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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Lista da BBC Culture dos 100 melhores filmes realizados por mulheres

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O Piano (1003) de Jane Campion, primeiro lugar entre os 100 filmes de diretoras (ver abaixo)
A BBC Culture lançou uma lista dos 100 melhores filmes realizados por mulheres. Desta lista resultou uma análise internacional de especialistas em cinema onde participaram 368 críticos, académicos, figuras da indústria e programadores de cinema de 84 países diferentes.

“Cléo das 5 às 7” – [Cléo de 5 à 7, França, 1962]
O filme mais votado por “The Piano” (1993), de Jane Campion, que obteve 43,5% dos votos dos críticos.
Os críticos votaram em 761 filmes diferentes no total. Agnès Varda foi a realizadora mais popular em termos de número de filmes, com 6 filmes entre os 100 melhores, seguida por Kathryn Bigelow, Claire Denis, Lynne Ramsay e Sofia Coppola.
É com satisfação que apresentamos a maior e mais internacional lista de críticos de cinema da BBC Culture”, disse Rebecca Laurence, editora da BBC Culture. “Ficámos impressionados com a enorme resposta: 368 críticos, académicos, figuras da indústria e programadores de filmes de 84 países diferentes. E temos o prazer de informar que o número de votantes é equilibrado em termos de sexo, com um número ligeiramente maior de mulheres do que homens. Esperamos, como sempre, que esta lista provoque debates e inspire a descoberta da maravilhosa e diversificada coleção de filmes criados por mulheres ao longo da história do cinema.”, acrescentou a editora.
A análise mostra ainda que a maioria dos 100 melhores filmes são das décadas de 1990 e 2000. Os anos mais populares são 1999, 2008 e 2017, com cinco filmes cada. Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Bélgica, Canadá, Japão foram os países mais populares.

Lista completa:

100. The Kids are All Right (Lisa Cholodenko, 2010)
99. The Souvenir (Joanna Hogg, 2019)
98. Somewhere (Sofia Coppola, 2010)
97. Adoption (Márta Mészáros, 1975)
96. The Meetings of Anna (Chantal Akerman, 1977)
95. Ritual in Transfigured Time (Maya Deren, 1946)
94. News From Home (Chantal Akerman, 1977)
93. Red Road (Andrea Arnold, 2006)
92. Raw (Julia Ducournau, 2016)
91. White Material (Claire Denis, 2009)
90. Fast Times at Ridgemont High (Amy Heckerling, 1982)
89. The Beaches of Agnes (Agnès Varda, 2008)
88. The Silences of the Palace (Moufida Tlatli, 1994)
87. 35 Shots of Rum (Claire Denis, 2008)
86. Wadjda (Haifaa Al-Mansour, 2012)
85. One Sings, The Other Doesn’t (Agnès Varda, 1977)
84. Portrait of Jason (Shirley Clarke, 1967)
83. Sleepless in Seattle (Nora Ephron, 1993)
82. At Land (Maya Deren, 1944)
81. A Girl Walks Home Alone at Night (Ana Lily Amirpour, 2014)
80. Big (Penny Marshall, 1988)
79. Shoes (Lois Weber, 1916)
78. The Apple (Samira Makhmalbaf, 1998)
77. Tomboy (Céline Sciamma, 2011)
76. Girlhood (Céline Sciamma, 2014)
75. Meek’s Cutoff (Kelly Reichardt, 2010)
74. Chocolat (Claire Denis, 1988)
73. On Body and Soul (Ildikó Enyedi, 2017)
72. Europa Europa (Agnieszka Holland, 1980)
71. The Seashell and the Clergyman (Germaine Dulac, 1928)
70. Whale Rider (Niki Caro, 2002)
69. The Connection (Shirley Clarke, 1961)
68. Eve’s Bayou (Kasi Lemmons, 1997)
67. The German Sisters (Margarethe von Trotta, 1981)
66. Ratcatcher (Lynne Ramsay, 1999)
65. Leave no Trace (Debra Granik, 2018)
64. The Rider (Chloe Zhao, 2017)
63. Marie Antoinette (Sofia Coppola, 2006)
62. Strange Days (Kathryn Bigelow, 1995)
61. India Song (Marguerite Duras, 1975)
60. A League of their Own (Penny Marshall, 1992)
59. The Long Farewell (Kira Muratova, 1971)
58. Desperately Seeking Susan (Susan Seidelman, 1985)
57. The Babadook (Jennifer Kent, 2014)
56. 13th (Ava DuVernay, 2016)
55. Monster (Patty Jenkins, 2003)
54. Bright Star (Jane Campion, 2009)
53. The Headless Woman (Lucrecia Martel, 2008)
52. Happy as Lazzaro (Alice Rohrwacher, 2018)
51. Harlan County, USA (Barbara Kopple, 1976)
50. Outrage (Ida Lupino, 1950)
49. Salaam Bombay! (Mira Nair, 1988)
48. The Asthenic Syndrome (Kira Muratova, 1989)
47. An Angel at my Table (Jane Campion, 1990)
46. Near Dark (Kathryn Bigelow, 1987)
45. Triumph of the Will (Leni Riefenstahl, 1935)
44. American Honey (Andrea Arnold, 2016)
43. The Virgin Suicides (Sofia Coppola, 1999)
42. The Adventures of Prince Achmed (Lotte Reiniger, 1926)
41. Capernaum (Nadine Labaki, 2018)
40. Boys Don’t Cry (Kimberly Peirce, 1999)
39. Portrait of a Lady on Fire (Céline Sciamma, 2019)
38. Paris is Burning (Jennie Livingston, 1990)
37. Olympia (Leni Riefenstahl, 1938)
36. Wendy and Lucy (Kelly Reichardt, 2008)
35. The Matrix (Lana and Lilly Wachowski, 1999)
34. Morvern Callar (Lynne Ramsay, 2002)
33. You Were Never Really Here (Lynne Ramsay, 2017)
32. The Night Porter (Liliana Cavani, 1974)
31. The Gleaners and I (Agnès Varda, 2000)
30. Zama (Lucrecia Martel, 2017)
29. Monsoon Wedding (Mira Nair, 2001)
28. Le Bonheur (Agnès Varda, 1965)
27. Selma (Ava DuVernay, 2014)
26. Stories we Tell (Sarah Polley, 2012)
25. The House is Black (Forugh Farrokhzad, 1963)
24. Lady Bird (Greta Gerwig, 2017)
23. The Hitch-Hiker (Ida Lupino, 1953)
23. We Need to Talk About Kevin (Lynne Ramsay, 2011)
21. Winter’s Bone (Debra Granik, 2010)
20. Clueless (Amy Heckerling, 1995)
19. Orlando (Sally Potter, 1992)
18. American Psycho (Mary Harron, 2000)
17. Seven Beauties (Lina Wertmüller, 1975)
16. Wanda (Barbara Loden, 1970)
15. The Swamp (Lucrecia Martel, 2001)
14. Point Break (Kathryn Bigelow, 1991)
13. Vagabond (Agnès Varda, 1985)
12. Zero Dark Thirty (Kathryn Bigelow, 2012)
11. The Ascent (Larisa Shepitko, 1977)
10. Daughters of the Dust (Julie Dash, 1991)
9. Fish Tank (Andrea Arnold, 2009)
8. Toni Erdmann (Maren Ade, 2016)
7. The Hurt Locker (Kathryn Bigelow, 2008)
6. Daisies (Věra Chytilová, 1966)
5. Lost in Translation (Sofia Coppola, 2003)
4. Beau Travail (Claire Denis, 1999)
3. Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (Chantal Akerman, 1975)
2. Cléo from 5 to 7 (Agnès Varda, 1962)
1. The Piano (Jane Campion, 1993)

