quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Igualitarismo equivocado: Dinamarca quer que os cortes de cabelos de homens e mulheres custem o mesmo

Dilema dos cabeleireiros na Dinamarca:
Como cobrar o mesmo preço para cortes diferentes?
Após o fim das ditaduras militares na América Latina, do franquismo e do salazarismo na Espanha e em Portugal e, sobretudo, do fim do comunismo, pensei - e não só eu - que a democracia e a liberdade prevaleceriam e se espalhariam pelo mundo. 

Ledo engano. Já na própria década de noventa, os autoritários de diversos tipos, políticos e religiosos, começaram a se rearticular e tramar sua volta ao palco político. Hoje estamos aí de novo às voltas com socialistas populistas e conservadores obscurantistas se digladiando para ver quem ganha a batalha do poder de nos impor sua agenda liberticida.  

Em relação a esses agentes políticos, de qualquer forma, tais ações não são nenhuma novidade, pois a história de ambos é marcada pelo autoritarismo. O que não se esperava é que os movimentos sociais dos anos 60, nascidos libertários, iriam se transformar dos anos 90 em diante, também em sujeitos políticos autoritários via o que ficou conhecido como politicamente correto. Das reivindicações de igualdade de direitos e oportunidades entre todas as pessoas, esses movimentos descambaram para reivindicações generalizantes de igualdade à revelia das diferenças concretas entre os indivíduos e as situações. 

No momento, na Dinamarca, na esteira do avanço da igualdade entre os sexos, o Conselho para Tratamento Igualitário local decidiu que as diferenças de valor entre os cortes de cabelos entre homens e mulheres são ilegais e que os cabeleireiros devem cobrar o mesmo dos clientes e das clientes nos salões.
 
Um sindicato de cabeleireiros afirmou que a decisão - obviamente - é absurda, pois, em geral, leva-se mais tempo e gasta-se mais produtos com os cortes femininos do que com os masculinos.

Os indignados com a decisão esdrúxula apelaram para a Justiça, e agora uma corte decidirá  se os cabeleireiros terão que encontrar uma nova forma de cobrar por seus serviços com base no tempo dispendido com os cortes ou no padrão do corte.  

Connie Mikkelsen, presidente da organização dinamarquesa de cabeleireiros e esteticistas independentes, declarou que a medida, se efetivamente aprovada, levará ao caos financeiro e a conflitos com os clientes.
 
Os países nórdicos alcançaram os índices mundiais mais altos no quesito da igualdade de gênero. No caso da Dinamarca, ela ocupa o sétimo lugar, entre 135 países, no índice de igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, em áreas como economia, política, educação e saúde.

Entretanto, parece que já tendo obtido índices tão altos de igualitarismo, os países nórdicos ficaram confusos com o sentido da palavra igualdade e resolveram extrapolar. Pouco tempo atrás, na Suécia, um parlamentar resolveu propor um projeto para obrigar homens a fazer pipi sentados, por questões de higiene (assim se justificou). Agora, na Dinamarca, saem-se com essa história de preços iguais para cortes de cabelo feminino e masculino, a despeito das diferenças que, em geral, existem entre ambos.

Se continuarmos nessa toada de confundir igualdade com homogeneidade, pior ainda pela imposição de governos, o futuro da humanidade não será promissor nem em termos econômicos nem de justiça.

Com informações do Daily Mail Online

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