégia. Estratégia não é plano de ação: é o peso relativo que se dá às questões desafiadoras do futuro somado à definição de como as abordaremos. Que faremos neste novo mundo para competir com a China, com os Estados Unidos ou com quem mais seja? Como jogar com nossos recursos naturais (petróleo à frente) como fator de sucesso e poder sem sermos amanhã surpreendidos pelo predomínio de outras fontes de energia? E, acima de tudo, como transformar em políticas o anseio por uma “revolução educacional” que dê lugar à criatividade, à invenção e aos avanços das tecnologias do futuro?

A China, ao que parece, aprendeu as lições da última crise e está apostando na inovação, preparando-se para substituir as fontes tradicionais de energia, sobretudo o petróleo, de que não dispõe em quantidade suficiente para seu consumo crescente. E os próprios Estados Unidos, embora atônitos com os erros acumulados desde a gestão Bush, parecem capazes de continuar inovando, se conseguirem sair depressa da crise financeira que os engolfou.

De tudo isso o PT e seus governos falam, mas em ziguezague. As amarras a uma visão oposta, vinda de seu passado recente, os inibem para avançar mais. Não é hora das oposições serem mais afirmativas? E se por acaso, como insinuei no início deste artigo, houver divisões no próprio campo do petismo por causa da visão canhestra de muitos setores que apoiam o governo e de suas necessidades práticas o levarem a direções menos dogmáticas?

Neste caso, embora seja cedo para especular, terá a oposição inteireza e capacidade política para aproveitar as circunstâncias e acelerar a desagregação do antigo e apostar no novo, no fortalecimento de uma sociedade mais madura e democrática?

Engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social.

Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais. Em um mundo interconectado pelos modernos meios de comunicação o cidadão comum deseja saber mais, participar mais e avaliar por si se de fato as diferenças econômicas e sociais estão diminuindo.

Sem, entretanto, uma oposição que se oponha ao triunfalismo lulista, que coroa a alienação capitalista, desmistificando tudo o que seja mera justificativa publicitária do poder e chamando a atenção para os valores fundamentais da vida em uma sociedade democrática, só ocorrerão mudanças nas piores condições: quando a fagulha de alguma insatisfação produzir um curto-circuito. Mesmo este adiantará pouco se não houver à disposição uma alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais a população confie.

No mundo contemporâneo este caminho não se constrói apenas por partidos políticos, nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo. Não existe apenas uma oposição, a da arena institucional; existem vários focos de oposição, nas várias dimensões da sociedade.

Reitero: se as oposições institucionais não forem capazes de se ligar mais diretamente aos movimentos da vida, que pelo menos os ouçam e não tenham a pretensão de imaginar que pelo jogo congressual isolado alcançarão resultados significativos.

Os vários focos de insatisfação social, por sua vez, também podem se perder em demandas específicas a serem atendidas fragmentariamente pelo governo se não encontrarem canais institucionais que expressem sua vontade maior de transformação.

As oposições políticas, por fim, se nada ou pouco tiverem a ver com as múltiplas demandas do cotidiano, como acumularão forças para ganhar a sociedade?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Políticos e população: em rota de colisão!

Pesquisa realizada pelo Datasenado, por telefone, entre os dias 21 e 29 de março, com 797 pessoas residentes nas capitais de todos os estados e no Distrito Federal, revelou que a maioria dos eleitores quer votar diretamente no candidato a deputado ou vereador e defende que seja eleito o mais votado, em uma parte do estado ou município - sistema conhecido como distrital puro. Também é vontade de seis em cada dez eleitores que o voto no Brasil seja facultativo. Igualmente, a maioria (58%) dos eleitores preferiu a manutenção do atual modelo de mandatos de quatro anos com direito a uma reeleição. Ainda, de acordo com esses eleitores, todos os partidos deveriam receber a mesma quantidade de dinheiro e ter o mesmo tempo de televisão nas campanhas eleitorais.

Em oposição à opinião popular, os políticos (Comissão da Reforma Política do Senado) aprovaram a proposta de sistema proporcional com lista fechada (onde os eleitores votam numa lista definida pelo partido e não num candidato de sua escolha),  a continuidade do voto obrigatório e o fim da reeleição, substituída por mandato de 5 anos. Também demonstram interesse em flexibilizar as atuais regras que impedem o parlamentar de mudar de partido na hora que lhe dá na telha.

De qualquer forma, cresce, entre os políticos, a intenção de fazer um referendo ou plebiscito sobre a reforma política. No caso do referendo, a população teria que fazer uma escolha de Sofia: ou ficar tudo como está (o que não é bom) ou apoiar a proposta da lista fechada (o que é pior). No caso do plebiscito, a população decidiria o sistema político, que gostaria de ter para as votações, com base nas várias alternativas já propostas, o que nos daria pelo menos a chance de escolher o voto aberto, distrital e facultativo.  

Leia mais sobre a pesquisa do DataSenado, clicando aqui  Sobre a reforma política e a possibilidade de plebiscito, clique aqui  e aqui

Fonte: Iara Guimarães Altafin / Agência Senado

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os limites da liberdade de expressão: uso da burca proibido na França!

Tipos de véus muçulmanos
Hoje entrou em vigor, na França, a lei que proíbe o uso de véus islâmicos que cubram parcial ou totalmente o rosto de mulheres em locais públicos do país (repartições públicas, meios de transporte, estabelecimentos comerciais, parques e cinemas). As mulheres que descumprirem a lei estão sujeitas a multas de 150 euros (cerca de R$ 345)  e a passar por um curso de cidadania francesa. Por sua vez, as pessoas que as obrigarem a usar os véus estão sujeitas a multas de até 30 mil euros (cerca de R$ 68 mil) e condenação a um ano de prisão.

Também nesta segunda, houve a detenção de duas mulheres que estavam usando o  niqab, véu islâmico que só deixa os olhos à mostra (imagem no início da postagem), em protesto, não autorizado previamente pelas autoridades, contra a proibição da vestimenta.

São duas as razões oficiais para a probição do traje, apoiada por praticamente 60% dos franceses. Primeira, a questão de segurança: pelas características das vestimentas e o hábito dos islâmicos de se envolver em atos de terrorismo, o governo teme que as mulheres possam esconder armas e até mesmo bombas sob as vestes. Segunda, a questão cultural: as vestes são consideradas opressivas e incompatíveis com a realidade das mulheres francesas e do país.

A questão é polêmica, pois nos remete ao tema sempre atual da liberdade de expressão e das liberdades individuais. O governo tem o direito de interferir na forma como cidadãos estrangeiros ou mesmo nativos se vestem? Será mesmo que as mulheres poderiam esconder armas sob as roupas, representando de fato um perigo à segurança pública?

Alguns dizem que não. Essa ingerência do governo em algo tão particular como o traje de uma pessoa seria por demais excessiva. Não se sabe de caso onde mulheres tenham usado algum dos véus islâmicos para esconder armas.

Alguns dizem que sim. Imigrantes devem se adaptar à cultura do país onde se estabelecem, inclusive em respeito ao anfitrião que lhes acolhe, e não simplesmente utilizá-lo como hospedeiro. Hábitos culturais que se dão em prejuízo da saúde de qualquer grupo social (o uso da burca trás danos à visão das mulheres) são sim passíveis de restrição.

