8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Como diria minha avó: não quer ajudar, não atrapalha.

Não costumo curtir o Gregório Duvivier e praticamente desconheço o Porta dos Fundos. Costuma ser bobo da corte esquerdista assim como o Danilo Gentili é da corte direitista, mas, no texto abaixo, sem dúvida acertou em cheio. Quem coloriu sua foto de perfil do facebook, por ocasião da aprovação do casamento LGBT nos EUA, viu bem o que ele descreve abaixo. Gente sem noção dizendo que não ia colorir sua foto porque tinha criança morrendo de fome na África, bicho morrendo no Brasil, ou seja, coisas mais importantes na qual se engajar. E até gente desfazendo amizade porque uns amigos coloriram suas fotos e outros não coloriram. Tudo muito antidemocrático e estúpido. Como ele bem diz, "o problema é exatamente esse: alguém fazendo alguma coisa lembra a gente de que a gente não está fazendo nada." "...melhor seria se se usasse essa energia para tentar mudar, de fato, alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não atrapalha." 
Todo vegetariano diz que a parte difícil de não comer carne não é não comer carne. Chato mesmo é aguentar a reação dos carnívoros: "De onde você tira a proteína? Você tem pena de bicho? Mas de rúcula você não tem pena? E das pessoas que colhem a rúcula, você não tem pena? E dos peruanos que não podem mais comprar quinoa e estão morrendo de fome?" 
O estranho é que, independentemente da sua orientação em relação à carne, não há quem não concorde que o vegetarianismo seria melhor para o mundo, seja do ponto de vista dos animais, ou do meio ambiente, ou da saúde, ou de tudo junto. O problema é exatamente esse: alguém fazendo alguma coisa lembra a gente de que a gente não está fazendo nada. Quando o vizinho separa o lixo, você se sente mal por não separar. A solução? Xingar o vizinho, esse hipócrita que separa o lixo, mas fuma cigarro. Assim é fácil, vizinho.
Quem não faz nada pra mudar o mundo está sempre muito empenhado em provar que a pessoa que faz alguma coisa está errada —melhor seria se usasse essa energia para tentar mudar, de fato, alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não atrapalha. 
É sempre a mesma coisa. Primeiro todo o mundo põe um filtro arco-íris no avatar. Depois vem uma onda de gente criticando quem trocou o avatar. Depois vem a onda criticando quem criticou. Em seguida começam a criticar quem criticou os que criticaram. Nesse momento já começaram as ofensas pessoais e já se esqueceu o porquê de ter trocado o avatar, ou trocado o nome para guarani kayowá, ou abraçado qualquer outra causa.

Toda batalha pode ser ridicularizada. Você é contra a homofobia: essa bandeira é fácil, quero ver levantar bandeira contra a transfobia. Você é contra a transfobia: estatisticamente a transfobia afeta muito pouca gente se comparada ao machismo. Você é contra o machismo: mas a mulher está muito mais incluída na sociedade do que os negros. E por aí vai. Você é de esquerda, mas não doa pros pobres? Hipócrita. Ah, você doa pros pobres? Populista. Culpado. Assistencialista.

Cintia Suzuki resumiu bem: "Você coloca um avatar coloridinho, aí não pode porque tem gente passando fome. Aí o governo faz um programa pras pessoas não passarem mais fome, e aí não pode porque é sustentar vagabundo (...). Moral da história: deixa os outros ajudarem quem bem entenderem, já que você não vai ajudar ninguém".

Todo vegetariano diz que a parte difícil de não comer carne não é não comer carne. Chato mesmo é aguentar a reação dos carnívoros: "De onde você tira a proteína? Você tem pena de bicho? Mas de rúcula você não tem pena? E das pessoas que colhem a rúcula, você não tem pena? E dos peruanos que não podem mais comprar quinoa e estão morrendo de fome?"

O estranho é que, independentemente da sua orientação em relação à carne, não há quem não concorde que o vegetarianismo seria melhor para o mundo, seja do ponto de vista dos animais, ou do meio ambiente, ou da saúde, ou de tudo junto. O problema é exatamente esse: alguém fazendo alguma coisa lembra a gente de que a gente não está fazendo nada. Quando o vizinho separa o lixo, você se sente mal por não separar. A solução? Xingar o vizinho, esse hipócrita que separa o lixo, mas fuma cigarro. Assim é fácil, vizinho.

