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sábado, 2 de novembro de 2013

Especialista em cardiologia nuclear afirma que testes em animais são inúteis para a produção de medicamentos e eticamente inaceitáveis

Há três grandes razões pelas quais testes continuam a ser feitos
 e elas são dinheiro, dinheiro e dinheiro.
'Uso de animais para estudar doenças e testar drogas para uso humano é um grande erro'
Especialista em cardiologia nuclear e diretor do Comitê Médico Pela Medicina Responsável, John Pipp afirma que é possível parar com os testes agora 

por Ana Freitas

O uso de animais em testes científicos e pesquisas acadêmicas poderia ser interrompido hoje mesmo sem nenhum ônus para o avanço científico: essa é a opinião do Dr. John Pippin, diretor de negócios acadêmicos da associação americana PCRM (Sigla em inglês para Comitê Médico Pela Medicina Responsável), sobre o uso de animais em pesquisas laboratoriais e acadêmicas.

O PCRM tem mais de 150 mil médicos e civis associados nos EUA e, desde 1985, defende uma medicina mais responsável e ética, e isso inclui a divulgação da importância da nutrição preventiva - em vez da prática de receitar drogas aos pacientes para corrigir problemas que poderiam ter sido evitados através de uma alimentação correta, por exemplo - e o fim do uso de animais em testes laboratoriais e pesquisas acadêmicas, entre outras coisas. De acordo com o PCRM, os resultados de testes com animais são tão imprecisos e incompatíveis com a maneira como o organismo humano reage que não faz sentido continuar submetendo os animais a eles. Para eles, não funciona, e se não funciona, não deveria estar sendo feito mesmo que não tivéssemos outras alternativas.

Em entrevista à GALILEU, John Pippin, especializado em cardiologia nuclear com mais de 70 artigos científicos publicados, falou sobre a ineficiência desse tipo de teste, as possíveis alternativas e sobre o caso do Instituo Royal.

GALILEU: Qual é a sua opinião sobre o uso de animais em pesquisas acadêmicas e testes laboratoriais?

Minha posição é que é errado sob todos os aspectos. É errado por razões éticas, e eu posso dizer isso, com autoridade porque eu já participei de pesquisas que testavam em animais, então posso dizer que, mesmo nas mãos de pessoas que cuidadosas e carinhosas, é horrível, cruel, e muitas vezes fatal para os animais que são usados nesse tipo de pesquisa. Essa é a questão ética.

A questão científica é que está provado que o uso de animais para estudar doenças humanas e testar drogas para uso humano antes que eles sejam mandadas para teste clínicos em pessoas é um grande erro. Os resultados geralmente têm uma aplicabilidade muito baixa em seres humanos, e é um sistema que claramente está demonstrado que não é eficaz, não prevê os resultados em organismos humanos, consome grandes recursos financeiros e produz poucos, quando nenhum, benefícios para pacientes.

Do ponto de vista científico, é errado porque não funciona. E do ponto de vista moral, é errado porque é cruel e fatal para os animais nos laboratórios.

Então porque os testes ainda são largamente usados por pesquisadores?

Há três grandes razões pelas quais isso continua e elas são dinheiro, dinheiro e dinheiro. As pesquisas em animais para doenças humanas, ao menos nos EUA, acontecem em universidades e ambientes acadêmicos, e essa pesquisa é paga por dinheiro público. Esses institutos gastam todo ano cerca de 13 bilhões de dólares em pesquisas usando animais. Obviamente isso é muito dinheiro, muitas grandes universidades nos EUA - Harvard, Yale, entre outras - ganham muito dinheiro para conduzir essas pesquisas. E sem esse dinheiro, carreiras e construção de infra-estrutura estariam em perigo. Há grande resistência no uso de animais em pesquisa porque é lucrativo.

Por que o governo continua a colocar dinheiro em algo que não funciona?

Eles não concordam que não funciona: eles acham que as vezes funciona, ou às vezes não funciona e que se esperarmos o suficiente, coisas que não funcionam agora funcionarão no futuro. Isso é nonsense. No caso dos EUA, por exemplo, o povo está pagando por essas pesquisas merece ver resultados que beneficiem sua saúde e bem-estar, e isso não está acontecendo.

Outra razão pela qual o governo continua a gastar dinheiro nisso é que as pessoas que tomam essas decisões são, eles mesmos, pesquisadores que usam animais nos testes, gente que acredita nisso. É por isso que pesquisa animal para doenças humanas continua.

Ativistas contra testes em animais (Foto: David Navalha/Flickr/Creative Commons)

E na indústria farmacêutica? Se o senhor afirma que esses testes são ineficientes para prever resultados em organismos humanos, por que eles continuam sendo feitos?

