quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Clipping legal: Os 100 livros essenciais da literatura mundial

A revista BRAVO! enumerou 100 livros de literatura que não podem faltar em sua lista de livros de leitura imprescindível. Para chegar a esses 100 livros, a revista contou com a ajuda de colaboradores e se baseou nos estudos do crítico americano Harold Bloom, autor de O Cânone Ocidental e Gênio, além de rankings anteriores, como os da revista Time e da Modern Library, selo tradicional da editora americana Random House. Como toda a lista de "essenciais", está aberta à crítica e a adendos, possibilitando o surgimento de outras listas. Entretanto, de fato, lendo esses 100 mais, você já pode dizer que conhece um pouco de literatura e, sendo a literatura a antropologia das antropologias, segundo Fernando Cristóvão, da Universidade de Lisboa, que conhece também algo sobre o gênero humano. Listarei os 100 em três postagens.

Abaixo os últimos títulos da lista. A partir do número 67, não colocaram resenha. Mas vale a indicação.

51. Tartufo, de Molière
Foi com Tartufo que Molière (1622-1673) passou a ser acusado de imoral, libertino e diabólico pela burguesia e pela Igreja francesas, incomodadas com as críticas de seus personagens quase reais. Atentar contra a moral e os bons costumes era um crime sério nos idos do século 17 - tanto que um padre sugeriu que o autor fosse queimado vivo. A solução foi mais simples: Molière, já um dramaturgo famoso entre as massas, adaptou o fim da peça para dobrar o clero e levar às graças do público seu hilariante Tartufo.

52. As Três Irmãs, de Anton Tchekhov
As Três Irmãs é considerada a obra-prima no teatro de Anton Tchekhov (1860-1904), escritor russo que marcaria a história da literatura pelo grau de laconismo dilacerante de seus contos curtos e pela profundidade psicológica de seus personagens na dramaturgia. E o teatro de Tchekhov traduz sua busca pelo sentido objetivo da vida. Olga, Macha e Irina são três irmãs que tentam, cada uma a sua maneira, sobreviver à monotonia do dia-a-dia.

53. O Livro das Mil e Uma Noites
Quando o rei Sahriyar descobre que foi traído, decide não mais confiar nas mulheres e passa, então, a executar suas noivas no dia seguinte ao casamento. Depois de muitas mortes, o grão-vizir encarregado de levar as pretendentes à alcova real não encontra mais candidatas. Mas, para seu espanto, sua filha Sahrazad se oferece para casar com o monarca.

54. O Burlador de Sevilha, de Tirso de Molina
Gabriel Téllez, conhecido no mundo da literatura por Tirso de Molina (1571-1648), nasceu em Madri, Espanha, no século 17, mas ganhou fama mundial ao transportar para um romance coeso o mito de Don Juan em El Burlador de Sevilla y Convidado de Piedra, publicado pela primeira vez em 1630. Uma obra que talvez não seja totalmente sua, ponderam alguns críticos. Pedro Henrique Ureña diz que Tirso de Molina é, sim, o criador de Don Juan, mas apenas do germe.

55. Mensagem, de Fernando Pessoa
Míope, tímido, cortês, sempre metido em ternos escuros. Com o salário contado de redator ambulante de cartas comerciais, morava como inquilino em casas de parentes ou em quartos de pensão. Dado a especulações esotéricas, gostava de passar as horas em tabernas e cafés.

56. Paraíso Perdido, de John Milton
O inglês John Milton compôs os cerca de 10 mil versos de seu poema mais conhecido, Paraíso Perdido (1667), quando já estava completamente cego. Ditando a obra a diversos copistas, inclusive filha caçula, e inspirado pelo Gênesis e pela Eneida de Virgílio, escreveu um dos maiores épicos religiosos da história da literatura. Paraíso Perdido está dividido em 12 cantos e conta a história da danação do homem, que perde o direito ao paraíso depois de provar o fruto proibido.

57. Robinson Crusoé, de Daniel Defoe
"A vida e as mais surpreendentes aventuras do marinheiro Robinson Crusoé, natural de York, que viveu 28 anos completamente só numa ilha deserta, situada na América do Sul, não longe da embocadura do Orenoco, após escapar de um naufrágio em que pereceram todos os demais homens da tripulação." Assim o jornalista e autor de panfletos polêmicos Daniel Defoe (1660-1731), já com 60 anos, em conluio com um editor de livros populares de Londres, oferece sua obra ao público. Lançada em 1719, Robinson Crusoé não contou com o nome de Defoe na capa.

58. Os Moedeiros Falsos, de André Gide
O francês André Gide (1869-1951) não era um escritor para mentes cativas. Acusado de complexo, barroco, hermenêutico, chegou a dizer que Os Moedeiros Falsos, de 1926, era seu único romance. Nele, Gide utiliza uma imagem concreta (pequenos fora-da-lei que falsificam dinheiro) como metáfora para traduzir as relações humanas, frequentemente pervertidas por mal-entendidos e erros de compreensão.

