Inflação acumula alta de 6,52% em 12 meses e estoura o teto da meta
Em junho, IPCA subiu 0,40%; com alta das passagens aéreas e dos hotéis, metade da inflação foi impactada pela Copa do Mundo
SÃO PAULO - Após quase um ano abaixo do teto da meta de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a ficar acima dos 6,5% em 12 meses. O IPCA acumulou alta de 6,52% em 12 meses fechados em junho. A última vez que o indicador havia estourado o teto da meta havia sido em junho de 2013, quando fechou em 6,7%.
O centro da meta do governo para a inflação é de 4,5%, sendo o piso 2,5% e o teto, 6,5%. Apesar de a inflação ter estourado o teto da meta, analistas já previam o resultado. Economistas ouvidos pela Agência Estado esperavam uma alta de 6,41% a 6,59%. Até o fim do ano, a inflação deve desacelerar. No boletim Focus desta segunda-feira, 7, a projeção média de 100 analistas consultados pelo Banco Central foi de que o IPCA encerrará 2014 em 6,46%.
O resultado mensal do IPCA teve desaceleração, registrando a menor taxa do ano. Em junho, o índice avançou 0,4%, ante uma variação de 0,46% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o resultado mensal, analistas esperavam que a inflação subisse de 0,29% a 0,47%. No semestre, o IPCA subiu 3,75%.
Efeito Copa. O início da Copa do Mundo em junho impactou diretamente a inflação. Com a alta dos preços das passagens aéreas e dos hotéis, tais itens responderam por metade da inflação do mês. Juntos, somaram 0,20 ponto porcentual da variação de 0,40% do IPCA.
O preços das diárias em hotéis subiu 25,33%, contribuindo com 0,11 ponto porcentual da inflação. As passagens aéreas ficaram 21,95% mais caras, respondendo por 0,09 ponto porcentual. O preço de ambos os itens foi influenciado pelo aumento da demanda na Copa.
Grupos. O grupo Alimentação e Bebidas registrou o terceiro mês seguido de desaceleração. Em junho, caiu 0,11%, enquanto em maio havia subido 0,58%. O grupo foi influenciado pela queda do preço da batata e do tomate.
A maior alta veio de Despesas Pessoais, grupo que inclui o item hotéis (avançou 1,57% em junho contra 0,8% em maio). Transportes, que inclui passagens aéreas, também subiu (0,37% em junho contra a queda de 0,45% em maio). Com exceção dos dois grupos, os demais apresentaram desaceleração de preços.
Cidades. Regionalmente, a maior inflação foi registrada em Recife, capital onde os preços subiram 0,71% em junho. O resultado também foi influenciado pela Copa. Na cidade, a diária de hotéis aumentou 32,69%. Em 12 meses, Rio de Janeiro lidera a alta, com avanço de 7,33% da inflação.
Fonte: Folha de São Paulo, Yolanda Fordelone, ECONOMIA & NEGÓCIOS, 08/07/2014
Fonte: Folha de São Paulo, Yolanda Fordelone, ECONOMIA & NEGÓCIOS, 08/07/2014
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