As empresas farmacêuticas estão interessadas em apenas uma coisa: ter os remédios aprovados pelo FDA (Foods and Drugs Administration, a vigilância sanitária dos EUA) para que sejam usados em humanos. A maneira mais fácil de fazer isso é dar ao FDA resultados de pesquisas com animais, porque o FDA está acostumado a ver resultados baseados nesse tipo de pesquisa, e é através de testes em animais que eles frequentemente aprovam testes em humanos.

E apesar disso, o próprio FDA já admitiu que testes em animais não são capazes de prever o comportamento do organismo humano diante de uma droga. 92% de todas as drogas testadas com sucesso em animais, e depois em humanos, falham de alguma forma [fonte]. Isso não é ciência, é bruxaria. Não deveria ser financiada e apoiado pela FDA, é uma fraude, e uma fraude que acontece por causa de dinheiro. Companhias farmacêuticas estão entre as maiores dos EUA, as mais ricas. O frustrante é que o FDA sabe que não faz sentido.

E quais são as alternativas mais eficientes ao teste com animais?

O princípio fundamental de achar alternativas melhores à política falida de usar animais é usar um sistema que se aplique a humanos.

Usando tecidos humanos, você consegue resultados que se aplicam a humanos, e você não precisa adivinhar se o que aconteceu com o rato também se aplica a humanos. É possível usar um tecido do fígado, colocar em contato com uma droga pra ver se vai causar algum câncer. Há vários tipos de tecidos possíveis, mas as amostras mais avançadas são ambientes tridimensionais, como partes de cânceres ou partes de tecido humano. E a área mais promissora nesse sentido é a de células tronco.

Hoje é possível obter células tronco que podem ser programadas para se tornar qualquer tecido que você queira a partir de outros tecidos. Dá pra criar corações, fígados, pulmões. Já foram criadas bexigas humanas a partir de células tronco. Isso mostra o potencial de usá-las para estudar o efeito de drogas e químicos em tecidos humanos. Há também métodos baseados em software: são vastos bancos de dados armazenando informações sobre o comportamento do organismo humano em geral e o que se observou até hoje que funciona e não funciona. É possível observar como uma droga influencia nos genes de alguém e pode vir a causar uma doença no futuro, ou como certos genes podem gerar uma pré-disposição para algumas doenças caso interajam com drogas. Empresas farmacêuticas já usam isso, porque eles sabem que funciona. Mas eles também usam testes em animais porque é isso que o FDA está acostumado a receber.

Se eu entendi bem, sua opinião então é que, se não funciona, não deveríamos nem nos preocupar em substituir o processo atual com alternativas, mas sim parar completamente?

Exatamente. Quando as pessoas me perguntam "mas se não usarmos animais, o que vamos fazer? Temos que fazer algo, não podemos dar remédios pras pessoas sem testá-los", minha resposta é "Olha, se não funciona, consome seus recursos, usa dinheiro do contribuinte e prejudica as pessoas, como drogas como o Vioxx fizeram [Vioxx foi um anti-inflamatório testado com resultados inócuos em animais, mas que depois, no mercado, chegava a triplicar o risco de morte por ataque cardíaco nos pacientes. Foi retirado de circulação nos EUA em 2004], então temos de parar!

Mesmo que não façamos nada alternativo, vamos parar. Não está funcionando". E aí eu digo que, poxa, ainda por cima há sim alternativas se a gente quiser usá-las.

Você ouviu falar do caso do caso do laboratório brasileiro que foi invadido por ativistas?

Dos beagles, não é? Sim, esse caso foi bastante repercutido nos EUA. Me entristece que as pessoas sejam obrigadas a agir fora da lei para fazer aquilo que acham que é certo. Essas pessoas são corajosas. Elas estão se arriscando por algo que sabem que é justo e não têm ninguém para protegê-las. Os beagles têm gente como elas.

Em quanto tempo você acha que os EUA vão parar de fazer testes em animais?

Acho que passamos do ponto em que pessoas discutem se pesquisas animais são abordagens científicas confiáveis. Todo mundo entende que não é. Gente como eu entende que essas pesquisas não têm valor nenhum, e outras pessoas da área acham que a abordagem é falha mas que de vez em quando ela traz alguns resultados úteis, e portanto têm que continuar fazendo.

Já passamos da parte em que provamos que testar em animais não é certo. Já estamos no caminho em direção a achar maneiras melhores de fazer isso Porque essa indústria não tem ética e só se preocupa com votos e dinheiro, eu diria 10 a 15 anos. E isso é porque demora um tempo até convencer a FDA que eles estão fazendo algo errado, mesmo com o comitê de ciência e o congresso dizendo que eles estão fazendo tudo errado.

