8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Arnaldo Jabor vai direto ao âmago da crise brasileira

Jabor anda pessismista. Quem não? Mas seu texto toca nos pontos nevrálgicos que levaram o país a esse contexto de falta de luz no fim do túnel. Cita a covardia do PSDB que não combateu o petismo durante esses tristes anos de governos Lula e Dilma, sendo cúmplice da atual situação por omissão. E cita a estupidez da esquerda bolivariana brasileira, herdeira do comunismo, que não consegue fazer coisa alguma a não ser manter os pobres na pobreza assistida do bolsa-família para poder periodicamente colher-lhe os votos. Duro, mas necessário.

A derrota do óbvio

Arnaldo Jabor

A vitória da Dilma começou há dez anos, quando o PSDB preferiu não se defender dos ataques de Lula e do PT. Nunca entenderei como um partido que, no governo, acabou com a inflação, criou leis modernizantes, reformas fundamentais, se fechou, se "arregou, se encagaçou" diante das acusações mais infundadas, por preguiça e medo. Aí o PT deitou e rolou. E conseguiu transformar o social-democratas em "reacionários de direita", pecha que os jovens imbecis e intelectuais de hoje engoliram.

Ou seja, o melhor projeto para o País foi desmoralizado como "neoliberal", de "direita".

Os intelectuais que legitimaram o Lula /Dilma nos últimos 12 anos repetem os diagnósticos óbvios sobre o mundo capitalista, mas, na hora de traçar um programa para o Brasil, temos o "silêncio dos inocentes". Rejeitam o capitalismo, mas não têm nada para botar no lugar. Assim, em vez de construir, avacalham. Estamos no início de um grave desastre. E esses "revolucionários" de galinheiro não se preocupam com o detalhe de dizer "como" fazer suas mudanças no País.

Dizem que querem mudar a realidade brasileira, mas odeiam vê-la, como se a realidade fosse "reacionária". Isso me faz lembrar (para um breve refresco cômico) a frase de Woody Allen: "A 'realidade' é enigmática, mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife".

No Brasil, a palavra "esquerda" continua a ser o ópio dos "pequenos burgueses" (para usar um termo tão caro a eles). Pressupõe uma especialidade que ninguém mais sabe qual é, mas que "fortalece", enobrece qualquer discurso. O termo é esquivo, encobre erros pavorosos e até justifica massacres.

Nas rasas autocríticas que fazem, falam em "aventureirismo", "vacilações", "sectarismo" e outros vícios ideológicos; mas o que os define são conceitos como narcisismo, paranoia, onipotência, voracidade, ignorância. É impossível repensar uma "esquerda", mantendo velhas ideias como: "Democracia burguesa, fins justificam os meios, superioridade moral sobre os 'outros', luta de classes clássica". Uma "nova esquerda" teria de acabar com a fé e a esperança. Isso dói, eu sei; mas contar com essas duas antigas virtudes não cabe mais neste mundo de bosta de hoje.

As grandes soluções impossíveis amarram as possíveis. Temos de encerrar as macrossoluções e aceitar as "micro". O discurso épico tem de ser substituído por um discurso realista e até pessimista. O pensamento da "esquerda metafísica" tem de dar lugar a uma reflexão mais testada, mais sociológica, mais óbvia, mais cotidiana.

Não quero bancar o profeta, mas qualquer um que tenha conhecido a turminha que está no poder hoje, nos idos de 1963, poderia adivinhar o que estava para vir. E olhem que nos meus 20 anos era impossível não ser "de esquerda". Havia o espírito do tempo da guerra fria, uma onda de esperança misturada com falta de experiência. Nós queríamos ser como os homens maravilhosos que conquistaram Cuba, os longos cabelos louros de Camilo Cienfuegos, o charuto do Guevara, a "pachanga" dançada na chuva linda do dia em que entraram em Havana, exaustos, barbados, com fuzis na mão e embriagados de vitória.

A genialidade de Marx me fascinava. Um companheiro me disse uma vez: "Marx estudou economia, história e filosofia e, um dia, sentou na mesa e escreveu um programa para reorganizar a humanidade". Era a invencível beleza da Razão, o poder das ideias "justas", que me estimulava a largar qualquer profissão "burguesa". Meu avô dizia: "Cuidado, Arnaldinho, os comunistas se acham 'médiuns', parece tenda espírita...".

Eu não liguei e fui para os "aparelhos", as reuniões de "base" e, para meu desalento, me decepcionei.