Confesso que fico dividida sobre o assunto, já que defendo o direito de as pessoas fazerem o que bem entenderem de seus corpos e suas vidas. Por outro lado, concordo que, quando a gente se muda para um país estrangeiro, deve procurar se adaptar à cultura local, sem perder contato com as próprias raízes. Quem não deseja fazer essa adaptação, deveria avaliar a possibilidade de ficar na terra natal.

O que vem acontecendo, no caso da imigração islâmica na Europa, é que os muçulmanos não se integram às culturais locais (representantes de vários poderes executivos europeus afirmam que a integração dos imigrantes fracassou), formando uma espécie de cultura à parte da nacional. Muitas mulheres que usam véus se recusam a mostrar o rosto quando a polícia as aborda para identificação, prática rotineira na França. Grupos de muçulmanos ocupam quarteirões de Paris, sentando-se nas ruas, que são públicas, para orar (lugar de orar é nas mesquitas, pois não?). Casos de bombas colocadas por árabes em táxis têm ocorrido com frequência.

Cartaz do referendo na Suíça que proibiu os minaretes
Enfim, os franceses estão, justamente, com receio desse pessoal que não parece admitir parâmetros nem querer integração. Não só os franceses. Os suíços também. Em novembro de 2009, em referendo, chegaram a probir até a construção de minaretes (as torres que ficam no topo das mesquitas). Um exagero essa proibição, mas o medo não é infundado: o contingente de muçulmanos na Europa e nos EUA não para de crescer, e muitos aitolás da vida dizem que querem islamizar o ocidente na base do "vamos invadir sua praia". Lembremos que, entre esse pessoal, o que não faltam são fundamentalistas enlouquecidos.

A questão, portanto, permanece: a liberdade individual, característica das civilizadas democracias liberais,  se irrestrita, vale o risco de vermos reeditadas as Cruzadas, com a nada auspiciosa perspectiva de os mouros se saírem vencedores desta vez? As mulheres muçulmanas na França não podem ceder um pouco e trocar os véus que escondem seus rostos por outros, também de acordo com a religião islâmica, que deixem suas faces expostas ou simplesmente usar aqueles lenços que cobrem suas cabeças ? Creio que sim, não? A sabedoria não mora nos extremos e sim no caminho do meio. E você o que acha?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Democracia, bolsonaros, homofobia e outros bichos!


Bolsonaros
Pegou fogo o debate sobre o preconceito e a discriminação contra a população homossexual em decorrência da entrevista concedida pelo deputado federal Jair Bolsonaro ao programa de humor CQC do dia 28 de março. A uma clara pegadinha do programa sobre se aceitaria que um filho seu casasse com uma negra, feita pela cantora Preta Gil, Bolsonaro, ao que tudo indica viciado nas suas diatribes contra os homossexuais, respondeu, no automático, como se ela tivesse perguntado sobre homossexualidade e não sobre negritude. Afirmou o nobre deputado com sua habitual truculência: Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu.

sábado, 2 de abril de 2011

Walter Williams: real respeito pela liberdade de expressão só quando repulsiva

Fazendo jus ao mote deste blog, posto abaixo a entrevista que o economista americano Walter Williams, de 74 anos, concedeu a André Petry para as páginas amarelas da Veja de 9 de março. Apesar da idade, o economista é como uma lufada de ar fresco no ambiente de marasmo unideológico de nosso país.

Embora negro, Williams desafina do coro dos contentes do politicamente correto e da visão esquerdista do Estado intervencionista ou paternalista, tão na moda hoje em dia, até mesmo em países de longa tradição liberal como os EUA.

Para nós, brasileiros, então, tão acostumados à perspectiva do Estado-pai (agora também na versão feminina) pela prevalência tanto de uma direita quanto de uma esquerda estatistas, as ideias de Williams são impactantes e contestadoras, embora venham de longa tradição.

Walter Williams: o mercado vence o racismo

O economista Walter Williams diz que as ações afirmativas prejudicam os negros ao reforçar estereótipos de inferioridade e defende a liberdade econômica como arma contra a desigualdade racial

André Petry
Veja – 09/03/2011

Walter Williams é um radical. Na juventude, preferia o incendiário Malcolm X ao pacifista Martin Luther King. Hoje, aos 74 anos, Williams admira os dois líderes negros, repudia a violência e se define como um libertário radical, como os americanos se referem aos que se opõem ao excesso de ativismo do estado e propugnam mais liberdade individual. Fiel ao seu ideário, é contra ações afirmativas e cotas raciais, e diz que o melhor instrumento para vencer a desigualdade racial é o livre mercado: "A economia de mercado é o grande inimigo da discriminação". Criado pela mãe na periferia de Filadélfia, Williams acaba de publicar uma autobiografia em que narra sua trajetória da pobreza à vida de professor universitário (desde 1980, leciona economia na Universidade George Manson, na Virgínia). Com 1,98 metro de altura, voz de barítono, bom humor, ele demonstra muita coragem nesta entrevista.

Quem lê sua autobiografia fica com a impressão de que ser negro nos Estados Unidos das décadas de 40 e 50 era melhor do que ser negro hoje.

Claro que os negros estão muito melhor agora, mas não em todos os aspectos. Hoje, se os negros americanos fossem uma nação à parte, seriam a 15ª mais rica do mundo. Entre os negros americanos, há gente riquíssima, como a apresentadora Oprah Winfrey. Há famosíssimos como o ator Bill Cosby, que, como eu, vem de Filadélfia. Colin Powell, um negro, comandou o Exército mais poderoso do mundo. O presidente dos Estados Unidos é negro. Tudo isso era inimaginável em 1865, quando a escravidão foi abolida. Em um século e meio, fizemos um progresso imenso, ao contrário do que aconteceu no Brasil ou no Caribe, onde também houve escravidão negra. Isso diz muito sobre os negros americanos e sobre os Estados Unidos.

Em que aspectos a vida dos negros hoje é pior?

Cresci na periferia pobre de Filadélfia entre os anos 40 e 50. Morávamos num conjunto habitacional popular sem grades nas janelas e dormíamos sossegados sem barulho de tiros nas ruas. Sempre tive emprego, desde os 10 anos de idade. Engraxei sapatos, carreguei tacos no clube de golfe, trabalhei em restaurantes, entreguei correspondência nos feriados de Natal. As crianças negras de hoje que vivem na periferia de Filadélfia não têm essas oportunidades de emprego. No meu próximo livro, Raça e Economia, que sai no fim deste mês, mostro que em 1948 o desemprego entre adolescentes negros era de 9,4%. Entre os brancos, 10,4%. Os negros eram mais ativos no mercado de trabalho. Hoje, nos bairros pobres de negros, por causa da criminalidade, boa parte das lojas e dos mercados fechou as portas. Outra mudança dramática é a queda na qualidade da educação oferecida às crianças negras e pobres. Atualmente, nas escolas públicas de Washington, um negro com diploma do ensino médio tem o mesmo nível de proficiência em leitura e matemática que um branco na 7ª série. Os negros, em geral, estão muito melhor agora do que há meio século. Mas os negros mais pobres estão pior.

O estado de bem-estar social, com toda a variedade de benefícios sociais criados nas últimas décadas, não ajuda a aliviar a situação de pobreza dos negros de hoje?