Fonte: Revista Galileu On Line

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A "pedofilia" dos conservadores contra a veracidade dos fatos

Conservas sem parâmetro algum de comportamento decente
Ontem rolou, nas redes sociais, a notícia do site cristão Charisma News, de que a American Psychiatric Association (APA - Associação de Psiquiatria Americana) teria redefinido a pedofilia de transtorno ou desordem mental para orientação sexual. Não tardou para um conservador, Rodrigo Constantino, veicular a notícia, em sua coluna na VEJA, como um sinal do "esquerdismo doente, que relativiza tudo e não encontra mais parâmetro algum de comportamento decente".

Embora tenha acusado a esquerda de comportamento indecente, o fato é que a postagem de Constantino não foi nada decente. Pelo contrário, foi bem leviana já que ele não buscou confirmar a notícia junto à APA, limitando-se a reproduzir texto de site pra lá de duvidoso apenas como pretexto para a divulgação de trecho de seu livreto a "esquerda caviar". Inclusive, mesmo após ser refutado por várias pessoas, com base em declarações da própria APA, não tratou de apresentar resumo dessas declarações esclarecedoras como fez o próprio site cristão citado. E aí a esquerda é a única corrente desonesta, hipócrita e gananciosa do país. 

De fato, a primeira informação obtida sobre o assunto dava conta de que a APA teria feito uma distinção entre a pedofilia passiva (sem prática real, só fantasias) e a ativa (prática real envolvendo crianças), denominando a passiva de "orientação sexual" e a ativa de "desordem ou transtorno pedofílico". Já por aí ficava claro que não era a pedofilia propriamente dita que teria sido reformulada como mera orientação sexual. Posteriormente, porém, divulgou-se nota da própria APA esclarecendo ter sido o termo "orientação sexual" um erro de impressão que será corrigido nas próximas edições do manual e substituído pelo termo correto "interesse sexual". Embora a distinção seja meramente linguística, o uso do termo "interesse sexual" é mais adequado, pois orientação sexual já ficou marcado como referente às sexualidades não patológicas (hétero, homo e bissexualidade). Assim também cala-se de vez a boca dos histéricos de plantão.

Na verdade, essa falsa polêmica sobre a pedofilia visa de fato deslegitimar os direitos homossexuais (além de, no caso de Constantino, fazer propaganda de seu livro). Para os conservadores, o fato de a homossexualidade ter sido retirada do rol das parafilias da APA, em 1990, passando a ser reconhecida como orientação sexual, abriu as portas para a naturalização das outras "perversões" elencadas no 5º Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders- DSM-5).

É bem provável que realmente as relações sadomasoquistas venham a sair da lista das parafilias em breve, pois a sociedade já as naturalizou e erotizou o suficiente para até produzir best-sellers como 50 Tons de Cinza, uma espécie de aventuras de Sabrina in chains (acorrentada). Provavelmente também os conservadores darão seu show de puritanismo hipócrita quando isso acontecer.

Entretanto, as relações SM são, bizarrices à parte, relações entre pessoas adultas estabelecidas de livre e espontânea vontade. Cada um que saiba a dor e a delícia de ser o que é. Por outro lado, a pedofilia, a zoofilia (relações com animais), o assédio sexual, o estupro, a prostituição forçada são relações de violência, pois não existe nelas o componente fundamental da sexualidade saudável que é o consenso entre as partes envolvidas. Se as pessoas que têm desejos dessa natureza os mantém no nível da fantasia, não há o que se fazer sobre o assunto (ver abaixo o bom  filme O Lenhador a respeito do tema). Se partem da fantasia para a ação, precisam ser contidas pela sociedade pois seus atos se configuram como criminosos.

Qualquer pessoa razoável sabe bem diferenciar as relações consensuais das forçadas. Os conservadores buscam misturar as coisas porque são simplesmente vigaristas morais e intelectuais.  


terça-feira, 29 de outubro de 2013

Pulmão artificial vai substituir animais em testes de medicamentos

O pulmão artificial replica as condições de um pulmão humano, em condições saudáveis ou com condições patológicas específicas, melhor do que qualquer animal de laboratório. [Imagem: Wyss Institute/Harvard University]
Chip que respira

Um "pulmão em um chip", apresentado por cientistas norte-americanos em Novembro passado, acaba de receber reconhecimento internacional pelo seu potencial para substituir os experimentos de medicamentos em animais.

O pulmão artificial, do tamanho de um pendrive, foi criado pela equipe do professor Donald Ingber, da Universidade de Harvard (EUA).

Nesta semana, ele recebeu o Prêmio 3RS, concedido por uma entidade internacional, com sede no Reino Unido, voltada para reduzir o uso de animais em experimento de remédios para uso humano.

O prêmio reconhece e auxilia a adoção dos avanços científicos e desenvolvimentos tecnológicos mais promissores para substituir, reduzir ou aperfeiçoar a utilização de animais em pesquisas e testes de novos medicamentos e cosméticos.


Pulmão em um chip

O pulmão artificial replica com precisão as condições de um pulmão humano, em condições saudáveis ou com condições patológicas específicas.