Em vez do charme infinito dos heróis cubanos, comecei a ver o erro, plantado em duas raízes: ou uma patética tentativa de organização da sociedade que nunca se explicitava ou, de outro lado, um delírio radical utópico. Eu e outros "artistas" morávamos numa espécie de "terceira via" revolucionária e começamos a achar caretas ou malucos os nossos camaradas. Nas reuniões e assembleias, surgia sempre a presença rombuda da burrice. A burrice tem sido muito subestimada nas análises históricas. No entanto, ela é presença obrigatória, o convidado de honra: a burrice sólida, assentada em certezas. As discussões intermináveis acabavam diante do enigma: o que fazer? E ninguém sabia. Eu nunca vi gente tão incompetente como os "comunistas". São militantes cheios de fé como evangélicos, mas não sabem fazer porra nenhuma. E até hoje são fiéis a essa ignorância. Trata-se de um cinismo indestrutível em nome de um emaranhado de dogmas que eles chamam de "causas populares". E Lula montou nessa gente e essa gente no Lula.

A grande mentira está adoecendo os homens de bem que romanticamente achavam que o Brasil poderia se modernizar. Os safados atuais acreditam que o País não tem condições de suportar a "delicadeza" da democracia. E como o socialismo é impossível - eles remotamente suspeitam - partiram para o mais descarado populismo, que funciona num país de pobres analfabetos e famintos. E eles são mantidos "in vitro" para futuras eleições. E populismo dura muito. Destruirão a Venezuela e Argentina com a aprovação da população de enganados. É muito longa a "jornada dos imbecis até o entendimento".

Na situação atual, é um insulto vermos o regresso do Brasil a um passado pré-impeachment do Collor. Reaparecem todos os vícios que pareciam suprimidos pela consciência da sociedade. E para além das racionalizações, do "wishful thinking" dos derrotados (tucanos "fortalecidos", etc.), a oposição vai ter de lutar muito para impedir o desastre institucional que pode ser irreversível.

Nas últimas eleições, não houve uma disputa tipo FlaxFlu. É muito mais grave. Estamos descobrindo que temos poucos instrumentos para modernizar o País - tudo parece ter uma vocação para a marcha à ré em direção ao Atraso. O óbvio está berrando à nossa frente e os donos do poder fecham os olhos.

Esta crise não é só política; é psiquiátrica.

Fonte: O Estado de São Paulo, 11 de novembro de 2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Apológica (Eu sei que vou te amar)


Apológica

Você é como uma prece.
Você é um momento bom.
Você é o dia que amanhece.
Você é como nascer com um dom.

Você é aquilo que enaltece.
Você é o apropriado tom.
Você é a quem a vida agradece.
Você é o silêncio e o som.

Míriam Martinho 



Reeditado a partir de original de 18/07/2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Em Porto Alegre, manifestantes protestam contra memorial para o comunista Luiz Carlos Prestes

Ato ocorreu neste sábadoFoto: Rafael Camargo / Divulgação
Um verdadeiro mar ideológico me separa dos conservadores, de tantas são as diferenças que tenho com eles. Entretanto, considero a necessidade de uma oposição não só parlamentar mas sobretudo civil tão fundamental que sou obrigada a aplaudir a cara e a coragem que os conservas estão tendo de ir para as ruas desafiar a hegemonia esquerdista bolivariana bananeira. E essa esquerda jurássica, fóssil, que tem, em pleno século XXI, a relíquia comunista dos genocidas Castro como Meca, desacostumada com questionamentos, está meio perdidaça com a novidade de ver seus ídolos de pés de barro desafiados.

Não deixa de impressionar a brutal inversão de valores que fazem os jurássicos diante de uma manifestação pacífica, como pode se ver pelo vídeo abaixo sobre um protesto contra um memorial ao comunista Luiz Carlos Prestes.

Diz o presidente do Instituto Olga Benário Prestes, outra comunista, que a manifestação teve dizeres agressivos à democracia, contra o Foro de São Paulo, os comunistas, o Luiz Carlos Prestes, a libertação dos povos. É a novilíngua autoritária em ação. Protestar contra o comunismo é algo contra a democracia, contra a libertação dos povos (sic)? O comunismo é o exato oposto da democracia. O Foro de São Paulo, entidade fundada em 1990 por Lula e Fidel e outras viúvas do Muro de Berlim, é composto de gente com a mesma mentalidade autoritária que construiu os regimes mais assassinos e liberticidas da história da humanidade. E cá entre nós, o que o Luiz Carlos Prestes fez de bom pelo Brasil para ser homenageado com memorial em espaço público?

Parabéns pela manifestação aos organizadores do protesto. Abaixo mesmo os muros físicos e ideológicos com que esses pulhas querem cercear nossa liberdade. Tô me divertindo muito com essas manifestações. 

Memorial Luiz Carlos Prestes é alvo de protesto contra o comunismo

Em parte dos cartazes deixados pelos manifestantes, havia inscrições como "devemos derrubar o memorial"

O Memorial Luiz Carlos Prestes, prédio de Porto Alegre projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi alvo de uma manifestação neste sábado. Cartazes, cruzes e coroa de flores foram fixados na grade da construção, situada à beira do Guaíba.