Todos os economistas, sejam eles libertários, conservadores ou liberais, concordam que sempre cai a oferta do que é taxado e aumenta a oferta do que é subsidiado. Há anos, os Estados Unidos subsidiam a desintegração familiar. Quando uma adolescente pobre fica grávida, ela ganha direito a se inscrever em programas habitacionais para morar de graça, recebe vale-alimentação, vale-transporte e uma série de outros benefícios. Antes, uma menina grávida era uma vergonha para a família. Muitas eram mandadas para o Sul, para viver com parentes. Hoje, o estado de bem-estar social premia esse comportamento. O resultado é que nos anos da minha adolescência entre 13% e 15% das crianças negras eram filhas de mãe solteira. Agora, são 70%. O salário mínimo, que as pessoas consideram uma conquista para os mais desprotegidos, é uma tragédia para os pobres. Deve-se ao salário mínimo o fim de empregos úteis para os pobres.

A obrigação de pagar um salário mínimo ao frentista no posto de gasolina levou à automação e ao self-service. O lanterninha do cinema deixou de existir não porque adoramos tropeçar no escuro do cinema. É por causa do salário mínimo. Na África do Sul do apartheid, os grandes defensores do salário mínimo eram os sindicatos racistas de brancos, que não aceitavam filiação de negros. Eles não escondiam que o salário mínimo era o melhor instrumento para evitar a contratação de negros, que, sendo menos qualificados, estavam dispostos a trabalhar por menos. O salário mínimo criava uma reserva de mercado para brancos.

As ações afirmativas e as cotas raciais não ajudaram a promover os negros americanos?
A primeira vez que se usou a expressão "ação afirmativa" foi durante o governo de Richard Nixon (1969-1974). Os negros naquele tempo já tinham feito avanços tremendos. Um colega tem um estudo que mostra que o ritmo do progresso dos negros entre as décadas de 40 e 60 foi maior do que entre as décadas de 60 e 80. Não se pode atribuir o sucesso dos negros às ações afirmativas.

As ações afirmativas não funcionam?
Os negros não precisam delas. Dou um exemplo. Houve um tempo em que não existiam jogadores de basquete negros nos Estados Unidos. Hoje, sem cota racial nem ação afirmativa, 80% são negros. Por quê? Porque são excelentes jogadores. Se os negros tiverem a mesma habilidade em matemática ou ciência da computação, haverá uma invasão deles nessas áreas. Para isso, basta escola, boas escolas, grandes escolas. Há um aspecto em que as ações afirmativas são até prejudiciais. Thomas Sowell, colega economista, tem um estudo excelente sobre o assunto. Mostra como os negros se prejudicam com a política de cotas raciais criada pela disputada escola de engenharia do Instituto de Tecnologia de Massa¬chusetts (MIT), uma das mais prestigiosas instituições acadêmicas dos Estados Unidos. Os negros recrutados pelo MIT estão entre os 5% melhores do país em matemática, mas mesmo assim precisam fazer cursos extras por alguns anos. Isso acontece porque os brancos do MIT estão no topo em matemática, o 1% dos melhores do país. Os negros, mesmo sendo muito bons, estão abaixo do nível de excelência do MIT. Mas eles podiam muito bem estudar em outras instituições respeitáveis, onde estariam na lista dos candidatos a reitor e sem necessidade de cursos especiais. Por causa de ações afirmativas, muitos negros estão hoje em posição acima de seu potencial acadêmico. Se você está aprendendo a lutar boxe e sua primeira luta é contra o Mike Tyson, você está liquidado. Você pode ter excelente potencial para ser boxeador, mas não dá para começar contra Tyson. As ações afirmativas, nesse sentido, são cruéis. Reforçam os piores estereótipos raciais e mentais.

O senhor já teve alguma experiência pessoal nesse sentido?
Quando eu dava aula na Universidade Temple, em Filadélfia, tive uma turma com uns trinta alunos, todos brancos, à exceção de um. Nas primeiras aulas, eles me fizeram uma bateria de perguntas complexas. Você pode achar que era paranoia minha, mas eu sei que o objetivo deles era testar minhas credenciais. A cada resposta certa que eu dava, eu podia ver o alívio no rosto do único aluno negro da classe. De onde vinha esse sentimento, esse temor do aluno negro de que seu professor, sendo negro, talvez não fosse suficientemente bom? Das ações afirmativas. Não entrei na universidade via cotas raciais. Por causa delas, a competência de muitos negros é vista com desconfiança.

Num país como o Brasil, onde os negros não avançaram tanto quanto nos Estados Unidos, as ações afirmativas não fazem sentido?
A melhor coisa que os brasileiros poderiam fazer é garantir educação de qualidade. Cotas raciais no Brasil, um país mais miscigenado que os Estados Unidos, são um despropósito. Além disso, forçam uma identificação racial que não faz parte da cultura brasileira. Forçar classificações raciais é um mau caminho. A Fundação Ford é a grande promotora de ações afirmativas por partir da premissa errada de que a realidade desfavorável aos negros é fruto da discriminação.

Ninguém desconhece que houve discriminação pesada no passado e há ainda, embora tremendamente atenuada. Mas nem tudo é fruto de discriminação. O fato de que apenas 30% das crianças negras moram em casas com um pai e uma mãe é um problema, mas não resulta da discriminação. A diferença de desempenho acadêmico entre negros e brancos é dramática, mas não vem da discriminação. O baixo número de físicos, químicos ou estatísticos negros nos Estados Unidos não resulta da discriminação, mas da má formação acadêmica, que, por sua vez, também não é produto da discriminação racial.

Qual o meio mais eficaz para promover a igualdade racial?
Primeiro, não existe igualdade racial absoluta, nem ela é desejável. Há diferenças entre negros e brancos, homens e mulheres, e isso não é um problema. O desejável é que todos sejamos iguais perante a lei. Somos iguais perante a lei, mas diferentes na vida. Nos Estados Unidos, os judeus são 3% da população, mas ganham 35% dos prêmios Nobel. Talvez sejam mais inteligentes, talvez sua cultura premie mais a educação, não interessa. A melhor forma de permitir que cada um de nós - negro ou branco, homem ou mulher, brasileiro ou japonês - atinja seu potencial é o livre mercado. O livre mercado é o grande inimigo da discriminação. Mas, para ter um livre mercado que mereça esse nome, é recomendável eliminar toda lei que discrimina ou proíbe discriminar.

O senhor é contra leis que proíbem a discriminação?
Sou um defensor radical da liberdade individual. A discriminação é indesejável nas instituições financiadas pelo dinheiro do contribuinte. A Universidade George Manson tem dinheiro público. Portanto, não pode discriminar. Uma biblioteca pública, que recebe dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos, não pode discriminar. Mas o resto pode. Um clube campestre, uma escola privada, seja o que for, tem o direito de discriminar. Acredito na liberdade de associação radical. As pessoas devem ser livres para se associar como quiserem.

Inclusive para reorganizar a Ku Klux Klan?
Sim, desde que não saiam matando e linchando pessoas, tudo bem. O verdadeiro teste sobre o nosso grau de adesão à ideia da liberdade de associação não se dá quando aceitamos que as pessoas se associem em torno de ideias com as quais concordamos. O teste real se dá quando aceitamos que se associem em torno de ideais que julgamos repugnantes. O mesmo vale para a liberdade de expressão. É fácil defendê-la quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas.