O biochip contém canais ocos recobertos com células humanas, imitando tanto a interface entre os tecidos quanto o ambiente físico único encontrado em um pulmão real.

A aplicação de vácuo em sua entrada permite que ele "respire", recriando o modo pelo qual os tecidos fisicamente se expandem e contraem durante a respiração.

Alternativa aos modelos animais

Nos primeiros testes, o aparelho foi capaz de reproduzir as condições observadas no edema pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões), e prever os resultados de um novo medicamento para esta condição que é fatal.


Além disso, o biochip já está permitindo aos pesquisadores obter imagens das células em funcionamento, com alta resolução e em tempo real, além de fazer medições precisas do fluxo de fluidos e a formação de coágulos de sangue.
Nada disso pode ser feito facilmente usando cobaias.


"Esse é exatamente o tipo de progresso que as agências reguladoras do governo, como a FDA (Food and Drug Administration) nos EUA, e as empresas farmacêuticas precisam ver a fim de considerar seriamente uma abordagem alternativa aos modelos animais," disse o professor Ingber.

Fonte: Diário da Saúde, 28/02/2013

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Black Blocs agora não só depredam como também espancam

Covardia de gente com farda ou sem farda é inadmissível
E os black bostas continuam disseminando o caos. Agora, além dos usuais objetos quebrados, já estão quebrando gente também. Esses caras são fascistoides travestidos de anarquistas, como já cansei de dizer aqui e o desenrolar dos eventos me confirma. São parasitas das manifestações de causas verdadeiras, onde se grudam, aparentemente dando apoio às bandeiras do evento (e os ativistas das causas várias tendem a simpatizar com eles por isso), mas o que, de fato, querem é depredar as cidades e entrar em confronto com a polícia. Brigar com a polícia é a real grande causa dos black bostas.

A desculpa pra lá de esfarrapada para toda a destruição que provocam é a luta contra o capitalismo (sic). Por isso atacam seus símbolos. Primeiro, há de se convir que esse bando de idiotas não tem qualquer ideia de sistema alternativo ao capitalismo. Aliás, ninguém tem, portanto, o mais sensato é tentar reformar o capitalismo. Na base da porrada não se reforma nada, pois não? Depois, que eles depredam de forma generalizada não só agências bancárias como serviços públicos, fora lojas e bancas de jornal. Então, no capitalismo, suas ações não causam nem cócegas, mas, na rotina da população usuária dos serviços destruídos, causam um grande transtorno.

Outra desculpa constante para justificar sua violência é a violência da polícia.  Ninguém duvida que a polícia cometa abusos, a serem sempre investigados e punidos, mas justificar quebrar as cidades - sustentadas com o dinheiro de todos - tendo como pretexto à violência da PM é muita conserva mole. Olho por olho, e todos terminaremos cegos, diz o ditado. Esses manés vêm numa escalada de violência que precisa ser contida. A tática black bloc consiste apenas em jogar gasolina em fogueira. Tanto as autoridades quanto os movimentos sociais (que, não se enganem, são os mais prejudicados pela estupidez desses vândalos) precisam apagar essa mancha negra na reputação de nossa frágil democracia. Caso contrário, eles bem que podem matá-la.

Transcrevo abaixo texto sobre a agressão ao coronel da PM, outro excelente do Fernando Gabeira e dois vídeos, um específico com a agressão sofrida pelo militar e outro, uma reportagem da Globo mostrando os estragos em São Paulo produzidos pelos black bostas.  

Coronel da PM é espancado por 'black blocs' em protesto
Golpeado com placa de ferro, oficial de SP quebrou clavícula e teve cortes no rosto

"Segura a tropa, não deixa a tropa perder a cabeça", gritou o coronel a colegas antes de seguir para hospital

DE SÃO PAULO

O coronel da Polícia Militar de São Paulo Reynaldo Simões Rossi, comandante da região central da capital, foi espancado na noite de ontem por um grupo de cerca de dez manifestantes mascarados, adeptos à tática "black bloc".

O policial, integrante da cúpula da PM, teve a clavícula quebrada e sofreu cortes no rosto e na cabeça. Ele foi levado para o Hospital das Clínicas, onde permanecia em observação até a conclusão desta edição.

Até o início da madrugada, a polícia tentava identificar os agressores.A agressão ocorreu na entrada terminal de ônibus Parque D. Pedro, o maior da capital, durante um protesto organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre) que reuniu cerca de 3.000 pessoas na região central, segundo a PM.

O comandante foi atacado logo depois de parte dos manifestantes iniciar a depredação do terminal.

Caixas eletrônicos e catracas que dão acesso ao local foram quebrados. Um ônibus foi parcialmente incendiado.

Em meio ao tumulto, um grupo de mascarados cercou o comandante e passou a agredi-lo com socos e pontapés. Ele foi derrubado, mas conseguiu se levantar.