Quem não faz nada pra mudar o mundo está sempre muito empenhado em provar que a pessoa que faz alguma coisa está errada —melhor seria se usasse essa energia para tentar mudar, de fato, alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não atrapalha.

Fonte:  FSP, 13/07/2015

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Na reforma política, os parlamentares, à revelia dos anseios da população, continuam legislando em causa própria

A gente nem pode ficar contente com a decadência do PT porque outras forças igualmente corruptas e patrimonialistas já irrompem no cenário político para tomar o seu lugar como protagonistas do roubo do erário público e degeneradores das instituições. No texto abaixo, editorial do Estadão (14/07), vê-se bem que suas excrescências do legislativo, na contramão dos anseios populares, estão trabalhando para minar os órgãos destinados exatamente a coibir a corrupção parlamentar.

Com a mesma perspectiva, o presidente da Câmara, muito comemorado pela direitosa (ontem Reacionaldo Azedo postou vários vídeos de entrevista que fez com o fulano) por marcar a independência do legislativo frente ao executivo (leia-se "governos petistas) e ser conservador, trabalha pela nomeação de executivo amigo em posto estratégico na Caixa, hoje ocupado por dirigente da confiança de Dilma. Em outras palavras, é apenas o roto buscando substituir o rasgado. O problema do Brasil não é de esquerda ou de direita. É de falta de consciência democrática, de cultura democrática. Todo o mundo só pensa em mamar nas tetas do Estado e enriquecer às custas da população que trabalha e sustenta esses parasitas de cores várias.

Reformando em causa própria

Do ponto de vista do desejável equilíbrio entre os Poderes da República, a queda de braço entre o Congresso e o Planalto que se observa desde a posse de Dilma Rousseff em seu segundo mandato tem resultado na crescente conquista, pelos parlamentares, de uma autonomia que se contrapõe à hegemonia política do Executivo que vigorou por mais de uma década de lulopetismo no poder. O reequilíbrio de um dos fundamentos do sistema democrático garante o cumprimento, em sua plenitude, das funções legislativas e fiscalizadoras do Parlamento. Mas, em vez de aplicar seu revigorado poder exclusivamente em benefício do País, os parlamentares passaram a legislar em causa própria. A reforma política em pauta no Congresso é um exemplo. Demonstra como os nobres parlamentares se têm dedicado à prática vergonhosa de atender a seus próprios interesses.

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou o texto básico da reforma política no qual, em vez de aprimorar e endurecer a fiscalização da atividade político-partidária, torna mais difícil a apuração de irregularidades pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), exatamente no momento em que o País manifesta indignação com a malversação de recursos públicos entranhada nos desvãos do poder público.

Em outro plano, mas ainda focados prioritariamente nas vantagens políticas de que se podem beneficiar, os parlamentares têm-se prevalecido da debilidade política do Planalto para lhe impor derrotas significativas na votação de medidas como as do ajuste fiscal necessário ao saneamento das contas do governo. Até mesmo a oposição – no caso, o PSDB –, pensando apenas em fazer Dilma Rousseff sangrar, tem contrariado o indiscutível interesse público, como o fez ao votar contra o fator previdenciário criado por iniciativa dos tucanos na administração FHC.

O golpe dos deputados contra o poder de fiscalização do TSE é um escândalo que favorece a falta de probidade e de transparência na manipulação dos recursos financeiros que alimentam a organização partidária e as campanhas eleitorais. Por exemplo, o prazo que hoje o Ministério Público tem para representar contra os suspeitos de cometer irregularidades é substancialmente reduzido: de até junho do ano seguinte à eleição foi antecipado para 19 de dezembro do ano eleitoral. Isso praticamente inviabiliza investigações mais complexas. O projeto reduz as multas por irregularidades praticadas e acaba com a punição mais pesada imposta hoje aos partidos cujas contas são rejeitadas: o bloqueio das cotas do Fundo Partidário.

