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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Pesquisadora de física do Reino Unido, Jessica Wade escreve páginas da Wikipédia sobre mulheres cientistas diariamente

Jessica Wade explica como funciona um material orgânico semicondutor.
IMPERIAL COLLEGE LONDON
Jessica Wade escreve uma biografia diária para divulgar mulheres ignoradas pela ciência

Como a maioria das pesquisadoras de física do Reino Unido, Jessica Wade (Londres, 1988) frequentou um colégio apenas para meninas. Ela trabalha todos os dias para assegurar que, a cada ano, mais meninas escolham carreiras científicas. É fundadora e coordenadora de várias associações, colabora com o Instituto de Física britânico e dá palestras em colégios. Mas Wade tem outra estratégia surpreendente para aumentar a representação das mulheres na ciência: escreve páginas da Wikipédia sobre cientistas do sexo feminino. Uma por dia.

Wade cursou graduação e mestrado no Imperial College de Londres, onde agora trabalha no estudo da eletrônica dos polímeros. “Quando comecei a fazer minha tese de doutorado, era a única garota no grupo de pesquisa. Minha melhor amiga se pós-graduou e para mim de repente ficou muito difícil continuar na universidade que eu amava tanto sem uma rede de apoio. Foi então que percebi que isso deve acontecer com todas as mulheres em todos os departamentos, quando não têm essa melhor amiga”, recorda a jovem pesquisadora.

Criar páginas da Wikipédia sobre cientistas mulheres “é um movimento global”, afirma. Sua inspiração foi a estudante de medicina norte-americana Emily Temple-Wood, que começou a editar a Wikipédia aos 12 anos. Depois de receber uma onda de comentários misóginos, por e-mail e por redes sociais, Temple-Wood decidiu “focar sua ira” de forma construtiva: começou a escrever uma página da Wikipédia sobre uma mulher pesquisadora para cada mensagem abusiva que recebia. Em pouco tempo, a jovem estava à frente de um grupo de colaboradores que conseguiu melhorar a qualidade dos artigos biográficos sobre cientistas até ficarem acima da média de toda a enciclopédia. Esse fenômeno foi batizado de efeito Keilana, em homenagem ao nome de usuária de Temple-Wood.

