sábado, 13 de julho de 2013

Trocando as pontes: democratização da mídia é eufemismo para censura

Ponte Octavio Frias de Oliveira
Quando vejo esse tipo de manifestação (a troca do nome do jornalista e criador da Folha de São Paulo, Octavio Frias de Oliveira, pelo do jornalista Wladimir Herzog, morto pelos militares - ver vídeo abaixo) me dá um misto de saco e tristeza porque é esquerdiotice pura! Trocar o nome do Octavio Frias  pelo do Vladimir Herzog significa colocar os dois jornalistas em lados opostos na época da ditadura militar. É ridículo simplesmente. Aliás, é resultado da ditadura militar a esquerda nada democrática de ontem e de hoje ter se acantonado nas universidades e enfiado um monte de mentiras e distorções históricas na cabeça de várias gerações desde aquela época. Eu mesma fui vítima dessa esquerdiotização quando mais jovem, se bem que a cepa mais agressiva do vírus nunca tenha me contaminado.

A sociedade brasileira de 1964 apoiou a deposição do Jango porque o país estava degringolado (mais do que hoje) e havia SIM ameaça de golpe comunista no ar. Estava-se na época da Guerra Fria, e o comunismo era um perigo real, não um delírio mofado como hoje (atualmente o que nos ameaça de fato é um populismo autoritário de esquerda). As pessoas não queriam entrar nessa fria e apoiaram os militares que, por sua vez, seguindo sua tradição no país, aproveitaram para instalar uma ditadura fardada.

Depois que os militares deixaram claro que não devolveriam o poder aos civis, a imprensa e outras instituições da sociedade civil, que os apoiaram a princípio, passaram a lhes fazer oposição e foram censuradas e perseguidas. Então, o Octavio Frias de Oliveira e o Vladimir Herzog estiveram do mesmo lado do embate boa parte do tempo. Fora que, se for para se falar de cumplicidade com a ditadura militar, vai se encontrar muita gente que até hoje se diz esquerdista e que foi bancada pelo sistema de então. Os militares chamavam a isso de estratégia da panela de pressão, ou seja, diminuíam a pressão dos descontentamentos soltando  ar em forma de tostões para uns e outros da oposição, deixando os menos perigosos para o regime a levar suas vidinhas de contestadores de botequim. Vender-se ao poder de ocasião é uma tradição no Brasil.

Esse tipo de manifestação do vídeo visa apenas dar respaldo a tal democratização da mídia, eufemismo de socialista bolivariano bananeiro para censurar a grande imprensa. Não há clima democrático no país para se fazer uma avaliação correta e objetiva do que se precisa mudar nos meios de comunicação sem descambar para a censura, como têm acontecido em países vizinhos. E esse tipo de manifestação exemplifica bem isso, não é mesmo?

 

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