Neste momento, um dos mascarados golpeou o policial na cabeça usando uma placa de ferro.

O coronel foi socorrido por um policial disfarçado, que afastou os agressores com uma arma em punho.

Amparado por colegas, ele seguiu andando até um carro da PM, que o levou para o Hospital Clínicas.

No banco de trás, fez um apelo aos gritos a um subordinado que ficou no local. "Segura a tropa, não deixa a tropa perder a cabeça".

A arma e o rádio de comunicação dele desapareceram.

INTERLOCUTOR

Responsável pelo policiamento do centro, ele acompanhava a manifestação a alguns metros de distância. Ontem, a operação estava a cargo do tenente-coronel Wagner Rodrigues.

Rossi é um oficial conhecido na corporação como "operacional". Gosta de comandar seus homens na rua e não apenas de sua sala, comportamento incomum entre oficiais de sua patente.

Parte de sua carreira foi construída em unidades de elite da polícia, como o Choque e COE (operações especiais). É tido como bom negociador em situações de reféns.

Nos protestos deste ano, muitas vezes sentou-se no chão para dialogar com o organizadores de protestos.

(LEANDRO MACHADO, FELIPE SOUZA E ROGÉRIO PAGNAN)

Ver também Folha de S.Paulo - Cotidiano - 95% desaprovam 'black blocs', diz Datafolha - 27/10/2013 

Biografias inacabadas
Na cadeia se diz: aqui o filho chora e a mãe não ouve. Na política a expressão é outra: a situação está de vaca não reconhecer o bezerro. Ambas denotam uma crise, pela suspensão do amor materno, e revelam um certo desamparo, um mundo de ponta-cabeça.

Às vezes a atmosfera político-cultural do Brasil, neste longo período de dominação do PT, transmite essa sensação, mais evidente nas ruas, onde quase toda manifestação termina em violência, mesmo quando sua bandeira é a defesa dos animais.

Marina Silva lançou a ideia de salvar Dilma Rousseff dos políticos fisiológicos, evitando que deles se torne refém. Não ficou muito claro para mim. Passa a ideia de uma donzela imaculada assediada por experientes chantagistas, como se o governo não fosse também um fator decisivo nesse processo. Onde a proposta de Marina sugere dependência, vejo uma interdependência. Se consideramos o governo refém da fisiologia, é preciso reescrever a história do mensalão, isentando o partido do governo de sua maior responsabilidade.

Também não entendi, no front político-cultural, a defesa da autorização prévia de biografias. Tantas pessoas queridas, entre elas Caetano Veloso - a quem tenho gratidão - embarcam num equívoco por falta de um debate mais amplo.

Para começar, a importância das biografias em nossa formação. Pela trilogia de Isaac Deutscher sobre Trotsky muito se aprendeu sobre a Revolução Russa e os bolcheviques. Sem Rüdiger Safranski não teríamos uma história equilibrada da vida de Martin Heidegger, sem Robert Skidelsky não conheceríamos a vida de lorde Keynes. É um território delicado, pois sem as biografias não conheceríamos a vida de Mao Tsé-tung, nem os pecados dos nossos políticos - que certamente iriam aproveitar-se desses dois artigos inconstitucionais que determinam autorização prévia para publicação de biografias.

Os argumentos também foram defendidos de forma ambivalente. Na maioria das vezes, falava-se em defesa da privacidade. Mas, em outras, surgia a questão do dinheiro, da falsa suposição de que biografias no Brasil rendem fortunas. O artigo de Mário Magalhães contando suas dificuldades para biografar Carlos Marighella é muito mais próximo da realidade, pois revela como ele gastou dinheiro do próprio bolso para completar o seu livro.

Quando surgem de um mesmo núcleo a defesa da privacidade e demandas financeiras, cria-se a falsa impressão de que são intercambiáveis. Quanto custariam, por exemplo, os detalhes da relação com a cunhada numa biografia de Sigmund Freud?

De um ponto de vista existencial, os admiradores dos grandes artistas que participam do movimento ficam preocupados com um debate biográfico. Ainda esperamos deles tantas canções, tantos espetáculos, tantas aventuras políticas, tantos amores... Quem sabe o melhor não virá nos últimos capítulos, nos anos ainda não vividos?

Nas ruas, os black blocs de uma certa forma conseguiram propagar a violência. Isso só é possível por falta de uma certa cartilagem tecida pela política. Tudo vai direto ao osso, termina em incêndio e pancadaria.

Historicamente, essas ondas de violência levam a leis mais rígidas e mais repressão. Quem vem de longe tem o dever de lembrar isso. Mas leis mais rígidas não resolvem sozinhas. O sistema político no Brasil precisa recuperar o mínimo de credibilidade e o sistema repressivo, desenvolver o mínimo de inteligência e capacidade de análise.

