8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

terça-feira, 11 de junho de 2013

Trinta sites para baixar músicas gratuitamente


Lista com 30 sites internacionais para se ouvir e baixar música de maneira fácil, legal e gratuita. 
  1. The Internet Archive – O site que tem a proposta de organizar a web inclui em sua lista uma seleção com mais de 150 mil itens, entre músicas, podcasts e livros em áudio, licenciadas com Creative Commons. 
  2. Jamendo – Oferece links diretos para a música ou download via torrent. Com mais de 110 mil músicas o site está disponível em oito línguas diferentes, incluindo português. 
  3. Epitonic – É o lugar para baixar tudo de uma vez. Com diversas seleções sugeridas diariamente, você faz o download de maneira simples. 
  4. Fat Wreck Chords - Para os amantes de música punk o site é recheado dos clássicos. 
  5. Stereokiller – Muitos usuários dizem que é uma versão melhorada do MySpacededicado ao punk, ao hardcore e ao metal. Lá você encontra mais de 32 mil músicas, 43 mil bandas e um acervo com 9 mil críticas de álbuns. 
  6. Anti’s - Com o slogan: “Verdadeiros artistas criando grandes gravações em seus próprios termos.” (tradução livre) o site dispõe de um acervo com nomes como Michael Franti, Spearhead, Graffin Greg, Nick Cave e Billy Bragg. 
  7. 3hive – Um blog com navegação agradável que publica resenhas sobre as músicas e as disponibilizam em formato MP3. 
  8. itsfreedownloads – Para os usuários do iTunes é uma excelente opção para baixar músicas gratuitas de maneira legal. 
  9. mp3.com - Mais de 1 milhão de downloads de música gratuitos. Comece a explorar agora. 
  10. Purevolume.com – Seu forte é o streaming de música, mas também há uma grande opção de downloads. Busque pela organizada caixa de pesquisa ou navegue pelas categorias do site. 
  11. Last.FM – A rede social mais conhecida de músicas do mundo. Você monta seleções com as músicas que ouve e baixa de acordo com sua preferência. 
  12. iSound - Oferece streaming de alguns artistas e possuí um imenso catálogo para downloads gratuitos. 
  13. We7 – Com todos os tipos de músicas, você encontrará bandas que normalmente tem que pagar para conseguir MP3 completo. 
  14. Blentwell – Um site em evolução constante que mistura toneladas de misturas de DJs divididos por gênero. 
  15. MTV – A maior televisão de música do mundo oferece, toda semana, um novo grupo de cerca de uma dúzia de downloads em uma base um tanto irregular. Uma gota no oceano, mas as músicas são totalmente legais. 
  16. Freekidsmusic.com – Um parque de diversão para quem tem criança em casa. Você encontra uma imensidão de melodias de grande qualidade para os baixinhos. 
  17. Classic Cat – Mantém uma enorme lista de MP3 clássicos disponíveis na internet. Os arquivos não são hospedados no site, mas ele reúne de uma maneira muito simples de buscar. 
  18. Spinner (AOL Music) – Durante os últimos dois anos o site disponibiliza diariamente um apanhado com diversos MP3 para download. 
  19. Hulkshare – Uma plataforma de música que presta serviços a artistas, blogs, revistas e profissionais da indústria. Enviar e compartilhar suas músicas é simples e grátis. Também há o serviço Premium que libera algumas funções especiais. 
  20. Best MP3 Links – O portal reúne uma lista com centenas de links para sites onde você legalmente pode baixar música no formato MP3 gratuitamente. Separados por categorias que variam do humor, passando por eletrônica, até músicas temas de natal. 
  21. iLike – Uma rede social que permite descobrir novas músicas com ajuda de seus amigos. Muitos artistas aderiram a rede para disponibilizar seus discos gratuitamente para download. 
  22. Altsounds – Milhares de músicas com ótima qualidade para baixar em MP3 e sair ouvindo. 
  23. bt.etree.org – Disponibiliza faixas ao vivo via streaming de artistas como Ben Harper, Jerry Garcia, Blues Traveler, Trey Anastasio entre outros. 
  24. Stereogum – Com uma navegação fácil, o site publica músicas de maneira legal desde 2006. Além de disponibilizar fotos e vídeos dos mais variados artistas que você pode incorporar em qualquer site ou blog. 
  25. Web Banda unsigned – É um lugar para bandas independentes compartilhar sua música e serem notadas. Músicas de todos os gêneros ficam disponíveis para download e o site apresenta um gráfico com um ranking das mais baixadas. 
  26. Soundclick’s – As bandas disponibilizam seus discos e os fãs baixam as faixas para ouvir, simples e prático. 
  27. Honc – “Se você ama música este é o seu site”, com este slogan o portal faz com que bandas dos mais inusitados estilos compartilhem suas músicas com o mundo. 
  28. Indie Rock Cafe – O site oferece o melhor da música indie rock music, hot new songs,rock bands, e os lançamentos de álbuns em MP3. 
  29. DMusic – Desde 1998, atualiza diariamente o ranking dos 22 melhores artistas colocando para baixar seus álbuns. 
  30. iCompositions – “Nós ajudamos os artistas a se conectar, colaborar e compartilhar suas músicas com o mundo”. É dedicado aos músicos ou aspirantes.

