8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

63 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: alguns humanos continuam menos humanos que outros

Dia 10 de dezembro (sábado agora) marcou a celebração dos 63 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se inicia com a célebre frase: Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Decidi transcrever abaixo a declaração na íntegra (bem como um vídeo a respeito) em parte também pelo meu inconformismo diante do quanto ela é pouco aplicada em nosso país e no mundo. Na semana passada, na quinta-feira (08/12), tivemos mais um embate entre conservadores religiosos e ativistas pelos direitos LGBT, em Brasília, por conta da discussão sobre o chamado projeto contra a homofobia, que há 10 anos não avança no Legislativo brasileiro.



O clima era de grande hostilidade e antagonismo entre os contra e a favor do projeto, bastante "amaciado" pela Senadora Marta Suplicy, com vistas a obter algum consenso com religiosos a respeito do mesmo. Ainda assim, prevendo derrota, Marta pediu novo adiamento.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vamos plantá-las? Hoje é Dia da Árvore!

Hoje, dia 21 de setembro, é Dia da Árvore. Que tal plantar uma? Um mundo melhor e mais verde depende da gente. De cada um de nós. Faça parte dessa corrente. Abaixo mais informações sobre esse dia que antecede a mais bela das estações, a Primavera, minha estação preferida. Repito a música Primavera, do Tim Maia, que postei no ano passado, em sua homenagem. Aliás, este artigo é reciclado.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

15 de Setembro: Dia Internacional da Democracia

Hoje é Dia Internacional da Democracia. Postei um vídeo abaixo sobre ela em inglês. Fiz uma tradução livre do texto do vídeo! Espero que gostem.

Neste momento delicado em que vivemos, mais do que nunca importante refletir sobre a democracia e celebrá-la.

O que é a democracia?
A democracia não é apenas uma idéia, uma crença, uma série de princípios!
Não fala apenas sobre liberdade, igualdade, segurança.
Não é apenas um sonho.
Não é tão somente uma forma de governo.
A democracia não é simplesmente um meio de empoderamento através do qual as pessoas têm a oportunidade de participar dos processos de tomada de decisão.
A democracia é o sucesso de todos esses fatores mencionados.
Ela é essencial para se viver bem, sustentavelmente, em prosperidade.
A democracia é a chance que temos de construir uma vida melhor!

15 de Setembro – Dia Internacional da Democracia
Apóie o voto distrital e as marchas contra a corrupção que dão mais poder ao povo, ao governo do povo que é a democracia. Vamos cuidar dessa planta com muito carinho para que ela sempre possa florescer!  #DiaInternacionalDaDemocracia

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de Setembro: um ataque à democracia e suas consequências

Em setembro de 2001, eu estava de repouso em casa por causa de uma contratura nas costas que me dificultava o movimento do braço. Tinha dormido mal, pela dor, e estava meio sonada, pelo efeito dos antiinflamatórios que tomara antes de deitar. Entrei na Internet, de manhã, a fim de ver as notícias do dia nos portais, quando fiquei sabendo que os Estados Unidos estavam sob ataque. A imagem que eu vi era a do primeiro avião que atingira uma das torres do World Trade Center.

Até despertei da minha letargia pelo espanto diante daquela imagem chocante e até então só imaginável em filmes-catástrofe. Imediatamente liguei a televisão em busca de outras informações e fiquei o dia inteiro de olho pregado na tela, vendo todo o horror que se desenrolava. Até o Bush me pareceu razoável, naquele dia fatídico, tal foi minha empatia pela dor dos americanos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Estão voltando as flores: Manifestações contra a corrupção põem jovens na rua de novo!

Ontem - como não se via há muito tempo - jovens sobretudo, acompanhados de gente boa de diferentes gerações, foram às ruas do Brasil para protestar contra a corrupção que ameaça as estruturas da democracia brasileira, sempre tão frágil. Sem sindicalistas e movimentos sociais pelegos, sem partidos, organizada fundamentalmente pelas redes sociais da Internet, a garotada vestiu preto e pintou a cara de verde e amarelo para protestar contra a sangria da vigarice que degenera o país. A corrupção no Brasil drena entre R$50,8 bilhões e R$84,5 bilhões por ano dos cofres públicos, algo em torno de 1,4% a 2,3% do PIB de 2010. Essa quantidade enorme de dinheiro que sai do bolso de quem trabalha, na forma de impostos vários, está enriquecendo uma minoriade vigaristas enquanto hospitais continuam sucateados, com gente morrendo na fila sem atendimento, escolas e universidades continuam apenas em obras, metade da população não tem saneamento básico, a infraestrutura do país, também sucateada, onera a economia brasileira, e a segurança pública é um desastre.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Clipping legal: 29 de Agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo

Rita Hayworth em Gilda. Fumar já foi glamouroso até a medicina revelar que dava câncer
Veja foto-montagem de ícones do cinema sem o cigarro que os acompanhava
RIO - Estima-se que cinco milhões de pessoas morrem por ano no mundo por doenças decorrentes do tabagismo, 200 mil só no Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde. Ainda em escala global, 70% dos óbitos por câncer de pulmão acontecem por causa do cigarro e 42% no caso das doenças respiratórias, números importantes de serem lembrados nesta segunda-feira, Dia Nacional de Combate ao Fumo. O governo brasileiro tem ampliado as ações para atrapalhar a vida de quem insiste neste hábito. Na última semana, foi regulamentada a Medida Provisória 540/2011, que prevê aumento na carga tributária dos cigarros, além da fixar preço mínimo de venda no varejo.

A meta é reduzir a frequência de fumantes em diferentes grupos, incluindo adolescentes e adultos. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2010 apontou 15% de fumantes na população adulta do Brasil. Já um levantamento que estuda os indicadores entre os adolescentes revelou que 6,3% dos estudantes do 9º ano (13 a 15 anos de idade) relataram ter fumado nos 30 dias anteriores à entrevista.

Ainda nesta segunda, o Ministério lança um estudo sobre a situação do tabagismo, que traz informações novas a respeito dos avanços do hábito de fumar no país.

Para quem já experimentou as mazelas de se viciar no cigarro e agora pensa em parar, Vera Colombo, da Divisão de Tabagismo no Instituto Nacional do Câncer (Inca), lista as três alternativas disponíveis hoje que são recomendadas pelo Ministério da Saúde. Segundo Vera, de 90% das pessoas que tentam parar de fumar, apenas 3% conseguem fazer isso sozinhas.

- O tabagismo tem um componente psicológico e de condicionamento. Os medicamentos não tratam esses aspectos, que precisam ser trabalhados. A pessoa tem que entender que a tentativa de parar provoca reações, lentidão, sonolência, irritação. É preciso aprender a lidar com esses sintomas, que levam em torno de três semanas para sumir - explica ela.