Wade seguiu seu exemplo escrevendo sete entradas novas por semana, e já soma várias centenas. Rebusca nos arquivos de instituições científicas, passa horas no Twitter, vai a conferências, tudo para encontrar as mulheres ignoradas da ciência, vivas ou mortas. A cada 100 biografias da Wikipédia em inglês, só 17 são de mulheres.
Mas esses 17% não são só para a ciência. Em ciências, onde as mulheres por si só já estão pouco representadas, é muito pior”, denuncia.
“Essa não é só uma realidade triste e discriminatória; é que, além disso, as poucas páginas que existem sobre cientistas costumam se limitar a enumerar os prêmios que elas receberam, mencionar o fato de serem mulheres ou falar de seus maridos. Há pouquíssima informação sobre suas pesquisas”, conta , irritada. “E se você for à página de uma disciplina científica onde sabe que uma mulher fez uma contribuição importante, é muito raro que mencionem o nome dela ou sua contribuição. Fico furiosíssima.”
Além disso, Wade observa que a Wikipédia é o principal recurso educativo em muitos países com escassa distribuição de livros didáticos. “Não quero que essa gente tenha uma visão tão distorcida”, acrescenta.
O mais importante na hora de criar uma biografia nova é demonstrar a notabilidade da pessoa, que ela “merece” ter uma página da Wikipédia. E costuma ser muito difícil.
Não posso fazer uma página para a minha amiga só para fazer graça. Na ciência, normalmente é preciso ter certo número de publicações”, explica. “Minha página foi feita por um engenheiro do Imperial College, mas me dá muita vergonha, eu não tenho publicações suficientes para ser notável!”, ri.
Ainda assim, Wade confessa querer fazer a biografia de sua mãe, que também foi uma grande inspiração em sua vida. O único motivo pelo qual ainda não a escreveu é para evitar um conflito de interesse, porque na verdade ela cumpre todos os requisitos: é pesquisadora psiquiatra, médica no Serviço Nacional de Saúde (NHS), publicou um livro e, claro, é mulher. Sua filha diz:
Acho que quando pequena não apreciava isso, mas agora lhe digo frequentemente: ‘Um dia destes faço uma página da Wikipédia para você’”
No caso de escritoras e divulgadoras da ciência, os critérios de notabilidade são mais ambíguos.
Às vezes você cria uma página sobre uma mulher que contribui mais para o diálogo sobre a ciência do que diretamente para a pesquisa, e as pessoas rapidamente começam a apontar que não há notabilidade ou que não ela tem fez nenhuma contribuição. É horrível ler isso”, diz. “Seria horrível ler isso sobre você.”
Justamente por esses comentários, Wade procura esperar a revisão de um editor experiente da enciclopédia antes de compartilhar suas páginas novas.
Mas necessitamos de mais diversidade entre os editores; também aí há uma distorção, porque quase todos são homens”, lamenta. Além disso, a pesquisadora acredita que há outro problema: “Percebi de forma empírica, ainda não tenho dados estatísticos, mas parece que esses comentários aparecem mais rapidamente quando a mulher não é branca. Isso realmente me parece terrível”.
Existe um movimento internacional para melhorar a diversidade em outras versões da Wikipédia.
Em espanhol acredito que 18% das biografias sejam de mulheres. Está um pouco melhor, mas, claro, é uma Wikipédia muito menor [que a inglesa]”. A vantagem, observa, é que há tão poucos editores em outros idiomas que é muito fácil começar e se sentir acolhido pela nova comunidade que está aparecendo. Para todos os que estiverem cogitando aderir, Wade tem um conselho: “Uma forma muito fácil de começar a editar a Wikipédia [em outro idioma] é traduzir artigos da versão inglesa que ainda não existem. Isso seria genial”.
'WIKITHON', EDIÇÃO EM GRUPO

Qualquer um pode editar a Wikipédia. Não é preciso nem registrar um usuário. Mas como muitos não se animam sem um empurrão, Wade organiza wikithons regulares. São eventos onde as pessoas de uma sala editam a enciclopédia em grupo, normalmente durante uma ou duas horas. "Você só precisa de um computador, uma pessoa que entenda a Wikipédia e um grupo de gente motivada a fazer o bem", diz a física londrina.

Os wikithons podem acontecer em congressos, escolas de verão ou com grupos universitários, mas funcionam especialmente bem em colégios. "Os professores adoram, porque muitas habilidades, como a de consultar fontes imparciais e fazer uma bibliografia, coincidem com material do currículo que eles querem ensinar de qualquer jeito", diz. "E têm um efeito incrível sobre os jovens: o discurso acostuma ser 'necessitamos de mais mulheres na ciência', simplesmente porque é o correto, mas estamos cansados de ouvir isso. Se [os alunos] estão conhecendo as mulheres, todos trabalhando juntos, realmente apreciam as descobertas incríveis que fizeram".

Clipping A mulher que inclui uma cientista por dia na Wikipédia, por Bruno Martín, 18/07/2018

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Seleção brasileira de futebol feminino volta a jogar em casa após 2 anos: saiba detalhes do torneio

(Foto: Divulgação)

Nos dias 29 de agosto e 01 de setembro, a cidade de São Paulo sediará o Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino e as seleções do Chile, Argentina e Costa Rica serão as adversárias do Brasil no Estádio do Pacaembu.

A seleção brasileira não joga no país desde 2016, quando disputou o Torneio Internacional de Manaus sob o comando de Emily Lima. E a capital paulista não recebe o time feminino desde 2015, quando a seleção disputou um amistoso contra a Nova Zelândia – e perdeu por 1×0 -, dessa vez, com Vadão como técnico .

Após campanha mediana na Copa do Mundo da França, mas com grande reconhecimento e destaque no Brasil, os torcedores terão a chance de ver de perto Marta, Formiga, Tamires, Andressa Alves e tantas outras craques que ganharam maior destaque durante o Mundial.