    Fonte: Catraca Livre

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Estado ou não Estado, eis a questão?: Anarquistas, neoliberais e Foucault!

Contardo Calligaris
Neoliberais e anarquistas têm uma paixão comum: para ambos, a liberdade do indivíduo é o valor supremo

Por definição, os anarquistas não gostam de pertencer a coletividades, comunidades e grupos. Eles têm em comum uma antipatia (se não um ódio) pelos poderes instituídos, do Estado às igrejas, passando pelas torcidas, os partidos, os clubes etc. Fora esse sentimento comum, eles preferem pensar cada um por conta própria.

Mas, embora haja mil maneiras de ser anarquista, existe uma grande distinção que talvez seja legítima.

Há os anarquistas clássicos, que a esquerda gosta de incluir em suas fileiras. Grosso modo, eles acham que o fim do Estado e de todas as igrejas (por exemplo) criará uma nova sociedade de homens livres e pares. Tradicionalmente, esses anarquistas, por serem alérgicos ao poder dos partidos e dos Estados pretensamente "revolucionários", foram usados e, no fim, massacrados por seus supostos "companheiros" comunistas e socialistas (como aconteceu na guerra da Espanha).

E há os anarquistas que são hoje chamados de anarco-capitalistas, que a direita gosta de incorporar. Os anarco-capitalistas não sonham com uma sociedade radicalmente nova, eles apostam que a economia de mercado seja capaz de se contrapor ao Estado e aos poderes instituídos, de forma a substituí-los e torná-los desnecessários.

O que se ganharia com isso? Os anarco-capitalistas acham que, em matéria de liberdade, ser consumidor é um jeito relativamente pouco custoso de ser cidadão. Isso, sobretudo nas últimas décadas, em que o consumo tende a não ser massificado. Ou seja, a ideia anarco-capitalista é que, se deixássemos o mercado regrar nossa sociedade, nossa vida seria menos controlada e regrada do que ela é agora, pelo Estado e outros poderes.

Pergunta: sem o Estado, quem nos protegeria contra os abusos do mercado? É bom não esquecer que os anarquistas, em tese, se protegem sozinhos: se você não gosta de delegar poder a uma instituição, seja ela qual for, deve estar disposto a fazer polícia e justiça com suas mãos (é por isso, aliás, que o movimento libertário dos EUA sempre será fortemente favorável à livre circulação das armas).

Fato curioso, há uma similitude entre os anarco-capitalistas e os neoliberais. Mas é melhor explicar um pouco, porque (sobretudo se formos "progressistas") nossa visão dos neoliberais é distorcida.

Os liberais clássicos, tipo Adam Smith, querem preservar a liberdade do mercado dentro de qualquer sistema político.

Para os neoliberais de hoje, o mercado poderia (ou deveria) substituir qualquer sistema de governo a ponto de torná-lo desnecessário.

