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Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

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terça-feira, 31 de agosto de 2021

Quando Deus era mulher: sociedades mais pacíficas e participativas

Um deusa de Malta: obesidade e fertilidade

Nas culturas mais antigas as mulheres tinham um papel importante e, por vezes, superior ao dos homens. Ainda hoje existem no mundo várias sociedades matriarcais como as que existiram no passado. História, glória e tragédia dos matriarcados. Esta estatueta de marfim (abaixo) encontrada na gruta de Hohle Fels (Alemanha), vista de lado e de frente é a figura de uma Deusa-Mãe. Idade: 35 mil anos. Possui a cabeça pequena, seios enormes, quadris largos e ventre protuberante. A vulva é acentuada e sobre o corpo existem diversos signos e traçados rituais.

Estatueta de marfim (abaixo) encontrada na gruta de Hohle Fels (Alemanha),
vista de lado e de frente é a figura de uma Deusa-Mãe.

A primeira escultura de forma humana que se conhece foi realizada há 35 mil anos. Trata-se de um pendant de marfim de mamute, longo apenas 6 centímetros, encontrado na gruta de Hohle Fels, na Alemanha. Descoberta em 2008, a estatueta representa uma mulher gorda, com seios enormes, nádegas grandes e uma vulva muito acentuada. Trata-se, com toda probabilidade, de uma divindade feminina, para ser levada ao pescoço.

Quando Deus era mulher

Se, naqueles tempos, a divindade principal era feminina, o papel das mulheres devia ser muito importante, certamente não inferior ao dos homens. Por sinal, durante o Paleolítico, especialmente no período entre 25 mil e 20 mil anos atrás, as assim chamadas “Vênus”, estatuetas encontradas na Europa e na Ásia, reforçaram o conceito da “divindade feminina”.

Não apenas: estátuas e estatuetas de mulheres grandes, gordas e grávidas, símbolos de regeneração e nutrimento, eram muito difundidas durante todo o Neolítico, o período quando os humanos aprenderam a cultivar as plantas e a criar os animais. Em Çatal Huyuc, na Turquia, por exemplo, existem inúmeras evidências de que tais figuras femininas eram objeto de culto nas primeiras aldeias agrícolas. Divindades femininas obesas, que representam uma deusa-mãe, foram encontradas entre as ruínas das construções gigantes (megalitos) da ilha de Malta, onde uma importante civilização realizou muitos templos utilizando enormes blocos de pedra, no 5o milênio antes de Cristo, 1500 anos antes que no Egity fosse construída a pirâmide em degraus de Saqara.

Em Malta os estoques alimentares de grãos eram armazenados em silos públicos, anexos aos templos, e neles aconteciam cerimônias para a distribuição do alimento em nome da deusa. As quantidades que sobravam permitiam a manutenção de obreiros nas construções públicas bem como de um corpo sacerdotal, constituído sobretudo de mulheres. Como a própria deusa-mãe, essas sacerdotisas deviam ter corpos grandes e muito gordos.

Uma deusa de Malta: obesidade e fertilidade. O sono da deusa representava a morte, entendida como antecâmara do renascimento e do retorno à vida.

Populações pacíficas

Esses agrupamentos humanos do megalíticos, como regra geral não construíam fortificações, sinal de que as guerras eram praticamente desconhecidas para eles. Essa mesma característica surge também nas primeiras aldeias humanas sedentárias das atuais Grã Bretanha, França, Espanha, Itália e em outras localidades da Europa centro-oriental. A importante antropóloga Marija Gimbutas (1921-1994), em dezenas de campanhas de escavações, recolheu signos em espiral, símbolos femininos e um enorme número de esculturas de divindades femininas ligadas ao culto da fertilidade. Encontrou também estatuetas de “mulheres-pássaro”, encontradas em sepulturas que não indicavam diferenças sociais entre os defuntos. Gimbutas pertenceu a uma linha de antropólogos que concluíram ter existido na Europa e arredores uma grande civilização que precedeu os sumérios e os gregos. Uma civilização de mulheres, construída a partir dos valores do princípio feminino: uma civilização igualitária, pacífica, dedicada ao culto da deusa mãe.

Uma história feminina

Já na segunda metade do século 19, o historiador Johann Jacob Bachofen (1815-1887) lançara a ideia de um passado matriarcal da humanidade. Ele sustentava que alguns mitos gregos, desde o das amazonas até o da Medusa (veja ilustração abaixo), não eram o fruto de problemas psicológicos com o sexo oposto, mas sim a lembrança de conflitos sociais verdadeiros que, depois, conduziram ao patriarcado, ou seja, ao domínio do homem sobre a mulher. Para resumir, o herói Perseu que mata a Medusa elimina uma antiga e poderosa matriarca, depois apresentada como criatura monstruosa no relato mítico. Bachofen considerava que a sociedade patriarcal venceu quando os homens tomaram o poder religioso até então reservado às mulheres.