O torneio faz parte da preparação da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e marcará a estreia da treinadora sueca Pia Sundhage no comando da equipe.

Confira abaixo informações sobre o torneio (ingressos e horários)

Os jogos acontecerão em rodada dupla com Costa Rica e Chile abrindo a competição no dia 29 de agosto (quinta-feira), às 19h, no Pacaembu. Na sequência, o Brasil entra entra em campo contra a Argentina às 21h30. A decisão acontece no dia 01 de setembro (domingo) quando os perdedores da rodada inicial decidem a 3ª colocação às 10h. A final acontece em seguida, às 13h30.
Os ingressos podem ser comprados no site da TS Tickets. As entradas custam a partir de R$ 20 (arquibancada) e R$ 24 (cadeiras numeradas), com direito à meia-entrada. A venda nas bilheterias do Pacaembu serão abertas apenas na semana do torneio, caso sobrem ingressos. As partidas terão transmissão do SporTV.

Seleção brasileira
O Brasil

Depois da Copa do Mundo da França onde os olhares se voltaram para a seleção feminina de uma maneira diferente, as jogadoras estarão no Pacaembu para sentir de perto o apoio da torcida.

Mesmo sob novo comando, a treinadora sueca Pia Sundhage, o time brasileiro será praticamente o mesmo que atuou no Mundial. Entre os destaques, a atacante do São Paulo, Cristiane, não participará do torneio porque ainda se recupera da lesão que a tirou da prorrogação do jogo contra a França pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.

Entre as principais novidades anunciadas pela sueca Pia Sundhage, estão os nomes da meia Yayá (São Paulo) e da atacante Millene (Corinthians).

Seleção chilena
Chile

A seleção chilena ocupa a 38º posição no ranking da Fifa e na Copa do Mundo estava em grupo bem cascudo, com Estados Unidos, Suécia e Tailândia. Venceu apenas o último confronto, contra a Tailândia, mas viu sua goleira Christiane Endler brilhar como melhor jogadora da partida contra as americanas, evitando que o placar fosse ainda mais elástico.

A arqueira de 27 anos é filha de pai alemão e mãe chilena. Defende o Paris Saint-Germain e é o grande destaque da La Roja, com ótima envergadura, força física e muito reflexo.

Seleção Argentina
Argentina

As argentinas vivem um momento especial. A AFA (Federação Argentina de Futebol) anunciou a profissionalização do futebol feminino no país graças aos protestos das jogadoras, especialmente de Maca Sanchez, ex-jogadora do UAI Urquiza que decidiu processar o clube e a Federação por falta de estrutura e péssimas condições oferecidas para as jogadoras.

As hermanas enfrentaram fortíssimas seleções na Copa do Mundo como o Japão, Inglaterra e Escócia. Jogando de maneira totalmente retrancada, conseguiram segurar o empate sem gols contra as japonesas, perderam por apenas 1×0 da Inglaterra e viveram um momento histórico ao empatar o jogo contra a Escócia quando perdiam de 3×0. O feito foi muito comemorado pelas atletas e torcedores.

Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, chegaram até a final da competição. Perderam para as colombianas nos pênaltis e voltaram para a casa com a medalha de prata.

Entre os destaques da equipe está a goleira Vanina Correa, que defendeu um pênalti contra a Inglaterra na Copa do Mundo, cobrado pela craque Nikita Parris e foi eleita como a melhor jogadora da partida. A atacante Sole Jaimes, que atualmente faz parte do elenco das Sereias da Vila, também entrará em campo defendendo seu país.

Seleção Costarriquenha
Costa Rica

A Costa Rica ocupa a 37ª posição no ranking da Fifa e a seleção brasileira já encontrou com a equipe na Copa do Mundo de 2015, no Canadá, vencendo por 1×0. Depois, jogou contra a mesma adversária nos Jogos Pan-Americanos do mesmo ano e venceu por 3×0. O último encontro foi no final de 2016, em um amistoso onde o Brasil goleou as costarriquenhas por 6×0.