Clipping BBC divulga lista dos 100 melhores filmes realizados por mulheres, Comunidade Cultura e Arte, 01/12/2019

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Cientista francesa Émilie Du Châtelet escreveu livro que marcou geração de matemáticos e físicos e foi peça-chave do Iluminismo Europeu

A cientista francesa Émilie Du Châtelet (1707-1949)
Quando descobriu que estava grávida, sabia que estava com os dias contados.

Era 1749 e a marquesa tinha 42 anos. Naquela época, a expectativa de vida na França não chegava a 30 anos e o parto trazia sempre um risco enorme.

Mas longe de se resignar ao que considerava sua "sentença de morte", a descoberta da gravidez a levou a se dedicar incansavelmente ao trabalho tido como o seu maior legado científico.

Ela trabalhava por 18 horas diárias, com apenas dois intervalos de uma hora cada, e dormia cerca de quatro horas.

Émilie havia abandonado toda a vida social aristocrática e só interrompia sua produção para ver seu jovem amante e pai de sua quarta e última filha.

Em 4 de setembro de 1749, Du Châtelet deu à luz seu bebê. Seis dias depois, ela morreu de embolia pulmonar.

Se o mau presságio se concretizou, o mesmo aconteceu com sua missão. Du Châtelet terminou seu trabalho dias antes do parto.

O que começou como uma tradução francesa do famoso livro de Isaac Newton Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, mais conhecido como Principia, acabou se tornando um volume de mais de 500 páginas com contestações e checagens próprias e de terceiros às teorias do físico inglês.

O livro seria publicado 10 anos depois e marcaria toda uma geração de matemáticos e físicos franceses, e suas ideias filosóficas o tornariam peça-chave no Iluminismo europeu.

Essa ainda é a única tradução completa em francês desse texto revolucionário e ao mesmo tempo sombrio de Newton.

No entanto, 270 anos após sua morte, Émilie du Châtelet é lembrada quase exclusivamente por ter sido amante de Voltaire por 15 anos (que, aliás, não era o amante mencionado acima).

É verdade que, em vida, ele era o autor mais famoso da França.

Mas, como mostram sua produção intelectual e estudos recentes, ela era uma cientista talentosa e intelectual com mérito próprio.

Autodidata

Gabrielle Émilie le Tonnelier de Breteuil nasceu em 17 de dezembro de 1706 em Paris, no seio de uma família aristocrática francesa. Era a única menina entre seis irmãos.

Se por um lado teve aulas com professores prestigiados e aos 12 anos falava seis línguas, de outro, por ser mulher, não lhe foi permitido continuar os estudos e teve que se tornar autodidata para, com a ajuda de amigos, aprender os dois temas que mais a atraíam: matemática e física.

Ela tinha tanto talento para a matemática que em Versalhes era famosa por seu dom como apostadora. O dinheiro obtido era gasto com livros e equipamentos científicos.
Se eu fosse rei, reformaria esse abuso que encolhe metade da humanidade. Eu gostaria que as mulheres participassem de todos os direitos humanos, sobretudo, os da mente", afirmou.
Nunca chegou a ser rei, ou rainha, mas se tornou marquesa.
Quando completou 18 anos, sabia que teria que se casar e aceitou a proposta do marquês Florent-Claude du Châtelet, um distinto oficial do Exército", relata a biografia publicada pela Sociedade Americana de Física em 2008.
Esse acabou sendo um arranjo conveniente para Émilie", continua o texto, "porque o marido estava frequentemente longe de casa, deixando-a livre para satisfazer seus próprios interesses em estudar matemática e ciências por sua própria conta."
Nos primeiros anos de casamento, tiveram três filhos e ela exercia seu papel de mãe e dama da alta sociedade que as normas sociais exigiam.

Mas aos 26 anos ela deu um basta.

Émilie questionava os anos em que "gastou seu tempo" com "coisas inúteis". "Dedicava um tempo extremo ao cuidado dos meus dentes, do meu cabelo, e ao descuido de minha mente e de meu conhecimento", escreveu ela.

 Livro de Robyn Arianrhod aborda a influência
de Émilie du Châtelet na 'revolução newtoniana'

Uma mente livre

Du Châtelet não era apenas passional em sua trajetória intelectual, mas também na amorosa, diz Robyn Arianrhod, matemática e historiadora da ciência, na revista Cosmos em 2015.
Ela era demais para a maioria das pessoas do seu tempo: ambiciosa demais, intelectual demais, emocional demais e  sexualmente liberada demais", afirma a pesquisadora.
Tanto foi que durante toda sua vida foi alvo de fofocas.

Dizia-se, por exemplo, que a matemática não lhe interessava tanto quanto ter romances com os homens que lhe ensinavam. Mas, no caso dela, a realidade superou a ficção.

Voltaire e Émilie
Quando Du Châtelet e Voltaire começaram a se relacionar, ela tinha 26 anos e ele, 38.

À época, era normal que pessoas em casamentos arranjados de famílias aristocráticas vivessem separadas e tivessem amantes, acrescenta Arianrhod, que em 2011 publicou um livro sobre Du Châtelet e outra cientista, Mary Somerville, chamado Seduzidas pela Lógica (em tradução livre).

O incomum é que a marquesa não tinha um relacionamento discreto com Voltaire, já que eles moravam juntos.

E, embora ele fosse uma celebridade, ainda era um plebeu.

Como se não bastasse o escândalo para a sociedade da época, o marido de Du Châtelet apoiou o romance dos amantes e até se tornou amigo de Voltaire.

Tanto que o marido, Voltaire e o amante citado acima, o poeta e soldado Jean François de Saint-Lambert, estavam com ela no dia de sua morte.

Madame Newton

A casa de campo para onde Du Châtelet e Voltaire se mudaram tornou-se um local de encontro para intelectuais e cientistas, além de um laboratório para diversas experiências.

A biblioteca tinha mais de 20 mil livros, mais do que muitas universidades da época, diz o texto da Sociedade Americana de Física.