O senhor exige ser chamado de "afro-americano"?
Essa expressão é uma idiotice, a começar pelo fato de que nem todos os africanos são negros. Um egípcio nascido nos Estados Unidos é um "afro-americano"? A África é um continente, po-voado por pessoas diferentes entre si. Os vários povos africanos estão tentando se matar uns aos outros há séculos. Nisso a África é idêntica à Europa, que também é um continente, também é povoada por povos distintos que também vêm tentanto se matar uns aos outros há séculos.

A presença de Obama na Casa Branca não ajuda os negros americanos?
Na autoestima, talvez. Mas não por muito tempo, o que é lamentável. Em 1947, quando Jackie Robinson se tornou o primeiro negro a jogar beisebol na liga profissional, ele tinha a obrigação de ser excepcional. Hoje, nenhum negro precisa ser tão bom quanto Robinson e não há perigo de que alguém diga "ah, esses negros não sabem jogar beisebol". No caso de Obama, vale a mesma coisa. Por ser o primeiro negro, ele não pode ser um fracasso. O problema é que será. Aposto que seu governo, na melhor das hipóteses, será um desastre igual ao de Jimmy Carter. Vai ser ruim para os negros.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Voto em lista fechada: desempoderando a sociedade!

Não é preciso ser genial para entender a razão pela qual o PT é favorável ao voto obrigatório: os cidadãos iletrados, um dos currais eleitorais do partido, tenderia a não ir às urnas caso o voto passasse a ser facultativo. Também não é difícil entender porque o partido defende o voto em lista fechada: o eleitor deixa de votar em quem quer para votar no que o partido quer. Neste esquema, o partido define previamente a lista de pré-candidatos por ordem, e o eleitor então vota no partido com a lista de candidatos na ordem determinada pela legenda. Não há como escolher sequer a ordem. Trata-se de uma boa maneira de se eleger mais facilmente os Delúbios da vida, entre outros mensaleiros.

terça-feira, 29 de março de 2011

Jair Bolsonaro dá a maior marcada e pode ser processado por racismo!

Jair Bolsonaro
O deputado do Partido Progressista (?!), Jair Bolsonaro, conhecido por sua truculência, foi parar no "CQC" dessa segunda-feira e se deu mal.  Conhecido por combater os direitos homossexuais, embora pregue não ser homofóbico, enveredou desta vez pelo racismo ao que tudo indica numa grande marcada.

Bolsanaro parece representar a si mesmo e já decorou algumas frases de efeito sempre que o tema é homossexualidade. Quando a filha de Gilberto Gil, Preta Gil, perguntou ao deputado como ele reagiria se seu filho namorasse uma negra, parece ter confundido o script e se saiu com a seguinte pérola: Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu.

Como promiscuidade nada tem a ver com cor de pele, parece que ele - no automático - veio com sua ladainha de sempre de relacionar homossexualidade com promiscuidade. De qualquer forma, mesmo considerando essa hipótese provável da confusão do script, seja por racismo ou por homofobia, ele atacou a família da cantora, onde não haveria gente bem educada como na casa dele, ou seja, não-homossexual ou não-negra!

E aí fedeu. Preta Gil diz que vai acionar advogado para tomar providências jurídicas, contra o deputado federal,  por racismo. No twitter e em outras redes sociais, não se fala de outra coisa (além da morte de José Alencar). Naturalmente, a patrulha do ideologicamente correto está em êxtase com a possibilidade de trucidar o deputado. Se por qualquer bobagem, estão querendo processar Deus e todo mundo, imagine por uma declaração tão despropositada e grosseira como essa. Sem dúvida, é de gente estúpida como esse Bolsonaro que os xiitas das militâncias mais precisam. 

A única coisa aproveitável do discurso dele foi quando disse que Fernando Henrique Cardoso, ao privatizar a Vale, traiu o Brasil. Essa é a mesma opinião dos petistas, o que serve para demonstrar como os autoritários são parecidos. Aliás, não há nada tão semelhante ao petismo como a ditadura militar que Bolsonaro tanto admira: ambos foram/são estatistas, patrimonialistas, oligárquicos, nacional-desenvolvimentistas, corruptos (os militares eram menos que os petistas) e autoritários. Ambos ferraram/estão ferrando o Brasil! Abaixo o vídeo da entrevista!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Um blog de um milhão de reais e o mano Caetano!

Menos, Bethânia!
 Veio a público, via jornais, blogueiros, redes sociais, o espantoso caso do blog de poesias de mais de um milhão de reais da cantora Maria Bethânia. O mais espantoso é que esse blog de ouro resultou de projeto aprovado pelo Ministério da Cultura via isenção de tributos fiscais. Ou seja, as empresas que patrocinarem o blog de poesias de Bethânia podem utilizar a isenção fiscal  em até 100% do valor do patrocínio no Imposto de Renda, o que significa dinheiro público financiando uma artista que, por sua notoriedade, poderia obter apoio pela via estritamente privada. Pior, desse dinheiro, 600 mil estão alocados para Bethânia dirigir a si mesma no projeto. Pior ainda, ficou-se sabendo que, desde 2006, Bethânia vem realizando projetos dessa natureza, tendo já recebido licença para captar cerca de 10 milhões em recursos, entre empresas, via Lei Rouanet. Ela e outras celebridades vêm recebendo esse tipo de "apoio" nos últimos anos.

A história virou uma grande polêmica não porque Bethânia tenha cometido uma ilegalidade (o projeto está de acordo com a lei), mas pela falta de ética da cantora de estar usando recursos públicos para projetos pessoais, fora a exorbitância cobrada na execução do tal blog de poesias. Só para dar um exemplo do mal uso do dinheiro público neste caso, basta lembrar a existência de milhares de bibliotecas públicas, necessitadas de reformas, aumento de acervo, mas que não obtêm verba oficial para realizar esses trabalhos de recuperação e ampliação. Isso sem falar de tantas outras que poderiam ser construídas com esse mais de um milhão de reais do blog da Bethânia.

De qualquer forma, o assunto já tinha até dado uma desaquecida quando ontem o irmão de Bethânia, Caetano Veloso, resolveu botar mais lenha na fogueira, saindo em defesa da irmã supostamente tornada bode-expiatório da imprensa, de blogueiros e das redes sociais. Como é difícil defender o indefensável, em texto para o Globo, intitulado Eu também tenho fígado, Caetano partiu para a desqualificação dos críticos da atitude da irmã (gente que vive grudada à rede cheia de rancor, ignorância e vontade de aparecer)também afirmando que as críticas derivariam de um despeito pela capacidade criativa da mesma (Bethânia e Chico não foram alvejados por sua inépcia, mas por sua capacidade criativa). Chico Buarque entrou na história porque recebeu um prêmio Jabuti não pelos méritos literários de seu livro Leite Derramado mas por seu apoio à eleição de Dilma Roussef. Fizeram um abaixo-assinado sarcástico para que ele devolvesse o prêmio. Daí a menção ao compositor por parte de Caetano.

Enfim, baixaria do baiano, já que a criatividade de Bethânia não foi colocada em cheque mas sim seu uso de dinheiro público para projeto particular que seguramente poderia contar com recursos da iniciativa privada. O que irritou Caetano foi constatar que a população brasileira da Internet não aceitou pacificamente ver a mana Bethânia sendo subsidiada com dindim do povo. Afinal, o dinheiro é nosso, e achamos que, na ordem das prioridades, há coisa muito mais importante para o Ministério da Cultura financiar ou autorizar a "captar"  com isenção de impostos.