Clipping Dibradoras, por Roberta Nina, 23/08/2019

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Basquete feminino vence EUA no Panamericano após 28 anos sem o ouro

Brasil conquista o ouro no basquete feminino — Foto: Alexandre Loureiro/COB
A última vez que a seleção brasileira havia conquista o ouro pan-americano na modalidade havia sido em 1991, em Havana, com a histórica equipe de Hortência e Magic Paula

A seleção brasileira de basquete feminino fez história em Lima. Após 28 anos, as brasileiras voltaram a colocar a medalha de ouro no peito nos Jogos Pan-Americanos e foi com estilo. Enfrentando os Estados Unidos na final, a seleção venceu com autoridade por 79 a 73.

Destaque para a armadora Tainá Paixão, que fez uma partidaça, comandou as ações ofensivas brasileiras, imprimiu muita velocidade na transição e foi a cestinha do jogo com 24 pontos. Além disso foram sete rebotes e três assistências para a camisa oito.
É muita felicidade! Quando elas ganharam o último Pan eu estava nascendo. É muito bom fazer parte dessa história. Acho que o nosso grupo está tão homogêneo que em qualquer jogo as meninas podem se destacar. É tudo do grupo. Quando uma não está bem, a outra está. É uma vitória da equipe toda. É a vitória do basquete feminino - celebrou Tainá.
O treinador José Neto não podia pedir um começo melhor de trabalho. Em sua primeira competição oficial à frente da seleção, Neto termina invicto, vencendo os Estados Unidos e conquistando uma medalha de ouro histórica.

Essa é o quarto título Pan-Americano da história da seleção brasileira de basquete feminino, mas o feito não acontecia desde 1991, quando Hortência e Magic Paula entraram para a história em Havana ao bateram Cuba na decisão. As outras duas vezes foram em 1967, em Winnipeg, e 1971, em Cali.

Além do bom jogo ofensivo, Tainá foi bem na marcação —
 Foto: Alexandre Loureiro/COB
O jogo

O Brasil começou o jogo com muita intensidade e bem na marcação. Roubando bolas dos Estados Unidos e apostando em transição rápida, a seleção chegou a abrir uma vantagem de oito pontos, mas viu uma reação sensacional das americanas, que viraram o placar ainda no primeiro quarto. Com o nervosismo, a intensidade virou afobação e rapidamente um número elevado de faltas.

O jogo seguiu muito disputado no segundo quarto, com a seleção sendo mais moderada na marcação para evitar tantas faltas. No ataque, soube rodar muito bem a bola para criar chances de arremesso. Jogando bem, o Brasil foi para o intervalo com a vitória, por 39 a 38.

A volta do intervalo trouxe o roteiro repetido do que aconteceu no começo do confronto. Um começo intenso, boa vantagem e depois uma queda. Apesar disso, as brasileiras souberam se manter à frente do placar durante praticamente todo o período.

Com autoridade, o Brasil soube administrar os nervos e se aproveitar dos erros dos Estados Unidos, com muita velocidade na transição. No fim, vitória merecedora e a coroação do começo de trabalho do técnico José Neto.

Clipping Após 28 anos, Brasil bate os EUA na decisão e conquista ouro no basquete feminino, Globo Esporte, 11/08/2019

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Oito filmes protagonizados por mulheres para ver na Netflix


Dicas de filmes no Netflix onde as mulheres são as protagonistas. Vale conferir.

The Girl on the Train

Emily Blunt em “A Garota no Trem” (Imagem: reprodução)
Emily Blunt estrela esse thriller baseado em obra homônima que acompanha a vida de uma alcoólatra recém-divorciada que não lida muito bem com a própria vida após a separação, caindo numa espiral depressiva, incapaz de manter um emprego ou lidar com a solidão. Pouco a pouco, vamos descobrindo mais sobre seu passado, o de seu marido e das pessoas que compõem o novo núcleo familiar, tanto do ex quanto da personagem principal. Este é um filme para aquelas que amaram “Gone Girl” (“Garota Exemplar”) e que amam um bom suspense psicológico e mulheres representadas de maneira excepcionalmente em suas falhas e vulnerabilidades.