Segundo a entidade, uma das contribuições mais importantes dela à ciência está ligada à conservação de energia, com base em experimentos com bolas de chumbo caindo sobre um leito de argila.
Ela mostrou que as bolas que atingiram o barro com o dobro da velocidade penetraram quatro vezes mais profundamente no barro; aquelas com três vezes a velocidade atingiram uma profundidade nove vezes maior. Isso sugeriu que a energia é proporcional ao mv², não ao mv, como Newton sugerira", explica.
Sua profunda admiração por Newton não a impediu de mostrar as limitações da teoria que ela defendia tanto publicamente e que lhe valeu o apelido "Madame Newton".

Du Châtelet e Voltaire promoveram as teorias do britânico Newton em um momento em que a comunidade científica e intelectual francesa privilegiava as ideias filosóficas do francês René Descartes.

Eles foram os primeiros a perceber que "Principia havia mudado não apenas a maneira como vemos o mundo, mas a maneira como vemos a ciência", escreveu Arianrhod em Seduzidas pela Lógica.

Com Newton, a ciência deixou de ser qualitativa e ligada a especulações metafísicas e religiosas, ganhando teorias e métodos quantitativos.
Desde então, esse estilo de física matemática teve um impacto tão impressionante na maneira como vivemos e como olhamos no universo que Newton é provavelmente o cientista mais importante de todos os tempos e Émilie era uma das primeiras estudiosas a promover ativamente sua nova maneira radical de pensar", afirma Arianrhod.
Principia abrangeu muitos dos valores do Iluminismo, e o texto final de Châtelet (que elogiava a teoria newtoniana e, ao mesmo tempo, a criticava usando as mesmas ferramentas) era como a iluminação quadrada.

É por isso que Arianrhod escreve em seu livro que du Châtelet "quebrava estereótipos sobre mulheres e matemáticos, estereótipos que duraram até as vésperas do século 21".
Em particular, mostrou que é possível ser emocional e racional, intelectual e sexy."

Clipping Émile du Châtelet, a matemática grávida que correu contra ‘sentença de morte’ para terminar seu maior legado científico, por Ana Pais, BBC News Mundo, 23/11/2019

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Esther Duflo ganha Nobel de Economia com trabalho sobre a pobreza

Francesa Esther Duflo foi uma das vencedoras do Nobel de Economia de 2019
— Foto: Patrick Kovarik / AFP
Franco-americana é a segunda mulher na história a ganhar o prêmio. Trabalho da pesquisadora dá enfoque econômico diferente sobre a pobreza.
A franco-americana Esther Duflo firmou-se nos últimos anos como uma das economistas mais brilhantes de sua geração. Ela é a segunda mulher na história a ganhar o Nobel de Economia, depois da americana Ellinor Ostrom em 2009, e também a mais jovem, com 46 anos.

Ela compartilhou o Nobel de Economia de 2019 com dois homens, o americano nascido na Índia Abhijit Banerjee, que é seu marido, e o americano Michael Kremer. Seus trabalhos, realizados essencialmente na Índia, concentram-se na redução da pobreza.
Estou honrada. Para ser honesta, não achei que era possível ganhar o Nobel tão nova", reagiu a economista. "O prêmio Nobel de Economia é único em comparação com outros prêmios, reflete uma mudança no campo econômico e geralmente leva muito tempo [antes que a teoria seja posta em prática]", acrescentou, ao ser questionada pela Academia.
Em sua carreira, Esther Duflo ganhou muitos prêmios, incluindo a medalha John Bates Clark em 2010, que recompensa os trabalhos de economistas nos Estados Unidos com menos de 40 anos.

Em 2013, a Casa Branca a escolheu para assessorar o presidente Barack Obama em temas de desenvolvimento. Foi ainda parte do novo Comitê para o Desenvolvimento Mundial.
Acaso e trabalho de campo
É uma intelectual francesa de centro-esquerda que acredita na redistribuição e na noção otimista de que amanhã poderá ser melhor que hoje", escreveu a New Yorker sobre ela em 2010, em uma edição dedicada a inovadores da atualidade.
Nascida em Paris em 1972, cresceu em uma família protestante, com uma mãe pediatra, muito envolvida em obras humanitárias, e um pai professor de matemática.

Graduada na Ecole Normale Supérieure e na Ecole des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS) na França, também tem um doutorado do Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos, onde é professora.

No Laboratório de Pesquisa Abdul Latif Jameel sobre Alívio à Pobreza, que ela co-fundou em 2003 e lidera, seu trabalho é baseado em experiências de campo em parceria com organizações não governamentais.

Por exemplo, "se é estabelecido um novo programa de tutoria nas escolas, são escolhidas 200 escolas ao acaso, 100 das quais o programa será estabelecido e as outras 100 não", explicou à AFP em 2010, quando recebeu a medalha John Bates Clark.

Esther Duflo é também a única mulher entre todos os vencedores do Nobel em 2019.

O avanço dos estudantes é comparado e avaliado em ambos os casos, e os resultados dessa pesquisa são encaminhados às autoridades públicas e a organizações beneficentes como a Fundação Bill e Melinda Gates para que sejam "ampliados", apontou.

'Caricaturas e clichês'

Seu livro "Repenser la pauvreté" (Repensar a pobreza), escrito em colaboração com Abhijit Banerjee, recebeu o prêmio Financial Times/Goldman Sachs ao Livro Econômico do Ano de 2011.
Nossa visão da pobreza está dominada por caricaturas e clichês", disse em uma entrevista com a AFP em 2017. "Se quisermos entender os problemas associados à pobreza, devemos ir além dessas caricaturas e entender por que o fato de ser pobre muda algumas coisas no comportamento e outras não".
Para ela, esse esforço para mudar a percepção da pobreza também precisa ser aplicado à economia e aos economistas.

Os economistas têm uma reputação muito ruim e parte dessa má reputação se justifica provavelmente pela forma como a disciplina funciona", explicou no começo de 2019 em uma entrevista ao France Inter.
Quando você é economista,as pessoas acham que você está interessado nas finanças ou que você trabalha para os ricos, mas isso não é necessariamente o caso".

Clipping Esther Duflo, de 46 anos, é a mais jovem a ganhar Nobel de Economia, 14/10/2019, G1, via APF

terça-feira, 8 de outubro de 2019

História do Outubro Rosa, a campanha de prevenção ao câncer de mama


Campanha surgiu em 1990 em Nova York (EUA)
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.

A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade (www.komen.org). 

Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como Outubro Rosa. Todas ações eram e são até hoje direcionadas a conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce. Para sensibilizar a população inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosas, principalmente nos locais públicos, depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas com sobreviventes (de câncer de mama), partidas de boliche e etc. (www.pink-october.org).

A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.

Obelisco do Ibirapuera
A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita e elegante, motivando e unindo diversos povos em em torno de tão nobre causa. Isso faz que a iluminação em rosa assuma importante papel, pois tornou-se uma leitura visual, compreendida em qualquer lugar no mundo.

