Participo de algumas listas de discussão na Internet cheias de petistas, seus aspones e assemelhados. Na sexta passada, enviei um texto, aproveitando para convidar os listeiros a escutar a sabatina de Serra no Globo, com o título Direitos LGBT só existem em democracias. Um petista daqueles caprichados que, há tempos resolveu encarnar em minha pele pois não o deixei postar um seu comentário hipócrita aqui no blog, resolveu dizer que tinha me baixado o Carlos Lacerda devido a meu alerta sobres os ares antidemocráticos do atual governo e da canditadura Dilma Roussef.
Como a resposta ficou bem longa, passando por dados históricos, etc., resolvi transcrevê-la aqui no blog em forma de postagem. Mariante é o sobrenome do petista em questão. Carlos Lacerda foi um político carioca da União Democrática Nacional (UDN) que deu apoio à deposição do presidente João Goulart, em 1964, pelos militares, por suspeitas de querer instaurar um regime comunista no Brasil. Lacerda supôs que a intervenção militar seria breve, pois tinha inclusive intenção de candidatar-se à presidência, mas acabou inclusive tendo seus direitos políticos cassados pela ditadura militar. Ao fim da postagem, três vídeos com falas de Lula e Dilma e um documentário sobre a vida em Cuba. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Como a resposta ficou bem longa, passando por dados históricos, etc., resolvi transcrevê-la aqui no blog em forma de postagem. Mariante é o sobrenome do petista em questão. Carlos Lacerda foi um político carioca da União Democrática Nacional (UDN) que deu apoio à deposição do presidente João Goulart, em 1964, pelos militares, por suspeitas de querer instaurar um regime comunista no Brasil. Lacerda supôs que a intervenção militar seria breve, pois tinha inclusive intenção de candidatar-se à presidência, mas acabou inclusive tendo seus direitos políticos cassados pela ditadura militar. Ao fim da postagem, três vídeos com falas de Lula e Dilma e um documentário sobre a vida em Cuba. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Carlos Lacerda |
Bom, primeiro, uma gracinha. Acho que o Mariante é a versão "socialista" da Xuxa. Toda a mensagem dele começa com essa coisa de geeente. Ou de repente esse tique é obra do marqueteiro da Dilma em ação tentando fazê-lo parecer assim afetuoso.
Como o comissário Mariante adora citar situações e personagens históricos de forma descontextualizada, vale lembrar que não só Lacerda mas também boa parte da população, além da imprensa em peso, deram apoio à deposição do João Goulart pelos militares. E havia razões de sobra para tal. O mundo vivia a Guerra Fria (no período do Jango houve inclusive a crise dos mísseis em Cuba) e, embora ainda não se soubesse muito sobre os regimes de terror do chamado socialismo real, sabia-se que estes eram ditaduras. Goulart, embora se dissesse independente, era de fato muito ambíguo mantendo boas relações com os EUA mas igualmente com Cuba, enquanto também passeava pela URSS e a China. No Brasil, seu cunhado Brizola mostrava pendores pouco democráticos, influenciado pela revolução cubana. Mais do que influenciados pela revolução cubana, os dirigentes das chamadas Ligas Camponesas (que buscavam a reforma agrária) recebiam treinamento militar em Cuba e planejavam criar uma aliança operário-camponesa com a finalidade de instalar uma Revolução Socialista no Brasil.
Como o comissário Mariante adora citar situações e personagens históricos de forma descontextualizada, vale lembrar que não só Lacerda mas também boa parte da população, além da imprensa em peso, deram apoio à deposição do João Goulart pelos militares. E havia razões de sobra para tal. O mundo vivia a Guerra Fria (no período do Jango houve inclusive a crise dos mísseis em Cuba) e, embora ainda não se soubesse muito sobre os regimes de terror do chamado socialismo real, sabia-se que estes eram ditaduras. Goulart, embora se dissesse independente, era de fato muito ambíguo mantendo boas relações com os EUA mas igualmente com Cuba, enquanto também passeava pela URSS e a China. No Brasil, seu cunhado Brizola mostrava pendores pouco democráticos, influenciado pela revolução cubana. Mais do que influenciados pela revolução cubana, os dirigentes das chamadas Ligas Camponesas (que buscavam a reforma agrária) recebiam treinamento militar em Cuba e planejavam criar uma aliança operário-camponesa com a finalidade de instalar uma Revolução Socialista no Brasil.
Jango pode ter sido apenas um reformista bem intencionado, apesar de suas ligações com a esquerda "revolucionária", que apenas resolveu fazer estatizações num momento inadequado, no meio de alta inflação, com muitas greves e outros agitos, mas acabou engolfado por seus próprios erros e pelos que queriam dar golpes à esquerda ou à direita. No meio dessa zona, o povo amedrontado apoiou os militares, para se livrar do perigo comunista, mas os militares, ao contrário do que se previa, após tomar o poder, não encaminharam novas eleições, não entregaram o poder de volta aos civis. Instalaram a ditadura deles.
