8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

domingo, 8 de novembro de 2009

Queda do Muro de Berlim marca o fim do totalitarismo comunista

Derrubando o muro da vergonha
Hoje, dia 9 de novembro de 2009, celebram-se os 20 anos da queda do Muro de Berlim que não só dividia a Alemanha, entre o lado ocidental e democrático da cidade e o lado oriental, comunista e autoritário, como também simbolicamente quase o mundo todo em dois pólos de igual teor.

A queda do muro de Berlim marca, em 1989, igualmente o início do fim dos regimes comunistas na Europa Central e Oriental e em outras regiões, pondo um término à chamada Guerra Fria, assim chamada por nunca ter sido declarada oficialmente, existindo mais em termos de acúmulo de artefatos nucleares com os quais os Estados Unidos e a União Soviética se ameaçavam mutuamente. Com um arsenal de armas nucleares capaz de devastar o planeta inúmeras vezes, ambas as potências se limitavam porém - felizmente - a interferir em conflitos regionais visando à preservação de seu poder político e ideológico.

Também em celebração à queda do muro e ao fim dos regimes comunistas, durante a Conferência de Praga Consciência Européia e o Comunismo, em junho de 2008, parlamentares da república da Tchecoslováquia redigiram a Declaração de Praga (veja tradução aqui), que convoca os países europeus a apoiarem a criação do Instituto da Memória e Consciência da Europa e a estabelecer legislação que permita aos tribunais de justiça julgar e condenar os culpados pelos crimes comunistas e compensar as vítimas do comunismo. Dessa conferência também saiu a proposta de tornar o dia 23 de agosto, dia do pacto nazi-comunista entre Hitler e Stálin de divisão da Europa (23/08/1939), como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários (à guisa de exemplo, posto um vídeo sobre o tema, financiados pelo grupo político da União Européia das Nações, recomendando, contudo, que se assista a toda a sequência de nove episódios).

Em abril deste ano (dia 02/04/09), igualmente o parlamento europeu aprovou, em resolução sobre a consciência europeia e o totalitarismo, o apoio ao dia 23 de agosto, como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários, e a divulgação e a avaliação dos crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários.

Neste momento em que, na América Latina, subprodutos da ideologia autoritária de esquerda assombram a vários países da região, seja na expressão do socialismo do século XXI de Hugo Chávez, clonado na Bolívia, Equador, Nicarágua, ou mesmo no autoritarismo popular ou subperonismo de Lula, como na definição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com ataques à liberdade de imprensa (cerceamento de jornais), ao Estado de Direito, a fazendas produtivas pelo MST, ao equilíbrio e à separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, entre outros sintomas de erosão democrática, com ênfase para a corrupção, vale a pena se ver ou rever certas páginas tristes do século passado, por mais lastimáveis que sejam, a fim de evitar que elas não se repitam.

Também para quem deseja se aprofundar sobre o tema dos totalitarismos, é possível baixar dois e-books já clássicos sobre o assunto: O Livro Negro do Comunismo e As origens do Totalitarismo, de Hanna Arendt.

Em As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, compara brilhantemente o nazismo com o estalinismo. Em O Livro Negro do Comunismo, apresentam-se as seguintes cifras do genocídio provocado pelos regimes comunistas onde estes se instalaram. Os números são aproximados e há muita controvérsia sobre eles, com gente dizendo que estão superestimados ou subestimados, dependendo da cor ideológica do leitor e crítico. Seja como for, revela uma carnificina que deixa as ditaduras de direita no chinelo.

- URSS, 20 milhões de mortos,
- Camboja, 2 milhões de mortos,
- Leste Europeu, 1 milhão de mortos,
- China, 65 milhões de mortos,
- Vietnã, 1 milhão de mortos,
- Coreia do Norte, 2 milhões de mortos,
- América Latina, 150.000 mortos,
- África, 1,7 milhão de mortos,
- Afeganistão, 1,5 milhão de mortos,
- Movimento comunista internacional e partidos comunistas fora do poder, uma dezena de milhões de mortos. O total se aproxima da faixa dos cem milhões de mortos.

Posto, por fim, vídeo da apresentação que o U2 fez em Berlim, agora em 5 de novembro, também em comemoração à queda do muro. Emocionante ver a projeção das imagens no portão de Bradenburg, quando aparecem imagens com a foice e o martelo (símbolo do comunismo) e estrelas que são substituídas por One Love e depois pela palavra Freedom (liberdade).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A moça de vermelho e a baixaria dos machistas da UNIBAN


Quando vi a cena da moça sendo escoltada pela polícia via corredores da UNIBAN, ao som de PUTA, PUTA...., fiquei sem entender bem o que se passava por alguns segundos. Por que cargas d'água aquele monte de marmanjos e algumas senhoritas mais merecedoras de xingamentos do que a perseguida estavam promovendo semelhante tumulto contra aquela mulher?

Logo li que a perseguição se devia ao fato de a moça estar usando um vestido muito justo, curto e ainda por cima vermelho (alguns dizem que é rosa). Nas imagens dela saindo da escola, sob escolta, não se via o "provocador" vestido porque um professor havia lhe emprestado um jaleco. Só se viam e ouviam os agitados estudantes e seus impropérios seguindo o grupo.

Nas imagens acima, do Fantástico, Geyse Arruda, a moça agredida aparece com o tal vestido. Já vi "n" mulheres com esse modelito "cheguei", meio perua, meio vulgar, mas daí a esse visual merecer um quase linchamento, só evitado porque a polícia intercedeu....!!? Coisa mais absurda! E o Vice-reitor da Uniban, Ellis Wayne Brown, não vê razão para expulsar ninguém da turba ignara que agrediu e humilhou a moça.

O jornalista Reinaldo Azevedo escreveu um belo texto sobre esse causo inacreditável onde questiona: ....estranho o silêncio da militância feminista; estranho o silêncio das ONGs voltadas para os chamados direitos da mulher; estranho o silêncio de Nilcéia Freire, titular da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Sim, eu sei, a “moça de vermelho” não é exatamente uma militante; não é alguém que porte bandeira; não é veículo de uma causa. Ela é só uma cidadã, um indivíduo, vítima de uma brutalidade. Então todos se calam. Se a garota, ao menos, fosse negra, seria defendida em razão de sua condição que diriam “racial”. Como nem isso ela é, então sabem o que ela é? NADA!!!
O Reinaldo não sabe, mas as feministas devem estar, como de costume, mais preocupadas com a luta anticapitalista (significa eleger a candidata de Lula, apoiar o MST), o patriarcado, a misoginia, um monte de abstrações em torno das quais giram como moscas zonzas em torno da lâmpada. Foi preciso passar um bom tempo e muita gente começar a divulgar seu estranhamento quanto ao silêncio das feministas, sobre o caso bem mais terrível da menina presa com um bando de homens numa cela no Pará (a governadora é do PT), para que elas se mexessem e ainda assim timidamente.... Esse caso é bem mais ameno, embora gritantemente machista, então, vai lá saber se haverá uma reação. Se for para protestar contra o suposto golpe em Honduras, elas se mexem rapidinho, porém, para condenar machões grotescos que atacam mulheres por usarem roupas curtas e justas, qualquer cágado as supera.

Enfim, como diria o poeta: "...Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera." (Carlos Drummond de Andrade)
De qualquer forma, eu ainda protesto. Protestem também e depressa.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

33 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo - 23/10-05/11 no The Auteurs

O site The Auteurs disponibiliza filmes clássicos e independentes de todas as nacionalidades gratuitamente. Basta se inscrever. Depois é só logar e assistir filmes com imagem e som excelentes. Para cinéfilo nenhum botar defeito. Incrível!

