segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Iriny Lopes baixa o tom censório após reação pública, mas não me engana!

Iriny em busca da (má) fama
Não resta dúvida que surtiram efeito as reclamações de boa parte da população, leitora da imprensa virtual e impressa, e de blogueiros e jornalistas em geral, ao ímpeto censório da Ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPM).

Após dar queixa ao CONAR contra o comercial da HOPE, com Gisele Bündchen, apoiar o pedido, de parte da Secretaria de Mulheres dos Metroviários de São Paulo, de retirada do ar do quadro "Metrô Zorra Total", da Globo, e fazer "sugestões" feministas ao enredo da novela Fina Estampa, de Aguinaldo Silva, Iriny baixou o tom censório e passou a dar "explicações" sobre seus atos aos veículos de comunicação.

Em breve visita a sites feministas, que há até poucos dias atrás faziam tempestade em copo d'água contra a reação da sociedade aos destemperos da ministra, pude observar que o tema praticamente saiu de cena, inclusive do próprio site da SPM. Dos que visitei, apenas um ainda falava do caso, e, curiosidade, transcrevendo um texto do editor do site Ordem Livre, Diogo Costa (!!??), em defesa da ação da ministra junto ao CONAR.  Vejam aqui. Dizem que se trata de uma reprodução tirada do blog do Luis Nassif, que dispensa comentários, mas não encontrei a fonte original do texto.

De qualquer forma, para quem não sabe, o Ordem Livre é um site liberal. Parece que, a fim de justificar que, de fato, Iriny não teve intenções de censura, nada melhor que invocar um liberal para dar respaldo à treta. Que cara de pau! O fato de Iriny se ter valido de meios legais não respalda politicamente seus atos. Basta ver que o PT já anunciou, na semana passada, que voltará ao projeto agora denominado "marco regulatório da mídia", o novo eufemismo petralha para censurar os meios de comunicação. Supondo que tal estrovenga autoritária já estivesse legalizada, Iriny iria seguramente se valer dela para enquadrar a produção artística e publicitária dentro de seus dogmas de realismo socialista-feminista. Tudo dentro do respeito ao ordenamento jurídico nacional.

Então, se, de fato, o texto é do Diogo Costa, ele foi ingênuo ao analisar a questão apenas do ponto de vista do respeito da ministra às "regras do ordenamento jurídico nacional", esquecendo-se do entorno político em que suas ações e falas se deram. A sequência das falas de Iriny, todas de alguma forma no sentido de interferência na produção artística e publicitária brasileira, não deixa dúvidas sobre qual é a dela, o que inclusive condiz com os "princípios" que seu partido defende. Vale consultar inclusive os pensamentos da senhora em questão, em seu blog, para dirimir qualquer dúvida.

De qualquer forma, embora Iriny tenha conquistado seus 15 minutos de fama às custas de meios pouco louváveis, não deixa de ser positivo o recuo no tom arrogante e prepotente que marcou sua fala, em relação ao comercial da Hope, em que foi acompanhada por suas colegas feministas socialistas de plantão. E até a próxima, que seguramente próximas virão. Nessa perspectiva inclusive, deixo ainda link, para texto bem antenado do Tony Goes, sobre o assunto, ao contrário do artigo do Diogo Costa* que se deixou prender a formalismos e não viu o pano de fundo da história toda.  

*Atualização: O pessoal do Ordem Livre me escreveu dizendo que o texto, em defesa da iniciativa da ministra Iriny Lopes, junto ao CONAR, citado no site Agência Patrícia Galvão (ver link acima), não é de fato de Diogo Costa. 

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