Muito triste ver gente de qualidade artística indiscutível, como o próprio Caetano, a Bethânia, o Chico, entre outros, metidos nesse tipo de mamataria. Estamos ficando sem ídolos. Aliás, tem sido na base do comprar todo o mundo que o petismo vem degenerando a sociedade brasileira em seu grande sonho de se manter eternamente no poder. O que nos consola é ver que a sociedade ainda tem a capacidade de chiar e muito (a chiadeira já conseguiu pelo menos baixar o valor do projeto do blog de poesias). Deixo abaixo dois vídeos sobre o tema, um satarizando Bethânia; o outro dirigido ao Caetano e seu texto raivoso. Recomendo ainda a leitura do texto do Reinaldo Azevedo comentando o artigo de Caetano.



quinta-feira, 24 de março de 2011

Hugo Chávez diz que capitalismo e imperialismo extinguiram vida em Marte!

Hugo Chávez já culpou os EUA e o capitalismo por muitas coisas: o terremoto no Haiti, as enchentes na Venezuela e agora o fim da vida em Marte. Provocou risos até em seus cúmplices que o escutavam, como se pode ouvir no vídeo abaixo.

Mas essas absurdidades não são privilégio do bufão. Agora mesmo, durante a passagem de Obama pelo Brasil, grupos ligados à esquerda anacrônica, viúva do muro de Berlim, foram para as ruas com a mesma conversa anticapitalista, anti-imperialista e anti-americana, atirando coquetéis molotov contra a embaixada americana no Rio e ferindo um dos seus funcionários.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Jovens nasceram para contestar: música Libertário-Agorista

Num momento em que a gente vê tanta gente jovem (embora velha de cabeça)apoiando o esquerdismo autoritário e sonhando em virar funcionário público oficial ou indicado, cidadão monitorado e infantilizado pelo Estado-pai (ou mãe), é auspicioso ver garotos indo na direção contrária, na direção da liberdade que geralmente tanto agrada à juventude.

Daí divulgo o vídeo do Eric Duarte com a música que ele chama de Primeira música Libertário-Agorista na língua portuguesa e o link de sua página na Web,intitulada Sociedade Voluntária. Bem anarco-punk-capitalista!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Vargas Llosa, polêmica na Argentina e o antídoto contra o populismo autoritário

Vargas Llosa
O escritor peruano Mario Vargas Llosa (clique aqui para ir até o site oficial do escritor), prêmio Nobel de Literatura de 2010, foi convidado a abrir a 37ª Edição da Feira do Livro de Buenos Aires (de 21 de Abril a 9 de Maio), um dos eventos culturais mais importantes da Argentina que reúne anualmente mais de um milhão de pessoas. Por ser liberal e crítico do governo da presidente Kirchner, o convite a Llosa foi seguido de grande polêmica, encabeçada pelo diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, o sociólogo e filósofo marxista Horácio González, e apoiada por outros intelectuais esquerdistas e peronistas. Segundo o grupo, Llosa não deveria ser convidado uma por suas críticas ao atual governo argentino e outra por "sua posição politica liberal e reacionária, inimiga das correntes progressistas do povo argentino". 

Nas palavras de Nélson Motta, que escreveu uma crônica sobre o assunto chamada O tango do absurdo: Não é só um episódio pequeno e constrangedor para os portenhos, é uma concentração de sintomas das doenças crônicas da América Latina: o nacionalismo, o populismo e o autoritarismo, que antes eram de direita, agora são de esquerda, sempre em nome da Pátria. Como se houvesse um "autoritarismo do bem" e um "do mal", e as pessoas fossem divididas entre boas e más.
 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Arte com meu nome: M.I.R.I.A.M. X Vhils aka Alexandre Farto


Passeando na Web, encontrei o vídeo abaixo e parei para ver porque o título tem iniciais que formam meu nome. Gostei do que vi e ouvi (é um making of de um mural) e procurei o autor, o Alexandre Farto aka Vhils que faz trabalhos em diferentes tipos de superfície, como paredes (como o da imagem acima), metais, madeiras, etc., e com diferentes mídias, tudo bem interessante. Clique aqui para seguir até a página do Alexandre e confira a criatividade do rapaz. I like it!

Orelha Negra - M.I.R.I.A.M. X Vhils aka Alexandre Farto from Vhils on Vimeo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Robôs, cada vez mais humanos!

Robô DK (à direita) à semelhança de seu criador (à esquerda)
Um Geminóide ou robô-gêmeo é desenhado para parecer um ser humano, o ser humano que o criou. Ele é controlado, através de um sistema de computador, para replicar os movimentos faciais de seu operador.

Por muitos anos, os robôs foram associados ao trabalho em fábricas, fundamentalmente como ferramentas, mas agora, assim como ocorreu com os computadores,  passam a ser associados aos dispositivos de mídia.

terça-feira, 15 de março de 2011

Prece pelo Japão!

Há pouco mais de um mês, no dia 10 de fevereiro, havia feito uma postagem sobre os japoneses intitulada Até em Comercial de Cerveja os Japoneses fazem bonito (clique aqui para ver), onde deixo bem clara minha admiração por esse povo incrível, capaz de feitos impressionantes.

Na sexta-feira à tarde (aproximadamente 3 horas da manhã  para nós), o Japão foi atingido por um terremoto de quase 9 pontos na escala Richter, seguido de uma devastadora tsunami. Só me dei conta do assunto no sábado e desde então, como a maioria das pessoas no mundo, estou sob o impacto das imagens aterradoras do desastre que se abateu sobre a nação dos samurais. Fora que a catástrofe também afetou a usina nuclear de Fukushima, impedindo a refrigeração de seus reatores, o que vem causando explosões e vazamento de radiação para o meio-ambiente. Desgraça pouca é bobagem.

Cidades inteiras na costa nordeste do país foram varridas do mapa, e os sobreviventes estão padecendo com falta de comida, abrigo, eletricidade, combustível. Não se sabe ainda o número de mortos, mas devem passar facilmente dos 10.000. Em algumas cidades, metade da população está desaparecida. Apesar de todo o preparo e a organização que os japoneses têm para lidar com esses dramas, já que o país se situa numa região de atrito entre duas placas tectônicas e já se viram às voltas com terremotos, tsunamis, vulcões e tufões várias vezes, uma catástrofe dessa magnitude não estava prevista. Enfim, nem os japoneses podem com tanto.

O mundo está se mobilizando para ajudar esse grande país nesse momento de necessidade e profunda tristeza. Para os que buscam o paradeiro de parentes no Japão (em São Paulo temos uma grande colônia japonesa) entrar no site da Cruz Vermelha é uma boa estratégia (clique aqui). Quem quer ajudar, pode fazer doações através da comunidade nipo-brasileira (clique aqui). A Cruz Vermelha brasileira também está recebendo doações (clique aqui).

Nessas horas, sempre tem alguém para dizer que é melhor ajudar o Paraná, afetado por enchentes, que o Japão é rico, etecetera. Mas não há como comparar as enchentes do Paraná, onde morreram duas pessoas, mesmo que existam milhares de desabrigados, com a devastação ocorrida no Japão, onde até agora o número de mortos está em 1800 e seguramente passará dos 10.000. E não são só as perdas humanas. Várias cidades foram devastadas. Nem se tem ideia quando e se algum dia voltarão a ser reerguidas. Então, quem puder doar para ambos que o faça. Quem não puder, use a tag #prayforjapan no twitter e faça uma prece com todo o coração para que os japoneses consigam se superar mais uma vez.