No momento, numa parceria com a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o site está disponibilizando alguns dos filmes do festival. Neste ano, são mais de 400 filmes, incluindo um concurso para novos cineastas, retrospectivas, tributos e um enfoque especial sobre o cinema sueco.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Especialista recomenda vegetarianismo contra a mudança climática

O mundo deveria se tornar vegetariano para combater com sucesso a mudança climática, já que o efeito estufa do gás metano liberado por vacas e porcos é 23 vezes mais potente que o do dióxido de carbono, segundo uma das maiores autoridades britânicas no assunto.

Em declarações ao jornal "The Times", lorde Stern, autor de um relatório sobre a economia da mudança climática encomendado pelo Governo do Reino Unido, disse que a pecuária destinada ao consumo de carne representa "um desperdício de água e contribui poderosamente para o efeito estufa".
Especialista+recomenda+vegetarianismo+contra+a+mudan%C3%A7a+clim%C3%A1tica+-+27%2F10%2F2009+-+Ci%C3%AAncia+e+Sa%C3%BAde+-+EFE

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Requião atribui a gays a existência do câncer de mama masculino!

O PLC/122, de combate à homofobia furou, a Previdência Social não vai mais pagar pensão para parceiros homossexuais e os políticos brasileiros não param de dar show de homofobia. É um festival de "ingnorança" e preconceito inacreditáveis. Há pouco houve a troca de xingações entre o Carlos Minc e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), onde a palavra 'viado' e outras declarações heterossexistas rolaram para lá e pra cá.

Agora foi a vez do governador, do Paraná, Roberto Requião (PMDB), a propósito de ações contra o câncer de mama, em tom de piada, declarar (em reunião de seu secretariado mais assessores de primeiro escalão, realizada ontem (27/10) e transmitida pela Rádio e Televisão Educativa): "A ação do governo não é só em defesa do interesse público. É da saúde da mulher também. Embora hoje o câncer de mama seja uma doença masculina também. Deve ser consequência dessas passeatas gay".
É mole? Será que o governador acredita que, nas passeatas gays, os homens ficam tomando estrogênio daí o aumento das mamas e do câncer nas mesmas? Não bastasse o festival de besteiras de sua Insolência, Lula da Silva, ainda temos o resto das "otoridades" do país desfilando um rosário de grosserias e boçalidades sem limite. Abaixo deixo link para fala do Jabor sobre o assunto e o vídeo do governador do Paraná fazendo gracinha. Teve gente que riu.

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm

domingo, 25 de outubro de 2009

Filme "A Onda" ou como se constrói a submissão ao totalitarismo!

Ao lecionar sobre o nazismo e o holocausto, o professor de História Burt Ross fica sem saber explicar aos alunos como os alemães concordaram com todo o horror do Terceiro Reich. Buscando uma resposta, Ross aprofunda-se no nazismo e decide pôr em prática, com seus estudantes, o que aprendeu, realizando uma arriscada experiência pedagógica que reproduz na sala de aula a doutrinação nazista: com base no slogan 'Poder, Disciplina e Superioridade', cria um símbolo gráfico chamado 'A onda' para o grupo, exorta a disciplina e a coletividade em detrimento das individualidades e se auto-intitula líder. A experiência "cola", e o fanatismo toma conta de toda a escola, excluindo quem não entrava na Onda.

O filme de 45 minutos, feito para a TV, foi baseado num experimento real ocorrido em uma escola de Palo Alto, na Califórnia, em 1967. A experiência virou livro em 1988 e, no ano passado, o filme alemão Die Welle  (A Onda) que está em cartaz nos cinemas brasileiros desde fins de agosto. Uma boa comparar a versão original - que posto abaixo - com a atual das bilheterias. Ambos alertam para o  fascínio que a manada exerce, sobre as pessoas, e seus perigos.

Para ver o filme em tela inteira, clique sobre o símbolo com as setinhas no canto inferior direito. A imagem fica um pouco desfocada, mas é possível escalonar a tela. No formato abaixo, o filme fica bem nítido.
Filme: “A onda” [ The wave] – Dur.: 45 minutos – Direção: Alex Grasshof - País: EUA - Ano: 1981 Elenco: Bruce Davison, Lori Lethins, John Putch, Jonny Doran,Pasha Gray, Valery Ann Pfening.









Um blog e um site muito legais: contra a racialização do Brasil e Race: Are we so different?

Nestes tempos bicudos, de retorno de autoritarismos que pensávamos sepultados, de racistas e racialistas, é sempre bom checar alguns sites e blogs que iluminam a escuridão dos tempos. Sobre o racialismo (ou racismo), vale checar o blog de vários autores, entre eles o sociólogo Demétrio Magnoli, onde se encontram muito bem fundamentadas as razões para se combater essa sandice que quer nos dividir em brancos ou negros, isso num país fundamentalmente mestiço como o Brasil. O blog se  chama contra a racialização do Brasil. Imprescindível. Nele encontrei também o site da associação de Antropologia Americana,  Race: Are we so different? (Raça: Somos assim tão diferentes?) que, a partir de várias perspectivas, demonstra como esse negócio de raça é uma tremenda bobagem. Pra quem lê em inglês, também imprescindível.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da série "Uma imagem vale mais do que mil palavras"

A foto ao lado (de Wilson Júnior, Agência Estado) dá bem uma dimensão de a quantas anda a guerra do narcotráfico no Rio. Crivaram um fulano de balas e botaram num carrinho de supermercado na via pública. Crianças e uma senhora observam a curiosa compra. Rapazes ao fundo parecem conversar alheios ao presunto.

Hoje o número de mortos chegou a 33, e um dos policiais do helicóptero abatido na batalha foi enterrado, entre lágrimas e salvas de tiro, como herói.

No sábado, em entrevista à Globo, uma líder comunitária só sabia dizer que a situação era fruto do abandono da população à própria sorte pela sociedade e o governo. Que, se as autoridades investissem no "social", isso não existiria. Como se o narcotráfico fosse uma decorrência estrita da pobreza. Falta explicar porque, em todas as favelas, a maioria da população de baixa renda não está envolvida com a bandidagem. Bem ao contrário, é uma das grandes vítimas dela.

E é sempre a mesma história: enquanto a dita "esquerda" vem com essa ladainha vitimista, a "direita" quer simplesmente o bandido morto e acabou. Como em tudo mais, está na hora de superar essa dicotomia e buscar soluções que combinem apoio social e repressão mesmo (dentro da legalidade). Depois de tantos anos de negligência, agora não vai mais se conseguir resgatar os morros cariocas só com ações sociais. Muito menos com um presidente da república que vai para a Bolívia visitar o amiguinho Evo Morales e bota um colar de folhas de coca para demonstrar seu apoio às culturas ilícitas.

domingo, 4 de outubro de 2009

Te Recuerdo Amanda! de Vitor Jarra, com Mercedes Sosa


Mercedes Sosa (Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009), foi uma cantora argentina de música folclórica, entre outras, apelidada de La Negra pelos longos e lisos cabelos negros,que fez muito sucesso na época das ditaduras militares na América Latina (décadas de 60 a 80).
Tinha voz de contralto e vasto repertório engajado, combinando com seu ativismo de esquerda, tendo se tornando uma das grandes expoentes da chamada Nueva Canción, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. Atuou com conterrâneos como os músicos  León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, e outros latino-americanos como Milton Nascimento, Fagner e Silvio Rodríguez, além de Beth Carvalho.

No Brasil, ficou mais conhecida pela música Gracias a La Vida que Elis Regina também gravou em português. Pessoalmente, sempre preferi uma de suas interpretações não tão famosas, Te Recuerdo Amanda, uma canção de amor que, embora não deixe de ser engajada, é fundamentalmente uma canção de amor, que fala da fragilidade e da impermanência humanas. Abaixo a letra e o vídeo com a música, como um pequeno tributo a essa cantora que também marcou a minha juventude.

Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fabrica donde trabajaba Manuel

La sonrisa ancha, la lluvia en el pelo,
no importaba nada
ibas a encontrarte con el,
con el, con el, con el, con el

Son cinco minutos
la vida es eterna,
en cinco minutos

Suena la sirena,
de vuelta al trabajo
y tu caminando lo iluminas todo
los cinco minutos
te hacen florecer
Te recuerdo Amanda
la calle mojada
corriendo a la fabrica
donde trabajaba Manuel

La sonrisa ancha
la lluvia en el pelo
no importaba nada,
ibas a encontrarte con el,
con el, con el, con el, con el

Que partió a la sierra
que nunca hizo daño,
que partió a la sierra
y en cinco minutos,
quedó destrozado

Suenan las sirenas
de vuelta al trabajo
muchos no volvieron
tampoco Manuel

Te recuerdo Amanda,
la calle mojada
corriendo a la fábrica,
donde trabajaba Manuel.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Resultado das cotas raciais na África do Sul: brancos pobres!

Reportagem sobre os efeitos daninhos das cotas raciais na África do Sul: o país conseguiu produzir uma classe média negra com elas, mas a maioria dos negros permaneceu pobre e, sobretudo, brancos começaram a ser discriminados no mercado de trabalho e se tornaram pobres também. O vídeo está em francês, mas é legendado em português. Postei uma versão já legendada, mas, caso não apareça para você, basta ir ao You Tube e clicar no triângulo no canto direito da tela do vídeo. Fundamental para nós, brasileiros, que estamos às voltas com essa história de cotas por aqui.

Aproveito para indicar o livro do professor Demétrio Magnoli, Uma Gota de Sangue, que acaba de ser lançado, sobre este tema. No site Millenium, estão vendendo a obra com um bom desconto. Clique aqui para acessar. Para que o nosso Brasil continue a ser o mulato inzoneiro que sempre cantamos em nossos versos. A melhoria da vida de negros e pardos em nossa terra passa pelo acesso destes à boa educação acadêmica não pela mamataria ou pela mediocracia. O mesmo se diga para os brancos pobres e para tod@s as/os cidadãs e cidadãos do nosso país.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Honduras - República de Bananas - Merval Pereira


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o protoditador venezuelano Hugo Chávez encarregaram-se em questão de poucas horas de desmontar a versão oficial de que as autoridades brasileiras nada sabiam sobre a sua estratégia de regressar ao país e abrigar-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Falando à rádio Jovem Pan, o presidente deposto, Manuel Zelaya, disse que a escolha da representação diplomática brasileira foi uma “decisão pessoal”, depois de consultas feitas ao presidente Lula e ao chanceler Celso Amorim.

Já Chávez revelou, rindo, como “enganou” todo mundo, monitorando a viagem de Zelaya através de um telefone via satélite, e que quando todos esperavam que o presidente deposto estaria em Nova York, para a reunião da ONU, ele “se materializou” na embaixada brasileira.

A reboque da estratégia bolivariana, o governo brasileiro está participando de uma farsa política com ares de “república de banana”, só que dessa vez o papel de interventor não é dos Estados Unidos, mas do Brasil, conivente com a irresponsabilidade de Chávez.

Um advogado paulista, Lionel Zaclis, doutor e mestre em Direito pela USP, publicou no site “Consultor Jurídico” um estudo detalhado sobre o processo de destituição do presidente hondurenho, à luz da Constituição do país, e chegou à conclusão de que não houve golpe de Estado.

Segue um resumo de seu relato: “De acordo com a Constituição de Honduras, como destacamos aqui ontem, o mandato presidencial tem o prazo máximo de quatro anos (artigo 237), vedada expressamente a reeleição.

Aquele que violar essa cláusula, ou propuser-lhe a reforma, perderá o cargo imediatamente, tornando-se inabilitado por dez anos para o exercício de toda função pública.” “(...) Em 23 de março de 2009, o presidente Zelaya baixou o Decreto Executivo PCM-05-2009, estabelecendo a realização de uma consulta popular sobre a convocação de uma assembleia nacional constituinte para deliberar a respeito de uma nova carta política.” “(...) Em 8 de maio de 2009, o Ministério Público promoveu, perante o ‘Juzgado de Letras Del Contencioso Administrativo’ de Tegucigalpa, uma ação judicial contra o Estado de Honduras, pleiteando a declaração de nulidade do decreto (...).” “(...) E, como tutela antecipatória, que foi aprovada, requereu-lhe a suspensão dos efeitos, sob o fundamento de que produziria danos e prejuízos ao sistema democrático do país, de impossível ou difícil reparação, e em flagrante infração às normas constitucionais e às demais leis da República, para não falar dos prejuízos econômicos à sociedade e ao Estado, tendo em vista a dimensão nacional da consulta.” “(...) Em 3 de junho, o Juizado proibiu o presidente Zelaya de continuar a consulta.

Contra essa decisão, impetrou ele um Recurso de Amparo — similar ao nosso Mandado de Segurança — perante a Corte de Apelações do Contencioso Administrativo, o qual foi rejeitado em 16 de junho.” “(...) Assim, o Juizado do Contencioso Administrativo expediu, no dia 18 de junho, uma segunda ordem contra o presidente, tendo uma terceira sido expedida nesse mesmo dia. Em virtude dessa desobediência, o promotor-geral da República ofereceu, perante a Suprema Corte, denúncia criminal contra o presidente Zelaya, sustentando configurar sua conduta crimes de atentado contra a forma de governo, de traição à pátria, de abuso de autoridade e de usurpação de funções, em prejuízo da administração pública e do Estado.” “(...) A Suprema Corte aceitou a denúncia em 26 de junho, com fundamento no art. 313 da Constituição e designou um magistrado para instruir o processo.

Foi decretada a prisão preventiva do denunciado, com o que foi expedido mandado de captura, cujo cumprimento ficou a cargo do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.” “(...) No mesmo dia, o Juizado de Letras do Contencioso Administrativo deu ordem às Forças Armadas para suspender a consulta pretendida pelo presidente Zelaya e tomar posse de todo o material que nela seria utilizado.” “(...) O presidente Zelaya, então, ordenou ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas que distribuísse o material eleitoral de qualquer modo, porém o último, invocando a ordem judicial, se negou a fazê-lo, ao que foi destituído, tendo, em seguida, impetrado junto à Suprema Corte um recurso de amparo para ser reconduzido ao cargo.” “(...)

Em 25 de junho a Suprema Corte cassou o ato do presidente Zelaya, sob o fundamento de que a remoção do chefe do Estado Maior das Forças Armadas constitui ato privativo do Congresso Nacional nos termos do artigo 279 da Constituição.” “Uma frase famosa na diplomacia brasileira é a do chanceler do governo Geisel Azeredo da Silveira, que vivia repetindo: “O Brasil não pode dar a impressão de que é uma Honduras”.

A preocupação tinha sentido: Honduras é o país inspirador do termo “República de bananas” ou “República bananeira” cunhado pelo escritor americano O. Henry, pseudônimo de William Sydney Porter, que, no livro de contos curtos Cabbages and Kings, (Repolhos e Reis) de 1904, usou pela primeira vez a expressão, que passou a designar um país atrasado e dominado por governos corruptos e ditatoriais, geralmente na América Central.

O principal produto desses países, a banana, era explorado pela famosa United Fruit Company, que teve um histórico de intromissões naquela região, especialmente Honduras e Guatemala, para financiar governos que beneficiassem seus interesses econômicos, sempre apoiado pelo governo dos Estados Unidos.

A cláusula pétrea da Constituição de 1982 de Honduras tinha justamente o objetivo de cortar pela raiz a possibilidade de permanência no poder de um presidente, pondo fim à tradição caudilhesca no país.

Fonte: O Globo, 25/09/09

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dia da Árvore - Bem-vinda Primavera!

Hoje é dia da árvore, das árvores que nos fornecem madeira, combustível, alimentos, remédios, látex e outros produtos que usamos diariamente. Das árvores que reduzem a temperatura, o uso de energia e  removem poluentes. Cada parte de uma árvore, das folhas às raízes, contribui para o controle do clima e do equilíbrio do planeta.
 