Gone Girl
Rosamund Pike em “Garota Exemplar” (Imagem: reprodução/Netflix)
“Garota Exemplar“, título com o qual chegou ao Brasil, retrata o desaparecimento de Amy Dunne e a busca pelo seu paradeiro liderada por seu marido, com a investigação tomando rumos inesperados. Dirigido por David Fincher, esse filme é muito popular e vale a audiência. Se já o assistiu, vale muito a repetição.

Rosamund Pike carrega a película do começo ao fim, numa atuação pela qual foi indicada ao Oscar, Globo de Ouro e Critics Choice Awards, além de várias outras premiações no ano de 2015.

Annihilation
Gina Rodriguez, Tessa Thompson, Tuva Novotny, Natalie Portman e Jennifer Jason Leigh
(Imagem: divulgação/Paramount Pictures/Netflix)
Outro filme extraído das páginas de um livro, “Annihilation” (“Aniquilação”) segue a trilogia de Jeff Vandermeer, que conta sobre a descoberta de uma área protegida pelo governo: quem vai lá explorar, nunca retorna, e quem consegue, sempre deixa uma parte de si para trás. O filme faz algumas modificações no material do livro, mas não fica aquém dele.

É uma ficção científica bem elaborada, com protagonismo feminino em peso e um elenco notável: Natalie Portman é a protagonista e a equipe que lhe acompanha para a área desconhecida é composta por Tessa Mae Thompson, Jennifer Lason Leigh e Gina Rodriguez. Oscar Isaac faz o ex-marido de Portman. Quem gosta de elementos de ficção científica e reflexões sobre a humanidade e o que significa ser humano não pode perder esse filme.

RAW
Garance Marillier em “Raw” (Imagem: reprodução)
Não é para quem tem estômago fraco. “RAW” celebra o horror contando a história de Justine, uma estudante de veterinária que começa a mudar seu comportamento após o ingresso na faculdade, onde se envolve numa espiral canibalista e de vampirismo. Além de protagonizado por uma mulher, o filme também é dirigido por outra, Julia Ducournau, em estreia eficiente atrás da câmara.

“RAW” pode ser visto como um filme de horror gore ou metáfora sobre um dos períodos mais transformadores na vida de alguém, destoando da postura rudimentar normalmente agregada ao gênero. Um filme repleto de simbologia e feito de forma bem competente.

Loja de Unicórnios
Brie Larson em “Loja de Unicórnios” (Imagem: divulgação/Netflix)
Brie Larson nos leva ao seu coming of age, mas para aqueles perto dos seus 30 anos: um drama com adições de romance, mas cujo coração mora no cerne dramático mesmo. Idealizado e dirigido por Larson, ela também dá vida à protagonista, uma mulher expulsa da Academia de Artes que precisa retornar para a casa dos pais, sentindo-se descrente na própria capacidade e sem rumo algum na vida.

A obra dialoga perfeitamente com os apaixonados por criação, amantes da escrita, das artes e do meio cultural, mas também fala a qualquer pessoa que tenha tido um sonho e foi derrubada pela vida. Vemos a saga da protagonista e sua vida indo do multicolorido ao cinza. Também assistimos a abordagem de temas como  a descoberta do amor, o assédio em ambiente de trabalho, o sexismo e reconexão com a própria família.

I Am Mother
Cena de “I Am Mother” (Imagem: divulgação/Netflix)
“I Am Mother” é protagonizado por figuras femininas e envolve elementos de tecnologia, humanidade, ciência e inteligência artificial. Tudo se mistura num cenário pós-apocalíptico onde ninguém tem nome. Mesmo a protagonista tem apenas o nome de “Filha”. Os outros personagens também levam alcunhas não personalizadas.

No resumo da Netflix, vemos que “a humanidade foi dizimada e o futuro recomeça com uma garota e um robô que ela chama de mãe”. A relação entre mãe e filha é abordada conforme vamos descobrindo mais sobre o universo, o que levou ao fim da sociedade, como ela era e as possibilidades de reconstrução. As atrizes Clara Rugaard-Larsen e Hilary Swank conseguem manter a atenção dos expectadores, apesar do isolamento do cenário.