A cabeça de Medusa: o medo que os homens têm do sexo feminino
Medusa era a única mortal das três monstruosas irmãs chamadas Górgonas. Mas a imagem inicial de Medusa (em grego “aquela que domina”), era a de uma mulher belíssima. O deus Poseidon se apaixonou por ela e a seduziu. Por causa disso, a deusa Atena a puniu transformando-a em um monstro com serpentes no lugar dos cabelos. Além disso, quem visse o rosto de Medusa era imediatamente transformado em pedra. O mito narra que, com o ânimo atiçado pelo rei da ilha de Serifo, Polidete, o jovem herói Perseu prometeu que traria para o rei a cabeça de Medusa. Perseu foi ajudado pelos deuses Atena e Hermes, que deram a ele um escudo reluzente e uma foice. Usando o escudo para não ter de fita-la diretamente, Perseu conseguiu cortar a cabeça da Górgona. Na visão do historiador Johann J. Bachofen, seres femininos monstruosos como a Medusa (“aquela que domina”) ou a Esfinge representavam o medo que os homens têm do sexo feminino. Os gregos, de modo mais pragmático, reviviam com tais mitos as antigas vitórias alcançadas contra as grandes matriarcas da antiguidade.

Idade do Ouro

A antropóloga e mitóloga italiana Momolina Marconi (1912-2006) confirmou, por seu lado, a hipótese de um matriarcado dominante na Antiguidade. Ela desenvolveu com suas pesquisas a ideia que do sul da Itália à Sardenha, atingindo as costas africanas e o litoral da Anatólia turca existiu uma civilização marcadamente matriarcal, a dos Pelágios, que acreditava na existência de uma Grande Mãe mediterrânea considerada divindade principal. Mas outros pensadores preferem acreditar que essa fase matriarcal é muito mais uma utopia feminista do que uma verdade histórica, embora fosse avalizada inclusive pelo grande filósofo e economista Friedrich Engels (1820-1895) que explicou o seu fim como consequência do surgimento do conceito de propriedade privada.

As sociedades matriarcais hoje

As coisas, nos últimos anos, parecem ter se tornado mais claras. Em 2005, em San Marcos, no Texas (EUA), arqueólogos e antropólogos de todo o mundo se reuniram em um grande congresso de “estudos matriarcais”, confrontando dados arqueológicos e observações sobre algumas populações atuais. Resultado: a civilização megalítica do Neolítico era claramente centrada nas mulheres. E dezenas de etnias até hoje são matriarcais. Por exemplo, os Mosuo, da província do Yunan, na China, os Bemba e os Lapula das florestas da África Central, os indígenas Cuna “isolados em ilhas ao largo do Panamá, ou os trobriandeses da Melanésia.

Um estudo sobre os Minangkabau da Sumatra – uma etnia com cerca 4 milhões de indivíduos – é muito importante. Dirigidas pela antropóloga Peggy Reeves Sanday, da Universidade da Pensilvânia (EUA), essas pesquisas descobriram que valores fundamentais dessa cultura são centrados na cura das moléstias de todos os tipos e nas necessidades da comunidade, em vez de se basearem sobre os princípios patriarcais da “justiça divina”, dos sacrifícios e das rígidas prescrições sexuais pretensamente ditadas pelo plano divino. Esses valores ligados à cura, bem como aqueles cerimoniais em honra dos ciclos da natureza descendem claramente de antepassadas míticas que foram divinizadas.

O matriarcado, entre os Minangkabau bem como nos outros grupos estudados, não é o simples rebaixamento do patriarcado, ou seja, a dominação de um sexo sobre o outro, mas uma cultura de equilíbrio e balanceamento dos papeis de gênero naquelas sociedades. As esposas permanecem na aldeia da mãe, nas quais a organização do cotidiano e os cuidados com os filhos são tarefas que tocam aos homens, mas estes últimos são quase sempre os irmãos da esposa, tios e avós.

Mulheres trobriandesas durante a grande festa do inhame desfilam
 levando nas mãos alguns desses tubérculos recém recolhidos.
Maridos part-time

Os maridos, por seu lado, moram na aldeia materna, ocupando-se dos seus netos e dos campos. Eles são, com efeito, “visitantes noturnos” das esposas e, pela manhã logo cedo retornam à aldeia materna. O resultado dessa relação part-time é que as crianças são cuidadas pela mãe e pelos parentes maternos, e quase nunca está bem claro quem é o pai natural. Aquilo que conta é a paternidade social, coletiva. Ou seja, a inteira comunidade é pai e mãe da criança.

Além disso, o matrimônio de um elemento do clã A com um do clã B não constitui um fato isolado, mas faz parte de uma série de uniões. Da mesma forma que entre o clã B e o clã C. No final os clãs são compostos quase apenas de parentes. Dessa forma, cada pessoa tem uma parte dos seus genes em todos os membros do clã e todo interesse em ajuda-los e participar das suas vidas.