Abaixo, vídeos que dão a dimensão da tragédia. Parece cena do filme 2012, aquele em que o mundo termina. Minha prece pelo Japão. Que Kannon, a bodisativa da compaixão, no zen-budismo japonês, apiede-se de seu povo e acalme a natureza pelo menos.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Grandes poetas brasileiros pelo Dia Nacional da Poesia

Mário Quintana
Hoje é Dia Nacional da Poesia, também aniversário do poeta Castro Alves (aquele do belo Navio Negreiro), poesia onde as palavras buscam ir além do significante, onde pintam, tocam música e bordam. Já cometi algumas, embora ande menos lírica e mais prosa ultimamente. De fato preciso inventariar-me antes de partir.

Mas hoje, para homenagear a poesia, posto simplesmente três poemas, de grandes poetas brasileiros sobre essa arte!


OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana - Esconderijos do Tempo

sexta-feira, 4 de março de 2011

O poster animado de Conan, o Bárbaro!

Jason Momoa
Vejam abaixo o poster animado do filme Conan, o Bárbaro, que estreia nos EUA em 19 de agosto de 2011 (desta feita interpretado por Jason Momoa), onde o personagem aparece sobre uma pilha de crânios, com as vestes e os cabelos ao vento, sob um céu incandescente e som fantasmagórico. Incrível, não? Anúncios animados em revistas, cartazes animados dos filmes. O avanço incrível da fascinante tecnologia.

Conan, o Bárbaro é criação do escritor Robert E. Howard, de 1932, que foi transposta para as HQ nos anos 70 e delas para o cinema na pele de Arnold Schwarzenegger.  Schwarzenegger representou o guerreiro em Conan, o Bárbaro e Conan, o Destruidor.

Neste novo Conan, em 3D, com direção de Marcus Nispel (Sexta-Feira 13: Bem Vindo a Crystal Lake) além de Jason Momoa, como o protagonista, também estão no elenco Ron Perlman (Caça às Bruxas), Stephen Lang (Inimigos Públicos), Rose McGowan (O Espião), Rachel Nichols (Jogos do Poder) e Bob Sapp (Golpe Baixo) .

A adolescente nerd que mora em mim aguarda a película...hehehe Na base do poster, você pode desligar o som, se quiser.


terça-feira, 1 de março de 2011

João Gordo: como ser vegetariano sem ser chato!

Na IstoÉ de 26 de janeiro, saiu uma reportagem sobre 3 celebridades que aderiram ao vegetarianismo, mas nem de longe fazem o perfil que a maioria das pessoas tem dos vegetarianos. Na matéria intitulada Vegetarianos Improváveis, literalmente dois pesos pesados, João Gordo e Mike Tyson, e o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton revelam porque deixaram a carne de lado.

João Gordo inclusive deu entrevista sobre sua conversão, para o site da IstoÉ, que reproduzo abaixo, onde, com seu jeito desbocado, descreve o percurso que percorreu até abolir o muy discutível hábito de se alimentar de cadáveres. É bem divertida a entrevista.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Luto na Literatura: morrem Moacir Scliar e Benedito Nunes

Faleceram neste domingo, dia 27/02, o escritor gaúcho Moacir Scliar e o crítico literário Benedito Nunes, com respectivamente 74 e 81 anos de idade. O primeiro foi vítima de falência múltipla de órgãos, após ter sofrido um AVC em janeiro que o manteve no hospital desde então. O segundo de uma hemorragia estomacal.

Moacir Scliar

Médico sanitarista de formação, Moacir Scliar também arranjou tempo para escrever 80 obras literárias, entre romances, contos, crônicas e livros infantis, além de ensaios e traduções. Pela vasta produção, recebeu inúmeros prêmios tais como: Prêmio da Academia Mineira de Letras (1968), Prêmio Joaquim Manuel de Macedo (Governo do Estado do Rio, 1974), Prêmio Cidade de Porto Alegre (1976), Prêmio Érico Veríssimo de romance (1976); Prêmio Brasília (1977), Prêmio Guimarães Rosa (Governo do Estado de Minas Gerais, 1977); Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (1980); Prêmio Jabuti (1988, 1993 e 2000); ; Prêmio PEN Clube do Brasil (1990), Prêmio Açorianos (Prefeitura de Porto Alegre, 1997 e 2002).

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sede da BANCOOP penhorada para pagar calote que petistas deram em usuários

Quando veremos algum desses mafiosos petistas arcar com seus tantos crimes? Abaixo vídeo da Globo sobre a penhora da sede da entidade para pagar os usuários lesados pela petralhada. O dinheiro da construção das unidades habitacionais era desviado para o PT e suas campanhas eleitorais. O partido nega, mas será que existe alguém sério nesse país que acredita em qualquer coisa dita por essa gangue?

De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Rui Brabosa

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Salário máximo para eles, mínimo para nós!

Na quarta-feira, dia 16,  na Câmara de Deputados, aconteceu a já prevista aprovação da proposta de salário mínimo de R$545,00, do governo Dilma, com 361 votos a favor e 120 contra. Lembremos que, em 15 de dezembro passado,  último dia de votação na Câmara, suas insolências da legislatura anterior aprovaram um aumento de 61,83% nos próprios salários, de 133,96% no salário do presidente da República e de 148,63% no do vice-presidente e dos ministros de Estado. O aumento  igualou os salários de toda a politicalha que passou a receber  R$ 26.723,13 por mês a partir de 1 de fevereiro, data da posse da nova baciada de vigaristas que veio se juntar à velha.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para limpar seu PC de fato e torná-lo mais ágil!

Se você não andou limpando seu PC ultimamente, uma olhadinha em Arquivos de Programas mostrará uma pilha de pastas com aplicações não instaladas, sem nada dentro ou com arquivos como desktop.ini, thumbs.db. Mesmo aplicações conhecidas de limpeza e desinstalação de arquivos têm se mostrado ineficazes em remover completamente essas pastas vazias presentes em vários lugares como a já citada Arquivos de Programas, Meus Documentos e a pasta do Windows. Então, se quer realmente remover todos esses arquivos vazios, tente o RED (Remove Empty Directories - Removedor de Diretórios Vazios).

Diferentemente de outros utilitários de remoção, o RED mostra uma hierarquia completa das pastas-raiz, com as pastas vazias ou aquelas que contem sub-pastas marcadas em vermelho. Isto lhe ajudará a conhecer a localização precisa das pastas vazias e a eliminá-las. O RED está em inglês e funciona apenas com o Windows XP, Windows Vista e Windows 7, mas vale a pena testá-lo, limpar de fato seu PC e torná-lo mais ágil. Você pode baixá-lo gratuitamente clicando aqui.

Se o idioma atrapalhar, tente de qualquer forma outros utilitários de limpeza, não tão potentes, mas também bem utéis, como o Glary Utilities, CCleaner, que tem versão em português. E boa limpeza!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Animação com Marilyn Monroe!

Uma animação bem legal da jovem artista inglesa Gemma Roberts, com várias estrelas de cinema e da música pop internacionalmente conhecidos, numa montagem a la Andy Warhol.  O nome da animação é Soundscape: Marilyn Montage HD. AmberDust Studios - Portfolio of Gemma Roberts


Soundscape: Marilyn Montage HD from Gemma Roberts on Vimeo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Oposição para quê?