Confira abaixo a lista de tratamentos para fumantes validadas pelas autoridades no país:

Goma de mascar: Ela é dura, como um chiclete velho. Depois de um tempo de mastigação, a pessoa a coloca do lado da boca, e é quando a nicotina passa a ser liberada. A periodicidade de uso depende da necessidade do indivíduo. Não precisa de prescrição médica.

Adesivos: são repositores de nicotina. O indivíduo recebe a substância, mas fica livre de todas as outras muito nocivas à saúde. Ela vai se diluindo até a pessoa conseguir parar de fumar. Isso dura em torno de três meses. O adesivo precisa ser trocado a cada 24 horas. Também não requer prescrição médica.

Bupropiona: É um antidepressivo que foi descoberto por acaso. Os pacientes faziam uso da medicação e paravam de fumar. Precisa de prescrição médica.

Fonte: O Globo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Memória não retém atrocidades do comunismo

23 de agosto é o Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários,  estabelecido porque,  em 23/08/1939, Hitler e Stálin, firmaram o pacto nazi-comunista de divisão da Europa. Mais infos: http://bit.ly/mS3ag3

Entretanto, apesar dos laços familiares que unem os dois monstros sanguinários do século passado, nazismo e comunismo, apenas o nazismo foi definido como o Mal encarnado, mas não seu irmão comunista. Tal fato tem possibilitado não só a falta de punição para os criminosos vermelhos como também a permanência de suas ideias, entre nós, como algo aceitável.

Como uma homenagem às vítimas do terror comunista, mais de 100 milhões de pessoas (as cifras vêm aumentado com novas descobertas de arquivos), transcrevo abaixo texto do cientista político francês, Alain Besançon, que explica os porquês dessa diferença de tratamento entre os dois gêmeos malignos. É longo, mas vale a pena a leitura. Notas ao fim do texto.

Memória não retém atrocidades do comunismo

Apesar de comunismo e nazismo serem `gêmeos heterozigotos', a memória histórica só registra os horrores nazistas, enquanto os comunistas caem no esquecimento

ALAIN BESANÇON[i]
Especial[ii]

Existe um acordo bastante geral entre os historiadores sobre o grau de conaturalidade entre o comunismo do tipo bolchevique e o nacional-socialismo. Acho feliz a expressão de Pierre Chaunu: gêmeos heterozigotos. Essas duas ideologias assumiram o poder no século 20[1].
Elas têm por objetivo chegar a uma sociedade perfeita, extirpando o princípio mau que se opõe a isso. Em um caso o princípio maligno é a propriedade e, conseqüentemente, os proprietários, e depois, como o mal subsiste após a "liquidação enquanto classe" destes, a totalidade dos homens, corrompidos pelo espírito do "capitalismo", que acaba de se insinuar dentro do próprio partido comunista. No outro caso, o princípio maligno está localizado nas raças ditas inferiores, em primeiro lugar os judeus, e depois, uma vez que o mal continua a subsistir após seu extermínio, é preciso persegui-lo em outras raças, incluindo a própria "raça ariana", cuja "pureza" está poluída. Comunismo e nazismo invocam para sua legitimidade a autoridade da ciência. Propõem-se a reeducar a humanidade e criar um homem novo.

Essas duas ideologias dizem-se filantrópicas. O nacional-socialismo quer o bem do povo alemão e declara prestar serviço à humanidade, exterminando os judeus. O comunismo leninista quer diretamente o bem da humanidade inteira. 

É o universalismo do comunismo que lhe confere uma vantagem imensa sobre o nazismo, cujo programa não é exportável. As duas doutrinas propõem ideais elevados, próprios para suscitar devoção entusiasta e atos heróicos. Elas ditam, entretanto, também o direito e o dever de matar. Para citar Chateaubriand e suas palavras aqui proféticas: "No fundo desses diversos sistemas repousa um remédio heróico confesso ou subentendido: este remédio é matar[2]." E Victor Hugo: "Você pode matar este homem com tranqüilidade."

Ou categorias inteiras de homens. Foi o que essas doutrinas fizeram quando acederam ao poder, a uma velocidade desconhecida na história. É por isso que, aos olhos daqueles que são estranhos ao sistema, nazismo e comunismo são criminosos. Igualmente criminosos? Por ter estudado a ambos e conhecendo os recordes de intensidade no crime do nazismo (a câmara de gás) e em extensão do comunismo (mais de 70 milhões de mortes), o gênero de perversão das almas e dos espíritos operada pelos dois, creio que não devemos entrar nessa discussão perigosa. E que é preciso responder simplesmente e com firmeza: sim, igualmente criminosos.

UMA PERGUNTA
O que indagamos é o seguinte: como é possível nos dias de hoje que a memória histórica os trate com desigualdade e a ponto de parecer esquecer o comunismo? A respeito desta desigualdade não precisamos nos estender. Desde 1989, a oposição polonesa, liderada pelo primaz da Igreja Católica, recomendava o esquecimento e o perdão.