No passado os políticos metiam-se no meio dos conflitos com a disposição de atenuá-los. Hoje fogem dos conflito com medo justificado de apanhar da multidão. O Congresso foi incapaz de produzir um debate sobre a violência nas ruas. A sensação é de que as raposas políticas aceitam a explosão de violência porque sabem que ela os ameaça menos que os grandes protestos de massa. Na verdade, ao inibir potenciais manifestações pacíficas os black blocs criam uma camada de proteção útil ao político que se aproveita da confusão para seguir sendo o que é.

O mundo está mesmo virado. Os black blocs consideram-se revolucionários. E no momento em que poderosos instrumentos internacionais devassam a privacidade de bilhões de pessoas, nosso tema central é a biografia de pessoas famosas.

A defesa do aumento do consumo como o único valor político moral nos levou a esse abismo. A gente não quer só comida. Os artistas têm um grande papel na superação dessas ruínas, sobretudo as de Brasília. Grandes momentos nos esperam e Chico Buarque foi bastante simples ao dizer: "Se a lei é esta, perdi".

A lei é a Constituição. Se não for essa, teremos perdido nós. Não deixarei de lamentar uma contradição tão explícita entre a sentença e um dos seus artigos essenciais: o que prevê a ampla liberdade de expressão.

No momento, o filho chora e a mãe não ouve, a vaca não reconhece o bezerro. É a crise. Suspensa a presença materna, temos de enfrentar uma certa solidão na busca pela saída. O caminho será encontrado via diálogo, mas sem a ilusão de considerar o governo refém da picaretagem. Foi o governo, em sua estreiteza e seu materialismo vulgar, que acabou provocando essa crise: a galinha aterrissou do voo econômico e só cacareja no chão suas previsões otimistas.

Estamo-nos acostumando com as chamas urbanas. Uma pedrada aqui, um coquetel molotov ali, produzimos uma rotina burocrática, sintonizada com o pântano político. Nos fronts político, social e cultural o alarme está soando há algum tempo. Conseguimos sobreviver a uma longa ditadura militar. Será que vamos capitular diante de um governo que distribui cestas básicas e Bolsas Família?

O País foi moralmente arrasado pela experiência petista e de todos os cafajestes que o governo conseguiu alinhar. Predadores oficiais e predadores de rua se encontram nessa encruzilhada em que um profundo silêncio político se abate sobre nós, com exceção de vozes isoladas.

Precisamos reaprender a conversar, reafirmar valores políticos que não se resumem a casa e comida. Precisamos viver a vida, cuidar mais da bio que da grafia. Precisamos sair dessa maré.
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Direitos dos Animais: quando o coração prova que suas razões tem base científica

Não no meu nome
O resgate dos beagles, torturados pelo Instituto Royal, trouxe a questão dos direitos dos animais para o centro da opinião pública (felizmente), provocando muita polêmica. Conservadores - aqueles mesmos opositores de pesquisas com células-troncos e embriões - se unem para chamar de criminosos os que defendem a vida de seres plenamente constituídos com consciência, inteligência, emoções análogas às humanas e, sobretudo, que sentem dor.

Cinicamente dizem que quem é contra pesquisas em animais não deveria usar medicamentos testados em animais, o que abrange praticamente toda a alopatia. Falácia da mais escrota porque sabem que não existe escolha, e essa é uma das razões pela qual se quer acabar com testes nos bichos: para que os medicamentos passem a ser produzidos de outra forma. Enquanto for considerado aceitável que se teste em animais, os psicopatas travestidos de cientistas não procurarão outras alternativas nem utilizarão as já existentes. E todos nós, não só esses conservadores execráveis, ficamos obrigados a ser cúmplices à revelia do horror indescritível feito aos animais.

Não no meu nome
Lembrando que a maioria das doenças que mais afetam os seres humanos (câncer, diabetes, pressão alta, enfartes, derrames) é produzida pelos próprios seres humanos contra si mesmos pela via ambiental e hábitos de consumo insalubres. Basta observar que, apesar de todas as campanhas antitabagistas, muita gente ainda fuma. Animais em laboratório são obrigados a inalar a toxicidade dos componentes do cigarro para ver em quanto tempo adoecem e morrem e projetar a estatística sobre os infames que fumam. Poderia citar outras aberrações, mas deixo para outro texto. Reproduzo abaixo textos e vídeos sobre o tema apontando a verdade atrás dos testes e as alternativas a esse horror (com.links para universidades e centros médicos que produzem alternativas aos testes em animais). O texto é do filósofo Paulo Ghiraldelli, os vídeos com o George Guimarães, o Sérgio Greif e a Luisa Mell (contando todo o histórico da ação que culminou com o resgate dos beagles) . De quebra, também o vídeo 'Si j'avais au moins...' de Mylène Farmer que já havia reproduzido aqui no post Cantora francesa faz tocante vídeo contra o uso de animais em laboratório! 

