quarta-feira, 25 de julho de 2012

E o mundo não se acabou!

Anuncio e garanto que o mundo acabará
 se o casamento homossexual for aprovado 
Nos últimos séculos, a cada pequena tentativa de avanço, na área da moral e dos costumes e mesmo na dos direitos básicos da maior parte da população, a humanidade sempre contou com a oposição obstinada das igrejas cristãs e de conservadores religiosos e mesmo não religiosos. 

A cada conquista das mulheres, da Revolução Francesa aos dias de hoje, por sua cidadania - poder estudar, trabalhar, votar e ser votada, ter propriedades - os conservadores se levantaram para afirmar que esses direitos elementares levariam ao fim da família e do mundo.

Também não foi sem resistência desse pessoal que os negros romperam os grilhões da escravidão e posteriormente da segregação racial. O Estado de direito, que significa igualdade perante as leis e também liberdade dos indivíduos, foi incorporado pelos conservadores apenas no que lhes diz(ia) respeito. 

E atualmente muitos continuam pensando assim. Agora, tendo os direitos básicos de negros e mulheres passado enquanto eles ladravam, voltam seu foco de ataques obscurantistas contra a população homossexual que reivindica sua cidadania diante do estado brasileiro. Mais uma vez, esses conservadores se levantam, com base na eterna cantilena do fim da família e da chegada do apocalipse, contra o reconhecido das uniões LGBT pelo Estado. 

Embora o pleito do casamento, entre pessoas de mesmo sexo,  seja da área civil, e não religiosa, esses conservadores querem obstá-lo com base em leituras da Bíblia descontextualizadas historicamente, negando um dos pilares da democracia que é a separação entre assuntos de Estado e assuntos da religião. O adjetivo civil, contudo, não deixa dúvidas da legitimidade dessa reivindicação: civil, em sua principal acepção, é aquilo que diz respeito aos cidadãos de uma determinada sociedade ou país. Acaso não seriam as pessoas homossexuais cidadãs brasileiras? Não contribuem com os mesmos impostos, não constroem também a nação? Por que então não podem ter os mesmos direitos dos outros segmentos da população? Por que um bando de beatos obscurantistas não quer? E isso em pleno século XXI!!???

Até história de que os direitos homossexuais fazem parte de uma conspiração comunista para acabar com a família e a cristandade rola da boca dessa gente cujo cérebro não tem redes neurais e sim teias de aranha. Desde quando comunistas respeitam leis e a igualdade das pessoas perante as leis? Samba do conservador doido seguramente. Doido, antidemocrático, mesquinho e mau. A verdade é que não querem perder o monopólio da instituição "casamento", acham que são proprietários de um instituto que é de todos os civis do Brasil.

Resumindo, essas objeções nada santas ao casamento homossexual são mera questão de poder, de medo de perder poder. Nada além! As mulheres  e os negros conquistaram seus direitos básicos, e nem a família nem o mundo se acabou. Nos países onde as pessoas homossexuais já se unem oficialmente há tempos, as famílias heterossexuais continuam existindo da mesmíssima forma que antes porque obviamente alhos não têm a ver com bugalhos. Os direitos conquistados de uns não tiram direitos consagrados de outros. O que soma não pode dividir.

Por isso, dedico a música E o mundo não se acabou, do homossexual Assis Valente, na voz da homossexual Adriana Calcanhoto, para "essa gente careta e covarde", como diria o bissexual Cazuza. A letra da música, cheia de ironia e bom humor, tira um belo sarro dos apocalípticos de todos os tempos e dos que creem neles.  Combina também com 2012, previsto, segundo antigas profecias, como o ano do fim dos tempos. Metade dele já passou e, até agora, a única coisa em vias de extinção é a minha paciência com tantos malucos de pedra.

3 comentários:

MARAVILHOOOOSO! Obrigado por compartilhar, Miriam.

Beijo,
Sergio Viula

Faço das tuas as minhas palavras!

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