Fontes do TSE ouvidas pelo jornal O Globo entendem que a iniciativa dos deputados criará enormes obstáculos para o cumprimento da função fiscalizadora do tribunal e ainda minimizará o efeito inibidor que a imposição de multas pesadas tem sobre a prática de irregularidades relacionadas com o financiamento eleitoral. Ou seja, é uma reforma feita rigorosamente na contramão do clamor popular – e dos imperativos éticos – contra a corrupção que se tornou endêmica na relação dos gestores públicos com os fornecedores do governo, como tem sido fartamente comprovado pela Operação Lava Jato e seus desdobramentos.

Outro efeito do crescente sentimento de poder dos parlamentares é a tendência de exercer controle sobre os órgãos de fiscalização do Estado, inclusive o Tribunal de Contas da União (TCU), que apesar do nome não é parte do Poder Judiciário, mas apenas um órgão auxiliar do próprio Congresso que, como diz o nome, tem a missão de fiscalizar as contas da União. Há vários exemplos desse surto de onipotência dos congressistas. Um deles é o projeto que está pronto para ser votado na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara que autoriza fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial no TCU, realizada pelo Congresso com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU). Quer dizer: o Congresso quer o apoio de um órgão de apoio do Executivo – a CGU – para controlar um órgão de apoio do Legislativo – ou seja, dele mesmo, o Congresso.

Na verdade, trata-se de uma artimanha para alertar os ministros do TCU – que em dias divulgarão sua decisão sobre as contas públicas do ano findo comprometedoras do comportamento da presidente – que eles podem passar de pedra a vidraça. Trata-se de desavergonhada manobra de intimidação, com a qual a maioria dos parlamentares certamente não concordará.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Visão de mundo antimercado vigora nos cursos de humanas das universidades e nas redações do ENEM



Destaque: 
É um discurso de quem se alinha mais ao mundo socialista que ao capitalista e hoje sente saudades daquela "alternativa". Nesse pensamento, pouco se busca entender do funcionamento normal do mercado, com propriedade privada, sistema de preços, empreendedorismo, publicidade, risco, consumo, lucro e especulação. A isso tudo reserva-se a condenação. É compreensível que esse tipo de pensamento tenha se difundido quando lembramos que ele foi também uma reação à ditadura militar censora, violenta e autoritária que se colocava como radicalmente antisocialista. Só que os tempos mudaram, e os conteúdos não.
Nota máxima para o clichê ideológico
Por Joel Pinheiro da Fonseca


Vendo as redações com nota máxima do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 que começaram a ser veiculadas na mídia em maio, quando o MEC liberou a consulta aos espelhos da correção oficial, penso não na publicidade infantil, tema da prova, mas na propaganda ideológica juvenil, também presente nos textos.

Essa modalidade de propaganda é transmitida principalmente nas disciplinas de humanas do ensino médio a jovens que estão engatinhando na vida intelectual. Ainda despreparados para formular suas próprias ideias, matam essa capacidade no berço e compram com facilidade os discursos e as formas de pensar a eles vendidas.

Faz mais de uma década que terminei o ensino médio e constato que nada mudou.

O fim da Guerra Fria continua sendo o mais importante referencial histórico; o mundo desde então estacionou sob o jugo do capitalismo. O capitalismo, por sua vez, gera intencionalmente a doença do consumismo para que as pessoas comprem sempre mais, caso contrário o sistema ruiria sob o excesso de produção. A mídia exerce o papel de controladora quase onipotente dos desejos humanos, incitando-os ao consumo desmedido. As crianças são especialmente indefesas. E o Estado é a principal ou mesmo a única instância que visa nosso bem e que pode nos proteger.

Partindo desse esquema básico, praticamente todas as redações chegam à mesma conclusão: a publicidade infantil deve ser proibida ou sofrer pesadas restrições.

É curioso que, na era da internet, dos smartphones, do YouTube, tablets e redes sociais, nada disso sequer seja mencionado em redações sobre a relação das crianças com a comunicação eletrônica. A vida mudou, os hábitos são outros, mas o discurso sobre o tema continua preso à imagem da criança sozinha em casa na frente da televisão sem qualquer outro contato com o mundo externo.