No dia 02 de outubro de 2002, houve participação brasileira na campanha do Outubro Rosa, com a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP quando da comemoração dos 70 Anos do Encerramento da Revolução Constitucionalista. Desde então, outras iniciativas do gênero se sucederam com o envolvimento de governos, organizações não-governamentais, empresas e da sociedade civil nas mais variadas iniciativas de prevenção ao câncer de mama.

Como não poderia deixar de ser, neste ano de 2019, não faltam iniciativas para a campanha do Outubro Rosa. Seguem mais informações. 


Outubro Rosa: Sesc realiza mutirão da mamografia em todo o Brasil 

Outubro Rosa 2019: mensagens e notícias importantes sobre o câncer de mama

Campanha 'Outubro Rosa' alerta sobre a importância do diagnóstico precoce

Tipos de câncer | INCA - Instituto Nacional de Câncer

Com informações de outubrorosa.org

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Mulheres são 58% do público de games no Brasil, mas ainda lutam por espaço profissional no mercado

Women Game Jam (2018)

Pesquisas mostram que as mulheres são 58% do público de games no Brasil, porém ainda lutam por espaço profissional neste mercado.

Até os dias atuais as mulheres a lutam por espaço e igualdade nos meios profissionais e buscam representatividade no âmbito social. No mundo dos games essa lógica se repete e é representada pelo aumento do consumo feminino de videogames, do número de mulheres que trabalham como desenvolvedoras e a busca por mais representatividade nas personagens dos jogos. Para entender como funciona a indústria de games para as mulheres conversamos com a professora e doutora Érika Caramello e a desenvolvedora Lia Fuziy.

De acordo com o 2º Censo da Indústria Brasileira de Games (2018), as mulheres apresentam cerca de 20% dos funcionários das desenvolvedoras consultadas pelo estudo. Isso aponta que, nos últimos anos, o número de mulheres por trás do desenvolvimento de games triplicou em relação ao resultado do Censo em 2013. O número de jogadoras também aumentou – hoje 58% do público de jogos no Brasil é dominado pelas mulheres.

A professora e doutora na área de games Érika Caramello percebeu que dentro das salas de aula o interesse das meninas em trabalhar com games vem crescendo.
Antes dava aula para turmas sem nenhuma menina, hoje consigo encontrar um número significativo de garotas. Mais meninas estão se interessando em se profissionalizar nas áreas de TI, jogos digitais e ciência da computação”, afirma. Porém, as mulheres ainda representam um número muito pequeno e a indústria continua sendo predominantemente masculina.
Lia Fuziy ingressou na faculdade de jogos digitais pela paixão que tinha pelos jogos, mas nunca pensou que o desenvolvimento deles viraria seu ganha pão.
Quando me formei na faculdade me apaixonei pela vertente dos jogos educativos, fiz um curso na Universidade Federal do ABC e me especializei em Objetos de Aprendizagem. Hoje dou aulas de programação de jogos e trabalho na área de desenvolvimento de interações para apostilas didáticas”, conta. Lia concorda que escolheu uma vertente da área onde existe mais demanda e menos competição, mas enxerga nas colegas de profissão as dificuldades que encontram dentro do mercado.
Women Game Jam (2018)
Coloca as minas ‘pra’ jogo

Algumas iniciativas, como a Change The Game e Women Game Jam, são importantíssimas para apoiar e incentivar o trabalho realizado por mulheres e dar visibilidade para as meninas que estão a ingressar na área dos games ou para as que já estão inseridas, mas buscam espaço. Outro ponto forte desses projetos é a oportunidade de interação entre as meninas para que surjam parcerias e se crie um ambiente mais harmonioso de trabalho.

A Google criou no segundo semestre de 2019 a Change The Game, um concurso para mulheres criarem jogos para as plataformas mobile. As vencedoras trabalharão em conjunto aos desenvolvedores da empresa para o planejamento e execução de um jogo que será lançado na Google Play. As inscrições vão até o dia 30 de setembro.

Já a Women Game Jam é uma inciativa criada por desenvolvedoras e para desenvolvedoras. O evento, que surgiu na Alemanha, teve a terceira edição em terras brasileiras no último final de semana e contou com mentoras experientes da indústria como Ana Ribeiro, Lia Fuziy, Érika Caramello, entre outras. O evento foi focado em mulheres e buscou ser um ambiente seguro e confortável para elas. “
As meninas tiveram 48 horas para desenvolverem um jogo sobre independência e identidade e se dividiram em grupos que tinham experiência na área, porém a grande maioria nunca tinha participado de uma game jam. Elas puderam programar e se conhecer num ambiente longe de julgamentos e críticas masculinas,” contou Lia.
Érika completa ao falar da importância desse tipo de evento para a consolidação das mulheres na indústria.
Algumas alunas minhas já deixaram de ir a game jams mistas pois os pais não gostavam da ideia delas dormirem no meio de vários caras, o que faz esse evento ser bem importante. Sem falar que ver mulheres como mentoras e líderes de execução de projetos é uma experiência bem diferente do que a gente costuma ver. É fantástico ver que iniciativas como essa estão se consolidando no Brasil,” finaliza.
Clipping Mulheres nos games: A busca por incentivo e visibilidade na indústria!, por Isadora Marques, 18/09/2019, em Freak

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Hasbro lança "Ms. Monopoly", versão do famoso Banco Imobiliário onde as mulheres ganham mais

"Ms. Monopoly" também substitui as tradicionais propriedades do tabuleiro por invenções creditadas a mulheres
Para celebrar o empoderamento feminino e combater o grave problema de discriminação salarial que ainda acomete diversas mulheres no ambiente de trabalho nos dias de hoje, a Hasbro anunciou esta semana o lançamento de uma nova versão do Banco Imobiliário que promete enfim reverter a balança em favor do sexo feminino. Sim, em “Ms. Monopoly”, pela primeira vez na História do mundo – ou pelo menos na dos jogos – as mulheres poderão ganhar mais que os homens.

A versão “feminina” na verdade é uma repetição do modo de operação tradicional do jogo, com a diferença de que a cada vez se passa pela casa do pagamento as jogadoras ganham 240 unidades na moeda do Banco Imobiliário. Os jogadores do sexo masculino, porém, só recebem os 200 tradicionais, reforçando a ideia do “Ms. Monopoly” que a Hasbro define como “um mundo onde as mulheres tem uma vantagem que habitualmente é desfrutada pelos homens”.

Outra parte legal do derivado é que as “propriedades” do tabuleiro são todas invenções creditadas a mulheres, incluindo aí itens importantes como Wi-Fi e cookies de chocolate.

Esta também é a primeira edição do clássico jogo de tabuleiro que conta um mascote diferente do camarada milionário bigodudo de cartola (o tal Rich Uncle Pennybags). De acordo com a divulgação, a tal Ms. Monopoly do título é uma magnata do ramo imobiliário que advoca em favor das empreendedoras, concebida pela fabricante para inspirar mulheres de todas as idades.