A antropóloga Heide Göttner-Abendroth, da Academia Internacional Hagia di Winzer (Alemanha), líder criadora de estudos modernos sobre o matriarcado, descreveu as suas características principais, no presente e no passado.

“Nas sociedades matriarcais é praticada geralmente a horticultura ou uma agricultura de tipo familiar autossustentável”, ela explica. “Vive-se na aldeia materna tomando-se o nome da mãe e herdando os seus bens. Existem matrimônios de grupo entre os clãs e relações conjugais baseadas na ‘visita’, com consequente liberdade sexual dos parceiros”.

As doações batem as vendas

A propriedade privada é reduzida ao mínimo: terrenos e animais pertencem ao clã. Em vez da economia de troca, está presente a economia da doação. “Na troca se leva em conta o valor da mercadoria e se satisfaz uma necessidade pessoal”, explica a antropóloga. “Na doação, diferentemente, não são feitas avaliações de valor, pois o objetivo é atender a necessidade do outro”. A troca interrompe a relação (quem deu, deu; quem recebeu…) A doação não, pois cedo ou tarde será compensada com outra doação, e a relação continua. Nas sociedades matriarcais pode suceder que o valor da doação seja mais alto ou mais baixo, segundo o desejo e as possibilidades da pessoa. Mas aquilo que se perde materialmente se ganha em termos de consideração social, e nos momentos de necessidade as contas sempre fecham em equilíbrio. Essa disparidade nas doações, por exemplo de um clã que teve uma colheita muito favorável e pode doar mais, também serve como fator de reequilíbrio social: a riqueza é melhor distribuída.

Estatuetas do 5o milênio antes de Cristo, encontradas em Poduri, na atual Romênia:
trata-se de uma assembleia de deusas e reproduz a vida real nas aldeias matriarcais.

Democracia participativa
O clã matriarcal”, explica Göttner-Abendroth “funciona na base de assembleias onde se verifica uma contínua busca de consenso: cada família manda um seu representante, homem ou mulher, para a assembleia do clã. Se não acontece um acordo, volta-se a consultar os familiares se fizeram representar pelo delegado. O mesmo acontece quando os delegados do clã participam de uma assembleia de aldeia, ou de uma assembleia regional: se não existe acordo, volta-se a falar com os representados. A ideia equivocada de que o matriarcado nunca tenha existido deriva exatamente da presença de homens nas assembleias: alguns antropólogos os interpretaram como chefes, mas eles eram apenas delegados”.
Outras características dos matriarcados são a fé em divindades femininas e uma crença particular relacionada à morte. Na visão matriarcal, depois da morte se renasce no interior do próprio clã: a criança não se lembra disso, mas ela foi, no passado, um tio ou uma avó. Essa ideia deriva da observação dos ciclos vegetais, que remonta ao início da agricultura. As plantas morrem no outono, mas as suas sementes repousam durante o inverno até a chegada da primavera, quando germinam e renascem iguais àquelas precedentes.

Por isto, no hipogeu fúnebre de Hal Saflieni (veja foto abaixo), em Malta, há cinco mil anos as pessoas eram sepultadas em posição fetal, à espera do seu renascimento no interior do clã. A convicção da morte-renascimento provinha também da observação dos ciclos das estações do ano, das estrelas que desaparecem para reaparecer na noite seguinte, do Sol que “morre” e logo depois “renasce”, do próprio ciclo menstrual feminino. Estes eram os referenciais naturais do matriarcado, que levaram à ideia de uma Grande-Mãe que garantia a vida e a sobrevivência a todos, fêmeas e machos indistintamente.

O cemitério de Hal Saflieni (Malta, 2.500 antes de Cristo).
Os corpos eram sepultados em posição fetal, para renascerem.
Chegada dos patriarcas

Se tudo funcionava tão bem no seio das sociedades matriarcais, por que as coisas mudaram? Segundo a reconstrução histórica de Gimbutas, confirmadas depois por estudos genéticos e linguísticos, em três vagas sucessivas de 4500 a 3000 antes de Cristo, povos guerreiros provenientes das planícies do rio Volga, que tinham domesticado o cavalo e dispunham de armas de bronze, invadiram e se espalharam por vastos territórios da velha Europa, e também no Oriente Próximo, chegando até as margens do rio Indo. Falavam uma língua proto-indoeuropeia e cultuavam divindades celestes, masculinas e guerreiras.