Da mesma forma, ninguém menciona a queda histórica da receita com publicidade, seja televisiva, impressa ou mesmo online. Simplesmente atribuem poderes imensos a uma indústria em processo de fragmentação e cujos principais atores passam por uma crise profunda.

É interessante notar que se a propaganda fosse realmente a todo-poderosa, seria muito fácil reverter, por exemplo, a má alimentação infantil: bastaria fazer publicidade de vegetais e comidas mais saudáveis, coisa que as marcas infantis até tentam –vide as maçãs da Turma da Mônica–, com sucesso limitado. Ao mesmo tempo, impérios outrora imbatíveis como o McDonald's têm vendas em queda livre no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos, a despeito de seu pesado investimento em publicidade. Não se menciona, ademais, que a publicidade infantil de hoje é mais comedida do que a de décadas passadas, quando a televisão tinha alcance muito maior.

As práticas da indústria também mudaram: já faz anos que as lanchonetes vendem brinquedos separados de lanches e oferecem frutas na sobremesa, que biscoitos recebem doses extras de vitaminas e que mascotes foram banidas da propaganda de cerveja. E, no entanto, a revolta com as práticas comerciais nunca foi tão forte.

Por fim, apesar de tanto se falar em capitalismo, ninguém se preocupa em imaginar as consequências econômicas de uma possível proibição. É como se a produção e a oferta de produtos infantis e de espaços destinados ao público mirim fossem completamente independentes da publicidade que garante vendas e receitas.

Todas essas considerações poderiam figurar na educação que os jovens recebem, ainda que como contraponto. E, no entanto, não figuram. A narrativa básica já está formatada e é vendida pronta para que milhões de jovens a reproduzam nas provas. Uma visão de mundo antimercado e anticonsumo vigora nos cursos de humanas de nossas universidades, inclusive nos de pedagogia.

É um discurso de quem se alinha mais ao mundo socialista que ao capitalista e hoje sente saudades daquela "alternativa". Nesse pensamento, pouco se busca entender do funcionamento normal do mercado, com propriedade privada, sistema de preços, empreendedorismo, publicidade, risco, consumo, lucro e especulação. A isso tudo reserva-se a condenação. É compreensível que esse tipo de pensamento tenha se difundido quando lembramos que ele foi também uma reação à ditadura militar censora, violenta e autoritária que se colocava como radicalmente antisocialista. Só que os tempos mudaram, e os conteúdos não.

BAGAGEM

É natural que a formação dos professores se reflita nas salas de aula e mesmo na já previsível escolha de temas do Enem. Um professor, falando de questões sociais e econômicas, traz sua própria bagagem. O que não é intelectualmente saudável é que ela seja a referência única, sem alternativas, e que tenha parado no tempo, ficando alheia à revolução tecnológica e às tendências atuais da sociedade.

Adolescentes terminam o ensino médio sem nem mesmo terem noções rudimentares de oferta e demanda, mas familiarizados com o conceito de mais-valia e cheios de certezas sobre os males do sistema econômico "neoliberal" e com ojeriza à ideia de lucro.

E não é apenas uma questão de conteúdo. Há uma notável semelhança também na forma de pensar e de escrever. Os estudantes usam e abusam de citações –Marx, Foucault, Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Freud, Gandhi, Platão, Bourdieu; além do vilão Adam Smith– e nenhum deles faz referência à própria experiência de ter sido criança há não mais do que sete anos e, portanto, julgar se, em seu próprio caso, a publicidade infantil era tão poderosa assim.

Nossos estudantes aprendem que a menção a medalhões do pensamento –muitas vezes mal colocada– é preferível às suas próprias ideias e pensamentos. A supressão da primeira pessoa é, diga-se de passagem, uma exigência rígida de estilo nas redações, ensinada em colégios e cursinhos e observada por todos.

A criança –creio que ninguém discorde– não tem maturidade para tomar decisões de consumo por conta própria. Por isso mesmo não controla o dinheiro da casa. Aos poucos, amparada por pais e escola, aprende a lidar com os apelos do mundo e da mídia.