Dia das árvores que também são abrigo e alimento de tantas outras espécies deste mundo maltratado pela espécie humana e sua estranha idéia de crescimento e desenvolvimento.

Hoje é dia de celebrar as árvores. De plantar algumas. De contribuir para preservar outras.

No UOL, colocaram um slide sobre como plantar uma árvore, tirado do site Casinha na Árvore. O site é para crianças - uma gracinha - mas tod@s nós, marmanj@s, podemos usufruir do aprendizado.

E como a Primavera também começa amanhã, dia 22 de setembro, posto abaixo a música do Tim Maia, Primavera, para celebrar igualmente a mais bela das estações do ano. Estação das flores, dos amores, da vida. Momento para refletir existencial e ecologicamente.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pilobolus: Porque a arte ainda salva!

Apresentação do grupo de dança Pilobolus, surgido em 1971, que inovou as artes cênicas com criatividade e qualidade. Abaixo, uma de suas diversas performances ao vivo com sombras (do projeto Shadowland). Roteiro de turista na cidade de Nova Iorque. Incrível! Aqui link para o site do grupo, onde se pode conhecer mais de seu trabalho e inventidade.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A AIDS é um genocida


Campanha alemã polêmica coloca Adolf Hitler fazendo sexo com uma mulher em vídeo. Para alguns, a campanha estigmatiza os portadores do vírus, além de ser de mau-gosto e não ensinar métodos preventivos.

Por outro lado, para os organizadores da campanha, Regenbogen (arco-íris), que também tem cartazes e mais materiais publicitários, com outros ditadores como Stálin e Saddham Hussein, a intenção é impactar a opinião pública e chamar a atenção para os cerca de 28 milhões de pessoas que já faleceram em decorrência da síndrome, o que a torna uma grande genocida.

Veja o vídeo* e o cartaz e diga o que acha.

* O vídeo foi retirado pelo You Tube.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Festa do Peão de Barretos reuniu 720 mil pessoas. Pessoas?!!!

Segundo a organização da Festa do Peão de Barretos, maior evento de rodeios da América Latina, o parque que sedia o evento de 11 dias na cidade paulista recebeu 720 mil visitantes para assistir às torturas aos animais e aos shows no festival que foi encerrado no domingo passado (30/08).
Vejam abaixo o que esses visitantes têm prazer em assistir e, depois, me digam, podem essas criaturas ser consideradas humanas?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O verdadeiro petróleo do pré-sal


Como eu adoro charges, HQ (já fiz das minhas também,) não canso de me divertir com nossos chargistas. Divulgo mais um blog de charges, esse do cartunista Lute. A charge ao lado é dele. Não deixem de visitar o blog. Tem umas charges óootimas.

E aproveitando que hoje é o dia de dizer não ao caudilho Chávez da Venezuela, seguindo a orientação da campanha nomaschavez, criada no twitter, facebook, etc... (o site está fora do ar), deixo também o link do site chamado Museu do Comunismo. Está em inglês mas, com um inglês instrumental, dá para entender. E vale a pena visitar, ver a linha do tempo do mal, o hall da infâmia com os personagens desse enredo de assassinos e assassinatos.

Nós nos acostumamos com as imagens do totalitarismo de direita (os discursos de Hitler, as manifestações de massa do nazismo, o abominável dos campos de concentração), mas raramente tivemos acesso a imagens e vídeos relatando os horrores do totalitarismo de esquerda, embora este tenha matado muito mais gente do que sua contraparte azul. E as pessoas precisam ver e conhecer essa história, pois partidários dessas ditaduras estão aí de volta, em nosso país e em todo o continente latino-americano, se fazendo de bonzinhos, defensores do povo, dos oprimidos, agora também dos direitos da mulher, dos negros, dos homossexuais.

Olho vivo, minha gente! Democracia é fundamental!! No mas Chávez, aliás.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O espírito dos tempos: Vanusa cantando o Hino Nacional

Beeem, não dava para não comentar o vídeo da Vanusa acabando com o Hino Nacional. É tragicômico, né? Foi a interpretação mais etílica que já ouvi do hino pátrio, embora a cantora jure que não bebeu nada. Diz que foi tudo culpa de uma labirintite.

Tá certo que a letra do dito sempre foi meio surreal, com inversões na sequência lógica das frases e imagens de tirar o fôlego....kkkk, mas o ritmo sempre foi de hino, aquela coisa ufanista, gloriosa.

Agora, a Vanusa, mamada não sei de quê, fez o hino da loura doida e tirou toda a retumbância da música, além de criar em cima de uma letra já pra lá de criativa. E olhe que ela estava lendo a letra, com óculos e tudo.

Ficou tudo assim arrastado, em ritmo de 51. Acho que é o espírito dos tempos, a trilha sonora do Brasil em que vivemos.


E o Hino Nacional em sua versão sóbria....kkkkkk

sábado, 29 de agosto de 2009

29 de agosto - Dia Nacional de Combate ao Fumo

Neste dia nacional de combate ao fumo, vale sempre lembrar a necessidade de conscientizar também as lésbicas sobre a importância de não fumar. Entre as mulheres que fumam, o número de lésbicas é praticamente o dobro das demais fumantes. Leiam o texto que fiz sobre o assunto no site da Um Outro Olhar.

Participem também do abaixo-assinado do INCA-ACTBR pelo Brasil livre de fumo em ambientes fechados. O tema deste ano do dia nacional de combate ao fumo é "Quem não fuma não é obrigado a fumar."

Quem não fuma não é obrigado a fumar

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

19 de agosto: Feliz Dia do Orgulho Lésbico!


Redigi livreto sobre a primeira manifestação histórica de lésbicas contra o preconceito que deu origem ao dia 19 de agosto (orgulho lésbico) com fotos e textos de época bem como uma pequena cronologia do Movimento Lésbico nacional e internacional com base em seus momentos-chave, eventos pioneiros ou que levaram a desdobramentos ou mudanças de rumo na organização lésbica.

A edição das imagens da manifestação (quase todas têm copyrigth da Folha Imagem), se baseou na sequência dos acontecimentos, com recorte para a visibilidade d@s ativistas da época que estiveram presentes à manifestação, e o pioneirismo de algumas personalidades no trato da questão lésbica e homossexual no Brasil, como na foto que aparecem Cassandra Rios, Irede Cardoso, Rosely Roth e Ubiratan da Costa e Silva (acervo da Um Outro Olhar).

Índice:
I. Memória da primeira manifestação lésbica contra o preconceito que deu origem ao Dia do Orgulho das Lésbicas no Brasil, com sequência de fotos e textos de época.