A religião e os costumes dos povos conquistados mudou, seguindo a direção do patriarcado.
Foi um processo lento que, embora vindo do exterior, teve o apoio de muitos homens pertencentes às populações matriarcais. Teve início um processo no qual as esposas se transferiam para as aldeias dos maridos, e no qual os bens familiares e do clã passaram a ser transmitidos por linhagem masculina”, explica a antropóloga Luciana Percovich. 
A reviravolta deveu-se também ao fato de que a guerra tornara-se uma forma de economia e a força masculina passou a ser bem mais importante do que no passado. Para fazer com que as terras possuídas e conquistadas permanecessem com os próprios descendentes, os homens adotaram a segurança da paternidade e, para tanto, começaram a segregar as mulheres. As sacerdotisas foram subjugadas e subordinadas aos sacerdotes homens.

A deusa egípcia Nut se alonga para formar a abóboda celeste.
Ela era a Senhora do Céu, do Dia e da Noite, e do Renascimento.

Machos subversivos

Entre os sumérios, o povo da Mesopotâmia que deu vida às primeiras cidades-Estado, ao desenvolvimento da irrigação, da agricultura e da escritura cuneiforme, aconteceu um período de transição entre o matriarcado e o patriarcado. Essa transição ficava bem clara no processo de investidura de um rei.
Para ser investido como tal, ele devia copular com uma grande sacerdotisa que representava a deusa Inanna (ver imagem abaixo), versão local da deusa-mãe”, explica Percovich. “Os reis eram eleitos e inicialmente permaneciam no cargo apenas um ano. Com o passar do tempo, alguns foram prorrogando os seus mandatos, colocando-se no mesmo patamar do poder religioso feminino e, sucessivamente, tomaram as rédeas e passaram a designar sacerdotes homens. A partir daí o poder tornou-se dinástico”.
As guerras frequentes reforçaram o papel central dos homens que, cada vez mais, preferiam decidir as disputas através da violência das guerras, quando esta era uma opção muito menos popular nas sociedades matriarcais.
Deusa Inanna
Os sumérios refletiam o passado matriarcal e a transição ao patriarcado no ciclo mítico da deusa Inanna (análoga à deusa Ishtar, da Babilônia, e Astarte, da fenícia), todas elas evoluções locais da deusa-mãe. O mito conta que a deusa Inanna se apoderou dos fundamentos do conhecimento, das leis e das práticas civilizatórias, para dá-las aos humanos.

A Grande-Mãe teve uma variante também no Egito, com a deusa do céu Nut. Mas depois os faraós se declararam representantes terrenos de divindades masculinas, como Rá, o deus-Sol. Na Grécia, o culto a Zeus, divindade masculina, pouco a pouco mandou para o esquecimento a Deusa-Mãe, inclusive atuando uma inversão ilógica e antinatural dos papéis: foi ele quem pariu, da sua cabeça, a filha Atena.

Ver também

As Amazonas, além do mito
Matriarcados: quando as mulheres é que mandam
Aserá, a esposa de Deus que foi apagada da História

Clipping Quando Deus era mulher. A civilização das deusas gordas, por Equipe Oásis, Divina Feminina.

terça-feira, 16 de março de 2021

As obras revisitadas das artistas Julieta de França, Georgina de Albuquerque e Abigail de Andrade


'Canto do Rio', de Georgina Albuquerque (1926). Acervo Museu Antônio Parreiras
Discriminadas por seus pares, Julieta de França, Georgina de Albuquerque e Abigail de Andrade têm suas obras revisitadas

Anita Malfatti, Djanira, Tarsila do Amaral, Lygia Clark, Tomie Ohtake, Lygia Pape, Beatriz Milhazes, Abigail de Andrade, Adriana Varejão. Postas assim, lado a lado, parecem muitas as brasileiras que alcançaram fama internacional no mundo das artes plásticas.

Mas, para cada uma das que furaram o teto de vidro imposto às mulheres nesta área, há um exército de outras que permaneceram invisíveis.
Existe uma névoa que acoberta a lembrança de outras artistas anteriores a Tarsila e Anita Malfatti, como se antes das modernistas simplesmente não tivessem existido artistas do então denominado ‘sexo frágil’. Existiriam artistas mulheres no século XIX? Se sim, quem foram elas? E por que sabemos tão pouco sobre elas?”, escreve a pesquisadora e professora do Instituto de Estudos Brasileiros da USP Ana Paula Simioni na abertura de sua ampla pesquisa de doutorado sobre mulheres esquecidas pela historiografia dominante na arte brasileira.
O problema de fundo, avalia Simioni, na verdade tem duas pernas: no Brasil, tudo o que se produziu antes da Semana de Arte Moderna de 1922 tende a ser visto como “menor”, “pouco nacional”; em outras palavras, uma cópia do que chegava da Europa.

Além disso, e apesar da presença esporádica de mulheres na Escola Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro – praticamente, única instituição existente para o estudo da matéria na virada do século XIX para o XX –, elas eram consideradas eternamente amadoras e preteridas nos prêmios e salões.

