quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Parkour: porque voar não é só com os pássaros!

O Parkour, ou arte do deslocamento, é o esporte urbano (às vezes também praticado em áreas rurais), feito por homens e mulheres (traceur e traceuses, aqueles que traçam um percurso rápido) e que consiste exatamente em mover-se de um ponto a outro o mais rápido e eficientemente possível, superando quaisquer obstáculos do ambiente circundante, como, por exemplo, muros, grades e paredes de concreto. 

As origens do Parkour remontam ao método (Método Natural de Educação Física) criado por Georges Hébert, oficial da marinha francesa, desportista e perito em educação física, a partir de sua observação do porte atlético dos povos indígenas, que conheceu durante viagens pelo mundo, adquirido pela simples interação dos nativos com o meio ambiente. Considerando que o propósito da educação física era criar indivíduos fortes e com corpos úteis à sociedade, Hébert desenvolveu seu método que foi adaptado para o treinamento dos soldados franceses, ganhando então o nome de parcours du combattant (percurso do combatente ou de obstáculos). 

Raymond Belle, salva-vidas e bombeiro militar do regimento parisiense dos sapeurs-pompiers (Corpo de Bombeiros da França), treinou com o método de Hébert e, posteriormente, ensinou-o ao filho, David Belle, que, por sua vez, transformou o parcours du combatant numa disciplina coesa, a partir de 1988, em Lisses, na França, quando a prática recebeu o nome de Parkour por questões estilísticas (segundo consta, a adaptação do nome parcours para parkour foi feita por um amigo de David Belle).

Conterrâneo, contemporâneo e amigo de David Belle a princípio, Sebastién Foucan, de origem caribenha, é outro dos fundadores do parkour, ao qual acrescentou princípios de artes marciais orientais e estilos de dança como o break dance. Após a realização do documentário Jump London (ver abaixo), o tipo de parkour desenvolvido por Foucan recebeu o nome de free running (corrida livre), caracterizando-se por movimentos mais acrobáticos do que o parkour original.

Tanto David Belle quanto Sebastién Foucan se tornaram bastante conhecidos, estrelando comerciais e filmes, ou ensinando parkour aos dublês de artistas em filmes de ação. Foucon participou da turnê de Madonna, Confession Tour,  e dos filmes Cassino Royale (da série de filmes de James Bond), interpretando o terrorista Mollaka, e The Tournament (Vingança entre Assassinos), como o assassino Anton Bogart. David Belle participou em Babylon A.D (2008), Un Monde Meilleur (2006), Les Rivieres Pourpres 2 (2004), B13 - 13º Distrito (2004), 13º Distrito - Ultimato (2009), além de coreografar as cenas de parkour de Príncipe da Pérsia: Areias do Tempo. Para quem quer conhecê-los melhor, deixo aqui link para as páginas oficiais dos dois: David Belle e Sebastién Foucan

A participação de esportistas em filmes se tornou bem comum e não poderia ser diferente com os mestres de parkour, principalmente considerando que o que eles fazem parece mesmo coisa de cinema, montagem digital, algo do gênero, de tão incrível que é. Entretanto, o parkour é bem real, baseado nas possibilidades do corpo humano, possibilidades que nossa sociedade industrial, sedentária, da obesidade ou da anorexia tratou de apagar de nossas memórias físicas e mentais. E exatamente por isso vale a pena divulgá-lo, atentando para o fato de que sua prática deve ser feita após preparo físico orientado por gente experiente. Que ninguém saia por aí pulando de altos muros porque, sem treino, é um caminho fácil para o PS mais próximo ou coisa pior.

Deixo abaixo alguns vídeos sobre o tema, como ilustração das coisas incríveis que esse pessoal faz usando apenas o próprio corpo. O primeiro vídeo é de brasileiros falando de parkour, o segundo, em espanhol, é sobre mulheres praticantes, e os dois últimos com o David Belle e o Sebastién Foucan (posto apenas um dos vídeos do Jump London, pois os outros podem ser vistos direto no youtube). Impressionem-se, apreciem a performance dessa gente incrível e me digam se acham que são capazes de fazer algo parecido. 







5 comentários:

O Foucan não reconhece a verdadeira história do parkour. No vídeo não fala nada do David Belle, do pai dele, do Hébert. Ele tem um lance mais comercial.Tremendo mala esse cara.

Oi Miriam,
Eu adorei seu texto sobre o parkour e achei legal divulgar o video da Uol.
Compartilhe novas postagens comigo sobre o tema se for fazer mais.:)
Ah corrija o nome do cara lá, é Sebastien Foucan, nao Foucon. Vlw

Leonard,

corrigido o nome do Foucan, onde estava Foucon. Legal ter gostado do texto. Se for publicar mais coisas sobre o assunto, aviso você. E fique à vontade para divulgar suas atividades por aqui. Sou fã de sua prática. Abs,

Oi Miriam, tudo bom?

Parabéns pela matéria. Ficou bacana, com pequenos errinhos só (ex: O nome do Foucan, que não é Foucon). Quanto a sua origem Caribenha é um fato inédito pra mim, tem certeza? No seu site oficial diz ter nascido na França mesmo: http://www.foucan.com/?page_id=15.

Fora isso, o nome Parkour surgiu em 1998, e não 1988. Mas ficou muito bacana a matéria, melhor que muito jornal por aí! Parabéns!

Um abraço,
--
Jean Wainer

Oi, Jean!

Bom que gostou da matéria. Quanto aos erros, houve dois erros de digitação do nome do Foucan que já corrigi.
Em relação à data do surgimento do nome, em todos os locais que pesquisei, consta como tendo sido 1988. Também foi no site do próprio Foucan que li que ele era de origem caribenha (Guadalupe), embora tenha nascido na França.
Anyway, espero ter contribuído um pouco para a divulgação da prática. Super-interessante. Espero que vocês, instrutores, continuem a expandi-la no Brasil. Abraço

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