Há duas maneiras de entender essa ideia. Uma consiste em pensar que os neoliberais querem nos entregar de mãos atadas às grandes corporações e à sedução de sua propaganda. A outra consiste em pensar que os neoliberais são extremamente próximos dos anarco-capitalistas: querem que o mercado nos liberte, ou melhor, imaginam que o mercado seja a forma de organização social mínima, a que controla menos a nossa vida.

Para quem se deu a pena de ler Friedrich Hayek (que talvez seja o maior pensador do neoliberalismo --vários livros em português, publicados pelo Instituto Ludwig Von Mises), a resposta que faz mais sentido é a segunda.

Ou seja, há uma séria proximidade entre neoliberais e anarco-capitalistas. Essa proximidade consiste numa paixão comum pela liberdade do indivíduo como valor que não pode nem deve ser alienado em favor de entidade coletiva alguma.

Um sociólogo francês, Geoffroy de Lagasnerie, tenta há tempos defender uma leitura atenta dos autores neoliberais (para ter uma ideia da polêmica, um artigo dele de 2011, no "Le Monde", http://migre.me/eSa0S).

Em 2012, De Lagasnerie publicou um livro crucial sobre Michel Foucault, que acaba de ser traduzido, "A Última Lição de Michel Foucault" (Três Estrelas).

O livro mostra o irrefutável: em seu último seminário ("O Nascimento da Biopolítica", Martins Fontes), Foucault (um ícone da esquerda) leu, apresentou e (pasme) levou a sério os pensadores neoliberais (Hayek, em particular). E não foi uma loucura de última hora. Ao contrário, o interesse de Foucault pelos neoliberais não deveria nos escandalizar.

Aliás, qual seria o escândalo? Aparentemente, a ideia de que, para o bem ou para o mal, o neoliberalismo é também uma grandiosa defesa da diversidade e da liberdade do indivíduo --fato que não podia deixar indiferente o maior pensador anarquista do século 20, Michel Foucault.

@ccalligaris

Fonte: Folha de SP, 6 DE JUNHO DE 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Estatuto do Nascituro é uma aberração contra os direitos das mulheres! Assine contra!


A Comissão de Finanças e Tributação aprovou nesta manhã (05/06/2013) a proposta do Estatuto do Nascituro (PL 478/07), que estabelece proteção jurídica à criança que ainda vai nascer. Nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido.

O parecer aprovado, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi pela adequação financeira e orçamentária da proposta principal e das apensadas, e também do substitutivo da Comissão de Seguridade Social e Família.

Cunha apresentou uma emenda determinando que as regras surtam efeitos financeiros a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei originada da proposta, já que o texto aprovado pela Comissão de Seguridade estabelece que, se a mãe não dispuser de meios econômicos suficientes para cuidar da vida, da saúde, do desenvolvimento e da educação da criança concebida em decorrência de estupro, o Estado arcará com os custos até que o genitor venha a ser identificado e responsabilizado por pensão ou a criança venha a ser adotada.

Tramitação
O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ser votado pelo Plenário.

Íntegra da proposta:
PL-478/2007

Agência Câmara - Originalmente publicado em http://www2.camara.leg.br/, em 05/06/2013.
Assine contra esse absurdo

O objetivo deste projeto é atribuir direitos fundamentais ao embrião, mesmo que ainda não esteja em gestação, dando-lhe o mesmo status jurídico e moral de pessoas nascidas e vivas. Ou seja, o embrião terá mais direitos que a mulher, mesmo quando for resultado de estupro.

O projeto viola diretamente os Direitos Humanos e reprodutivos das mulheres, a Constituição Federal e a lei penal vigente. Hoje, a lei não pune o aborto realizado em casos de risco de vida e de estupro. O Estatuto do Nascituro ignora a relação de causa e efeito entre a ilegalidade do aborto, os altos índices de abortos inseguros, e as altas taxas de morbidade e mortalidade materna no Brasil, e põe em risco a saúde física e mental e até mesmo a vida das mulheres.