O mais bacana, porém, é que a Hasbro aproveitou a concepção desta versão “feminista” do jogo para financiar inventoras e empresárias do sexo feminino. Aproveitando o valor de 20,580 unidades que estão disponíveis no jogo, a companhia investiu o mesmo número em dólares em três jovens cientistas moradoras no Canadá, Irlanda e Estados Unidos – e lançou o comercial abaixo para apresenta um pouco mais das invenções de cada uma ao público.
Pela introdução do ‘Ms. Monopoly’ e o dinheiro que estas jovens mulheres receberam para investir em seus futuros projetos, nós queremos reconhecer e celebrar as diversas contribuições que as mulheres fizeram a nossa sociedade e continuam a fazer diariamente” explica diretora sênior de marketing Jen Boswinkel sobre a campanha e o produto.
A primeira edição do “Ms. Monopoly” será lançado esta semana nas lojas dos Estados Unidos, mas ainda não tem previsão de ganhar uma versão em português no Brasil.




Clipping Contra discriminação salarial por gênero, Banco Imobiliário lança versão onde mulheres ganham mais que homens, por Pedro Strazza, 11/09/2019

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Futuro Burger, hambúrguer que parece de carne, mas só tem vegetal

Não adianta chorar pelas queimadas na Amazônia, feitas para criar pastos para os chamados animais de corte, se você permanece sendo a rainha ou rei do grill. Nada destrói mais a natureza do que a pecuária, a indústria do matadouro. Comece a substituir a carne animal pelas chamadas carnes vegetais, cada vez mais feitas sob medida para mudar, nos corações e bocas, o ruinoso hábito de comer animais.+
Embarque, desde já, nessa tendência internacional, já presente no Brasil, experimentando, por exemplo, o Futuro Burguer.

Empresa brasileira quer conquistar carnívoros com hambúrguer vegano que promete sabor e textura de carne bovina

Quando se fala em hambúrguer vegano, a primeira reação de quem come carne geralmente é torcer o nariz com argumentos do tipo “não é a mesma coisa”. Pois acaba de chegar aos supermercados um produto feito exclusivamente de vegetais e que promete surpreender o paladar dos carnívoros.

Trata-se do Futuro Burger, primeiro lançamento da startup Fazenda Futuro, que se dedica a criar “carne” à base de plantas. Com aparência e textura e muito semelhantes à versão bovina, a novidade já está disponível em algumas lanchonetes de São Paulo e do Rio de Janeiro, e agora chegou a supermercados paulistas, cariocas e mineiros.

A ideia não é conquistar veganos e vegetarianos.
Estamos entrando no mercado de carnes. Queremos falar com quem procura uma alternativa saudável e sustentável sem deixar de lado o prazer em comer algo de que gosta”, explica Marcos Leta, fundador da Fazenda Futuro.
Para chegar no visual e sabor adequados, foram dois anos de testes. A receita final leva proteínas isoladas da soja, da ervilha e do grão-de-bico, além de beterraba para imitar a cor rosada e os sucos da carne. O produto não usa ingredientes transgênicos, tem menos gorduras saturadas do que a versão tradicional e contém fibras, por conta dos vegetais.

Onde encontrar

O Futuro Burger começou a ser vendido nas lojas do Carrefour, Pão de Açúcar, St. Marche e Quitanda, em São Paulo; La Fruteria e Zona Sul, no Rio de Janeiro; e Verdemar, em Minas Gerais.

Também é possível provar a novidade nas hamburguerias T.T. Burguer, na capital fluminense, e Lanchonete da Cidade, em São Paulo.

A meta da empresa é expandir a distribuição do hambúrguer nos próximos meses. No segundo semestre, uma versão de almôndega à base de plantas desenvolvida pela empresa deve chegar ao Spoleto, rede nacional de massas.

Tendência internacional

Buscar alternativas para driblar o consumo excessivo de carne é uma tendência que veio para ficar.
 “No Brasil, o número de gado é superior ao número de pessoas, e somos um dos países mais afetados pela agropecuária quando se trata de meio ambiente”, comenta Leta. “Este impacto ambiental faz com que as pessoas optem cada vez mais por mudanças na alimentação”, continua o empresário.
Lá fora essa movimentação é nítida. A marca Beyond Meat, de “carnes” à base de plantas, por exemplo, abriu seu capital neste mês nos Estados Unidos com alta de 163% em seu primeiro dia na bolsa de valores, chegando a um valor de mercado de 3,8 bilhões de dólares. Bill Gates e Leonardo Di Caprio, dois célebres entusiastas da causa do meio ambiente, investem na marca.

A Impossible Foods, nascida no ambiente tecnológico do Vale do Silício, abastece mais de 3 mil restaurantes norte-americanos com 226 toneladas de carnes vegetais todos os meses.

Elas, assim como a Fazenda Futuro, são consideradas foodtechs, ou seja, empresas que usam a tecnologia para criar novos produtos alimentícios.
O hambúrguer vegetal tupiniquim está sendo anunciado como a versão “1.0”. A 2.0 está sendo desenvolvida pela empresa atualmente e promete ser ainda mais parecida com a proteína animal.
Perfil nutricional

Veja o que encontramos em uma unidade (115 gramas) do Futuro Burger disponível hoje:

Calorias: 283 kcal
Proteínas: 15,8 g
Carboidratos: 14,3 g
Gorduras totais: 18,6 g
Gorduras saturadas: 6 g
Fibras: 4 g
Sódio: 684 mg

Clipping Conheça o Futuro Burger, que parece de carne, mas só tem vegetal, por Chloé Pinheiro, 24/06/2019, Saúde

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Pesquisadora de física do Reino Unido, Jessica Wade escreve páginas da Wikipédia sobre mulheres cientistas diariamente

Jessica Wade explica como funciona um material orgânico semicondutor.
IMPERIAL COLLEGE LONDON
Jessica Wade escreve uma biografia diária para divulgar mulheres ignoradas pela ciência

Como a maioria das pesquisadoras de física do Reino Unido, Jessica Wade (Londres, 1988) frequentou um colégio apenas para meninas. Ela trabalha todos os dias para assegurar que, a cada ano, mais meninas escolham carreiras científicas. É fundadora e coordenadora de várias associações, colabora com o Instituto de Física britânico e dá palestras em colégios. Mas Wade tem outra estratégia surpreendente para aumentar a representação das mulheres na ciência: escreve páginas da Wikipédia sobre cientistas do sexo feminino. Uma por dia.

Wade cursou graduação e mestrado no Imperial College de Londres, onde agora trabalha no estudo da eletrônica dos polímeros. “Quando comecei a fazer minha tese de doutorado, era a única garota no grupo de pesquisa. Minha melhor amiga se pós-graduou e para mim de repente ficou muito difícil continuar na universidade que eu amava tanto sem uma rede de apoio. Foi então que percebi que isso deve acontecer com todas as mulheres em todos os departamentos, quando não têm essa melhor amiga”, recorda a jovem pesquisadora.