Aconteceu algo semelhante em Cuba em 1959. Fidel Castro, seu hermano Raul Castro, Che Guevara e mais um séquito de "revolucionários", com apoio popular, posou de libertador do povo cubano das garras do ditador Fulgêncio Batista somente para depois instalar sua própria ditadura, muito mais assassina que a de Batista e que até hoje martiriza os habitantes da ilha. É fundamental contextualizar as opções que tanto brasileiros quanto cubanos tomaram nesses momentos de suas Histórias. Buscavam escapar de uma ditadura e caíram em outra. Sobretudo, importante contextualizar, no nosso caso, porque graças ao período de exceção, tudo que ficou caracterizado como de direita virou um palavrão terrível reproduzido por essa esquerdinha aí tão fascista quanto foram os generais da ditadura. E democracia com um lado só (apenas esquerdo) descamba. Vale lembrar ainda, sobre Lacerda, que, em 1966, ele formou a Frente Ampla com Jango (João Goulart) e Juscelino Kubitschek para tentar inutilmente devolver a democracia ao país.
Por outro lado, Dilma Rousseff, Franklin Martins, José Dirceu, José Genoíno, Juca Ferreira, entre outros cumpanheiros da luta armada, não lutavam por democracia nenhuma. Lutaram e mataram gente inocente com vistas a instalar uma ditadura de modelo cubano no Brasil. Outro dia mesmo, o Fernando Gabeira estava aí tirando o maior sarro da Dilma, dizendo a verdade de que eles não lutavam por democracia e sim pela ditadura comunista. Só que Gabeira se recuperou dessa fase insana, fez mea culpa e partiu para outra. Dona Dilma et caterva continuam com a cabeça nos tempos da Guerra Fria, agora com o modelito bolivariano, enquanto se esbaldam a mais não poder nas delícias do capitalismo.
Falando nisso, onde foi mesmo que ela enfiou os milhões que roubou do cofre do Adhemar de Barros em seu período de guerrilheira? E porque sua ficha corrida de guerrilheira-terrorista está inacessível à opinião pública: por que ela delatou muita gente?; por que matou alguns pessoalmente e isso não combina com a atual versão marqueteira da doce matrona?
Então vejam que ironia, o PT acabou reabilitando o Lacerda, não? Ele deve estar lá no túmulo dizendo: Eu não falei? Deixaram as peças chegar ao poder, num instantinho começaram a roer a democracia como queriam ter feito naquela época que eu estava vivo e as botei para correr. Se eu que lhes escrevo ainda fizesse alguma questão de salvar a imagem da esquerda - e sinceramente não faço nenhuma - estaria quebrando a cabeça para encontrar um outro figurino no qual ela ainda pudesse ter alguma credibilidade.
Reitero o que disse anteriormente: direitos LGBT só existem em democracias, pois são direitos humanos e direitos humanos não são respeitados em regimes autocráticos, autoritários. Não importa o nome do fascista de plantão, se petista, comunista, nazifascista, evangélico, islâmico, essa gente é toda farinha do mesmo saco sujo de merda e de sangue. Aliás, pela manutenção do poder, costumam fazer alianças aparentemente bizarras, como os laços de sangue (dos outros) que uniram Hitler e Stálin até o nazi trair o soviético. Particularmente, pessoas homossexuais sempre foram perseguidas pelos regimes comunistas, como agora mesmo reconheceu o genocida Fidel Castro, o que levou o Grupo Gay da Bahia a buscar processá-lo em corte internacional por crimes contra a humanidade. Tem coisa de três décadas apenas a história da esquerda autoritária começar a ver a população homossexual, por causa da evidência dos movimentos homossexuais, como mais uma boa correia de transmissão de seus projetos de poder. Puro oportunismo.
Voltando ao Brasil, só neste final de semana, soubemos de mais dois escândalos do lulo-petismo. Primeiro, soubemos que a Corregedoria da Receita, órgão que deveria fiscalizar desvios na Receita Federal, ordenou a uma das vigaristas envolvidas na quebra dos sigilos fiscais dos tucanos que apagasse as pistas que provavelmente levariam aos mandantes dos crimes (adivinhem quem, não?). Soubemos também que o filho da Ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito de Dilma, que já teve participação em dossiês contra opositores e outras falcatruas, ganha 6% do valor das negociatas que realiza entre empresários e o governo com ajuda da mamãe. Mais uma vez o estado brasileiro sendo usado pela quadrilha petista para engordar seus bolsos e degenerar a democracia.
Estas eleições fraudulentas e antidemocráticas só serviram para mostrar o grau de aparelhamento do Estado brasileiro, o grau de erosão das instituições democráticas promovido pelo PT. Agora, tem gente querendo tirar o seu da reta – como se diz popularmente – culpando apenas a oposição pelo atual estado de coisas.