59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas (de 1881), de Machado de Assis, foi o texto que inaugurou o padrão moderno nas letras nacionais. Bebendo nas águas tanto do Realismo quanto do Romantismo, com influência de prosadores ingleses e franceses do século 18, mas, sobretudo, escrevendo com grande independência e originalidade, Machado de Assis criou com este livro a ponte que uniu o passado ao futuro na nossa literatura. A razão para esse salto qualitativo deve ser buscada nas inovações formais deste romance, o primeiro da chamada fase realista de sua obra.

60. O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
"Costuma-se dizer que a beleza é somente superficial. Pode ser que seja. Mas não tão superficial como o pensamento. Para mim, a beleza é a maravilha das maravilhas. Só o medíocre não julga pelas aparências. O verdadeiro mistério do mundo é o visível e não o invisível. Sim, Sr. Gray, os deuses foram generosos com o senhor. Mas o que os deuses dão, tomam logo em seguida." A última frase dessa fala do persuasivo lorde Henry Botton a Dorian Gray em O Retrato de Dorian Gray (1890) também pode ser aplicada a seu autor.

61. Seis Personagens à Procura de um Autor, de Luigi Pirandello
"Manicômio, manicômio!" Na noite de 9 de maio de 1921, o Teatro Odescalchi de Roma veio abaixo gritando que o autor de Seis Personagens à Procura de um Autor, Luigi Pirandello (1867-1936), deveria ser internado por apresentar uma peça absolutamente ininteligível para o espectador. Quatro anos depois, diante de tamanha incompreensão, o escritor resolveu explicar em uma nota o significado da obra.

62. As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
Um coelho de cartola passa correndo, de olho no relógio: "Oh, céus! Vou chegar atrasado!". E a curiosa Alice o segue. Entra numa toca que se alça sobre um imenso precipício, tão profundo que ela acaba caindo no sono durante a queda. Mais adiante, Alice conversa com um bando de aves e animais sem que, por um instante, a situação lhe pareça inaceitável ou absurda.

63. A Náusea, de Jean-Paul Sartre
Em 1931, o filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) começou a escrever A Náusea, seu primeiro romance. À época, estava imbuído das teorias fenomenológicas preconizadas pelo alemão Edmund Husserl (1859-1938), que privilegiava o ponto de vista do ser humano no estabelecimento da realidade. A fenomenologia o levou ao Instituto Francês de Berlim, onde mergulhou nas teorias de Martin Heidegger (1889-1976) e Karl Jaspers (1883-1969), que teorizaram sobre o vazio e a angústia da existência - questões cruciais em A Náusea, publicado somente em 1938.

64. A Consciência de Zeno, de Italo Svevo
O século 20 seria, de certa forma, inaugurado com a publicação, em 1900, de A Interpretação dos Sonhos, obra de Sigmund Freud, fundadora da psicanálise. É a partir dessa ciência do inconsciente e do desejo, de seu novo olhar sobre os problemas que reprimem o ser humano moderno, que grande parte dos intelectuais pensaria o mundo contemporâneo. O italiano Italo Svevo (1861-1928) foi, nesses termos, pioneiro.

65. Longa Jornada Noite Adentro, de Eugene Gladstone O’Neill
Eugene Gladstone O’Neill (1888-1953) nasceu para o teatro. Filho de um ator popular de ascendência irlandesa, O’Neill cresceu em viagens durante as temporadas teatrais pelos Estados Unidos. A vida errante fez com que a mãe se tornasse dependente de remédios e o irmão mais velho, que mais tarde se suicidaria, do álcool.

66. A Condição Humana, de André Malraux
Publicado em 1933 e ganhador do Prêmio Goncourt, A Condição Humana é algo entre um romance e um relato ficcional dos acontecimentos que deram início à Revolução Chinesa, observados do ponto de vista politicamente engajado do escritor francês André Malraux (1901-1976). Estruturado como romance, mas escrito em tom de reportagem, o livro é um depoimento pessoal de Malraux sobre um dos momentos históricos mais marcantes do século passado - o surgimento do comunismo na China e a guerra civil no país, acontecimentos que marcariam a história chinesa e mundial até hoje. Questões morais, intelectuais e políticas permeiam todo o livro, que não deixa de ser um manifesto favorável a uma revolução tida como possível há 70 anos.

67. Os Cantos
68. Canções da Inocência-Canções da Experiência
69. Um Bonde Chamado Desejo
70. Ficções
71. O Rinoceronte
72. A Morte de Virgílio
73. Folhas de Relva
74. O Deseros dos Tártaros
75. Cem Anos de Solidão
76. Viagem ao Fim da Noite
77. A Ilustre Casa de Ramires
78. O Jogo da Amarelinha
79. As Vinhas da Ira
80. Memórias de Adriano
81. O Apanhador no Campo de Centeio
82. As Aventuras de Huckleberry Finn
83. Contos - Hans Christian Andersen
84. O Leopardo
85. A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy
86. Uma Passagem para a Índia
87. Orgulho e Preconceito
88. Trópico de Câncer
89. Pais e Filhos
90. O Náufrago
91. A Epopeia de Gilgamesh
92. O Mahabharata
93. As Cidades Invisíveis
94. Oh The Road
95. O Lobo da Estepe
96. O Complexo de Portnoy
97. Reparação
98. Desonra
99. As Irmãs Makioka
100. Pedro Páramo

Fonte: Educar para Crescer 

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