Criar páginas da Wikipédia sobre cientistas mulheres “é um movimento global”, afirma. Sua inspiração foi a estudante de medicina norte-americana Emily Temple-Wood, que começou a editar a Wikipédia aos 12 anos. Depois de receber uma onda de comentários misóginos, por e-mail e por redes sociais, Temple-Wood decidiu “focar sua ira” de forma construtiva: começou a escrever uma página da Wikipédia sobre uma mulher pesquisadora para cada mensagem abusiva que recebia. Em pouco tempo, a jovem estava à frente de um grupo de colaboradores que conseguiu melhorar a qualidade dos artigos biográficos sobre cientistas até ficarem acima da média de toda a enciclopédia. Esse fenômeno foi batizado de efeito Keilana, em homenagem ao nome de usuária de Temple-Wood.

Wade seguiu seu exemplo escrevendo sete entradas novas por semana, e já soma várias centenas. Rebusca nos arquivos de instituições científicas, passa horas no Twitter, vai a conferências, tudo para encontrar as mulheres ignoradas da ciência, vivas ou mortas. A cada 100 biografias da Wikipédia em inglês, só 17 são de mulheres.
Mas esses 17% não são só para a ciência. Em ciências, onde as mulheres por si só já estão pouco representadas, é muito pior”, denuncia.
“Essa não é só uma realidade triste e discriminatória; é que, além disso, as poucas páginas que existem sobre cientistas costumam se limitar a enumerar os prêmios que elas receberam, mencionar o fato de serem mulheres ou falar de seus maridos. Há pouquíssima informação sobre suas pesquisas”, conta , irritada. “E se você for à página de uma disciplina científica onde sabe que uma mulher fez uma contribuição importante, é muito raro que mencionem o nome dela ou sua contribuição. Fico furiosíssima.”
Além disso, Wade observa que a Wikipédia é o principal recurso educativo em muitos países com escassa distribuição de livros didáticos. “Não quero que essa gente tenha uma visão tão distorcida”, acrescenta.
O mais importante na hora de criar uma biografia nova é demonstrar a notabilidade da pessoa, que ela “merece” ter uma página da Wikipédia. E costuma ser muito difícil.
Não posso fazer uma página para a minha amiga só para fazer graça. Na ciência, normalmente é preciso ter certo número de publicações”, explica. “Minha página foi feita por um engenheiro do Imperial College, mas me dá muita vergonha, eu não tenho publicações suficientes para ser notável!”, ri.
Ainda assim, Wade confessa querer fazer a biografia de sua mãe, que também foi uma grande inspiração em sua vida. O único motivo pelo qual ainda não a escreveu é para evitar um conflito de interesse, porque na verdade ela cumpre todos os requisitos: é pesquisadora psiquiatra, médica no Serviço Nacional de Saúde (NHS), publicou um livro e, claro, é mulher. Sua filha diz:
Acho que quando pequena não apreciava isso, mas agora lhe digo frequentemente: ‘Um dia destes faço uma página da Wikipédia para você’”
No caso de escritoras e divulgadoras da ciência, os critérios de notabilidade são mais ambíguos.
Às vezes você cria uma página sobre uma mulher que contribui mais para o diálogo sobre a ciência do que diretamente para a pesquisa, e as pessoas rapidamente começam a apontar que não há notabilidade ou que não ela tem fez nenhuma contribuição. É horrível ler isso”, diz. “Seria horrível ler isso sobre você.”
Justamente por esses comentários, Wade procura esperar a revisão de um editor experiente da enciclopédia antes de compartilhar suas páginas novas.
Mas necessitamos de mais diversidade entre os editores; também aí há uma distorção, porque quase todos são homens”, lamenta. Além disso, a pesquisadora acredita que há outro problema: “Percebi de forma empírica, ainda não tenho dados estatísticos, mas parece que esses comentários aparecem mais rapidamente quando a mulher não é branca. Isso realmente me parece terrível”.
Existe um movimento internacional para melhorar a diversidade em outras versões da Wikipédia.
Em espanhol acredito que 18% das biografias sejam de mulheres. Está um pouco melhor, mas, claro, é uma Wikipédia muito menor [que a inglesa]”. A vantagem, observa, é que há tão poucos editores em outros idiomas que é muito fácil começar e se sentir acolhido pela nova comunidade que está aparecendo. Para todos os que estiverem cogitando aderir, Wade tem um conselho: “Uma forma muito fácil de começar a editar a Wikipédia [em outro idioma] é traduzir artigos da versão inglesa que ainda não existem. Isso seria genial”.
'WIKITHON', EDIÇÃO EM GRUPO

Qualquer um pode editar a Wikipédia. Não é preciso nem registrar um usuário. Mas como muitos não se animam sem um empurrão, Wade organiza wikithons regulares. São eventos onde as pessoas de uma sala editam a enciclopédia em grupo, normalmente durante uma ou duas horas. "Você só precisa de um computador, uma pessoa que entenda a Wikipédia e um grupo de gente motivada a fazer o bem", diz a física londrina.

Os wikithons podem acontecer em congressos, escolas de verão ou com grupos universitários, mas funcionam especialmente bem em colégios. "Os professores adoram, porque muitas habilidades, como a de consultar fontes imparciais e fazer uma bibliografia, coincidem com material do currículo que eles querem ensinar de qualquer jeito", diz. "E têm um efeito incrível sobre os jovens: o discurso acostuma ser 'necessitamos de mais mulheres na ciência', simplesmente porque é o correto, mas estamos cansados de ouvir isso. Se [os alunos] estão conhecendo as mulheres, todos trabalhando juntos, realmente apreciam as descobertas incríveis que fizeram".

Clipping A mulher que inclui uma cientista por dia na Wikipédia, por Bruno Martín, 18/07/2018

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Seleção brasileira de futebol feminino volta a jogar em casa após 2 anos: saiba detalhes do torneio

(Foto: Divulgação)

Nos dias 29 de agosto e 01 de setembro, a cidade de São Paulo sediará o Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino e as seleções do Chile, Argentina e Costa Rica serão as adversárias do Brasil no Estádio do Pacaembu.

A seleção brasileira não joga no país desde 2016, quando disputou o Torneio Internacional de Manaus sob o comando de Emily Lima. E a capital paulista não recebe o time feminino desde 2015, quando a seleção disputou um amistoso contra a Nova Zelândia – e perdeu por 1×0 -, dessa vez, com Vadão como técnico .

Após campanha mediana na Copa do Mundo da França, mas com grande reconhecimento e destaque no Brasil, os torcedores terão a chance de ver de perto Marta, Formiga, Tamires, Andressa Alves e tantas outras craques que ganharam maior destaque durante o Mundial.

O torneio faz parte da preparação da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e marcará a estreia da treinadora sueca Pia Sundhage no comando da equipe.

