terça-feira, 23 de dezembro de 2014

As mulheres brasileiras já lideram quase a metade das pequenas e médias empresas do país

Ana Fontes é empresária e fundadora
da Rede Mulher Empreendedora

Empreendedora High-Tec
Cada vez mais as mulheres assumem o comando das empresas e, para dar conta da vida pessoal e profissional, buscam recursos tecnológicos
Atualmente, as mulheres brasileiras lideram quase a metade das pequenas e médias empresas do país”.
A afirmação é da empresária e fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes, e vai de encontro às estatísticas divulgadas recentemente. Segundo um levantamento realizado pelo Sebrae em 2014, 52% dos estabelecimentos com menos de três anos de atividade foram abertos por mulheres. Já em relação às empresas consolidadas, 44% são geridas por elas.

Mas o que leva as mulheres a empreender? Segundo Ana Fontes, um dos principais motivos é a intenção de gerenciar melhor o tempo para conciliar a vida profissional com a pessoal.
As mulheres querem ser mães, mas também se destacar na carreira. Porém, boa parte das grandes empresas ainda não conseguiu se adaptar a essa flexibilidade que a mulher precisa para dar conta de todos os papéis que ela representa” explica.
Ana Fontes tornou-se um exemplo de empreendedorismo. Em 2007, ela pediu demissão da multinacional onde trabalhava para investir em um negócio próprio. Em busca de qualificação, ela ingressou no programa “10.000 Mulheres”, da FGV em parceria com a Goldman Sachs. No curso, ela constatou que, assim como ela, muitas mulheres tinham dúvidas de como enfrentar esse desafio. Foi então que decidiu criar um site para unir forças com outras mulheres e dividir experiências.

A Rede Mulher Empreendedora conta hoje com mais de 36 mil cadastros no site e 185 mil fãs no Facebook. Com o sucesso, nos últimos anos, a rede passou também a realizar encontros mensais em várias cidades do Brasil para estimular a troca de experiências.
Empreender não é uma tarefa fácil e esse contato entre as mulheres ajuda a motivar, a ampliar a rede de contatos e a encontrar soluções para o negócio”.
Na busca por ferramentas que facilitem o dia a dia da empreendedora, Ana Fontes é categórica em dizer que um dos papéis da rede é motivar, incentivar e mostrar o quanto é importante a mulher utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis. Entre os desafios, está desmitificar o uso desses recursos.
Ainda há mulheres que acham que tecnologia ‘é coisa de menino’ ou que deve ser empregada apenas em determinadas áreas de atuação. Mas nós explicamos que é possível usar essas ferramentas de forma bem simples e frisamos que elas devem estar no dia a dia de qualquer tipo de negócio”, explica.
Para Ana Fontes, é importante que a mulher perceba que estar conectada pode trazer inúmeras vantagens e a maior delas é o gerenciamento do tempo.
Hoje a mulher cuida da casa, da família e da sua empresa e, se ela não tiver a tecnologia como aliada na gestão do negócio, fica muito difícil dar conta de tudo e se desenvolver”, enfatiza.
Entre as orientações que são passadas às empreendedoras, estão: a manutenção dos sites das empresas para que possam ser acessados pelos clientes em diversas plataformas, o gerenciamento das vendas por meio do CRM online, a instalação de programas para acessar ou editar arquivos de qualquer dispositivo e o uso de softwares de gestão financeira para fazer a avaliação da empresa.

Para incentivar ainda mais as empreendedoras, Ana Fontes dá o exemplo. Adepta à tecnologia, ela divide seu tempo entre a Rede Mulher Empreendedora e sua empresa de coworking, além da vida pessoal. Para conseguir cumprir todas as tarefas, ela conta com o apoio de diversos recursos.
Temos um grupo de trabalho que troca mensagens instantâneas para resolver pendências urgentes, também temos um grupo por e-mail que envia arquivos, usamos o One Drive para que minha equipe possa acessar os documentos a hora que quiser e onde estiver, compartilhamos agendas para saber com mais facilidade a disponibilidade de todos, além de sempre realizar reuniões por videoconferência”, conta.
Para o futuro, ela acredita que as mulheres vão continuar empreendendo e surpreendendo.
As mulheres, quando exercem uma posição de liderança, acabam influenciando todos à sua volta. São características femininas ajudar a comunidade, criar círculos de amizade e apostar no desenvolvimento. Acreditamos que esses atributos geram um impacto positivo em toda a sociedade”, conclui.
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/12/2014

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