Destaco o seguinte trecho do texto do Paulo:
Deixaremos de usar animais em teste do mesmo modo que temos procurado nos livrar de agrotóxicos e do mesmo modo que não suportamos ver uma pessoa pertencente a uma minoria ser humilhada. Faremos isso exatamente porque sabemos onde está a mentira, e vamos, em cada luta setorial, conquistar mais gente pelo coração, e integrá-los no trabalho da razão. Essas coisas vão andar mais rápido do que se imagina. E a ciência não vai perder com isso, ao contrário, vai sair ganhando. 
Nietzsche dizia que a ciência não pode ser deixada sozinha, sem comando. É verdade! Temos de tirá-la do comando que hoje está nas mãos da Morte e do Dinheiro. Temos de coloca-la sob o nosso comando, os que não querem que para se criar um esmalte ou um tônico capilar fajuto para uma seborreia fajuta, um cão tenha que ter o fígado inchado durante 6 anos, mantido no cativeiro com dores intensas.
A verdade (e a mentira) sobre a utilidade dos testes com animais

Para filósofo, as pesquisas realizadas com animais servem mais para estimular o mercado de consumo com novos produtos que para melhorias na saúde dos seres humanos

A “revolução dos beagles de São Roque” está rendendo. E muito bem. Já estava mesmo na hora de discutirmos nacionalmente também essa questão, a da utilidade ou não de determinados tipos de pesquisa e o envolvimento com a educação para a crueldade, que pode muito estar atrelada ao modo como se prepara a mão de obra para os laboratórios.

Coloquemos então na mesa a questão objetiva do debate: os testes com animais são mesmo uma necessidade?

Os testes de laboratório com animais, de um modo geral, apontam para uma única “moral da história”: sofrimento atrai sofrimento. Os testes submetem nossos parceiros de vida na Terra a dores e incômodos inauditos. Não se trata de feridas apenas. Muito menos a barbárie é só a de arrancar um olho ou forçar um animal a comer até explodir. O que ocorre é a produção de tumores cancerígenos, deformações internas e externas, mal estar durante toda uma vida. Esse sofrimento todo é pago no altar do bem estar humano? Não! A maior parte dos laboratórios que lidam com testes, no mundo todo, fazem pesquisas encomendadas direta ou indiretamente antes pelos setores militares que pelos ditos setores da saúde.

O que se quer saber é o que é que pode dizimar o homem, fazer o homem sofrer, e quanto o homem pode aguentar tendo ingerido substâncias X ou Y. O que se quer é saber como matar de modo mais eficiente. Isso é tão verdade que, hoje, nenhum cientista responsável arrisca afirmar que o HIV, que provoca a AIDS, não foi produzido em laboratórios ligados a tarefas militares.

Bem, mas uma parte dos laboratórios que se utiliza de testes em animais o faz em função das demandas do setor de saúde, não é verdade? Não! A parte da pesquisa que não é direta ou indiretamente atrelada ao campo militar, serve antes ao dinheiro que à saúde. Os próprios cientistas têm insistido nesse dado: mais de 70% das pesquisas que envolvem testes com animais, e que se diz desligada da área militar, se faz não em torno da busca para curas de doenças, mas em torno da criação de variações de produtos que possam induzir novos consumos. Em muitos casos, até parecem ter a ver com doenças. Mas não tem. O que ocorre é que, criado o produto, aí então se inventa uma deficiência orgânica, ou seja, alguma “doença”, e em seguida mostra-se a cura. Em alguns casos a doença é criada junto com a cura! As drogarias são supermercados - todos sabem disso. Mas os conservadores fingem não ver.

#Doeumconservadorparaoinstitutoroyal
As indústrias de cosméticos e higiene pessoal, alimentos, suplementos alimentares, drogaria para a geriatria e mesmo a indústria da produção de remédios trabalham com a perspectiva de lucro imediato como prioridade, colocando a questão da descoberta da cura de doenças que realmente nos aflige em segundo plano - às vezes em plano nenhum. Mesmo as universidades públicas, no mundo todo, têm trabalhado nesse sistema. Os financiamentos saem antes para a pesquisa que busca criar produtos para a indução de consumo que para a pesquisa que visa a solução de problemas de saúde da população. Nem mesmo as pesquisas para “doenças de ricos” têm prioridade diante da prioridade da criação de produtos que possam ampliar as possibilidades de consumo.

Desse modo, o supérfluo do supérfluo governa de um lado, o necessário para a indústria da morte governa do outro. Os animais sofrem para que nós, depois, possamos sofrer com a ideia da “guerra segura” e com a péssima ideia de que precisamos comprar mais coisas do que necessitamos. Não há lado bom nessa história. Não há mocinho nesse faroeste.