Confira abaixo informações sobre o torneio (ingressos e horários)

Os jogos acontecerão em rodada dupla com Costa Rica e Chile abrindo a competição no dia 29 de agosto (quinta-feira), às 19h, no Pacaembu. Na sequência, o Brasil entra entra em campo contra a Argentina às 21h30. A decisão acontece no dia 01 de setembro (domingo) quando os perdedores da rodada inicial decidem a 3ª colocação às 10h. A final acontece em seguida, às 13h30.
Os ingressos podem ser comprados no site da TS Tickets. As entradas custam a partir de R$ 20 (arquibancada) e R$ 24 (cadeiras numeradas), com direito à meia-entrada. A venda nas bilheterias do Pacaembu serão abertas apenas na semana do torneio, caso sobrem ingressos. As partidas terão transmissão do SporTV.

Seleção brasileira
O Brasil

Depois da Copa do Mundo da França onde os olhares se voltaram para a seleção feminina de uma maneira diferente, as jogadoras estarão no Pacaembu para sentir de perto o apoio da torcida.

Mesmo sob novo comando, a treinadora sueca Pia Sundhage, o time brasileiro será praticamente o mesmo que atuou no Mundial. Entre os destaques, a atacante do São Paulo, Cristiane, não participará do torneio porque ainda se recupera da lesão que a tirou da prorrogação do jogo contra a França pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.

Entre as principais novidades anunciadas pela sueca Pia Sundhage, estão os nomes da meia Yayá (São Paulo) e da atacante Millene (Corinthians).

Seleção chilena
Chile

A seleção chilena ocupa a 38º posição no ranking da Fifa e na Copa do Mundo estava em grupo bem cascudo, com Estados Unidos, Suécia e Tailândia. Venceu apenas o último confronto, contra a Tailândia, mas viu sua goleira Christiane Endler brilhar como melhor jogadora da partida contra as americanas, evitando que o placar fosse ainda mais elástico.

A arqueira de 27 anos é filha de pai alemão e mãe chilena. Defende o Paris Saint-Germain e é o grande destaque da La Roja, com ótima envergadura, força física e muito reflexo.

Seleção Argentina
Argentina

As argentinas vivem um momento especial. A AFA (Federação Argentina de Futebol) anunciou a profissionalização do futebol feminino no país graças aos protestos das jogadoras, especialmente de Maca Sanchez, ex-jogadora do UAI Urquiza que decidiu processar o clube e a Federação por falta de estrutura e péssimas condições oferecidas para as jogadoras.

As hermanas enfrentaram fortíssimas seleções na Copa do Mundo como o Japão, Inglaterra e Escócia. Jogando de maneira totalmente retrancada, conseguiram segurar o empate sem gols contra as japonesas, perderam por apenas 1×0 da Inglaterra e viveram um momento histórico ao empatar o jogo contra a Escócia quando perdiam de 3×0. O feito foi muito comemorado pelas atletas e torcedores.

Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, chegaram até a final da competição. Perderam para as colombianas nos pênaltis e voltaram para a casa com a medalha de prata.

Entre os destaques da equipe está a goleira Vanina Correa, que defendeu um pênalti contra a Inglaterra na Copa do Mundo, cobrado pela craque Nikita Parris e foi eleita como a melhor jogadora da partida. A atacante Sole Jaimes, que atualmente faz parte do elenco das Sereias da Vila, também entrará em campo defendendo seu país.

Seleção Costarriquenha
Costa Rica

A Costa Rica ocupa a 37ª posição no ranking da Fifa e a seleção brasileira já encontrou com a equipe na Copa do Mundo de 2015, no Canadá, vencendo por 1×0. Depois, jogou contra a mesma adversária nos Jogos Pan-Americanos do mesmo ano e venceu por 3×0. O último encontro foi no final de 2016, em um amistoso onde o Brasil goleou as costarriquenhas por 6×0.

Clipping Dibradoras, por Roberta Nina, 23/08/2019

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Basquete feminino vence EUA no Panamericano após 28 anos sem o ouro

Brasil conquista o ouro no basquete feminino — Foto: Alexandre Loureiro/COB
A última vez que a seleção brasileira havia conquista o ouro pan-americano na modalidade havia sido em 1991, em Havana, com a histórica equipe de Hortência e Magic Paula

A seleção brasileira de basquete feminino fez história em Lima. Após 28 anos, as brasileiras voltaram a colocar a medalha de ouro no peito nos Jogos Pan-Americanos e foi com estilo. Enfrentando os Estados Unidos na final, a seleção venceu com autoridade por 79 a 73.

Destaque para a armadora Tainá Paixão, que fez uma partidaça, comandou as ações ofensivas brasileiras, imprimiu muita velocidade na transição e foi a cestinha do jogo com 24 pontos. Além disso foram sete rebotes e três assistências para a camisa oito.
É muita felicidade! Quando elas ganharam o último Pan eu estava nascendo. É muito bom fazer parte dessa história. Acho que o nosso grupo está tão homogêneo que em qualquer jogo as meninas podem se destacar. É tudo do grupo. Quando uma não está bem, a outra está. É uma vitória da equipe toda. É a vitória do basquete feminino - celebrou Tainá.
O treinador José Neto não podia pedir um começo melhor de trabalho. Em sua primeira competição oficial à frente da seleção, Neto termina invicto, vencendo os Estados Unidos e conquistando uma medalha de ouro histórica.

Essa é o quarto título Pan-Americano da história da seleção brasileira de basquete feminino, mas o feito não acontecia desde 1991, quando Hortência e Magic Paula entraram para a história em Havana ao bateram Cuba na decisão. As outras duas vezes foram em 1967, em Winnipeg, e 1971, em Cali.

Além do bom jogo ofensivo, Tainá foi bem na marcação —
 Foto: Alexandre Loureiro/COB
O jogo

O Brasil começou o jogo com muita intensidade e bem na marcação. Roubando bolas dos Estados Unidos e apostando em transição rápida, a seleção chegou a abrir uma vantagem de oito pontos, mas viu uma reação sensacional das americanas, que viraram o placar ainda no primeiro quarto. Com o nervosismo, a intensidade virou afobação e rapidamente um número elevado de faltas.

O jogo seguiu muito disputado no segundo quarto, com a seleção sendo mais moderada na marcação para evitar tantas faltas. No ataque, soube rodar muito bem a bola para criar chances de arremesso. Jogando bem, o Brasil foi para o intervalo com a vitória, por 39 a 38.

A volta do intervalo trouxe o roteiro repetido do que aconteceu no começo do confronto. Um começo intenso, boa vantagem e depois uma queda. Apesar disso, as brasileiras souberam se manter à frente do placar durante praticamente todo o período.

Com autoridade, o Brasil soube administrar os nervos e se aproveitar dos erros dos Estados Unidos, com muita velocidade na transição. No fim, vitória merecedora e a coroação do começo de trabalho do técnico José Neto.

Clipping Após 28 anos, Brasil bate os EUA na decisão e conquista ouro no basquete feminino, Globo Esporte, 11/08/2019

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Oito filmes protagonizados por mulheres para ver na Netflix


Dicas de filmes no Netflix onde as mulheres são as protagonistas. Vale conferir.