Na sua pesquisa, a professora resgatou três grandes artistas, pioneiras que enfrentaram o machismo do seu tempo com estilo e persistência. E, sem surpresa, comprovou que, com suas criações, elas ajudaram a retratar e definir a sociedade brasileira.

Julieta de França

Nascida em Belém em 1870, esta escultora foi uma das primeiras mulheres admitidas na Escola Nacional de Belas Artes (que abriu suas portas a elas apenas em 1889). Também foi a primeira a conseguir uma vaga numa das prestigiosas viagens ao exterior promovidas pela instituição.

Se, no Brasil, trilhava um caminho promissor como discípula de Rodolfo Bernardelli, em Paris teve aulas com ninguém menos que Auguste Rodin.

Mocidade em flor', de Julieta de França (1902)
De volta ao Rio, em 1908, inscreveu uma maquete sua no concurso para a escolha de um monumento que celebraria o centenário da Independência do Brasil. Foi desclassificada sem maiores explicações. Inconformada, voltou à França por conta própria e colheu depoimentos favoráveis ao seu projeto, inclusive do próprio Rodin.

Pediu a revisão da decisão, mas foi novamente rejeitada. Mais: sua fama de “brigona” lhe valeu uma passagem só de ida para o ostracismo.

A maquete rejeitada de Julieta de França
Desafiados, os cânones da Academia brasileira nunca perdoaram a audácia de uma outsider que tentou se equiparar aos homens – e cuja própria história de vida ilustra bem o papel então reservado às mulheres, nas artes e, em virtualmente, qualquer outro setor da vida pública.

Georgina de Albuquerque

A paulista de Taubaté foi uma das primeiras mulheres a receberem o prêmio principal da Escola Nacional de Belas Artes pela sua pintura Sessão do Conselho de Estado.

Georgina provocou toda uma revolução na pictografia brasileira ao retratar um momento – provavelmente muito mais realista – do processo de independência do país que em nada recorda a triunfal caracterização de Pedro I com a espada às margens do riacho Ipiranga.

'Sessão do Conselho de Estado', de Georgina Albuquerque (1922)
Na cena, a mulher dele, a futura imperatriz Leopoldina, ocupa o centro da narrativa e ouve conselhos de ministros e parlamentares (todos homens, naturalmente).

O tema do quadro também é uma declaração de intenções em si. Apesar de aceitas, paulatinamente, nos círculos de criação, às mulheres se reservavam temas menos "nobres", como cenas domésticas, íntimas, além de naturezas mortas e paisagens.

Albuquerque desafia os padrões ao pintar um quadro político, hoje integrante do acervo do Museu Histórico Nacional, no Rio.

Abigail de Andrade

O pouco (quase nenhum) acesso das mulheres à vida pública na segunda metade do século XIX levou esta carioca a se especializar em autorretratos. Premiada no Salão Imperial de 1864, gozou de relativa fama e prestígio.

Mas cometeu o pecado máximo de uma mulher do seu tempo: envolveu-se com seu professor Angelo Agostini, então casado, e engravidou dele.

"Interior de Ateliê" de Abigail Andrade (1889). Coleção Hecilda e Sérgio Fadel, Rio de Janeiro
Proscrita na conservadoríssima sociedade brasileira do século XIX, precisou se refugiar com ele em Paris, onde criou, nos seus primeiros anos, a filha de ambos, Angelina Agostini, ela própria uma pintora reconhecida.'Estrada do Mundo Novo com Pão de Açúcar ao Fundo', de Abigail de Andrade (1888)

Andrade morreu em 1890, em Paris, e, ao longo das décadas seguintes, foi sendo pouco a pouco apagada dos registros artísticos brasileiros, até sua recente reabilitação. Poucas das suas obras sobreviveram até os nossos dias, e a maioria pertence a coleções privadas.

Clipping 3 artistas plásticas quase esquecidas que ajudaram a retratar a sociedade brasileira, por Alessandro Soler, 01/01/2021, Doméstika

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Mulheres são 58% do público de games no Brasil, mas ainda lutam por espaço profissional no mercado

Women Game Jam (2018)

Pesquisas mostram que as mulheres são 58% do público de games no Brasil, porém ainda lutam por espaço profissional neste mercado.

Até os dias atuais as mulheres a lutam por espaço e igualdade nos meios profissionais e buscam representatividade no âmbito social. No mundo dos games essa lógica se repete e é representada pelo aumento do consumo feminino de videogames, do número de mulheres que trabalham como desenvolvedoras e a busca por mais representatividade nas personagens dos jogos. Para entender como funciona a indústria de games para as mulheres conversamos com a professora e doutora Érika Caramello e a desenvolvedora Lia Fuziy.