II. Histórico da trajetória da principal protagonista da manifestação, Rosely Roth, com fotos e textos de época.

III. Cronologia do Movimento Lésbico Nacional e Internacional em comemoração aos 30 anos de organização lésbica no Brasil

19 de Agosto - Dia do Orgulho Lésbico no Brasil -PDF
19 de Agosto - Dia do Orgulho Lésbico no Brasil -XPS



Heroes, David Bowie

Intérprete - Wallflowers
I, I wish you could swim
Like the dolphins, like dolphins can swim
Though nothing, nothing will keep us together
We can beat them
Forever and ever
We can be heroes
Just for one day

Eu, eu gostaria que você pudesse nadar
Como os golfinhos, como os golfinhos conseguem nadar
Embora nada, nada venha a nos manter junt@s

Nós podemos derrotá-los
continuamente
Nós podemos ser heróis,
mesmo só por um dia

Oh I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing, nothing will drive them away
We can be heroes
Just for one day
We can be, yes!
It's just for one day

Eu, eu serei rei
E você, você será rainha
Embora nada, nada possa afastá-los
Nós podemos ser heróis, só por um dia
Nós podemos derrotá-los
Sim, nós podemos ser heróis
mesmo só por um dia

I, I remember
Standing by the wall
The guns, they shot above our heads
And we kissed, as though nothing could fall
And the shame was on the other side
Oh, we can beat them, forever and ever
Then we could be heroes
Just for one day

Eu, eu me lembro
Em pé próximo ao muro
As armas, eles atiraram por sobre nossas cabeças
E nós nos beijamos como se nada pudesse nos atingir
E a vergonha não era nossa.
Nós podemos derrotá-los continuamente
Então podemos ser heróis
Mesmo só por um dia

We can be heroes
We can be heroes
We can be heroes
We can be heroes,
just for one day

Nós podemos ser heróis
Nós podemos ser heróis
nós podemos ser heróis
Só por um dia

sábado, 15 de agosto de 2009

40 anos de Woodstock -15-17 de agosto


Há 40 anos acontecia na cidade de Bethel, em Nova Iorque, o festival de Woodstock, ícone da geração paz e amor, do hippismo, da contracultura. De fato, o festival era para ter ocorrido na cidade de Woodstock mas o número de pessoas excedeu os limites do local onde seria o evento.

Os organizadores foram então para outra cidade, numa fazenda que comportaria um público de 200.000 pessoas, mas o nome permaneceu Woodstock por ser mais sonoro. O público previsto, contudo, excedeu em 300.000 a conta dos organizadores, gerando congestionamentos monstros, problemas sanitários, alimentares e médicos (não havia infra-estrutura para tanta gente).

Apesar do geral improvisado, o clima paz e amor realmente salvou a festa, que teve poucos incidentes apesar do contexto, também alimentada pela perfomance de alguns dos maiores artistas da época. São tantos os nomes memoráveis que fica difícil recordar todos. Basta lembrar, contudo, que lá estiveram presentes Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker... para se ter uma idéia do tamanho do documento.

Sobretudo lá esteve presente o espírito de um tempo, um daqueles raros clarões provocados pelo raio da solidariedade e da liberdade em meio à eterna noite escura e tempestuosa que caracteriza a história da humanidade. Mesmo a faceta sombria da contracultura com seus excessos (de drogas, de sexo, de autofagia) deu pouco as caras, e reinou sua face solar, pacifista, solidária, ligada à natureza, ao orientalismo. Ao contrário do que ocorreria em Altamont, na Califórnia, em dezembro do mesmo ano e que muitos consideram como o início do fim do sonho, em Woodstock reinou mesmo a música, a paz e o amor.

Tinha 15 anos quando toda essa movimentação aconteceu e lembro de como pareciam mais fáceis os contatos entre as pessoas, os relacionamentos humanos, da qualidade moral, intelectual e inclusive espiritual de toda aquela geração. Para o mundo de hoje, tão pobre de tudo isso, vale a pena lembrar que outros horizontes são sim possíveis, ainda que sem os excessos daqueles tempos, sobretudo sem drogas.

Fica aqui então meu pequeno tributo aos 40 anos de Woodstock, com a postagem de 2 vídeos de ícones do evento e da época: Janis Joplin, com toda sua visceralidade, e Jimmi Hendrix, pra lá de genial.

Ah, e vale a pena ver o filme Woodstock (para quem ainda não viu). E ficar de olho nas novidades que estão sendo lançadas em decorrência dos 40 anos do evento.


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Vale-tudo entre mulheres. Vai encarar?



Sábado agora à noite, dia 15/08, duas mulheres irão se enfrentar no Strikeforce, um dos principais torneios de vale-tudo dos Estados Unidos.

São elas a norte-americana Gina Carano, 27 anos (a morena), e a brasileira Cristiane "Cyborg" Santos, 24 anos (a loura da foto), naquele que vem sendo considerado o maior combate de todos os tempos da modalidade entre mulheres.

Gina que também participa de seriados e filmes, tem um cartel de sete vitórias, em sete lutas, sendo três por nocaute e uma por finalização. Já nossa conterranea, a brasileira Cris Cyborg, tem sete vitórias, em sete lutas, cinco delas por nocaute. Uauuu!

Já vi muita luta marcial entre mulheres, boxe, kung fu, etc., mas não vale-tudo. Será que se agarram tanto quanto os mancebos?! E dão todas aquelas inacreditáveis porradas? O título é pelos leves, mas considerando a modalidade de luta, dá pra imaginar o que significa. Ai meus peitos!

Não descobri se a luta vai ser transmitida por algum canal de TV paga, mas, se for passar, aviso. Dizem que nossa "brazuca" aí da foto vai passar por cima da gringa.

Vejam o vídeo abaixo para dar um palpite sobre esse tipo de luta e a possível ganhadora do título de campeã da porrada. Achei a Gina muito produzida, e a nossa "brazuca" meio Mike Styson. Mesmo assim não encararia nenhuma delas nem pra dizer prazer em conhecê-la....rsss Etcha!

Atualização (16/08): A primeira campeã de um torneio renomado de MMA (Vale-Tudo) na história desse esporte é a brasileira Cris Cyborg, de Curitiba. Cris surrou a americana Gina Carano, ontem, para ser coroada campeã do StrikeForce.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Lei antifumo: autoritária ou pró-vida?

Entrou em vigor hoje a lei antifumo, 13.541/09, que proíbe o fumo em locais fechados de uso coletivo, públicos ou privados, sancionada pelo governador José Serra (PSDB), em todo o Estado de São Paulo. A legislação vale para o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos, e os fumódromos não serão mais permitidos.
Fumantes chiaram, dizendo que a lei é autoritária, mas, como não dá pra colocar redoma em torno deles e impedir que sua fumacinha cancerígena atinja os não fumantes, sou totalmente favorável à nova lei e espero que venha de fato a ser cumprida.

Nem preciso saber que, das 8 doenças que mais matam pessoas no mundo, 6 estão relacionadas ao tabaco, para detestar cigarros e seus consumidores. Nem preciso saber que 100 milhões (isso mesmo) de pessoas morreram no século passado por causa do fumo, para detestar cigarros e seus consumidores. Nem preciso saber que 90% dos casos de câncer do pulmão, 75% dos problemas cardíacos e 25% das bronquites e enfisemas são causados pelo fumo, para detestar cigarros e seus consumidores.

Me basta sentir aquela fumacinha insuportável entrando pelas narinas, e meu nariz começar a ficar entupido, minha garganta e pulmões começarem a arder para eu detestar o cigarro e seus consumidores. Na prática os fumantes sempre obrigaram os não fumantes a suportar seu vício, segregando o espaço público com suas baforadas. E nunca tiveram respeito por fumódromos coisa nenhuma!

Daí que esse papo de dizer que lei antifumo é coisa de nazista é conversa mole para boi dormir. O higenismo dos nazistas era o aspecto não-doentio da doutrina exatamente. O espaço da gente termina onde começa o espaço do outro, mas a fumaça do cigarro não entende isso nem seus produtores. Então, é preciso mesmo obrigá-los a ser menos egoístas. Lei super bem vinda!!!

Mais informações: http://www.leiantifumo.sp.gov.br/

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Admirável mundo novo em meio à perigosa velharia ideológica e política

Não canso de me admirar dos avanços tecnológicos da humanidade. Em futuro próximo, os cientistas prometem até a imortalidade seja por meio da biotecnologia ou da nanotecnologia. Pesquisando o mecanismo de regeneração celular de certos tipos de águas-vivas, como a Turritopsis dohrnii, que rejuvenescem suas células indefinidamente, ou a integração de sistemas orgânicos com sistemas robóticos, os cientistas afirmam que, em 50 anos, como cyborgs ou águas-vivas humanas, não morreremos mais de velhice pelo menos. Pena que acho difícil estar por aqui para ver tal feito.