Sua mensagem irá para os membros da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Temos pouco tempo! Assine agora e nos ajude a parar esse projeto!

Assine a petição em defesa dos direitos das mulheres brasileiras! Em alguns dias, a Câmara dos Deputados pode aprovar uma lei que vai piorar muito a situação das mulheres no Brasil: o Estatuto do Nascituro (PL 478/2007). Entre outros absurdos, o projeto prevê que o Estado uma espécie de "bolsa-estupro" às mulheres que engravidarem de um estupro, e dá direito de paternidade ao estuprador.

Clique aqui para assinar

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Dia das Prostitutas: Ministro Padilha pede desculpa a Marco Feliciano

Gravataí Merengue
Depois dizem que o problema do Brasil é só a esquerda bolivariana bananeira. E a conservalha e suas ideias medievais, tão antidemocráticas como as dos ditos socialistas? Estamos bem servidos aqui, com o que há de pior na história política brasileira em conluio para roubar a nós todos e manter o país no mais completo atraso. Gravataí Merengue, do site Implicante, mostra as conexões criminosas entre o petismo e os piores fundamentalistas religiosos do país no causo da campanha contra AIDS que tinha prostitutas como foco. 

O Ministro da Saúde correu ligar para o pastor-cantor (e aliado) desculpando-se pela frase "sou feliz sendo prostituta" de uma propaganda do ministério.


A manchete parece louca ou até sacana, mas é vergonhosamente verdadeira: o Ministério da Saúde, do qual Padilha é titular, publicou propagandas por conta do Dia da Prostituta, sendo que uma delas dizia “sou feliz sendo prostituta”. Claro que gerou polêmica, como vocês podem ver aqui.

E o que faz o Ministro? O que qualquer um (de rabo preso com a bancada evangélica radical) faria: pediu DESCULPAS a Marco Feliciano. Sim, isso mesmo, AQUELE Marco Feliciano, que os petistas fingem não gostar nas redes sociais, mas do qual dependem para suas alianças eleitorais. Confiram aqui e na imagem abaixo:
feliciano padilha  Dia das Prostitutas: Ministro Padilha pede desculpa a Marco Feliciano
O pastor e aliado agradece pelo carinho do ministro petista.
Guarde com carinho esse post, porque no ano que vem os petistas farão campanha dizendo que o adversário (seja quem for) apela para radicalismo religioso. É a mesma mentira de sempre, agora com uma rara (parecia impossível!) prova MATERIAL de quem leva a campanha para esse lado e, mais ainda, enfurna em cargos públicos os evangélicos mais radicais (valendo lembrar que Crivella, nada menos que sobrinho de Edir Macedo, é Ministro da Pesca – acreditem, é verdade).

Essa coisa de fazer propaganda ou cartilha é um truque velho: escalões inferiores preparam material “polêmico”, de modo a agradar a militância e/ou municiar os setoriais do partido da área respectiva, para que alardeiem as iniciativas em prol da causa por parte do governo. Daí acontece o óbvio e previsível bafafá e alguém lá de cima atropela tudo, selando as pazes com setores conservadores – cabendo à militância setorizada dizer que os avanços vêm com o tempo tal e coisa.

De todo modo, guardem isso. Será útil em 2014 quando o amiguinho petista vier encher o saco falando em Estado Laico ou dizendo que os outros apelam para isso e aquilo. Quem apela são eles, que ainda por cima ligam para pedir desculpas a Marco Feliciano – que, afinal de contas, é um aliado.

ps – acha que é PÔKA ZUÊRA? Pois já estavam comprometidos – veja aqui.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Democracias meramente formais afastadas dos seus valores substantivos!