De acordo com o 2º Censo da Indústria Brasileira de Games (2018), as mulheres apresentam cerca de 20% dos funcionários das desenvolvedoras consultadas pelo estudo. Isso aponta que, nos últimos anos, o número de mulheres por trás do desenvolvimento de games triplicou em relação ao resultado do Censo em 2013. O número de jogadoras também aumentou – hoje 58% do público de jogos no Brasil é dominado pelas mulheres.

A professora e doutora na área de games Érika Caramello percebeu que dentro das salas de aula o interesse das meninas em trabalhar com games vem crescendo.
Antes dava aula para turmas sem nenhuma menina, hoje consigo encontrar um número significativo de garotas. Mais meninas estão se interessando em se profissionalizar nas áreas de TI, jogos digitais e ciência da computação”, afirma. Porém, as mulheres ainda representam um número muito pequeno e a indústria continua sendo predominantemente masculina.
Lia Fuziy ingressou na faculdade de jogos digitais pela paixão que tinha pelos jogos, mas nunca pensou que o desenvolvimento deles viraria seu ganha pão.
Quando me formei na faculdade me apaixonei pela vertente dos jogos educativos, fiz um curso na Universidade Federal do ABC e me especializei em Objetos de Aprendizagem. Hoje dou aulas de programação de jogos e trabalho na área de desenvolvimento de interações para apostilas didáticas”, conta. Lia concorda que escolheu uma vertente da área onde existe mais demanda e menos competição, mas enxerga nas colegas de profissão as dificuldades que encontram dentro do mercado.
Women Game Jam (2018)
Coloca as minas ‘pra’ jogo

Algumas iniciativas, como a Change The Game e Women Game Jam, são importantíssimas para apoiar e incentivar o trabalho realizado por mulheres e dar visibilidade para as meninas que estão a ingressar na área dos games ou para as que já estão inseridas, mas buscam espaço. Outro ponto forte desses projetos é a oportunidade de interação entre as meninas para que surjam parcerias e se crie um ambiente mais harmonioso de trabalho.

A Google criou no segundo semestre de 2019 a Change The Game, um concurso para mulheres criarem jogos para as plataformas mobile. As vencedoras trabalharão em conjunto aos desenvolvedores da empresa para o planejamento e execução de um jogo que será lançado na Google Play. As inscrições vão até o dia 30 de setembro.

Já a Women Game Jam é uma inciativa criada por desenvolvedoras e para desenvolvedoras. O evento, que surgiu na Alemanha, teve a terceira edição em terras brasileiras no último final de semana e contou com mentoras experientes da indústria como Ana Ribeiro, Lia Fuziy, Érika Caramello, entre outras. O evento foi focado em mulheres e buscou ser um ambiente seguro e confortável para elas. “
As meninas tiveram 48 horas para desenvolverem um jogo sobre independência e identidade e se dividiram em grupos que tinham experiência na área, porém a grande maioria nunca tinha participado de uma game jam. Elas puderam programar e se conhecer num ambiente longe de julgamentos e críticas masculinas,” contou Lia.
Érika completa ao falar da importância desse tipo de evento para a consolidação das mulheres na indústria.
Algumas alunas minhas já deixaram de ir a game jams mistas pois os pais não gostavam da ideia delas dormirem no meio de vários caras, o que faz esse evento ser bem importante. Sem falar que ver mulheres como mentoras e líderes de execução de projetos é uma experiência bem diferente do que a gente costuma ver. É fantástico ver que iniciativas como essa estão se consolidando no Brasil,” finaliza.
Clipping Mulheres nos games: A busca por incentivo e visibilidade na indústria!, por Isadora Marques, 18/09/2019, em Freak

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Hasbro lança "Ms. Monopoly", versão do famoso Banco Imobiliário onde as mulheres ganham mais

"Ms. Monopoly" também substitui as tradicionais propriedades do tabuleiro por invenções creditadas a mulheres
Para celebrar o empoderamento feminino e combater o grave problema de discriminação salarial que ainda acomete diversas mulheres no ambiente de trabalho nos dias de hoje, a Hasbro anunciou esta semana o lançamento de uma nova versão do Banco Imobiliário que promete enfim reverter a balança em favor do sexo feminino. Sim, em “Ms. Monopoly”, pela primeira vez na História do mundo – ou pelo menos na dos jogos – as mulheres poderão ganhar mais que os homens.

A versão “feminina” na verdade é uma repetição do modo de operação tradicional do jogo, com a diferença de que a cada vez se passa pela casa do pagamento as jogadoras ganham 240 unidades na moeda do Banco Imobiliário. Os jogadores do sexo masculino, porém, só recebem os 200 tradicionais, reforçando a ideia do “Ms. Monopoly” que a Hasbro define como “um mundo onde as mulheres tem uma vantagem que habitualmente é desfrutada pelos homens”.

Outra parte legal do derivado é que as “propriedades” do tabuleiro são todas invenções creditadas a mulheres, incluindo aí itens importantes como Wi-Fi e cookies de chocolate.