Na maioria dos países que saíram do comunismo nunca se falou em castigar os responsáveis que haviam matado, privado da liberdade, arruinado, embrutecido seus súditos durante duas ou três gerações. Salvo na Alemanha Oriental e na República Checa, os comunistas foram autorizados a continuar seu jogo político, o que lhes permitiu retomar o poder aqui e ali. Na Rússia e em outras repúblicas, os membros do corpo diplomático e da polícia foram mantidos. No Ocidente, essa anistia de fato foi julgada favoravelmente.
Comparou-se a confirmação da nomenklatura à evolução dos antigos jacobinos.
Há algum tempo, a mídia voltou a falar naturalmente da "epopéia do comunismo". [3] O passado kominterniano do Partido Comunista, devidamente exposto e documentado, não o impede de ser aceito pela democracia francesa.
Em comparação, a damnatio memoriae (supressão da memória do condenado à morte por crime infamante) do nazismo, longe de conhecer a menor prescrição, parece agravar-se todos os dias. A vasta biblioteca aumenta a cada ano.
Museus, exposições alimentam - e com razão - o horror do crime.[4]
Consultemos, na Minitel, o serviço de documentação de um grande vespertino. [5] Selecionemos a partir de palavras-chave os "assuntos", que foram processados de 1990 a 14 de junho de 1997, dia de minha consulta. Para "nazismo", havia 480 ocorrências. Para "stalinismo", 7. Para "Auschwitz", 105. Para "Kolyma", 2, para "Magadan", 1, para "Koroupaty", 0. Para "fome na Ucrânia" (5 a 6 milhões de mortos, em 1933), 0. Essa pesquisa só tem um valor indicativo.
Alfred Grosser, a respeito de seu livro La Mémoire et L'Oubli (A Memória e o Esquecimento), declarava em 1989: "O que peço é que quando pesamos a responsabilidade dos crimes passados, apliquemos os mesmos critérios a todos."[6]  É verdade, mas é muito difícil e é como simples historiador e não como juiz que eu queria hoje apenas sine ira ac studio (sem ira nem parcialidade), tentar interpretar os fatos. Não posso sonhar em esgotar o assunto. Mas posso pelo menos enumerar uma lista não limitativa de fatores.
SETE EXPLICAÇÕES 1 - O nazismo é mais bem conhecido que o comunismo porque o armário de cadáveres foi aberto pelas tropas aliadas e porque vários povos europeus ocidentais tiveram com ele uma experiência direta. Perguntei com freqüência a platéias de estudantes se tinham tomado conhecimento da fome artificial organizada na Ucrânia em 1933. Eles nunca haviam ouvido falar nisso. O crime nazista foi principalmente físico. Não contaminou moralmente suas vítimas e suas testemunhas, das quais não se exigia uma adesão ao nazismo. Ele é portanto demarcável, flagrante. A câmara de gás concebida para exterminar artificialmente uma porção delimitada da humanidade é um fato único. O Gulag, o Laogai continuam envoltos em mistério e permanecem como objeto distante, indiretamente conhecido. Uma exceção: o Camboja, cujas pilhas de mortos descobrimos na atualidade[7].
2 - O povo judeu assumiu a memória da Shoah. É para ele uma obrigação moral que se inscrevia na longa memória de perseguições: uma obrigação religiosa ligada ao louvor ou à interrogação apaixonada, à maneira de Jó, do Senhor que prometeu proteger seu povo e pune a injustiça e o crime. A humanidade inteira deve, portanto, agradecer à memória judia por ter conservado piedosamente os arquivos da Shoah[8]. O enigma existe para os povos que esqueceram - e falarei disso no momento certo. Acrescentemos o fato de que o mundo cristão procede desde esse acontecimento a um exame de consciência e sente-se intimamente atingido por uma ferida indelével.[9]
3 - A inclusão do nazismo e do comunismo no campo magnético polarizado pelas noções de direita e de esquerda. O fenômeno é complexo. De um lado, a idéia de esquerda acompanha a entrada sucessiva das classes sociais no jogo político democrático. Mas é preciso observar que a promoção da classe operária americana excluiu a idéia socialista, e a classe operária inglesa, alemã, escandinava, espanhola, ao mesmo tempo que aumentava seu poder, opôs uma recusa majoritária à idéia comunista. Foi apenas na França e na Checoslováquia, imediatamente antes da guerra, e mais tarde na Itália, que o comunismo pode pretender se identificar com o movimento operário e tornar-se, assim, um dos membros de direito da esquerda. Acrescentemos que na França, como lembrou François Furet, historiadores como Mathiez, admiradores da Grande Revolução, fizeram imediatamente um paralelo entre Outubro de 1917 e 1792, comparando o terror bolchevique com o terror jacobino.
Por outro lado, muitos historiadores de antes da guerra tinham uma consciência viva das raízes socialistas ou proletárias do fascismo italiano e do nazismo alemão. Invoco o testemunho de Elie Halévy em seu livro clássico, História do Socialismo Europeu, publicado em 1937. O capítulo III da quinta parte é dedicado ao socialismo na Itália fascista. O capítulo IV, ao nacional-socialismo. Este último regime, ao dizer-se anticapitalista, despojando ou eliminando as antigas elites; ao conferir a si próprio uma forma revolucionária, tinha algum motivo para constar em uma história do socialismo, o que hoje seria inconcebível.
4 - A guerra, ao amarrar uma aliança militar entre as democracias e a União Soviética, enfraqueceu as defesas imunológicas ocidentais contra a idéia de comunismo, apesar de serem muito fortes no momento do pacto Hitler-Stalin, e provocou uma espécie de bloqueio intelectual. Para empreender uma guerra com o coração, uma democracia precisa que seu aliado tenha um certo grau de respeitabilidade; se necessário, ela lhe empresta. O heroísmo militar soviético assumia, encorajado por Stalin, uma forma puramente patriótica e a ideologia comunista, mantida na reserva, ficava escondida. Ao contrário da Europa Oriental, a Europa Ocidental não havia tido a experiência direta da chegada do Exército Vermelho. Esta foi, portanto, vista como libertadora, da mesma forma que os outros exércitos aliados, o que não correspondia à visão dos bálticos, nem dos poloneses. Os soviéticos foram juízes em Nuremberg.[10] As democracias concordaram com sacrifícios muito pesados para abater o regime nazista. Só aceitaram depois sacrifícios mais leves para conter o regime soviético e, por fim, para ajudá-lo a manter-se, movidas pelo afã da estabilidade. O nazismo desabou por si mesmo, e sobre seu próprio vazio, sem que as democracias tivessem muito a ver com isso. Sua atitude não podia ser a mesma, nem seu julgamento igual nem sua memória imparcial.
5 - Um dos grandes sucessos do regime soviético é ter difundido e imposto pouco a pouco sua própria classificação ideológica dos regimes políticos modernos. Lenin os reduzia à oposição entre socialismo e o capitalismo. Até os anos 30, Stalin conservou essa dicotomia. O capitalismo, também chamado de imperialismo, englobava os regimes liberais, os regimes social-democratas, os regimes fascistas e, finalmente, o nacional-socialismo. Isso permitia aos comunistas alemães equilibrar a balança entre os "social-fascistas" e os nazistas. Mas, ao decidir a política dita das frentes populares, a classificação passou a ser a seguinte: o socialismo (ou seja, o regime soviético), as democracias burguesas (liberais e social-democratas) e finalmente o fascismo. Sob o nome de fascismo estavam agrupados o nazismo, o fascismo de Mussolini, os diversos regimes autoritários que dominavam na Espanha, em Portugal, na Áustria, na Hungria, na Polônia, etc. e, finalmente, as extremas direitas dos regimes liberais. Uma cadeia contínua ligava, por exemplo, Chiappe a Hitler, passando por Franco, Mussolini, etc. A especificidade do regime nazista foi apagada. Além disso, ele estava fixado à direita, sobre a qual projetava sua luz negra. Tornou-se a direita absoluta, enquanto o sovietismo era a esquerda absoluta.
O fato espantoso é que, num país como a França, essa classificação tenha se incrustado na consciência histórica. Consideremos os manuais franceses de história, destinados ao ensino secundário e superior. A classificação é geralmente a seguinte: o regime soviético; as democracias liberais, com sua esquerda e sua direita; os fascismos, ou seja o nazismo, o fascismo italiano, o franquismo espanhol, etc.
É uma versão atenuada da vulgata soviética. Em compensação, não encontramos com freqüência nesses manuais a classificação correta, sobre a qual os historiadores atuais estão de acordo, mas que havia sido proposta desde 1951 por Hannah Arendt, ou seja: o conjunto dos dois únicos regimes totalitários, comunismo e nazismo, os regimes liberais, os regimes autoritários (Itália, Espanha, Hungria, América Latina) que dizem respeito às categorias clássicas da ditadura e da tirania descritas desde Aristóteles.[11]

