Quem é Katie Bouman, a jovem cientista que revelou como é um buraco negro
São Paulo — Em 1919, Albert Einstein previu a aparência de um buraco negro pela primeira vez. Cem anos depois, em uma quarta-feira aparentemente normal de abril, a equação de Einstein foi confirmada por Katherine (ou Katie) Bouman, a cientista por trás dos algoritmos responsáveis pela primeira imagem de um buraco negro.
A primeira imagem é uma simulação de computador que utiliza equação de Einstein para mostrar como seria um buraco negro. A teoria foi formulada por Einstein em 1919.
A segunda é a primeira foto já feita de um buraco negro, revelada em 10 de abril, 100 anos depois de Einstein.
— Jurunense (@o_jurunense) April 10, 2019 |
Aos 29 anos, Katie é doutora em engenharia elétrica e ciência da computação pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e está cursando um pós-doutorado em Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.
Ela trabalhou no código por quase seis anos, desde a época em que era aluna da graduação no MIT, e agora colhe os frutos de seus estudos. Toda a pesquisa foi feita em conjunto ao projeto Telescópio de Horizonte de Eventos (EHT, em inglês) e a cientista liderou outros 200 cientistas na empreitada para chegar na imagem perfeita do buraco negro.
Para comemorar o feito, Katie alterou a foto de seu perfil no Facebook.
Observando sem acreditar enquanto a primeira imagem que eu já fiz de um buraco negro estava no processo de ser reconstruída”, escreveu ela na legenda.
Segundo o site MIT News, apenas um telescópio não seria grande o suficiente para enxergar um buraco negro. Para isso, então, o algoritmo desenvolvido pela cientista armazenou dados de oito radiotelescópios nos quatro cantos do mundo. O escaneamento do buraco negro, que mede 40 bilhões de quilômetros, ou três milhões de vezes o tamanho da Terra, demorou 10 dias.
Margaret Hamilton, responsável pelo código que ajudou a colocar astronautas na lua (acima) e Katie Bouman, a cientista por trás dos algoritmos responsáveis pela primeira imagem de um buraco negro. |
Para guardar tantas informações assim, uma pilha de HDs externos foi necessária, todas com gás hélio em seu interior para evitar danos aos discos e a perda de dados. Depois disso, eles foram transportados de avião até chegarem aos supercomputadores no Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha, e no Observatório Haystack, do MIT, nos Estados Unidos.
A foto nasceu da união de todos os dados.
Nós borramos duas imagens e então as sobrepusemos para conseguir a foto”, explicou ela ao jornal diário norte-americano The Washington Post.
Katie posou para uma foto “abraçando” a pilha de discos rígidos e foi comparada à cientista Margaret Hamilton, responsável pelo código que ajudou a colocar o homem na lua (ver acima).
Fonte: Exame, 11/04/2019
Fonte: Exame, 11/04/2019
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