Entretanto, a débil oposição demotucana não está sozinha nesse processo erosivo da democracia brasileira. Todos que reelegeram Lula em 2006 e outros tantos 13 (aargh!), apesar do escândalo do mensalão, dos dinheiros nas cuecas, dos aloprados, dos sanguessugas e outros bichos, são tão responsáveis quanto a oposição pelo atual estado de coisas. Todos que, por interesses mil e/ou por medo da patrulha petralha, se omitiram e se omitem diante da atual conjuntura são tão responsáveis quanto à oposição pelo horizonte sombrio que se delineia com a possível vitória de Dilma, a fantasma. Hoje quem vota nela e em petistas, considerando o acúmulo de escândalos de corrupção e de medidas claramente autoritárias do atual governo é, bem mais do que a oposição que agora até dá sinais de re-ânimo, responsável pelo futuro nada promissor que se vislumbra.
É muito cômodo apontar a oposição como única responsável pela derrocada da democracia brasileira, mas, como todos sabem, erva daninha só se instala onde não existem jardineiros ou onde só há jardineiros negligentes que não as eliminam em nome das flores do jardim.
Pessoalmente, me sinto perfeitamente à vontade para criticar a oposição e os que têm dado apoio ao PT por comissão ou omissão. Tenho minha consciência tranqüila, minhas mãos limpas e minha alma lavada. Desde que tive a triste oportunidade de começar a conviver com petistas nos movimentos sociais em que militei, pude constatar seu modo de operar e fui diminuindo meus votos na legenda, à medida que o conhecimento da espécie aumentava, até cessá-los completamente. Fora que sempre os contestei. Quando Lula chegou finalmente ao poder, já não contou com meu voto, pois achei temerário apoiar alguém que vinha de um partido cujos membros figuram entre as pessoas mais lamentáveis que conheci na vida.
E não deu outra. Com Lula no poder, vieram o mensalão e uma infinidade interminável de outros escândalos de corrupção, como os últimos que citei envolvendo a Ministra da Casa Civil (piada, né?), Erenice, e seu filho, e a Corregedoria da Receita Federal, de quem funcionária recebeu ordem de apagar as pistas dos mandantes dos crimes de quebra de sigilo dos tucanos.
Vale notar que, no petismo, a corrupção, que sempre existiu nos meios políticos brasileiros, mas não dessa forma absurda, visa também enfraquecer a democracia, processo a que se somam vários outros projetos, a exemplo dos de amordaçamento da imprensa, sob o eufemismo de controle social da mídia, previstos nas conferências de cultura, de comunicação e no famigerado Plano Nacional dos Direitos Humanos-3 (mais conhecido como Plano Nacional-Socialista dos Direitos dos Manos).
Paradoxalmente, a atual lamentável e preocupante situação do Brasil, criada pelo lulopetismo, é uma grande vitória moral para mim, pois pioneiramente alertei para o que eram os petistas e sempre me posicionei de forma contrária a seus desmandos. Trata-se, contudo, obviamente de uma vitória sem júbilo, pelo contrário cheia de tristeza, pois sei que eles continuarão a roubar e prejudicar o país. As consequências da continuidade desse processo, com a vitória do avatar de Lula, Dilma Rousseff, são imprevisíveis, mas pode-se afirmar, com certeza, que dificilmente algo de bom acontecerá. Fora o fato de Dilma não ter experiência necessária para o cargo, a tendência é a de aprofundamento do processo de aparelhamento do Estado e de maior erosão democrática, apontando para um regime autoritário ainda sem nome certo (e que continuará sem se assumir) mas não por isso menos autoritário. Quem viver verá!
E para quem ainda tem dúvidas sobre o caráter antidemocrático de Lula e Dilma, segue abaixo um vídeo com declarações dos dois sobre o Foro de São Paulo e a ditadura cubana. O fundo musical do vídeo está meio melodramático, mas vale como registro. Os outros dois são um documentário sobre a realidade cubana em duas partes. Apesar de estar em espanhol, e o espanhol da América Central e do Caribe não ser lá muito fácil de entender, vale a tentativa de compreensão, pois, por incrível que pareça, estamos de novo às voltas com gente que defende regimes como os de Cuba, onde a população vive sem liberdade e na carência de tudo enquanto seus governantes gozam das maiores mordomias.
E para quem ainda tem dúvidas sobre o caráter antidemocrático de Lula e Dilma, segue abaixo um vídeo com declarações dos dois sobre o Foro de São Paulo e a ditadura cubana. O fundo musical do vídeo está meio melodramático, mas vale como registro. Os outros dois são um documentário sobre a realidade cubana em duas partes. Apesar de estar em espanhol, e o espanhol da América Central e do Caribe não ser lá muito fácil de entender, vale a tentativa de compreensão, pois, por incrível que pareça, estamos de novo às voltas com gente que defende regimes como os de Cuba, onde a população vive sem liberdade e na carência de tudo enquanto seus governantes gozam das maiores mordomias.
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