Mas nem é necessário ir tão além no futuro para ficar admirada com as inovações tecnológicas. Agora mesmo, cientistas australianos inventaram uma lente de contato que cura a cegueira de pessoas com problemas na córnea. Eles retiram 1 mm do limbo corneal ou conjuntiva do olho do paciente, regiões ricas em células-tronco que são colocadas numa lente de contato e mergulhadas em incubadora, por 10 dias, para que as células se multipliquem. Depois o paciente coloca a lente e, em duas semanas, as células-tronco se fundem com a córnea, substituindo as células anteriores danificadas. A lente então pode ser retirada. Em três meses, a visão dos cegos começa a retornar. Como as células-tronco são do próprio paciente, não sofrem rejeição pelo organismo. O criador da ténica, o oftalmologista Nick di Girolamo, da Universidade de New South Wales, testou sua invenção em três pacientes que recuperaram boa parte da visão. Segundo o cientista, o procedimento ainda está em fase de testes, mas, em breve, poderá ser utilizado em qualquer hospital.

Não é incrível? Pois, é! E eu poderia citar inúmeros outros exemplos desse admirável mundo novo tecnológico, porém não é o caso para essa breve postagem. Os exemplos acima estão aqui apenas como comparativos do contraste gritante entre a evolução tecnológica humana e a situação sócio-econômica-política-ideológica do mundo atual.

Após os auspiciosos anos 60, com todas suas revoluções culturais e políticas, após a derrocada dos regimes totalitários tanto de direita quanto de esquerda, na América Latina, na Europa, na Ásia, tudo enfim parecia se encaminhar para o tal mundo melhor de que tanto se fala, apesar ainda de tantos pesares. Mas, que nada! De um lado, o capitalismo se globalizou e, desregulado, incentivou um consumismo e um individualismo sem precedentes. De outro, na reviravolta conservadora, os fundamentalistas religiosos retornaram querendo novamente unir Igrejas e Estado. Ainda de outro, as viúvas da queda do muro de Berlim se reuniram na América Latina, no chamado Foro de São Paulo, não só para prantear seus mortos como também para organizar um vudu a fim de trazê-los de volta à vida.

O resultado é que temos hoje um planeta ameaçado pelo consumismo desenfreado capitalista; sociedades vivendo sob governos religiosos de cunho autoritário, com mentalidade e práticas medievais, e uma América Latina gravemente ameaçada de repetir as aventuras totalitárias da Europa dos tempos da Guerra Fria. Tudo isso sob o olhar complacente da chamada comunidade internacional que parece mais perdida que cego em tiroteio, para não fugir muito do eixo oftalmológico.

Como exemplos, no Irã, o descontentamento popular, com a reeleição, tida como fraudulenta, do presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi reprimido à bala; na América Latrina, o caudilho Hugo Chávez avança na destruição da democracia venezuelana e arremete contra países vizinhos em conflitos com a Colômbia, por via direta, e com Honduras, através de seu esbirro Manuel Zelaya (parece um Odorico Paraguaçu de bigode) que, escorraçado em sua tentativa de implantar o modelito bolivariano no país, posa de vítima aos olhos do mundo, um mundo que, decididamente, parece estar precisando usar a lente de células-tronco do doutor Nick di Girolamo citado acima.

Ficando por aqui em nosso quintal latino-americano, hoje mesmo a imprensa nacional e internacional destaca as insofismáveis provas de que Hugo Chávez municiou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), os terroristas maoístas narcotraficantes, com munição pesada comprada da Suécia, e negocia até mísseis, rádios e fuzis com os facínoras. Isso sem falar também das negociações do caudilho com os aiatolás do Irã, em cooperações militares e nucleares somadas à importação de terroristas islâmicos para solo regional (como se não bastassem os da FARC).

E pior que isso só mesmo o governo brasileiro que, com vários de seus membros signatários do Foro de São Paulo, à parte os fisiologistas próprios e aliados, apóia “moral”, política e economicamente (com o dinheiro dos brasileiros) o caudilho Chávez e todos seus esbirros (Evo Morales, Raul Correa, Zelaya...) enquanto também luta encarnecidamente para se perpetuar no poder através dos bolsas-esmolas da vida e do solapamento da democracia por meio da corrupção generalizada e do aparelhamento do Estado. Mais: nem a cavalaria americana a gente está podendo chamar em nosso auxílio porque, agora capitaneada pelo presidente Barack Banana, anda a fazer média com ditadores, como se fosse possível fazer média com essa gente.

Que coisa, a humanidade não aprende! Todas as vezes que nações democráticas tentaram fazer média com tiranetes o resultado foi apenas e tão somente a expansão da tirania. Talvez ninguém mais lembre, porém melhor refrescar a memória: todo mundo bajulou Hitler antes de ele deflagrar abertamente a II Guerra Mundial. E ele foi dizendo ao que vinha bem antes de se mostrar em todo o seu tenebroso esplendor. Ocorreu o mesmo com tiranos mais recentes, com os mesmos tristes resultados. E de novo todo mundo fazendo vista grossa aos desmandos dos Hugos Chávez da vida? Parodiando o capitão Nascimento, isso vai dar merda!!!

Pois é! Enquanto cientistas apontam para um futuro em que a natureza nem terá mais o poder de nos matar, pois poderemos viver per seculum seculorum, os políticos ameaçam tirar das populações até o tempo natural de vida ou mantê-las na espécie de morte-em-vida que é a sobrevida sob regimes totalitários. Vamos acordar?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Coral Perpetum Jazzile da Eslovênia cria tempestade com o corpo

O coral Perpetuum Jazzile, da Eslovênia, foi fundado com o nome Gaudeamus Chamber Choir, em 1983, por Marko Tiran, tendo, desde 2001, como diretor artístico, o produtor musical, arranjador e vocalista Tomaž Kozlevčar. Nessa apresentação, no início, o coral reproduz o som de uma tempestade com as mãos e os pés. Vejam que incrível. A música se chama Africa, e o autor é o Toto. Abaixo a letra e depois o vídeo. Vi a indicação dessa perfomance no blog do Milton Jung.

I hear the drums echoing tonight
But she hears only whispers of some quiet conversation
She's coming in 12:30 flight
The moonlit wings reflect the stars that guide me towards salvation
I stopped an old man along the way,
Hoping to find some long forgotten words or ancinet melodies
He turned to me as if to say, Hurry boy, it's waiting there for you

CHORUS:
It's gonna take a lot to drag me away from you
There's nothing that a hundred men or more could ever do
I bless the rains down in Africa
Gonna take some time to do the things we never had

The wild dogs cry out in the night
As they grow restless longing for some solitary company
I know that I must do what's right
As sure as Kilimanjaro rises like Olympus above the Serangetti
I seek to cure what's deep inside, frightened of this thing that I've become

CHORUS
(Instrumental break)

Hurry boy, she's waiting there for you
It's gonna take a lot to drag me away from you
There's nothing that a hundred men or more could ever do
I bless the rains down in Africa, I passed some rains down in Africa
I bless the rains down in Africa, I passed some rains down in Africa
I bless the rains down in Africa
Gonna take some time to do the things we never had

domingo, 19 de julho de 2009

Histórias do Movimento Lésbico

Na caminhada lésbica de San Francisco, a comissão organizadora assim se define: somos dykes que se unem, a partir de diferentes backgrounds, pelo amor à comunidade dyke e à sua marcha. Nós somos femmes, butches, ou de outras identidades, somos negras, mestiças, judias e brancas, de diferentes idades e classes. Algumas de nós se identificam como queer ou genderqueer.

É isso: para todas as tribos lésbicas, um exemplo para nós, brasileiras, que estamos vendo nossas caminhadas sendo desvirtuadas por oportunistas (outros movimentos,que não o lésbico, partidos, o escambau).



domingo, 5 de julho de 2009

A questão político-partidária e o MHB/MLGBT

Integrantes do Somos-SP, GALF e SOS Mulher na sede do GALF-Outra Coisa (jun/83).
Acervo Rede de Informação Um Outro Olhar.


