quarta-feira, 24 de outubro de 2012

As frases emblemáticas sobre o julgamento do mensalão no Jornal Nacional

E continua tão distraída que pode dar São Paulo ao ladrão
Durante quase três meses, o país acompanhou o julgamento do mensalão. Ao longo desse período, algumas frases ouvidas no plenário do Supremo ajudaram a dar a dimensão histórica do momento.

Onze ministros e muitos momentos para ficar na história.

“Esses fatos estão com as vísceras expostas. Eles gritam. Cegar para essa realidade é golpear a própria sociedade”, afirmou Carlos Ayres Britto, presidente do STF.

O dinheiro é para o crime o que o sangue é para veia. Ou seja, se não circular com volume e sem obstáculo, não temos esquemas criminosos como esses”, avaliou a ministra Cármen Lúcia.“Esse processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder”, definiu o ministro Celso de Mello.

“A entidade bancária serviu de verdadeira lavanderia de dinheiro para se cometer um crime que não está nem previsto, mas esse deveria ser o nome: gestão tenebrosa, pelos riscos que acarreta e pelas consequências que acarreta à economia popular”, disse o ministro Luiz Fux.

Discussão, argumentos, teses jurídicas e muita inspiração. Na música:

“Dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”, disse Roberto Gurgel, procurador-geral da República.

Inspiração no paladar:

“Nordestinamente, eu diria, é isso mesmo, gosto de jiló, gosto de mandioca roxa, gosto de berinjela crua. Ou seja, algo de vinagre, algo de fel, fica no céu da boca do magistrado, que se vê na obrigação de condenar alguém”, comparou Ayres Britto.

Foram mais de 200 horas de julgamento. Do plenário, saíram também lições que vão ecoar por toda a sociedade brasileira.

“Agentes públicos que se deixam corromper, qualquer que seja sua posição, são eles corruptos e corruptores, os profanadores da República, os subversivos da ordem institucional. São eles os delinquentes, marginais da ética do poder”, definiu Celso de Mello.

“O estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se deixa corromper”, comentou Celso de Mello.“Nenhum juiz verdadeiramente digno da sua vocação condena ninguém por ódio”, afirmou o ex-ministro do STF Cezar Peluso.

“Corrupção significa não que alguém foi furtado de alguma coisa, mas que uma sociedade inteira foi furtada pela escola que não chega, pelo posto de saúde que não se tem. Eu acho que esse julgamento dá exatamente o testemunho de que o estado de direito, a política é, sim, necessária para qualquer lugar deste planeta”, declarou Cármen Lúcia.

 

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