O mal sempre esteve centrado nos nazistas
A memória do comunismo permanece confusa, mas a das atrocidades na Alemanha é recorrente  
6 - A fraqueza dos grupos capazes de conservar a memória do comunismo.
O nazismo durou 12 anos. O comunismo europeu, dependendo dos países, entre 50 e 70 anos. A duração tem um efeito auto-anistiante. Durante esse tempo imenso, a sociedade civil foi atomizada, as elites foram sucessivamente destruídas, substituídas, reeducadas. Todo mundo, ou quase, de cima para baixo, adulterou, traiu, degradou-se moralmente. E, mais grave ainda, a maior parte daqueles que teriam condições de pensar foi impedida de conhecer sua história e perdeu a capacidade de análise. Ao ler a literatura russa de oposição, que é a única literatura verdadeira do país, ouvimos uma queixa pungente, a expressão comovente de um desespero infinito, mas quase nunca encontramos uma análise racional.[12] A consciência do comunismo é dolorosa, mas permanece confusa.
Hoje, os jovens historiadores russos interessam-se pouco por esse período condenado ao esquecimento e ao repúdio. O Estado, aliás, esconde os arquivos. O único setor que poderia ter conservado a memória lúcida do comunismo é o da dissidência, nascida por volta de 1970. Mas ela se decompôs rapidamente em 1991 e não foi capaz de participar do novo poder. Foi por essa razão que sua tentativa de criar um memorial não deitou raízes nem pôde desenvolver-se.
É de fato necessário que o órgão que tem por função conservar a memória atinja uma certa massa crítica, pelo número, o poder, a influência. Os armênios não atingiram de forma alguma uma certa massa crítica.[13] E menos ainda os ucranianos, os casaques, os chechenos, os tibetanos, sem falar de tantos outros.
CONSCIÊNCIA MORAL Nada é tão problemático, após a dissolução de um regime totalitário, quanto a reconstituição da consciência moral e da capacidade intelectual normais de um povo. A esse respeito a Alemanha pós-nazista encontrava-se em melhor posição que a Rússia pós-soviética. A sociedade civil não teve tempo de ser destruída em profundidade. Julgada, punida, desnazificada pelos Exércitos ocidentais, ela foi capaz de acompanhar esse movimento de purificação, julgar-se a si mesma, lembrar-se e arrepender-se.
Não foi assim na Europa Oriental, e o Ocidente tem sua parte de responsabilidade nisso. Quando os comunistas russos transformaram sua posse geral dos bens em propriedade legítima, quando legitimaram seu poder de fato pelo sufrágio universal, quando substituíram o leninismo pelo nacionalismo mais chauvinista, o Ocidente julgou inoportuno pedir-lhes explicações. Foi o pior que poderiam ter feito pela Rússia. A ubiqüidade das estátuas de Lenin nas praças públicas da Rússia é apenas o sinal visível de um envenenamento das almas cuja cura levará anos.

ACIDENTE METEOROLÓGICO
Do lado ocidental, a vulgata histórica deixada pelo Komintern das frentes populares está longe de ser apagada. O fato de a idéia leninista ter sido envolvida pela idéia de esquerda, que teria todavia horrorizado Kautski, Bernstein, Léon Blum, Bertrand Russell e mesmo Rosa Luxemburgo, faz com que hoje essa idéia seja equiparada a um avatar infeliz, ou a uma espécie de acidente meteorológico dessa mesma esquerda, e agora que ela desapareceu, permanece como um projeto respeitável que não deu certo.
7 - A amnésia do comunismo leva à hipermnésia do nazismo e, reciprocamente, quando a memória simples e justa basta para condenar um e outro. É um traço da má consciência ocidental, há séculos, que o centro do mal absoluto deve encontrar-se em seu seio. A opinião mudou sobre essa localização. O mal se localizou umas vezes na África do Sul do apartheid, na América da Guerra do Vietnã. Mas sempre esteve centralizado na Alemanha nazista. [14] 
A Rússia, a Coréia, a China e Cuba eram sentidas como externas, ou empurradas para fora na medida em que se preferia desviar os olhos. O vago remorso que acompanhava esse abandono era compensado por uma vigilância, uma concentração ferrenha da atenção sobre tudo que tinha entrado em contato com o nazismo, sobre Vichy em primeiro lugar ou sobre essas idéias perversas que supuram em alguns núcleos das extremas direitas européias.
O PERIGO DAS FALSIFICAÇÕES
Um dos traços do século 20 é não apenas - além de sua história ter sido horrível, no que diz respeito ao massacre do homem pelo homem - que a consciência histórica, o segundo explica o primeiro, teve uma dificuldade particular em orientar-se corretamente.
George Orwell observou que muitos se haviam tornado nazistas por um horror motivado do bolchevismo, e comunistas por um horror motivado do nazismo.
Isto mostra o perigo das falsificações históricas. Presenciamos uma que se está formando e seria pena se legássemos ao próximo século uma história deturpada.
O inverossímil, o impensável - Para concluir, uma esperança. Foram necessários anos para se tomar uma consciência completa do nazismo porque ele superava tudo o que acreditávamos ser possível e a imaginação humana foi impotente para compreendê-lo. Isso poderia também acontecer com o comunismo, cujas obras abriram um abismo igualmente profundo, e foram protegidas, como Auschwitz o foi até o ano de 1945, pelo inverossímil, pelo incrível, pelo impensável. O tempo, cuja função é desvendar a verdade, desempenhará talvez, mais uma vez, seu papel. (A.B.)












[1] Ambas têm suas raízes na filosofia romântica alemã, embora não pertençam à mesma família. Os grandes filósofos românticos não têm evidentemente nenhuma responsabilidade sobre estes rebentos bastardos e monstruosos.
Gêmeos eles são certamente, entre seu nascimento existe uma distância de aproximadamente 15 anos - da ascensão de um e de outro ao poder. Isto faz com que o nazismo seja analisável em parte (só em parte, pois ele não se reduz a isso) a uma reação ao bolchevismo. Imitou-o em várias de suas instituições: polícia política, campos de concentração, propaganda.
Inversamente, algumas vezes Stalin seguiu a escola de Hitler. Assim, foi "A Noite dos Longos Punhais" que lhe sugeriu o grande expurgo que começou em dezembro de 1934. Generosamente, ele multiplicou o número de vítimas por mil.