A Gente Se Vê Ontem

Eden Duncan Smith e Danté Crichlow em cena de “A Gente Se Vê Ontem”
 (Imagem: divulgação/Netflix)
Produzido por Spike Lee e dirigido por Stefon Bristol, "A gente se vê ontem" apresenta dois pré-adolescentes de inteligência superaguçada tentando provar que viagem no tempo é possível. Eles conseguem o feito, mas a princípio, o avanço é pouco – voltam apenas 24 horas no passado. A história se desenrola de fato quando o irmão da protagonista acaba sendo morto por dois policiais brancos, e ela convence seu amigo a voltar no tempo para tentar salvar o parente amado. Ambos embarcam nessa jornada mesmo cientes de que mudar os acontecimentos pode acabar afetando o presente de modo inesperado.

Durante o longa, as diversas tentativas frustradas da dupla refletem sobre escolhas, consequências, num misto de ficção científica e drama emocional. A mensagem principal é sobre resistir contra as adversidades, mesmo contra tudo. Existe também crítica à violência policial e contra o racismo. “A Gente Se Vê Ontem” funciona bem para quem gosta da temática de ficção científica e quer assistir o protagonismo de jovens negros, com destaque para a atriz principal.

February
Kiernan Shipka em cena de “February”, título em português (Imagem: divulgação/Netflix)
Estrelado por Kiernan Shipka, Emma Roberts e Lucy Boynton, “Enviada do Mal” se passa num instituto exclusivo para garotas e garante um clima mórbido e frio do começo ao fim do filme. Trata-se de um terror sem sustos e reações forçadas, levado por sua narrativa de suspense, com foco nas atuações das protagonistas.

Típico terror psicológico, de ar sombrio e  estilo fragmentado, criando um cenário de quebra-cabeças com perguntas provocativas até o final da projeção. “February” mantém o mistério até o terceiro ato, sendo muito indicado para os amantes do terror ou de apenas contos misteriosos cujas respostas podem ou não ser respondidas.

Com informações de Delirium Nerd, por Nathalia de Morais,  09/08/2019

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Melhor motorista do Uber no Brasil é uma mulher



Uma motorista do Uber de Maringá, no Paraná, foi a primeira mulher do Brasil a receber cinco estrelas no aplicativo. Nem de longe a conquista está relacionada com a máxima machista que de mulheres são mais cuidadosas.

Glaucia Stocki dirige pelo aplicativo há dois anos e cinco meses no Paraná. A conquista do título, em outubro do ano passado, se deu pelas avaliações positivas de nada menos que 500 passageiros consecutivos.

As estrelas foram entregues pelo tratamento respeitoso, direção segura, assuntos interessantes (sem polêmicas e reclamações constantes sobre o trânsito), limpeza e trajeto certeiro.

Em entrevista ao Maringá Post, Glaucia diz que começou a se dedicar ao ver a nota próxima dos cinco pontos.
Confesso que minha maior motivação foi mostrar que as mulheres também são muito boas ao volante”, explica.
A motorista pontua que nunca pediu para os clientes fazerem qualquer tipo de avaliação, até porque esta é uma prática vetada pela equipe do Uber.
Eu tratava todo mundo da melhor maneira, buscava assuntos interessantes e fora de polêmica. Ficava quieta quando percebia que era isso que o cliente queria, além de manter o carro sempre muito limpo, fazer o melhor trajeto e ser cuidadosa no trânsito”, comenta.
O prêmio rendeu uma gratificação de R$ 5 mil e outros prêmios. A condutora comemorou o fato em um vídeo postado no YouTube.

A notícia abre caminho para uma reflexão importante sobre sexismo. A Universidade de Stanford nos Estados Unidos, fez um estudo mostrando que mulheres recebem até 7% menos do que homens. A discriminação, segundo os especialistas, é provocada pelo entendimento de que mulheres dirigem mais devagar que homens. 😡

N. E. Não sabemos se outra mulher a desbancou até agora. Vale pelo incentivo para que outras mulheres adiram ao volante profissional.


Clipping "Direção 5 estrelas: A melhor motorista do Uber no Brasil é uma mulher", Hypeness

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