Em artigo no jornal O Globo, do dia 10, o ex-governador de São Paulo e ex-candidato José Serra fez um texto oposicionista de encher os olhos de seus (e)leitores e disse o óbvio: "não podemos deixar o eleitorado que nos apoiou sem representação". E conclama a união das oposições, num recado acima de tudo para o intragável Aécio Silvério das Neves dos Reis! Reproduzo na íntegra pela importância política.

Oposição para quê?
O principal risco que correm as oposições - e, portanto, também o PSDB - é perder tempo em embates menores, combates internos fantasmas ou antecipações irrealistas, como trazer 2014 para hoje, inventando bandas de adversários... internos! Atacar, constranger, prejudicar ou atrapalhar companheiros do próprio partido só faz ajudar os adversários reais, que incentivam esses confrontos.

Suécia: um exemplo de como os políticos devem proceder!

Sem mordomias, com transparência, os políticos suecos são o oposto dos brasileiros em tudo. Lá apenas trabalhadores como outros quaisquer, pagos com o dinheiro do povo que não aceita vê-los levando vida de marajás. Que não aceita que eles se deem, por exemplo, 60% de aumento salarial enquanto o mínimo da população não pode ir além dos R$545,00. Isso sem falar nas verdadeiras fortunas que escoam pelo ralo da corrupção de nossos "parlamentares."

Os suecos não são analfabetos políticos, não são bestas, e isso também se reflete na classe política do país. Os brasileiros ainda estão muito longe de um padrão civilizatório de sociedade, e isso se reflete na cada vez mais decadente classe política brasileira, cheia de vigaristas de toda a ordem. Precisamos mudar se queremos um dia chegar aos patamates de probidade dos suecos.

Veja nos vídeos abaixo como é a vida espartana dos políticos na Suécia e sinta inveja dos lorinhos.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Até em comercial de cerveja os japoneses fazem bonito

Samurai desenhado em um campo de arroz
Os japoneses são realmente incríveis. Em tudo que fazem, há uma busca de perfeição, de transformar o cotidiano, as atividades rotineiras, em arte e beleza. É como se as palavras descuido e negligência não existissem em japonês. Tudo tem que ser feito com cuidado, ritualisticamente, da cerimônia do chá ao comercial de cerveja, das artes marciais aos murais desenhados em campos de arroz.

Naturalmente são humanos e como tais imperfeitos, mas sua capacidade de transcendência me emociona. Meteram-se naquela aventura militarista e imperialista da Segunda Guerra Mundial, dando vazão a um de seus defeitos que é o autoritarismo, e colheram o fruto amargo de uma derrota  marcada sobretudo pela tragédia das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.  O país saiu destroçado do conflito, mas com a ajuda dos americanos, que os venceram na guerra, reergueram-se no prazo recorde de 50 anos, virando potência econômica já no fim século passado. (Veja vídeos ao fim da postagem)
Sua capacidade de superação impressiona. Se o pequeno território japonês é sacudido por terremotos, eles inventam prédios que balançam mais não caem. Se não há terra suficiente para cultivo, eles inventam formas de cultivar produtos agrícolas abaixo da superfície da terra. Se falta praia, eles criam praias artificiais. E por aí vai.

Se nós, brasileiros, emulássemos pelo menos uns 10% do jeito japonês de ser, já teríamos um ganho extraordinário. Nem precisaríamos até respeitar contratos verbais - como dizem que eles fazem - mas bem que poderíamos respeitar um pouco as leis e tentar fazer as coisas com a atenção e o cuidado que norteiam as atividades dos nossos admiráveis japas.

Deixo abaixo três vídeos que demonstram bem essas caracteríticas especiais dos japoneses. Dois dos videos são sobre os desenhos que eles fazem nos campos de arroz. O outro é o comercial da cerveja Sapporo (peguei o link no blog do Ricardo Setti). Vejam como tudo é bem feito e bonito. No vídeo do comercial de cerveja, clique em ful screen (as setinhas) para ver o comercial no tamanho de sua tela. Vale a pena. Incrível!





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Provável ganhador do Oscar, O Cisne Negro, com Natalie Portman, estreia no Brasil

No filme Cisne Negro que estreia hoje nos cinemas, Natalie Portman dá um show de interpretação como Nina, jovem e perfeccionista bailarina que ganha o papel principal na montagem de O Lago dos Cisnes* pelo balé da cidade de Nova York. Entretanto, como o papel é duplo (o cisne branco virginal e o sensual cisne negro), Nina se sai bem como cisne branco, mas deixa a desejar como cisne negro, pois lhe falta soltar seu lado mais visceral, sua capacidade de sedução. (Veja trailer do filme e vídeo com trecho do Lago dos Cisnes ao fim da postagem) 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Samba de protesto contra os impostos na Educação

Nos primeiros meses de cada ano que se inicia, fico emputecida com os vários impostos que temos que pagar, impostos que pouco retornam para a sociedade na forma de uma saúde pública de qualidade, de uma educação de qualidade, de segurança e infraestrutura ao menos razoáveis. O IPTU do imóvel em que moro mais do que dobrou em 9 anos e meio de residência. Fora IPVA, seguro obrigatório (por que obrigatório?) e todos os outros impostos nossos de cada dia.

No vídeo abaixo, vejam e ouçam o samba de protesto contra os impostos na Educação. Vejam o quanto o material escolar é onerado pelos impostos, tornando impossível para muitos pagar seu custo. E para onde vai o dinheiro desses impostos? Precisamos de uma nova inconfidência, desta vez brasileira, contra os governos desta nossa república das bananas. Chega de servidão!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Como o mundo mudou nos últimos 200 anos (com os gráficos animados de Hans Rosling)

Hans Rosling (nascido em Uppsala, na Suécia, a  27 de julho de 1948 ) é um médico sueco, acadêmico, estatístico e orador. Ele leciona Saúde Internacional no Instituto Karolinska e é diretor da Fundação Gapminder, criadora do Trendalyzer, software que converte estatísticas internacionais em gráficos móveis, interativos. Também tem sido  conselheiro da WHO, UNICEF e várias agências de auxílio humanitário.  Suas palestras sobre o desenvolvimento mundial,  utilizando o gráfico do Gapminder, ganharam vários prêmios. As animações estão disponíveis gratuitamente no website da Fundação.

O vídeo abaixo (de dezembro de 2010) é sobre o quanto o mundo mudou em termos de renda e saúde nos últimos 200 anos. Vejam que impressionantes os efeitos visuais e de como eles ajudam a tornar dados estatísticos em algo bem palatável. Legal mesmo!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Feliz aniversário minha amada Sampa!

INSPIRAÇÃO
Mário de Andrade*
São Paulo! comoção da minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e Ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paria... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!
*Paulicéia Desvairada (1922)


domingo, 23 de janeiro de 2011

Holding Back the Years, do Simply Red. Hit de todos os tempos!

O Simply Red foi uma banda formada originalmente em 1984, na cidade de Manchester, Inglaterra, por Mick Hucknall, Fritz McIntyre (teclados), Tim Kellet (trompete), Dave Fryman (guitarra), substituído no ano seguinte por Sylvian Richards, Tony Bowers (baixo) e Chris Joyce (bateria). Durante seus 26 anos de existência (terminou em dezembro de 2010), contudo, apenas o vocalista Mick Hucknall se manteve constante no grupo, que teve diferentes configurações.