[2] E Chateaubriand acrescenta: "Massacrem impiedosamente tudo que impede o gênero humano de avançar. A cura de todos os males, diz o homem, é a morte. Mas a morte deixa viver o mal e só mata o perverso; o céu havia dito: É a paciência. A paciência mata o mal e deixa morrer o perverso" (Memórias de Além Túmulo. IV, XII, 7).
[3] Os voluntários das Brigadas Internacionais receberam na França o status de antigos combatentes. Alguns deles, depois de ter combatido na Espanha, permaneceram em casa durante todo o tempo em que os alemães ocuparam seus países.
[4] O menor contato intelectual com o nazismo, mesmo em uma época em que sua criminalidade não era ainda conhecida ou estava apenas em gestação, basta para desonrar artistas e escritores célebres, como Cioran. No mesmo ano em que as atividades de Cioram antes da guerra eram reveladas, as obras de Aragon eram publicadas na Pléiade, em meio a um concerto unânime de louvores, sem que se fizesse referência, a não ser para desculpá-lo, a sua longa performance stalinista.
[5] Código: 3617 LMDOC.
[6] Le Figaro, 16 de novembro de 1989.
[7] Nunca ouvi dizer que os jornalistas que aprovaram a "libertação de Phnom Penh" e elogiaram Pol Pot, torturados pelo remorso, tenham entrado para o convento.
[8] O célebre filme sobre a Shoah, disse-me Henri Amoureux, nunca foi projetado na União Soviética, nem mais tarde na Rússia. No tempo do sovietismo era proibido fazer menção aos judeus em particular, uma vez que de acordo com a classificação geral dos regimes, só existem "vítimas do fascismo". Hoje, existe talvez a preocupação de não suscitar entre os espectadores a lembrança de fatos semelhantes de que foram testemunhas.
[9] Não é o caso dos muçulmanos, que não se sentem tão atingidos.
[10] Sabemos que o procurador soviético quis a condenação dos dirigentes nazistas pelo crime de Katyn. Os juízes americanos, ingleses e franceses conseguiram que esta questão, sobre a qual já tinham aliás uma opinião formada, não fosse levantada. Foi preciso esperar a queda do comunismo na Rússia para que a responsabilidade do governo soviético fosse oficialmente reconhecida. Nenhum dos que cometeram o crime foi processado.

[11] Temos de notar aqui duas outras versões. A primeira, que foi em um determinado momento preferida por De Gaulle, tendia a afastar o fato ideológico. Permanecia, portanto, o fato nacional e a tradição histórica, a Rússia, a Alemanha, o acordo das nações, a simetria dos dois impérios - o russo e o americano. Esta interpretação possuía um certo valor prático, mas deixava de lado muitos fatos e expunha a alguns perigos. A segunda teve, após o Concílio Vaticano II, um certo sucesso no mundo cristão. Ela aceitava mais ou menos conscientemente a versão soviética, na medida em que admitia o fato de que o mundo estivesse dividido entre uma sociedade socialista e uma sociedade capitalista. Ora, não existe sociedade socialista, só existem regimes de tipo soviético, e, por outro lado, o mundo ocidental não se deixa reduzir ao conceito de capitalismo. Feita esta concessão, restava propor a utopia de uma terceira via diferente e eqüidistante do socialismo e do capitalismo, eles próprios sem outra realidade nem substância, a não ser ideológica.

[12] É isto que faz o valor de um texto como o de Andrei Amalrik: A União Soviética Sobreviverá em 1984?, tradução para o francês de Michel Taru e prefácio de Alain Besançon (Fayard, 1970) e alguns dos ensaios de Alexandre Zinoviev.
[13] Sabemos que eles não conseguem fazer com que a Turquia reconheça o genocídio de que foram vítimas em 1915.
[14] Um exemplo, na edição de Esprit de junho de 1997, dedicada aos problemas religiosos de nosso tempo, fala-se freqüentemente no mal absoluto tal como ocorreu em nosso século. A referência é sempre o nazismo, e nem uma vez, por mais que eu tenha lido este número, ao comunismo, embora os autores não tenham provavelmente simpatia por este regime. Mas não pensaram nisto em suas análises. 










[i] Cientista político, o francês Alain Besançon (Paris, 25 de abril de 1932) notabilizou-se, como professor da Universidade de Paris ( É diretor de estudos da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, entre outras instituições), por seus profundos estudos e conhecimento da história da Rússia e da antiga União Soviética. Antigo comunista na época do stalinismo, passou a adotar uma posição crítica à ideologia comunista e outras ideologias totalitárias.

Sem formação de economista, ele conseguiu fazer uma das análises mais bem estruturadas do funcionamento da economia da ex-União Soviética, desde os tempos de Lenin, com uma visão própria. Como um dos historiadores franceses mais originais, ele agiu como um cirurgião, afastando pouco a pouco os tecidos, para expor a "raiz profunda do mal". Em 1981, num seminário sobre filosofia política em São Paulo, ele previu o desmoronamento da URSS. "É melhor morar numa favela de São Paulo do que em Leningrado", disse.
[ii]  Publicado em O Estado de São Paulo - 15/02/98 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

19 de agosto: Dia do Orgulho das Lésbicas no Brasil!

Cansadas dos abusos, incluindo violência policial, dos donos do bar que freqüentavam, o Ferro’s Bar, que as impediam de vender seu boletim dirigido às lésbicas, num bar sustentado por lésbicas, mulheres do Grupo Ação Lésbica Feminista fizeram uma demonstração de protesto em frente a esse estabelecimento, no dia 19 de agosto de 1983, com apoio de ativistas gays, feministas e parlamentares da época. Primeira demonstração do gênero no Brasil, foi chamada por publicações LGBT da época de nosso pequeno Stonewall Inn (28 de junho), resgatada por grupos lésbicos e gays e também celebrada e relembrada anualmente.

Como o dia internacional do orgulho gay, 28 de junho, ambas as datas têm muito em comum: ocorreram em dois grandes centros urbanos, Nova York e São Paulo, em tempos sombrios (no Brasil ainda vivíamos sob a ditadura militar), quando a homossexualidade era considerada doença, pecado ou sem-vergonhice e vítima de intensa repressão. Ambas as datas foram tiradas da plenária da Vida e não das plenárias dos interesses espúrios de partidos e movimentos oportunistas. Por isso, delas temos orgulho hoje e sempre!
Veja abaixo o vídeo que resume a história da data!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Notas políticas e outras notas! 20/07 - Feliz dia dos amigos!


