sexta-feira, 5 de julho de 2013

José Mujica, o socialista honesto: "O capitalismo multiplicou o trabalho em todas as partes e mudou o mundo"

Pepe Mujica: "Somos todos Capitalistas"
O atual presidente do Uruguai, José Alberto Mujica Cordano (Pepe Mujica), eleito em novembro de 2009, que já foi guerrilheiro tupamaro, tem surpreendido a todos com seu estilo despachado, inclusive em termos de vocabulário (usa muita gíria e fala enrolado como se estivesse meio borracho), e desapegado das benesses do poder (anda de fusca e dizem que doa parte de seu salário para ONG e institutos de caridade). O que não se sabia - pelo menos muitos de nós nessa nossa terra brasilis - é que Pepe também tinha caído na real e passado a ver o lado positivo do capitalismo que a maioria dos socialistas nega veementemente, sobretudo da boca para fora.

No vídeo abaixo, de novembro de 2010, Mujica reconhece a importância do tão mal falado capitalismo na produção dos pães que alimentam a sociedade e ironiza os colegas socialistas que não abdicam do mel e das comodidades do capitalismo, embora continuem se dizendo revolucionários. Para os ditos, como se pode ver pelo próprio título do vídeo, Mujica está senil. Para nós, que não vivemos de ideologia, está mais lúcido do que nunca.

Traduzi apenas o início da fala de Mujica que me pareceu mais pertinente e a editei ligeiramente para melhor compreensão.

O Mel do Capitalismo

Somos filhos do capitalismo. O capitalismo desatou no mundo uma coisa maravilhosa: domesticou a ciência e a inseriu no implemento da tecnologia. E multiplicou o trabalho em todas as partes e mudou o mundo. Entretanto, qual é o motor disso? O lucro. O que tem sido o motor do progresso também é o motor de nosso egoísmo. Não encontramos outro motor que impulsione a economia. E às vezes somos tão lerdos (?) que não nos damos conta de que temos que lidar com essa contradição em uma ponta e na outra.  E estamos em um fogo cruzado. 

Por quê? Porque se mato a necessidade do lucro, o investimento empresarial, não estou ferrando a empresa, estou matando o motor que permite multiplicar os pães na sociedade. Mas (o lucro) impõe insuportável injustiça à sociedade, e quero repartir (os pães). Há ironia de um lado e de outro. Falta à esquerda e ao mundo compreender isso. Porque somos todos capitalistas. Os supostos revolucionários não renunciam ao mel e as comodidades do capitalismo. Bela contradição a nossa!
 

2 comentários:

FHC também pensa assim. Não morre de amores pelo capitalismo mas reconhece que sem ele nada feito. Realismo apenas. O melhor é quando ele ri e diz que os revolucionários não desistem das comodidades do capitalismo.

ao contrário das lideranças elites parlamentares-etc-brasileiros os quais procuram pegar tudo para si mas em detrimento de todo o povo brasileiro-etc-e agora para desviar a atenção a PRESIDENTA DO BRASIL DILMA ROUSSEFF e o PT quando na OPOSIÇÃO lutava á favor de todos os tipos de TRANSPARENCIA FICHA LIMPA-etc-mas agora no PODER querem que tudo continue como dantes-etc-

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