sábado, 24 de setembro de 2011

Samba-canção: entre tapas e beijos



Linda Batista
O samba-canção é uma versão mais melódica do samba tradicional, que também incorporou um pouco da modinha, da seresta e do bolero, com letras pra lá de sentimentais, versando geralmente sobre a famosa dor-de-cotovelo, hoje um pouco fora de moda, mais sempre existente.

Variando do elegante ao brega, o gênero teve seu ápice, na década de 50, e paradoxalmente influenciou o surgimento da sofisticada bossa nova, quando tudo se torna mais leve e a imagem da mulher passa de fatal à musa. (Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela menina que vem e que passa, num doce balanço, caminho do mar).

De qualquer forma, apesar do tom carregado, o samba-canção deixou belas canções, interpretadas por ícones da MPB, que vale a pena resgatar. É o que pretendo fazer, publicando alguns clássicos do gênero, a partir desta postagem. Minha mãe gostava de ouvi-las no rádio, quando eu era criança, e guardo várias de memória.

Para começar, Risque, de Ari Barroso, na voz de Linda Batista, uma das rainhas do rádio. E também, numa versão mais moderna (1958), com um dos precursores da bossa-nova Dick Farney, ao piano, Paulo Moura no saxofone alto, Shu Vianna no contrabaixo e Rubinho Barsotti na bateria. Vejam como a versão jazzística tira muito do drama da versão original. Nesse sentido, vale lembrar que o samba-canção até hoje gera bons frutos, com arranjos mais leves e letras menos dramáticas, mas não menos contundentes.

 


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