Hoje, no Brasil,  é dia do mais nobre dos sentimentos humanos: a amizade, aquela que, nas palavras do poeta Mário Quintana, é o amor que nunca morre.  Hoje também a humanidade aportou na lua 42 anos atrás (20/07/1969), quase no fim do dia. Um feito memorável.

Um bom dia para nascer, portanto, o que me aconteceu há 57 anos. Quem diria. Ainda estou por aqui firme e forte. Por isso, para homenagear o dia em que nasci, dia da amizade, deixo abaixo vídeo com Elis Regina cantando Canção da América.  Deixo também de comentar sobre a corrupção nossa de cada dia, embora a cite nos links abaixo a fartar, pois nada é mais incompatível com a amizade do que a sordidez da desonestidade pessoal ou política.

Política: Corrupção
Até Elio Gaspari afirma que o centro da corrupção do governo fica no palácio do Planalto: Como o governo vai reagir às denúncias de Elio Gaspari? - CBN: http://glo.bo/qEnvaT
Já faz tempo que tenho claro que nós estamos na base do "ou o Brasil ou o PT e sua base de bandidos aliados". A paga da praga http://t.co/UBpDTc9
Não aguento mais. E você? O governo aperfeiçoa o Código Especial para Bandidos de Estimação com a prescrição do crime por perda de emprego http://bit.ly/qePlQA
Veja a cronologia da crise no Ministério dos Transportes http://bit.ly/rc4Iri

Ideologia:
Fascismo de esquerda: UnB usa tribunal ilegal para perseguir opositores http://t.co/tnLHwxz
Sabiam desta? Mais um ataque a democracia vindo de suas excrescências senadoras: Estado de Direito Alternativo: http://t.co/hYzTI4k

Saúde:
Pela saúde dos amigos: Mais de 50% dos casos de Alzheimer podem ser prevenidos http://t.co/GR6qdeT

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dilma Ruimseff: o melhor da Parada Gay

São Pedro decidiu brigar com São Paulo e a Parada LGBT de Sampa transcorreu com frio e chuva (ou de repente foi praga de evangélico). Ficou menos colorida por conta disso, mas não menos povoada. De resto, clima de festa, porém sem muita reivindicação.

O formato atual da Parada precisaria mudar para que ela se tornasse mais política sem perder a graça. A sugestão - já levantada por muitos - de se imitar o carnaval da Bahia, formando blocos temáticos para seguir os trios e ainda levantar uma verba com a venda de camisetas e outros adereços é uma alternativa interessante. Os blocos temáticos poderiam carregar faixas mais reivindicativas, com cordões de isolamento protegendo seus participantes.

Difícil será convencer a direção da Associação da Parada LGBT de SP a mudar sua visão de mundo. Em guerra com as casas comerciais LGBT há tempos, porque cobra delas uma exorbitância para simplesmente colocarem um trio na avenida, que as casas não querem pagar, a APOGLBT vem transformando cada vez mais a Parada num desfile de trios institucionais e pelegos.

A lista oficial dos trios dá bem a dimensão do problema: 4 trios são da própria Associação (o financiamento é governamental); 3 outros são de sindicatos e entidade ligados ao PT e ao governo, como a CUT, a Apeoesp, o Sindicato dos Comerciários e a UNE, outros 2 são da prefeitura de São Paulo (Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual); outro da conhecida organização desarmamentista, Eu sou da Paz; outra, uma empresa chamada Orion Cosméticos. Apenas 4 trios são ligados a casas LGBT (Nostro Mondo, Salete Campari e Disponível.com) e a uma ONG LGBT (ONG ABCD’s). Veja a lista dos trios na ordem clicando aqui.
 
Segundo o porta-voz da APOGLBT, Leandro Rodrigues, em entrevista ao UOL, as casas veem os participantes do evento como cifrões e não como cidadãos que querem direitos, embora as casas trabalhem para a população LGBT o ano inteiro, não só na Parada, além de gerar emprego e pagar impostos. Curioso que, apesar de ver algo de errado no fato de empresas quererem lucro, a Associação da Parada não se incomoda de deixar o evento ser tomado por sindicatos que vivem de imposto obrigatório em relação ao qual, por obra do pilantrão Lula da Silva, não precisam prestar contas a ninguém. Esse tipo de lucro pode!!?? Vejam no vídeo abaixo as diferentes posições sobre o assunto.



Enfim, politizada a Parada está até demais, político-partidarizada, melhor dizendo, com uma mínima representatividade civil LGBT. Por isso, o melhor dessa 15ª edição da Parada ficou por conta da drag queen Verônica Dimitri, 36, que encarnou a presidente Dilma Ruimseff em plena avenida. Veja a senhora Ruimseff abaixo:

terça-feira, 17 de maio de 2011

17 de maio: Dia Internacional contra a Homofobia (2011)

Em 17 de maio de 1990, a Assembléia Geral da Organização Mundial de Saúde aprovou a retirada do código 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacional de Doenças, declarando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. A nova classificação entrou em vigor entre os países-membros das Nações Unidas em 1993.

Em 2003, em homenagem a esse evento significativo para os direitos da população LGBT, a Associação Internacional de Gays e Lésbicas (ILGA) estabeleceu a data como Dia Internacional contra a Homofobia.

Este ano, em Brasília, haverá no dia 18 (amanhã), em referência à data internacional contra a homofobia, a partir das 09:00, na Esplanada dos Ministérios, a II Marcha Nacional contra a Homofobia, tendo como objetivo reivindicar o casamento civil (também união estável) e a aprovação do polêmico projeto de lei complementar 122 (PLC 122). No dia de hoje, realiza-se o 8º Seminário LGBT, que acontece no Auditório Nereu Ramos, na Câmara Federal.

Informe atualizado com dados de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

Grandes poetas brasileiros pelo Dia Nacional da Poesia

Mário Quintana
Hoje é Dia Nacional da Poesia, também aniversário do poeta Castro Alves (aquele do belo Navio Negreiro), poesia onde as palavras buscam ir além do significante, onde pintam, tocam música e bordam. Já cometi algumas, embora ande menos lírica e mais prosa ultimamente. De fato preciso inventariar-me antes de partir.

Mas hoje, para homenagear a poesia, posto simplesmente três poemas, de grandes poetas brasileiros sobre essa arte!


OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana - Esconderijos do Tempo

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Feliz aniversário minha amada Sampa!

INSPIRAÇÃO
Mário de Andrade*
São Paulo! comoção da minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e Ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paria... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!
*Paulicéia Desvairada (1922)


terça-feira, 31 de agosto de 2010

O fim de agosto - Yanni e a violinista Karen Briggs


E lá se vai agosto, mês difícil. Confesso que incorporei as superstições contra o mês, considerado aziago, azarado, de maus augúrios. Aziagosto, costumo dizer. Ainda mais porque no sudeste costuma fazer um frio danado em agosto.