A questão político-partidária no MHB/MLGBT e suas consequências não saem de cena há tempos. O assunto é recorrente nas listas de discussão do movimento, e cada mensagem parece colocar mais lenha na fogueira.


A última acha foi colocada por um glpetista que se saiu com uma história de dividir o movimento em velho e novo, onde naturalmente ele e sua turma corresponderiam ao novo e as pessoas que discordam dele pertenceriam ao velho. Nessas, voltou-se a discutir os primórdios do movimento e a citada questão político-partidária que existiria desde sempre, o que não é verdade.

A verdade é que a questão político-partidária, na década de oitenta, foi relativa apenas ao evento do racha do Somos (17/05/1980), o primeiro grupo homossexual brasileiro, dividido pelo conflito entre partidários da Convergência Socialista e os fundadores da organização, de influência libertária, contracultural. Pelo conflito ter se dado no primeiro grupo homossexual do país (envolvendo muitos sentimentos e o fim de muitos sonhos), sua importância foi hiperdimensionada, projetando-se por toda a década de oitenta e criando uma certa mística em torno do que realmente não passou de um episódio isolado.

Isto se deve em grande parte ao fato de que foram sobretudo ou quase tão somente os ícones das distintas correntes conflituosas do Somos (James Green e João Silvério Trevisan) que posteriormente escreveram sobre o assunto em textos que foram replicados por seus simpatizantes contemporâneos. Cumpre, porém, lembrar que essas pessoas não estiverem presentes no restante da década de oitenta, na militância propriamente dita, não tendo vivido, portanto, seu desenvolvimento. Cumpre também, portanto, contextualizar a década de oitenta, inclusive para que o apontamento dos efeitos deletérios da política de grupos de esquerda tradicional no movimento de hoje não fique reduzida a uma espécie de nostalgia do paraíso perdido e não vire inclusive um tiro no pé.

A verdade é que a questão político-partidária teve seu nascimento, apogeu e decadência apenas nos 3 ou 4 primeiros anos do movimento inicial (1979-1982), saindo lentamente de cena já a partir de meados de 1982. As teses da Convergência Socialista que pregavam uma luta conjunta dos grupos homossexuais com outros movimentos sociais, o que na prática, sobretudo naquele período de formação, representava uma diluição da questão homossexual em outras bandeiras, não encontrou eco entre as organizações LGBT da época. A maioria se posicionou pela autonomia do movimento em relação aos partidos políticos e pela consciência de que a homossexualidade era política em si mesma, devendo os grupos se organizar em torno dessa consciência, o que não implicava descartar alianças.

A Convergência Socialista ficou isolada em si mesma e no Somos convergente, já que, nas entidades da esquerda tradicional da época, não havia espaço para a questão homossexual (ainda que adeptos da CS tenham formado um grupo de homossexuais para a construção do partido do trabalhadores)1, e, no movimento homossexual, ela não conseguiu fazer escola. Mesmo no Somos, já em meados de 1982, a questão político-partidária começa a dar lugar à outra questão que constituirá o tema de sua carta de encerramento: a questão da identidade homossexual.

Os integrantes do Somos nesse momento adotam o argentino Nestor Perlongher (autor de O Negócio do Michê, foto ao lado) como mentor, e Nestor, neobarroco tanto em literatura quanto em política, estava mais interessado em discutir o potencial revolucionário da sexualidade e dos desejos, fora de identidades sexuais fixas, do que em conversas sobre a classe trabalhadora e as revoluções socialistas.

Aliás, a questão da identidade homossexual2 é que de fato pode se configurar como a questão da década de oitenta, considerando que a década não terminou em 1983. Os últimos debates/embates entre os autonomistas Outra Coisa e Grupo Ação Lésbica-Feminista (GALF) e o ex-convergente Somos (a CS deixa o Somos antes de seu fim) não se deram por questões político-partidárias mas sim em função do tema da identidade homossexual. Para os dois primeiros, a identidade homossexual ou lésbica era fundamental para a organização política, ainda que se reconhecesse as limitações e perigos dessa via. Para o Somos, a identidade homossexual passou a ser vista como restritiva da fluidez da sexualidade humana, e o Movimento Homossexual como essencialmente normatizador em sua busca de equiparação de direitos para um suposto povo homossexual que de fato não existia. Tanto o Somos enveredou por esse rumo que, em sua carta de despedida assinalava, como razão para seu fim, a impossibilidade de fomentar um projeto de inserir células desejantes revolucionárias (sic) nas estruturas do sistema.

A base para esse arrazoado repousava nos livros e textos de Gilles Deleuze, Michel Foucault e Félix Guattari, tendo inclusive este último, quando em visita ao Brasil, participado de debate, na sede conjunta do Outra Coisa com o GALF, sobre a questão da identidade e outros tópicos correlatos, temas muito em voga no período, para grande despeito do Somos e de integrantes do grupo feminista SOS Mulher, inconformados de ver tão prestigioso intelectual em espaço tão normatizador e identitário.

E a questão da não-afirmação de uma identidade homossexual, tendo virado uma espécie de discussão bizantina, vai se mesclar com a chegada da AIDS, de enorme impacto sobre os gays e a sexualidade em geral, para levar muita gente de volta ao armário. Tanto para os primeiros grupos de prevenção a AIDS quanto para o Movimento Feminista, ela dará uma base “teórica” para os processos de invisibilização respectivamente de homens e mulheres homossexuais em seus espaços. Afirmar uma identidade homossexual/lésbica era careta e divisionista; grupos específicos de gays e lésbicas idem. Mesmo ativistas que relativizavam toda essa história incorporaram a preocupação com as limitações da identidade homossexual e passaram a dizer que estavam homossexuais em vez de afirmar que eram homossexuais. O GALF, por exemplo, buscava evitar a utilização da palavra homossexual como substantivo. No Rio, o grupo Auê igualmente incorpora aspectos da discussão identitária, que também aparece no livro Jacarés e Lobisomens, de Leila Míccolis e Herbert Daniel. Outros, como o GGB e o Triângulo Rosa parecem ter passado ao largo da polêmica, se bem que não inconscientes do assunto.

Ainda que não tenha provocado a intensidade de conflitos da questão político-partidária, o tema da identidade vai permear as interações da década de oitenta (ou permanecer subjacente a ela), entre os sujeitos políticos de então, só diminuindo sua influência com o renascimento do MHB no início da década de noventa, sobretudo a partir de noventa e três, quando o número de grupos (re)começa a aumentar, e a afirmação da identidade homossexual, lésbica, e de outras homossexualidades retorna com força total da mesma forma que a questão político-partidária dá igualmente seus primeiros passos de volta à cena.

Na década de oitenta, contudo, como já dito, com exceção dos primeiros anos do movimento (até 1982), a questão político-partidária vai para os bastidores e lá permanece. Não lembro de nenhuma discussão dessa natureza, qualquer conflito, em torno do assunto, durante esse período. Mesmo na década de noventa, quando os primeiros ativistas ligados a instâncias partidárias, sobretudo ao PT, começam a formar núcleos de gays e lésbicas em seus partidos e agir no MLGBT, a questão político-partidária não assume de cara as luzes da ribalta. O que já se começa a perceber, a partir de 1993, é um incremento da postura fundamentalmente legalista e reformista, que já se evidenciava nos grupos da segunda metade dos anos oitenta, somados a um espírito cada vez mais competitivo, encontros cada vez mais nos moldes da política tradicional, cheios de plenárias e regimentos internos, e bem longe do sentido comunitário e solidário dos primeiros anos do MHB.