Esta também é a primeira edição do clássico jogo de tabuleiro que conta um mascote diferente do camarada milionário bigodudo de cartola (o tal Rich Uncle Pennybags). De acordo com a divulgação, a tal Ms. Monopoly do título é uma magnata do ramo imobiliário que advoca em favor das empreendedoras, concebida pela fabricante para inspirar mulheres de todas as idades.

O mais bacana, porém, é que a Hasbro aproveitou a concepção desta versão “feminista” do jogo para financiar inventoras e empresárias do sexo feminino. Aproveitando o valor de 20,580 unidades que estão disponíveis no jogo, a companhia investiu o mesmo número em dólares em três jovens cientistas moradoras no Canadá, Irlanda e Estados Unidos – e lançou o comercial abaixo para apresenta um pouco mais das invenções de cada uma ao público.
Pela introdução do ‘Ms. Monopoly’ e o dinheiro que estas jovens mulheres receberam para investir em seus futuros projetos, nós queremos reconhecer e celebrar as diversas contribuições que as mulheres fizeram a nossa sociedade e continuam a fazer diariamente” explica diretora sênior de marketing Jen Boswinkel sobre a campanha e o produto.
A primeira edição do “Ms. Monopoly” será lançado esta semana nas lojas dos Estados Unidos, mas ainda não tem previsão de ganhar uma versão em português no Brasil.




Clipping Contra discriminação salarial por gênero, Banco Imobiliário lança versão onde mulheres ganham mais que homens, por Pedro Strazza, 11/09/2019

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Seleção brasileira de futebol feminino volta a jogar em casa após 2 anos: saiba detalhes do torneio

(Foto: Divulgação)

Nos dias 29 de agosto e 01 de setembro, a cidade de São Paulo sediará o Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino e as seleções do Chile, Argentina e Costa Rica serão as adversárias do Brasil no Estádio do Pacaembu.

A seleção brasileira não joga no país desde 2016, quando disputou o Torneio Internacional de Manaus sob o comando de Emily Lima. E a capital paulista não recebe o time feminino desde 2015, quando a seleção disputou um amistoso contra a Nova Zelândia – e perdeu por 1×0 -, dessa vez, com Vadão como técnico .

Após campanha mediana na Copa do Mundo da França, mas com grande reconhecimento e destaque no Brasil, os torcedores terão a chance de ver de perto Marta, Formiga, Tamires, Andressa Alves e tantas outras craques que ganharam maior destaque durante o Mundial.

O torneio faz parte da preparação da seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e marcará a estreia da treinadora sueca Pia Sundhage no comando da equipe.

Confira abaixo informações sobre o torneio (ingressos e horários)

Os jogos acontecerão em rodada dupla com Costa Rica e Chile abrindo a competição no dia 29 de agosto (quinta-feira), às 19h, no Pacaembu. Na sequência, o Brasil entra entra em campo contra a Argentina às 21h30. A decisão acontece no dia 01 de setembro (domingo) quando os perdedores da rodada inicial decidem a 3ª colocação às 10h. A final acontece em seguida, às 13h30.
Os ingressos podem ser comprados no site da TS Tickets. As entradas custam a partir de R$ 20 (arquibancada) e R$ 24 (cadeiras numeradas), com direito à meia-entrada. A venda nas bilheterias do Pacaembu serão abertas apenas na semana do torneio, caso sobrem ingressos. As partidas terão transmissão do SporTV.

Seleção brasileira
O Brasil

Depois da Copa do Mundo da França onde os olhares se voltaram para a seleção feminina de uma maneira diferente, as jogadoras estarão no Pacaembu para sentir de perto o apoio da torcida.

Mesmo sob novo comando, a treinadora sueca Pia Sundhage, o time brasileiro será praticamente o mesmo que atuou no Mundial. Entre os destaques, a atacante do São Paulo, Cristiane, não participará do torneio porque ainda se recupera da lesão que a tirou da prorrogação do jogo contra a França pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo.

Entre as principais novidades anunciadas pela sueca Pia Sundhage, estão os nomes da meia Yayá (São Paulo) e da atacante Millene (Corinthians).

Seleção chilena
Chile

A seleção chilena ocupa a 38º posição no ranking da Fifa e na Copa do Mundo estava em grupo bem cascudo, com Estados Unidos, Suécia e Tailândia. Venceu apenas o último confronto, contra a Tailândia, mas viu sua goleira Christiane Endler brilhar como melhor jogadora da partida contra as americanas, evitando que o placar fosse ainda mais elástico.

A arqueira de 27 anos é filha de pai alemão e mãe chilena. Defende o Paris Saint-Germain e é o grande destaque da La Roja, com ótima envergadura, força física e muito reflexo.