Gustavo Binenbojm
Demorou-se muito para construir e afirmar a democracia no Brasil, bem como na América Latina. Mas parece que ela está em constante ameaça. Por aqui, fatos como a tentativa de aprovação da PEC 33/2011, do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que subordina determinadas decisões do Supremo Tribunal Federal ao Congresso Nacional e a implementação da PEC 37/2011, de autoria do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), que pretende tirar poderes de investigação do Ministério Público. Na Venezuela, restrições explícitas à liberdade de imprensa. Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner tem a intenção de promover uma reforma constitucional visando sua terceira eleição consecutiva, em 2015, sem falar da a pretensão de reformar o Judiciário a fim controlar os juízes, bem como sua independência, além das investidas contra a imprensa naquele país, agora com o objetivo de controlar a maior empresa de fornecimento de papel, a Papel Prensa. Em entrevista exclusiva, Gustavo Binenbojm, que é advogado, professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e especialista do Instituto Millenium, comenta os movimentos de ataque à democracia. Binenbojm acredita que os últimos acontecimentos na América Latina denotam que há sinais claros de ameaça às instituições. “Em alguns casos, penso que estamos diante de democracias meramente formais, gradativamente afastadas dos seus valores substantivos”.
Imil: Professor, alguma coisa está fora da ordem?
Gustavo Binenbojm -
 A sociedade brasileira precisa consolidar a noção de que os valores democráticos são uma espécie de consenso sobreposto às eventuais divergências próprias da vida política. Em outras palavras, tais valores não devem ser objeto de negociação no varejo das miudezas políticas, já que são condições estruturantes do próprio estado democrático de direito. Assim, os direitos fundamentais dos cidadãos e as regras do jogo democrático não devem estar ao alcance de maiorias políticas ocasionais, devendo ser preservados e protegidos por um poder Judiciário independente. A chamada PEC dos freios e contrapesos é um exemplo eloquente de como a política que atende a interesses de grupos ou facções pode comprometer as conquistas da democracia no médio e longo prazos. No contexto e formato como foi proposta, a mudança comprometeria seriamente o sistema de controle de constitucionalidade brasileiro e colocaria em risco a efetividade da própria Constituição. De igual modo, atentados à liberdade da imprensa costumam partir de grupos insatisfeitos com determinados meios de comunicação específicos. Não se pode, a pretexto de combater desvios de alguns, comprometer a liberdade de imprensa, que é um valor de todos. No caso brasileiro, o Supremo Tribunal Federal tem sido, e continuará a ser, um árbitro competente dos conflitos políticos entre Poderes e entre unidades da federação, zelando pela preservação dos valores que constituem o cerne do regime democrático.
Imil – O senhor acredita que esses movimentos configuram séria ameaça às instituições?
Binenbojm -
 Eu certamente acho que há sinais claros, em determinados países da América Latina, de ameaças à democracia. Em alguns casos, penso que estamos diante de democracias meramente formais, gradativamente afastadas dos seus valores substantivos.
Imil – Os últimos acontecimentos nos dão a ideia de que a falta de respeito às leis, normas e instituições fazem parte da democracia, podem ser tratadas com mais flexibilidade, no qual tudo é permitido, pois afinal vivemos em uma democracia. O que o senhor pensa sobre isso?
Binenbojm -
 Embora vulgarmente identificada com a regra da maioria, a democracia envolve respeito a direitos e a regras de funcionamento preestabelecidas, sobretudo aos direitos das minorias. Somente nas sociedades onde as instituições funcionam de forma plena e independente é possível falar-se em democracia, pois são as instituições as zeladoras desses valores superiores às disputas políticas e eleitorais de ocasião.
Imil – A sociedade é omissa? Como podemos mudar este cenário?
Binenbojm -
 Embora haja muito o que atribuir à tradição patrimonialista da nossa colonização de exploração, não considero boa a opção de culpar eternamente os nossos antepassados pelos nossos erros presentes e futuros. O determinismo histórico é uma crença que só serve à causa da manutenção do status quo. Prefiro encarar o Brasil como um conjunto de oportunidades de construção de uma sociedade aberta, pluralista e próspera. Precisamos assumir a responsabilidade de tomar as decisões certas hoje para que as oportunidades não sejam desperdiçadas. Resgatar a dignidade da vida política brasileira, por via de uma reforma no nosso sistema político, partidário e eleitoral, é uma dessas decisões prioritárias.

Fonte: IMIL

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