Já em seu disco de lançamento, o álbum Picture Book (1987, o grupo emplacou um hit, Holding Back the Years, uma composição de Mick Hucknall sobre a época em que deixou a casa paterna, aos 17, e sobre a mãe que o abandonara quando ele tinha 3 anos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

PÉROLAS DO ENEM: Para rir muito!

O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) está novamente nas manchetes dos jornais por conta agora da dificuldade de acesso dos estudantes ao site do Sistema de Seleção Unificada (SiSU, ou não seria SIFU?), do Ministério da Educação, onde deveriam escolher as opções de cursos e registrar-se com seu número de inscrição e sua senha do Enem 2010. Devido ao grande volume de consultas, o site tem dado pau e houve até - pela segunda vez no ENEM - casos de invasão de informações privadas dos alunos. Enquanto isso, o Ministro da DESEducação, Fernando Haddad, tirou merecidas férias, deixando o abacaxi para os estudantes descascarem.

Por essas e mais outras, é que o nível educacional dos brasileiros não para de se elevar, o que pode ser conferido pelas frases abaixo tiradas exatamente do ENEM, muy apropriadamente intituladas "pérolas do ENEM". Fiquei em dúvida sobre o que é mais hilário (ou tragicômico), se as frases ou os comentários sobre elas. \lol/

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Verão trágico: a propaganda petista do Brasil-maravilha rolou encosta abaixo

Valas para mortos da tragédia carioca em cemitério de Teresópolis
Normalmente gosto da chuva, daquela chuva miúda que, no verão, desce refrescando o mundo. Chuva especialmente agradável no campo quando deixa, após sua passagem, aquele cheiro de mato tão caro às narinas urbanas. Para mim, a chuva costumava trazer sobretudo uma sensação reconfortante, mas, de uns anos para cá, esse cenário mudou drasticamente.

Os últimos verões, em particular o atual, têm se caracterizado por um punhado de dias escaldantes sitiados por outros, com chuvas torrenciais, trovões e raios, que de reconfortantes não tem nada, bem pelo contrário. No âmbito pessoal, vazamentos pela casa, provocados por calhas entupidas, telhas quebradas, rejuntes por refazer, aparelhos danificados pelas quedas bruscas de energia elétrica. No âmbito social, a calamidade das enchentes e deslizamentos de encostas em São Paulo e em várias outras cidades brasileiras. Calamidades ainda mais calamitosas por gerarem, além da perda de móveis e imóveis, o fim de vidas humanas e animais.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vara da Família e Sucessões de São Paulo reconhece união estável entre mulheres

Com base nos princípios constitucionais da igualdade e da dignidade da pessoa humana, a 2ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo reconheceu como união estável o relacionamento entre duas mulheres. Para defensores públicos que atuam na área de Direito de Família na capital do estado, a decisão é um importante precedente diante da resistência de juízes paulistas de primeira instância em reconhecer uniões estáveis homoafetivas.

O casal procurou a Defensoria Pública para que fosse garantido a uma delas, que é australiana, o direito de permanecer no país. O pedido já havia sido feito no Conselho Nacional de Imigração, mas o processo foi suspenso porque havia a necessidade de reconhecimento da união estável entre ela e sua companheira.

A defensora Ana Bueno de Moraes, responsável pela ação, afirmou que ficou evidente a afinidade de interesse e a similaridade de pensamento e valores entre o casal, "compartilhando o mesmo ideal de constituir família e constituir a vida a dois".

Para o juiz da 2ª Vara, Augusto Drummond Lepage, a Constituição garante o mesmo tratamento legal dado a pessoas de orientação heterossexual as que possuem orientação homossexual. "O preâmbulo da Constituição é expresso ao dispor que a sociedade brasileira é fundamentalmente fraterna, pluralista e sem preconceitos, sendo que os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana (...) também impõe uma interpretação ampliativa do texto constitucional a fim de assegurar às pessoas de orientação homossexual o mesmo tratamento legal dispensado aos de orientação heterossexual", decidiu. Com informações da Assessoria de Imprensa da Defensoria Pública de São Paulo.

Fonte: Conjur  

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mostras de encerramento do cine Belas Artes

Quem é de São Paulo, seguramente assistiu a algum filme no Belas Artes, na esquina da Consolação com a Paulista, nos 68 anos de história do famoso cine. Agora chegou a hora desse tradicional ponto de encontro dos cinéfilos paulistanos dizer adeus. Segundo seu atual dono, André Sturm, os proprietários do imóvel o requisitaram de volta, alegando que querem abrir uma loja no local.

Sturm afirma, contudo, que abrirá o Belas Artes em outro lugar, já que obteve novo patrocinador, onde manterá as tradições do projeto, como o Noitão, uma sessão mensal, durante a madrugada, em que o público assiste a três filmes na sequência.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lula e o refúgio para o terrorista Battisti: o ex-presidente fez na entrada e na saída!

Césare Battisti como tem que ser!
No último dia de governo, o nada saudoso Lula da Silva concedeu direito de refúgio ao terrorista italiano Césare Battisti que matou 4 pessoas na Itália quando pertencia ao grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), organização armada que, além de ataques terroristas, também participava de assaltos e outros delitos.

Em 1987, Battisti foi condenado pela justiça italiana à prisão perpétua, pela autoria direta ou indireta dos quatro homicídios atribuídos aos PAC, mas conseguiu fugir e viver na França, depois no México, depois novamente na França e, por fim, no Brasil, para onde escapou em 2004, após o governo francês ter concordado em extraditá-lo para a Itália.

Em 2007, o governo da Itália apresentou o pedido de extradição do terrorista ao governo brasileiro, o que levou à sua prisão preventiva. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal autorizou a extradição, mas definiu que a decisão final caberia ao presidente da República que, em 31 de dezembro útimo, através de nota divulgada pelo Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sob a desculpa esfarrapada de que o italiano não estaria em segurança em sua terra natal, anunciou que lhe concedia refúgio. A infame decisão foi duramente criticada pela imprensa, a opinião pública e o governo italianos, e o processo de extradição, novamente requerido pela Itália, voltou para o Superior Tribunal Federal (STF), onde seu presidente, Cezar Peluso, deverá novamente analisá-lo e decidir definitivamente o que fazer.

Como se sabe, Lula decidiu dar refúgio a Battisti por suas afinidades ideológicas (são cumpadres de esquerda), fornecendo ao criminoso estatuto de perseguido político. Entretanto, o italiano é responsável pela morte de pessoas e por lesões em outras, crimes comuns que precisam ser punidos onde foram realizados. Abaixo vídeo legendado, com relato do filho de uma das vítimas de Battisti que ficou paraplégico no ataque em que seu pai foi assassinado. Fizeram uma legendagem, em português, em cima de outra em inglês, o que deixa a leitura um pouco confusa, mas dá para entender. Enfim, Lula fez na entrada, no meio do caminho e na saída. Vamos ver se alguém ainda tem vergonha neste país e despacha esse Battisti de volta para a Itália.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Receita de Ano Novo! Feliz 2011!

Para começar bem o ano: Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond de Andrade, acompanhada da música Forgotten dreams interpretada pelo pianista Ary Stabile.

Feliz Ano Novo pra você!  Happy new year!

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