O adolescente também vive uma imaturidade: a intelectual. Inicialmente indefeso frente a apelos ideológicos, vai aos poucos aprendendo a pensar por conta própria. Para isso, ao invés de ensinado a repetir dogmaticamente o "discurso crítico" de gerações passadas, poderia ser estimulado a procurar novas ideias, a comparar posições conflitantes, a articular suas experiências e a fomentar debates. Assim teríamos mais diversidade de opinião no Enem e, quem sabe, as sementes de uma renovação intelectual do país.

JOEL PINHEIRO DA FONSECA, 30, é economista, mestre em filosofia e escreve para o site spotniks.com.

Fonte: Folha de SP, Ilustríssima, 12/07/2015

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Pega em reunião secreta com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, em Portugal, Dilma diz que encontro foi "casual"

Livrandowski e Dilma 
No dia 10, o pessoal do site O Antagonista, soltava a nota abaixo sobre o furo de outro jornalista, Gerson Camarotti, que revelou o encontro, pensado para ser secreto, de Dilma com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na cidade do Porto, em Portugal. O encontro suspeitíssimo foi no dia 07/07. Agora, no sábado, 11/07, o próprio Camarotti comentou a resposta atrasada de Dilma sobre o assunto (ver depois da nota).

Considerando a situação periclitante de Dilma no governo, com os escândalos de corrupção do Petrolão e agora também do Eletrolão cada vez mais perto da presidanta, acreditar que o encontro dela com o conhecido Ministro Livrandowski tenha sido casual é um atestado de estupidez. Falar da falta de vergonha na cara dessa senhora e de seus cúmplices já virou clichê, né mesmo?

Os verdadeiros golpistas

O Brasil apodreceu completamente.

Gerson Camarotti:

"Na escala técnica que fez na cidade do Porto, em Portugal, antes de seguir para Rússia, Dilma Rousseff teve um encontro reservado com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. A reunião não foi incluída na agenda oficial. Também participou do encontro José Eduardo Cardozo".

Qual foi o assunto?

"A conversa foi ampla e incluiu entre os temas a Operação Lava Jato".

Vocês leram direito: a presidente da República se reuniu secretamente com o presidente do STF, num país estrangeiro, para tentar melar a Lava Jato, salvando-a do impeachment e livrando os criminosos de seu partido da cadeia.

Isso é mais grave do que os 19 bilhões de reais roubados da Petrobras. Dilma Rousseff e seus comparsas são os verdadeiros golpistas do Brasil.


Governo admite erro ao omitir de agenda encontro de Dilma e presidente do STF

Só neste sábado (11) a presidente Dilma Rousseff falou em Milão, na Itália, do tema de um encontro reservado com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que aconteceu na terça-feira (7), quando fez uma escala técnica na cidade do Porto, em Portugal. Na reunião, que ficou fora da agenda oficial, os dois discutiram o projeto que reajusta o salário dos servidores do Judiciário.

O encontro, que foi mantido em segredo pelo Palácio do Planalto, repercutiu aqui em Brasília. A oposição questionou o fato de Dilma ter discutido fora do Brasil temas mais sigilosos com o presidente do STF, como a avaliação do Judiciário sobre o ambiente político e os desdobramentos da Operação Lava Jato. 

Cheguei a perguntar isso ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, assim que ele retornou de Portugal. Ele confirmou o encontro no Porto, mas negou que a operação Lava Jato tenha sido a pauta da reunião. Disse que foi um encontro casual.

O ministro contou ainda que participava com Lewandowski de uma cimeira na cidade de Coimbra com juristas portugueses e brasileiros. E que, ao ser informado da escala de Dilma, o presidente do STF foi até o Porto. Segundo Cardozo, o assunto do encontro foi o aumento do Judiciário.

No Palácio do Planalto, a ordem é minimizar o episódio. Mas interlocutores da presidente Dilma reconhecem de forma reservada que foi um erro omitir uma agenda tão importante. E que, para evitar especulações, o mais correto teria sido fazer o encontro com o presidente do STF, no Brasil, dentro do Palácio da Alvorada.

Fonte: G1, Blog do Camarotti, 11/07/2015

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