E a má fama de agosto vem do misticismo, do folclore e do coincidente rol de acontecimentos tristes e inclusive catastófricos associados ao mês. Houve o massacre de São Bartolomeu em agosto, daí que, no folclore cristão, o dia 24 de agosto é quando o diabo sai das profundas e vem à superfície aprontar das dele.

Jogaram as duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em agosto, matando milhares de pessoas, naquele que é o maior crime contra a humanidade de que se tem notícia. Vulcões deram o ar de sua (des)graça em agosto, sepultando, em diferentes épocas, Pompéia e Krakatoa e matando nem sei quantos.

No Brasil, o mês é considerado ruim para política (como se pudesse haver algum que não fosse), pois Getúlio Vargas se suicidou em agosto. Fora isso, muitas declarações de guerra foram feitas em agosto, mergulhando o mundo dos homens em mais um mar de sangue. Por essas e mais outras, agosto também é considerado o mês do cachorro louco e, em sua homenagem, o Play Center realiza as noites de terror.

Apesar dos pesares, dessa carga dramática toda, agosto também é um mês em que se celebra por exemplo a vitória dos aliados contra o eixo nazi-fascista durante a segunda guerra mundial e a assinatura da lei de anistia que trouxe de volta ao Brasil inúmeros exilados políticos no fim da ditadura militar. Agosto também presenciou, em 1994, o fim do totalitarismo comunista da URSS, com sua saída militar da Alemanha Oriental e dos países bálticos após meio século. E, se em agosto, muita gente da melhor cepa se foi, muita gente da melhor cepa também nasceu.

Para nós, lésbicas brasileiras, agosto acabou mostrando suas duas faces. Em 10 de agosto, a primeira lésbica a ter sua biografia publicada em livro, Sandra Mara Herzer, se suicidou em São Paulo, atirando-se de um viaduto. Em 28 de agosto, a pioneira na política de visibilidade lésbica, Rosely Roth (21/08/59- 28/08/1990), suicidou-se também no Rio, sucumbindo a uma doença devastadora. Em compensação, Rosely (foto) também nasceu em agosto e, em sua breve vida, marcou o mês, com sua coragem e idealismo, ao protagonizar a primeira manifestação lésbica contra o preconceito e a discriminação no dia 19 de agosto, em São Paulo, que posteriormente oficializamos como dia do orgulho das lésbicas brasileiras. E em agosto também se comemora a visibilidade das lésbicas.

Por isso, deixo os sentimentos um pouco sombrios que o mês me evoca, e me concentro no seu lado heróico mais do que no dramático, lembrando também que agosto antecede setembro, o mês glorioso da primavera. Daí que como uma homenagem ao lado heróico de agosto e à memória daquelas que marcaram seus dias com tanto brilho, posto o vídeo com a música "O fim de agosto", um dueto belíssimo de piano e violino com o músico Yanni e a violinista Karen Briggs.

domingo, 29 de agosto de 2010

29 de Agosto: Dia Nacional de Combate ao Fumo

O Dia Nacional de Combate ao Fumo é comemorado no dia 29 de agosto e tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população brasileira para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais ocasionados pelo tabaco.

Para marcar este Dia nacional de Combate ao Fumo (29/08/10), o Inca (Instituto Nacional de Câncer) divulgará, na segunda-feira (30), o relatório final da Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab) em pessoas de 15 anos e mais. De acordo com o estudo, o total de fumantes no país corresponde a 17,2% da população nessa faixa etária. O tabagismo causa 200 mil mortes anuais no Brasil.

No ano passado, o então governador José Serra (PSDB), atual candidato à Presidência,  assinou a lei antifumo, 13.541/09, que proíbia o fumo em locais fechados de uso coletivo, públicos ou privados, válida para o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos. Os fumódromos também deixaram de ser permitidos.

A lei causou certa polêmica quando implementada, mas hoje tem a aprovação de 99,7% da população paulista. A partir da iniciativa de São Paulo, várias outras cidades do Brasil implementaram leis semelhantes.
Hoje quase todos os Estados brasileiros (com exceção de Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Rio Grande do Sul) tomaram a mesma iniciativa. Atualmente tramita no Congresso o Projeto de Lei 315/08 para tornar o Brasil, como um todo, um país livre de tabaco.

O vídeo abaixo é da  campanha de 2009, mas a ideia apresentada continua sendo ótima.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

23 de agosto: Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários

Suecos comemoram o dia 23 de agosto
No ano passado, por ocasião da celebração do aniversário da Queda do Muro de Berlim, fiz uma postagem de onde retirei o texto que se segue (um trecho do texto integral). Como estamos novamente às voltas com regimes autoritários de esquerda agora no continente latino-americano e em nosso país, repetir a postagem sobre o dia 23 de agosto se torna imprescindível. Pouca gente sabe que o comunismo e o nazismo são apenas as duas faces da moeda totalitária, a cara e a coroa dos regimes de terror. Pouca gente sabe como Hitler e Stálin foram próximos. Muita gente ainda engole a conversinha mentirosa de que o comunismo visa lutar contra as injustiças e desigualdades do mundo capitalista. Melhor então conhecer as origens do totalitarismo vermelho.

Durante a Conferência de Praga Consciência Européia e o Comunismo, em junho de 2008, parlamentares da república da Tchecoslováquia redigiram a Declaração de Praga (veja tradução aqui), que convoca os países europeus a apoiarem a criação do Instituto da Memória e Consciência da Europa e a estabelecer legislação que permita aos tribunais de justiça julgar e condenar os culpados pelos crimes comunistas e compensar as vítimas do comunismo. Dessa conferência também saiu a proposta de tornar o dia 23 de agosto, dia do pacto nazi-comunista entre Hitler e Stálin de divisão da Europa (23/08/1939), como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários.

Em abril do ano passado (dia 02/04/09), igualmente o parlamento europeu aprovou, em resolução sobre a consciência europeia e o totalitarismo, o apoio ao dia 23 de agosto, como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários, e a divulgação e a avaliação dos crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários.

A suástica e a foice e o martelo juntos
Neste momento em que, na América Latina, subprodutos da ideologia autoritária de esquerda assombram a vários países da região, seja na expressão do socialismo do século XXI de Hugo Chávez, clonado na Bolívia, Equador, Nicarágua, ou mesmo no autoritarismo popular ou subperonismo de Lula, como na definição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com ataques à liberdade de imprensa (cerceamento de jornais), ao Estado de Direito, a fazendas produtivas pelo MST, ao equilíbrio e à separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, entre outros sintomas de erosão democrática, com ênfase para a corrupção, vale a pena se ver ou rever certas páginas tristes do século passado, por mais lastimáveis que sejam, a fim de evitar que elas não se repitam.