The Girl on the Train

Emily Blunt em “A Garota no Trem” (Imagem: reprodução)
Emily Blunt estrela esse thriller baseado em obra homônima que acompanha a vida de uma alcoólatra recém-divorciada que não lida muito bem com a própria vida após a separação, caindo numa espiral depressiva, incapaz de manter um emprego ou lidar com a solidão. Pouco a pouco, vamos descobrindo mais sobre seu passado, o de seu marido e das pessoas que compõem o novo núcleo familiar, tanto do ex quanto da personagem principal. Este é um filme para aquelas que amaram “Gone Girl” (“Garota Exemplar”) e que amam um bom suspense psicológico e mulheres representadas de maneira excepcionalmente em suas falhas e vulnerabilidades.

Gone Girl
Rosamund Pike em “Garota Exemplar” (Imagem: reprodução/Netflix)
“Garota Exemplar“, título com o qual chegou ao Brasil, retrata o desaparecimento de Amy Dunne e a busca pelo seu paradeiro liderada por seu marido, com a investigação tomando rumos inesperados. Dirigido por David Fincher, esse filme é muito popular e vale a audiência. Se já o assistiu, vale muito a repetição.

Rosamund Pike carrega a película do começo ao fim, numa atuação pela qual foi indicada ao Oscar, Globo de Ouro e Critics Choice Awards, além de várias outras premiações no ano de 2015.

Annihilation
Gina Rodriguez, Tessa Thompson, Tuva Novotny, Natalie Portman e Jennifer Jason Leigh
(Imagem: divulgação/Paramount Pictures/Netflix)
Outro filme extraído das páginas de um livro, “Annihilation” (“Aniquilação”) segue a trilogia de Jeff Vandermeer, que conta sobre a descoberta de uma área protegida pelo governo: quem vai lá explorar, nunca retorna, e quem consegue, sempre deixa uma parte de si para trás. O filme faz algumas modificações no material do livro, mas não fica aquém dele.

É uma ficção científica bem elaborada, com protagonismo feminino em peso e um elenco notável: Natalie Portman é a protagonista e a equipe que lhe acompanha para a área desconhecida é composta por Tessa Mae Thompson, Jennifer Lason Leigh e Gina Rodriguez. Oscar Isaac faz o ex-marido de Portman. Quem gosta de elementos de ficção científica e reflexões sobre a humanidade e o que significa ser humano não pode perder esse filme.

RAW
Garance Marillier em “Raw” (Imagem: reprodução)
Não é para quem tem estômago fraco. “RAW” celebra o horror contando a história de Justine, uma estudante de veterinária que começa a mudar seu comportamento após o ingresso na faculdade, onde se envolve numa espiral canibalista e de vampirismo. Além de protagonizado por uma mulher, o filme também é dirigido por outra, Julia Ducournau, em estreia eficiente atrás da câmara.

“RAW” pode ser visto como um filme de horror gore ou metáfora sobre um dos períodos mais transformadores na vida de alguém, destoando da postura rudimentar normalmente agregada ao gênero. Um filme repleto de simbologia e feito de forma bem competente.

Loja de Unicórnios
Brie Larson em “Loja de Unicórnios” (Imagem: divulgação/Netflix)
Brie Larson nos leva ao seu coming of age, mas para aqueles perto dos seus 30 anos: um drama com adições de romance, mas cujo coração mora no cerne dramático mesmo. Idealizado e dirigido por Larson, ela também dá vida à protagonista, uma mulher expulsa da Academia de Artes que precisa retornar para a casa dos pais, sentindo-se descrente na própria capacidade e sem rumo algum na vida.

A obra dialoga perfeitamente com os apaixonados por criação, amantes da escrita, das artes e do meio cultural, mas também fala a qualquer pessoa que tenha tido um sonho e foi derrubada pela vida. Vemos a saga da protagonista e sua vida indo do multicolorido ao cinza. Também assistimos a abordagem de temas como  a descoberta do amor, o assédio em ambiente de trabalho, o sexismo e reconexão com a própria família.

I Am Mother
Cena de “I Am Mother” (Imagem: divulgação/Netflix)
“I Am Mother” é protagonizado por figuras femininas e envolve elementos de tecnologia, humanidade, ciência e inteligência artificial. Tudo se mistura num cenário pós-apocalíptico onde ninguém tem nome. Mesmo a protagonista tem apenas o nome de “Filha”. Os outros personagens também levam alcunhas não personalizadas.

No resumo da Netflix, vemos que “a humanidade foi dizimada e o futuro recomeça com uma garota e um robô que ela chama de mãe”. A relação entre mãe e filha é abordada conforme vamos descobrindo mais sobre o universo, o que levou ao fim da sociedade, como ela era e as possibilidades de reconstrução. As atrizes Clara Rugaard-Larsen e Hilary Swank conseguem manter a atenção dos expectadores, apesar do isolamento do cenário.

A Gente Se Vê Ontem

Eden Duncan Smith e Danté Crichlow em cena de “A Gente Se Vê Ontem”
 (Imagem: divulgação/Netflix)
Produzido por Spike Lee e dirigido por Stefon Bristol, "A gente se vê ontem" apresenta dois pré-adolescentes de inteligência superaguçada tentando provar que viagem no tempo é possível. Eles conseguem o feito, mas a princípio, o avanço é pouco – voltam apenas 24 horas no passado. A história se desenrola de fato quando o irmão da protagonista acaba sendo morto por dois policiais brancos, e ela convence seu amigo a voltar no tempo para tentar salvar o parente amado. Ambos embarcam nessa jornada mesmo cientes de que mudar os acontecimentos pode acabar afetando o presente de modo inesperado.

Durante o longa, as diversas tentativas frustradas da dupla refletem sobre escolhas, consequências, num misto de ficção científica e drama emocional. A mensagem principal é sobre resistir contra as adversidades, mesmo contra tudo. Existe também crítica à violência policial e contra o racismo. “A Gente Se Vê Ontem” funciona bem para quem gosta da temática de ficção científica e quer assistir o protagonismo de jovens negros, com destaque para a atriz principal.

February
Kiernan Shipka em cena de “February”, título em português (Imagem: divulgação/Netflix)
Estrelado por Kiernan Shipka, Emma Roberts e Lucy Boynton, “Enviada do Mal” se passa num instituto exclusivo para garotas e garante um clima mórbido e frio do começo ao fim do filme. Trata-se de um terror sem sustos e reações forçadas, levado por sua narrativa de suspense, com foco nas atuações das protagonistas.

Típico terror psicológico, de ar sombrio e  estilo fragmentado, criando um cenário de quebra-cabeças com perguntas provocativas até o final da projeção. “February” mantém o mistério até o terceiro ato, sendo muito indicado para os amantes do terror ou de apenas contos misteriosos cujas respostas podem ou não ser respondidas.

Com informações de Delirium Nerd, por Nathalia de Morais,  09/08/2019

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