Seleção Argentina
Argentina

As argentinas vivem um momento especial. A AFA (Federação Argentina de Futebol) anunciou a profissionalização do futebol feminino no país graças aos protestos das jogadoras, especialmente de Maca Sanchez, ex-jogadora do UAI Urquiza que decidiu processar o clube e a Federação por falta de estrutura e péssimas condições oferecidas para as jogadoras.

As hermanas enfrentaram fortíssimas seleções na Copa do Mundo como o Japão, Inglaterra e Escócia. Jogando de maneira totalmente retrancada, conseguiram segurar o empate sem gols contra as japonesas, perderam por apenas 1×0 da Inglaterra e viveram um momento histórico ao empatar o jogo contra a Escócia quando perdiam de 3×0. O feito foi muito comemorado pelas atletas e torcedores.

Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, chegaram até a final da competição. Perderam para as colombianas nos pênaltis e voltaram para a casa com a medalha de prata.

Entre os destaques da equipe está a goleira Vanina Correa, que defendeu um pênalti contra a Inglaterra na Copa do Mundo, cobrado pela craque Nikita Parris e foi eleita como a melhor jogadora da partida. A atacante Sole Jaimes, que atualmente faz parte do elenco das Sereias da Vila, também entrará em campo defendendo seu país.

Seleção Costarriquenha
Costa Rica

A Costa Rica ocupa a 37ª posição no ranking da Fifa e a seleção brasileira já encontrou com a equipe na Copa do Mundo de 2015, no Canadá, vencendo por 1×0. Depois, jogou contra a mesma adversária nos Jogos Pan-Americanos do mesmo ano e venceu por 3×0. O último encontro foi no final de 2016, em um amistoso onde o Brasil goleou as costarriquenhas por 6×0.

Clipping Dibradoras, por Roberta Nina, 23/08/2019

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Basquete feminino vence EUA no Panamericano após 28 anos sem o ouro

Brasil conquista o ouro no basquete feminino — Foto: Alexandre Loureiro/COB
A última vez que a seleção brasileira havia conquista o ouro pan-americano na modalidade havia sido em 1991, em Havana, com a histórica equipe de Hortência e Magic Paula

A seleção brasileira de basquete feminino fez história em Lima. Após 28 anos, as brasileiras voltaram a colocar a medalha de ouro no peito nos Jogos Pan-Americanos e foi com estilo. Enfrentando os Estados Unidos na final, a seleção venceu com autoridade por 79 a 73.

Destaque para a armadora Tainá Paixão, que fez uma partidaça, comandou as ações ofensivas brasileiras, imprimiu muita velocidade na transição e foi a cestinha do jogo com 24 pontos. Além disso foram sete rebotes e três assistências para a camisa oito.
É muita felicidade! Quando elas ganharam o último Pan eu estava nascendo. É muito bom fazer parte dessa história. Acho que o nosso grupo está tão homogêneo que em qualquer jogo as meninas podem se destacar. É tudo do grupo. Quando uma não está bem, a outra está. É uma vitória da equipe toda. É a vitória do basquete feminino - celebrou Tainá.
O treinador José Neto não podia pedir um começo melhor de trabalho. Em sua primeira competição oficial à frente da seleção, Neto termina invicto, vencendo os Estados Unidos e conquistando uma medalha de ouro histórica.

Essa é o quarto título Pan-Americano da história da seleção brasileira de basquete feminino, mas o feito não acontecia desde 1991, quando Hortência e Magic Paula entraram para a história em Havana ao bateram Cuba na decisão. As outras duas vezes foram em 1967, em Winnipeg, e 1971, em Cali.

Além do bom jogo ofensivo, Tainá foi bem na marcação —
 Foto: Alexandre Loureiro/COB
O jogo

O Brasil começou o jogo com muita intensidade e bem na marcação. Roubando bolas dos Estados Unidos e apostando em transição rápida, a seleção chegou a abrir uma vantagem de oito pontos, mas viu uma reação sensacional das americanas, que viraram o placar ainda no primeiro quarto. Com o nervosismo, a intensidade virou afobação e rapidamente um número elevado de faltas.

O jogo seguiu muito disputado no segundo quarto, com a seleção sendo mais moderada na marcação para evitar tantas faltas. No ataque, soube rodar muito bem a bola para criar chances de arremesso. Jogando bem, o Brasil foi para o intervalo com a vitória, por 39 a 38.

A volta do intervalo trouxe o roteiro repetido do que aconteceu no começo do confronto. Um começo intenso, boa vantagem e depois uma queda. Apesar disso, as brasileiras souberam se manter à frente do placar durante praticamente todo o período.

Com autoridade, o Brasil soube administrar os nervos e se aproveitar dos erros dos Estados Unidos, com muita velocidade na transição. No fim, vitória merecedora e a coroação do começo de trabalho do técnico José Neto.

Clipping Após 28 anos, Brasil bate os EUA na decisão e conquista ouro no basquete feminino, Globo Esporte, 11/08/2019

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