Também para quem deseja se aprofundar sobre o tema dos totalitarismos, é possível baixar dois e-books já clássicos sobre o assunto nos seguintes links: O Livro Negro do Comunismo e As origens do Totalitarismo .

Em As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, compara brilhantemente o nazismo com o stalinismo. Em O Livro Negro do Comunismo, apresentam-se as seguintes cifras do genocídio provocado pelos regimes comunistas onde estes se instalaram. Os números são aproximados e há muita controvérsia sobre eles, com gente dizendo que estão superestimados ou subestimados, dependendo da cor ideológica do leitor e crítico. Seja como for, revela uma carnificina que deixa as ditaduras de direita no chinelo.

- URSS, 20 milhões de mortos,
- Camboja, 2 milhões de mortos,
- Leste Europeu, 1 milhão de mortos,
- China, 65 milhões de mortos,
- Vietnã, 1 milhão de mortos,
- Coreia do Norte, 2 milhões de mortos,
- América Latina, 150.000 mortos,
- África, 1,7 milhão de mortos,
- Afeganistão, 1,5 milhão de mortos,

- Movimento comunista internacional e partidos comunistas fora do poder, uma dezena de milhões de mortos. O total se aproxima da faixa dos cem milhões de mortos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Contra o Coro dos Contentes no programa Affair com Você!

Pessoal, a televisão on-line AllTV vai abordar hoje, segunda-feira, às 22:00, em seu programa Affair com Você, o Dia Internacional do Orgulho LGBT, 28 de junho, e citará o nosso Contra o Coro dos Contentes sobre o assunto. Convido a tod@s a assistir e participar do programa.
 
O Programa Affair com você, apresentado por Graça e Paulo Tessarioli, tem a sexualidade como eixo central, apontando os vários conceitos sobre o tema a partir de diversos enfoques: saúde, educação, direitos humanos, cidadania, inclusão, arte, cultura e beleza, contribuindo para a formação e orientação de qualidade.

O programa é transmitido pela allTV, a primeira TV da Internet, todas as segundas-feiras, ao vivo, a partir das 22:00. O acesso ao site da allTV é ilimitado e gratuito. O internauta pode participar ao vivo do programa por meio do Chat e Linha Direta. Depois de alguns dias, o programa fica disponibilizado no site da allTV no diretório Ondemand.

Affair Com Você
Dias de Exibição: Segunda-Feira.
Horário: das 22:00 às 23:00
Gênero: Saúde e Comportamento
Apresentadores: Graça, Paulo Tessarioli.
Link: www.alltv.com.br

segunda-feira, 28 de junho de 2010

28 de junho: dia Internacional do Orgulho LGBT

O dia 28 de junho comemora a data de uma manifestação LGBT ocorrida em Nova York, em 1969, contra as frequentes batidas policiais efetuadas num bar chamado Stonewall Inn. Cansados dos abusos, no dia 28 de junho, os clientes do bar enfrentaram os policiais, resistindo às prisões. Grupos lésbicos e gays da época viram nesse ato de resistência um símbolo de luta e a partir dela começaram uma série de atividades contra o preconceito e a discriminação às pessoas homossexuais, sobretudo demonstrações de rua. Com o passar dos anos, a data ganhou reconhecimento internacional e se tornou o mote de paradas em todo o mundo, como a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

Vale lembrar que essa manifestação foi espontânea, fruto do cansaço dos clientes do bar com a prática continuada dos abusos policiais, extorsões, prisões irregulares, etc. E é a velha história: quando as pessoas decidem reagir contra a violência, as coisas começam a mudar. O impossível acontece. Ninguém precisa de partido político para fazer política. Política vem do grego polis, que quer dizer cidade, sendo política o ato de agir nas cidades, administrar as cidades. E isso tod@s nós podemos fazer. A Ficha Limpa está aí como prova inquestionável disso.

Em nosso país de tantos absurdos, as pessoas não gostam de política por causa de nossos políticos e suas fichas sujas. Mas nossos políticos não vieram de Marte, vieram daqui mesmo, do mesmo lugar de onde viemos, são fruto do que somos. Então não podemos nos eximir da responsabilidade pelo que temos como governantes. Porque quando as pessoas realmente vão à luta, mesmo diante de forças superiores, a conjunção dos astros se efetua e até milagres acontecem.

Feliz dia 28 de junho! Ah, por último, os maiores protagonistas desse histórico dia foram as travestis e as lésbicas. Os gays foram coadjuvantes mas levaram a fama.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dia Mundial sem Tabaco 2010: Mulher você merece coisa melhor que cigarro!


Pessoal, a pra lá de maléfica indústria tabagista vem focando seus esforços de vendas junto ao público feminino, que ainda fuma bem menos do que o masculino. Por isso, a OMS escolheu para o dia de hoje, Dia Mundial sem Tabaco, uma campanha de conscientização das mulheres sobre os males do cigarro. O nosso Instituto Nacional do Câncer (INCA) produziu vários materiais gráficos e manuais sobre o tema que você pode acessar clicando aqui. Abaixo texto do INCA a respeito do Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, de 2010. Vamos divulgar essa iniciativa!


Esse ano, a Organização Mundial da Saúde, OMS, escolheu como tema para as atividades comemorativas do Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, "Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres".

As ações visam a alertar sobre as estratégias que a indústria do tabaco utiliza para atingir o público feminino e acerca dos males que seus produtos causam à saúde da população e ao meio-ambiente.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer, INCA, desenvolveu peças promocionais para uma campanha com o slogan “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro!”. As peças trazem a imagem de flores como um contraponto à do cigarro. As flores representam proteção ao meio-ambiente, beleza e qualidade de vida, contrastando com o cigarro que representa desmatamento, envelhecimento precoce e problemas de saúde.

Fonte: INCA

quarta-feira, 19 de maio de 2010

I Marcha Nacional contra a Homofobia

Diferentes fontes, registraram de 1000 a 2500 pessoas na Marcha Nacional contra a Homofobia, ocorrida hoje (19/05/10) em Brasília, enquanto os organizadores falam em 10.000.  Os números, contudo, não importam tanto. A manifestação me pareceu bonita, e, até agora, não ouvi falar que tenha sido palanque eleitoreiro. No site da Um Outro Olhar, que também edito, você pode checar mais detalhes e um vídeo sobre o evento.

Aproveite para ler também a entrevista sobre a Imprensa Gay no Brasil que fiz com a jornalista Flávia Peret e o conto O Dia Seguinte!

E uma boa noite para combinar com o bom dia 19/05. Marcha LGBT e Ficha Limpa aprovadas em Brasília.


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