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Myrian Rios, quem te viu quem te vê |
Já faz um tempo que digo aqui no blog e alhures que não são apenas os ditos socialistas que ameaçam a democracia brasileira. Os conservadores também, principalmente os religiosos. São ambos liberticidas, socialistas e conservadores, e brigam uns com os outros para ver quem consegue empurrar seus dogmas por nossas goelas abaixo compulsoriamente. Sua briga é por poder, não para criar um Brasil mais democrático, menos ignorante, atrasado e corrupto.
Da mesma forma que a esquerda petista busca sempre cooptar e aparelhar até batizado de criança, e sobretudo aparelhar o Estado, os conservadores, em particular pela via evangélica, fazem o mesmo. É sobejamente conhecido que esses pastores evangélicos - a maioria vigarista como a maioria dos petistas - vem se elegendo para o parlamento e transformando lugares públicos (câmaras, assembleias legislativas e até o congresso nacional) em locais de culto evangélico. Do topo de suas bancadas evangélicas, atacam o direito de escolha de uns, em vários âmbitos, e os direitos civis de outros (em particular dos homossexuais). E isso se dá com a conivência de outros parlamentares que deveriam zelar por um dos pilares da democracia que é o Estado laico. A política brasileira está cada vez mais uma verdadeira casa da mãe joana.
Agora, para completar o quadro de zona total da política, a deputada do PSD, Myrian Rios, atriz e missionária da Renovação Carismática Católica, conseguiu emplacar o projeto que institui no Estado do Rio o nebuloso "Programa de Resgate de Valores Morais, Sociais, Éticos e Espirituais". O absurdo foi sancionado quinta-feira pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), aquele conhecido santo carioca.
O jornalista e escritor Guilherme Fiuza comentou a nova lei e apontou outras tentativas de interferir em nossas liberdades individuais como a proibição da exposição da trilogia 50 Tons de Cinza em Macaé. O Brasil atual cada vez parece mais com o dos tempos da ditadura militar.
Lei Myrian Rios é interferência do Estado na vida privada das pessoas
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Guilherme Fiuza |
Em uma clara interferência do Estado na vida privada dos cidadãos, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sancionou o “Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais” na última quinta-feira, 17 de janeiro. A deputada Myrian Rios (PSD), autora do polêmico projeto de lei, acredita que cabe ao governo definir o que as pessoas podem e não podem fazer. O Executivo estadual pretende controlar o comportamento das pessoas por meio da classificação arbitrária e maniqueísta de certo e errado, bom e ruim.
O jornalista e escritor Guilherme Fiuza disse que a única consequência da “Lei Myrian Rios” será enriquecer o anedotário da política nacional. “É uma lei retórica, patética e inócua, sem nenhuma chance de ser aplicável seriamente”.
O texto do projeto não deixa claro como a lei será aplicada, limita-se apenas a dizer que ele será posto em prática através de parcerias com prefeituras e sociedade civil. Segundo o governador, caberá a secretaria estadual de Assistência Social e Direitos humanos “promover o resgate da cidadania, o fortalecimento das relações humanas e a valorização da família”.
Fiuza sugere uma modificação na redação da lei para que ela tratasse especificamente dos valores morais e éticos do poder público em suas relações com a empreiteira Delta, sobre as quais o Rio de Janeiro e o Brasil precisam tanto saber.
Em outra tentativa de controle das liberdades individuais no estado, a 2ª Vara da Família, da Infância, da Juventude e Idoso de Macaé proibiu as livrarias da cidade de expor a trilogia “Cinquenta tons de cinza”, de E.L. James, em suas prateleiras sem lacres. Desde a última sexta-feira, 11 de janeiro, foram recolhidos 64 volumes considerados “impróprios”.
Fonte: IMIL
Fonte: IMIL
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