De qualquer forma, apenas depois de 1997, com o crescimento de grupos LGBT ligados a partidos políticos de esquerda, com destaque para o PT, é que a questão político-partidária retorna integralmente ao centro das polêmicas e problemas. E é com a ascensão do lulo-petismo à presidência do país, em 2003, que se inicia um processo claro de cooptação e aparelhamento do MLGBT, pelo glpetismo e outras agremiações da esquerda tradicional ressuscitada, ficando o movimento na dependência da agenda do partido, em vez de seguir sua própria agenda, ou como tributário das chamadas questões gerais pela melhoria de “n” setores oprimidos. Tal situação só passou a ser contestada, aliás, com mais veemência, nos últimos dois anos, e não é à toa que, entre seus contestadores, venham se destacando ativistas dos primórdios do movimento ou que nele permaneceram desde então.

De fato, tanto a questão da identidade quanto a político-partidária estiveram sempre presentes na história da organização homossexual no Brasil, parecendo apenas se revezar sob as luzes da ribalta, já que ambas não costumam compartilhar o palco. Quando uma aparece, a outra volta para os bastidores, embora de lá fique espiando o show. No momento, a questão identitária, embora apareça algumas vezes, especialmente pela via da teoria queer, ainda que não mais como instrumento de invisibilidade, não anda roubando a cena, mas continua bem viva em blogs, sites e grupos de estudo LGBT. Seja como for, não é ela a grande promotora dos conflitos atuais.

Hoje, a fonte das farpas e arpões que ativistas LGBT se jogam mutuamente é de fato de novo a questão político-partidária que se vê, aliás, presente em todos os movimentos sociais. Na década de oitenta, contudo, a história foi outra, e é importante contá-la. O movimento disse não à cooptação e sim a autonomia e pode voltar a dizê-lo.

1. OKITA, Hiro. Homossexualismo: da opressão à libertação. São Paulo, Proposta Editorial, 1981, p. 53
2. FRY, P. - Ser ou nao ser homossexual, eis a questao, In Folhetim, Suplemento Dominical da Folha de Sao Paulo, 10 de Janeiro, p. 3, 1982.
HEILBORN, Maria Luiza. “Ser ou Estar Homossexual: dilemas de construção da identidade social” In: PARKER, Richard e BARBOSA, Regina Sexualidades Brasileiras. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1996, p. 136-145.
Martinho, Míriam. A Negação da Homossexualidade. In: Chanacomchana 2, São Paulo: GALF,1983, p. 2-3
Martinho, Míriam. Ser ou Estar Homossexual, eis a questão? In: Chanacomchana 5, São Paulo: GALF,1984, p. 3-5

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Foda-se! da Lily Allen, versão brasileira.

Em comemoração aos 40 anos da revolta de Stonewall contra o preconceito e a discriminação, completados ontem, 28 de junho, uma comunidade do orkut chamada Homofobia já era resolveu fazer uma versão da música Foda-se da Lily Allen, postada no blog Stonewall. Confira abaixo o vídeo, a letra e a tradução da música.



Fuck You (Very Much)
Lily Allen

Look inside, look inside your tiny mind
Then look a bit harder
'Cause we're so uninspired, so sick and tired
Of all the hatred you harbor

So you say it's not okay to be gay
Well, I think you're just evil
You're just some racist who can't tie my laces
Your point of view is medieval

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause we hate what you do
And we hate your whole crew
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause your words don't translate
And it's getting quite late
So please don't stay in touch

Do you get, do you get a little kick
Out of being small minded?
You want to be like your father
It's approval you're after
Well, that's not how you find it

Do you, do you really enjoy
Living a life that's so hateful?
'Cause there's a hole where your soul should be
You're losing control a bit
And it's really distasteful

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause we hate what you do
And we hate your whole crew
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause your words don't translate
And it's getting quite late
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you

You say you think we need to go to war
Well, you're already in one
'Cause it's people like you that need to get slew
No one wants your opinion

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause we hate what you do
And we hate your whole crew
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you very, very much
'Cause your words don't translate
And it's getting quite late
So please don't stay in touch

Fuck you, fuck you, fuck you
Fuck you, fuck you, fuck you

Entenda o que você está cantando. Aqui está a letra da música traduzida para o português:


Fuck You (Very Much) (Tradução - Obrigada, Augusto!)
Lily Allen

Foda-se

Olhe para dentro
Olhe para dentro da sua mente pequena
Depois olhe mais atentamente
Pois ficamos tão desanimados,
tão enjoados
Com todo o ódio que você fomenta

Então você diz
Que não é certo ser gay
Eu já acho que você é perverso.
Você é apenas um racista
Que não faz o meu tipo
Seu ponto de vista é medieval

Foda-se!
Foda-se muito!
Pois odiamos o que você faz
Odiamos toda a sua turma
Então, por favor, nem chegue perto

Foda-se!
Foda-se muito!
Pois suas palavras não fazem sentido
E já está ficando muito tarde.
Então, por favor, não chegue perto

Por acaso, te dá prazer
Ter uma mente tão pequena?
Você quer ser como seu pai?
Precisa de aprovação?
Mas não é assim que a conseguirá.

Você realmente gosta de viver
Uma vida tão cheia de ódio?
Pois há um buraco onde devia estar sua alma
Você está perdendo o controle
E isso é bem desagradável

Foda-se!
Foda-se muito!
Pois odiamos o que você faz
Odiamos toda a sua turma
Então, por favor, nem chegue perto

Foda-se!
Foda-se muito!
Pois suas palavras não fazem sentido
E já está ficando muito tarde.
Então, por favor, não chegue perto

Vai se foder!

Você acha que precisamos ir pra guerra?
Bem, você já está em uma.
Pois são pessoas como você
Que precisam ser processadas
Ninguém quer sua opinião.

Foda-se!
Foda-se muito!
Pois odiamos o que você faz
Odiamos toda a sua turma
Então, por favor, nem chegue perto

Foda-se!
Foda-se muito!
Pois suas palavras não fazem sentido
E já está ficando muito tarde.
Então, por favor, não chegue perto

Vai se foder!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tchau, Michael! Fique em paz!

Bem, não dava para não homenagear o Michael Jackson em sua despedida. Como artista, foi extraordinário. Como pessoa, se perdeu em algum lugar da Terra do Nunca. Foi se desentendendo consigo mesmo, e virou um seu avesso. De menino bonito e jovem negro idem, foi ficando cada vez mais parecido com uma máscara veneziana branca e mal-feita. Imagino quanto de dor e solidão produziram aquilo. A transformação parece ter acompanhado uma certa decadência artística.

Mas o cara produziu uma obra-prima, como o Thriller, e várias outras canções fantásticas, interpretadas com muita dança, coreografias incríveis. Estabeleceu novos paradigmas em sua área de trabalho, como só os extraordinários sabem fazer. Tem gente que passa uma vida inteira sem ir além do medíocre. Abaixo, Beat it, uma das minhas músicas preferidas do cantor. Bye, Michael! See you later.

sábado, 30 de maio de 2009

NÃO ME PROVOQUE

Não me provoque,
tenho armas escondidas...     
Não me manipule,
nasci pra ser livre...
Não me engane,
posso não resistir...
Não grite,
tenho péssimo hábito de revidar...
Não me magoe,
meu coração já tem muitas mágoas...
Não me deixe ir,
posso não mais voltar...
Não me deixe só,
tenho medo da escuridão...
Não tente me contrariar,
tenho palavras que machucam...
Não me decepcione,
nem sempre consigo perdoar...
Não espere me perder,
para sentir minha falta..."

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Os ditadores e o medo do rato

Pois, é! Uma imagem continua mesmo valendo mais do que 1000 palavras. Vejam que incríveis os pôsteres dos ditadores Hugo Chávez, Raúl Castro e Mahmoud Ahmadinejad, feitos pela agência Ogilvy & Mather Frankfurt para a Sociedade Internacional de Direitos Humanos , que satirizam o medo que governos autoritários tem da livre circulação de informações. Repliquei do
blog do Marcos Guterman no Estadão.























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