É bobagem dizer “isso é o capitalismo”. Sim, é. E daí? Dizer isso é dizer o nada. Ou melhor, é dizer o tudo em um grau tão genérico que é dizer o nada. O que é necessário é perceber que nenhum dos dois grandes blocos de interesses - o militar e o financeiro - que sustentam os laboratórios que, por sua vez, causam sofrimentos nos animais, diz a verdade sobre a necessidade de testes em animais. Ter animais em laboratórios nem é uma solução “a mais barata”. Os animais estão lá porque o tipo de pesquisa que se faz não é para nos curar de algo, mas para a guerra e para a ampliação inchada do mercado.

Estamos diante da maior mentira do século. Uma mentira contada por gente que está atrelada à fabricação da paz, que é na verdade a indústria da guerra e da morte. Uma mentira também contada por gente que está atrelada à fabricação do bem estar, que é na verdade a indústria do dinheiro e do falso bem estar. Os estudantes que entram nas universidades em cursos que fornecem mão de obra para os grandes laboratórios do mundo todo devem falar a mesma língua. O jogo é duro. Uma única pequena conversa dissidente, questionando o sofrimento dos animais, e o estudante que a promoveu é visto como “não tendo vocação”. É fundamental que o estudante seja antes de tudo um vocacionado para a tortura, caso não, é tido não como uma pessoa sadia mentalmente, mas como um incompetente para as ciências. Os que negam isso são, dentro dos departamentos das universidades, os que mais zelam para isso aconteça. O policiamento nesse ambiente é uma constante.

Não é necessária uma revolução mundial comandada por algum Che Guevara para parar isso de modo a redirecionar tal indústria de horrores. Basta que a cada dia possamos fazer protestos como os que foram feitos contra o Royal, e que apavorou toda a parte da mídia mais à direita (calando a esquerda, que não raro, na sua parte tradicional, é adepta de um iluminismo tacanho). Ali, no protesto contra o Instituto Royal, um nível de consciência pelos direitos dos animais reapareceu em novo patamar. São passos assim que criam níveis diferenciados e ampliados de consciência. É comum que pessoas de formação científica, inteligentes, diante dos protestos, voltem para as suas casas e comecem a pesquisar sobre o assunto, e então entrem para as fileiras dos que já não podem mais admitir o espalhamento da crueldade como algo banal.

Os protestos não clareiam as coisas somente de um lado, mas de todo tipo de lado. E o número de pessoas que acha que sairá ganhando com a indústria da morte e com a indústria do dinheiro-que-falseia-a-felicidade paulatinamente decresce - isso é uma tendência mundial. Nosso desenvolvimento moderno tem sido assim. Temos reformulado e melhorado nossas práticas de vida, em vários setores, dessa maneira.

Deixaremos de usar animais em teste do mesmo modo que temos procurado nos livrar de agrotóxicos e do mesmo modo que não suportamos ver uma pessoa pertencente a uma minoria ser humilhada. Faremos isso exatamente porque sabemos onde está a mentira, e vamos, em cada luta setorial, conquistar mais gente pelo coração, e integrá-los no trabalho da razão. Essas coisas vão andar mais rápido do que se imagina. E a ciência não vai perder com isso, ao contrário, vai sair ganhando.

Nietzsche dizia que a ciência não pode ser deixada sozinha, sem comando. É verdade! Temos de tirá-la do comando que hoje está nas mãos da Morte e do Dinheiro. Temos de coloca-la sob o nosso comando, os que não querem que para se criar um esmalte ou um tônico capilar fajuto para uma seborreia fajuta, um cão tenha que ter o fígado inchado durante 6 anos, mantido no cativeiro com dores intensas.

Paulo Ghiraldelli, 56, filósofo, escritor, cartunista e professor da UFRRJ

Fonte: IG, Último Segundo, 22/10/2013

Lista de grupos comprometidos com estudos dos métodos substitutivos, seus métodos, os avanços já realizados.

Para quem se interessar, quiser ler, quiser mostrar por aí que existem cientistas empenhados pela ética e pelo fim da ciência medieval. Compartilhe, divulgue."
  1. Frente Brasileira pela Abolição da Vivissecação http://www.fbav.org.br/
  2. Fund for The Replacement of Animals in Medical Experiments http://www.frame.org.uk/
  3. John Hopkins Center for Animal Alternatives http://caat.jhsph.edu/
  4. New England Anti Vivisection Society http://www.neavs.org/
  5. Scandinavian Society for Cell Toxicology http://www.ssct.se/
  6. Americans for Medical Advancement http://afma-curedisease.org/
  7. Physicians Committe for Responsible Medicine http://www.pcrm.org/


Sérgio Greif - Uma discussão sobre a experimentação animal e métodos substitutivos. Parte 02 from Eric Yabiku on Vimeo.


Em caso de demorar a carregar: Seria a maior piada do País, diz Luisa Mell sobre ser presa por furto de beagles

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