A data escolhida tem relação com os 25 anos da queda do Muro de Berlim, conforme o cientista político Paulo Moura, que ajudou a promover o ato.
Ele (Prestes) está sendo vendido como um herói da pátria, aquele local será objeto de visitação pública. As pessoas que estão promovendo o evento acham que aquilo é para idolatrar um líder comunista que tentou produzir um golpe em 1935 com a Coluna Prestes — afirma o coordenador do curso de Ciências Sociais da Ulbra.
Os cartazes e faixas fixados na grade do prédio iam de "abaixo ao comunismo" até "devemos derrubar o memorial ao comunista Prestes" e "tear down this wall (derrube este muro, em inglês)".
Era um ambiente raivoso de ódio. Constatei à tarde, fui chamado por quem passou por aqui e viu. Claramente, foi uma manifestação com dizeres agressivos à democracia, contra o Foro de São Paulo, os comunistas, o Luiz Carlos Prestes, a libertação dos povos — critica Edson Santos, presidente do Instituto Olga Benário Prestes, que não chegou a ver a movimentação de pessoas, apenas o material deixado por elas.
Santos diz que serão estudadas providências do ponto de vista jurídico e político para o que ele chamou de "ato fascista":
Foi uma manifestação de direita, com símbolos da suástica, do nazifascismo, da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade).
Moura salienta que não tem como responder por quem fez esse tipo de cartaz e que, nas manifestações políticas atuais, cada um escreve o que quer.
Uma das características das manifestações hoje em dia é que as pessoas manifestam seu desejo individual. Você não controla o que cada um bota no seu cartaz. Ninguém é dono da verdade de ninguém — explica o cientista político, acrescentando sua contrariedade à aprovação da doação do terreno por parte da Câmara de Vereadores.
Rafael Bonfá, um dos participantes da manifestação, afirma, por e-mail, que a intenção dos cartazes não era enaltecer o nazismo:
Havia sim um cartaz com uma suástica, mas ela estava colocada ao lado da foice e martelo representando os regimes totalitários que tanto mal trouxeram ao mundo
Na página do Facebook criada para organizar o ato, havia o pedido para que não fossem levados cartazes e faixas pedindo intervenção militar. As sugestões eram para inscrições como "nossa homenagem às vítimas do comunismo", "fora Foro de São Paulo", "Prestes assassino", "queremos liberdade e democracia" e "fim do Muro de Berlim na Europa e no Brasil".

Quem foi Luiz Carlos Prestes

— Luiz Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre no dia 3 de janeiro de 1898. Aos 26 anos, rebelou-se contra o governo de Arthur Bernardes e formou a Coluna Prestes, movimento que, a partir do Rio Grande do Sul, marchou por 25 mil quilômetros pelo Brasil e lutou 53 combates ao longo de dois anos e meio. Exilou-se na América Latina, quando teve contato com a doutrina marxista, e morou na União Soviética durante três anos, onde conheceu a militante alemã Olga Benário, com quem se casou.

— De volta ao Brasil e já integrante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi preso com a mulher que, grávida, foi deportada para a Alemanha nazista. Cassado após o golpe de 1964, exilou-se na antiga União Soviética. Após a redemocratização, apoiou a candidatura de Brizola à presidência da República, em 1989. Morreu no ano seguinte.



Fonte: Zero Hora, por Eduardo Rosa, 08/11/2014

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Partido membro do Foro de São Paulo cumprimenta Dilma pela vitória três dias antes das eleições


A eleição de Dilma Roussef foi tão legítima quanto nota de 3 reais. Se estivéssemos em um país de democracia plena, a candidatura dessa sra. teria sido impugnada por injuriar, difamar e até caluniar adversários, além de por uso e abuso do Estado brasileiro, transformado em casa da mãe joana petista, a fim de fazer propaganda para ela e contra os oponentes, o que configura crime eleitoral.

A eleição de Dona Dilma foi tão legítima quanto nota de 3 reais também em razão de inúmeras suspeitas de fraude tanto na votação quanto na apuração dos votos. Vários eventos estranhos e problemas com as urnas foram relatados por eleitores de distintos pontos do país. Lembrando que essas urnas, neste ano, deveriam já ter implementado o registro impresso dos votos, o que não ocorreu porque o autocrático Tribunal Superior Eleitoral conseguiu vetar, em novembro do ano passado, o artigo 5 da lei Lei nº 12.034, que previa essa atualização. Destaque-se que essa lei foi aprovada em 2009. Isso sem falar na suspeita atitude dos cumpanheros petistas comemorando a "vitória" da megera quando Aécio ainda estava à frente dela na contagem de votos.

Como se não bastasse, agora começou a circular pelas redes sociais carta, datada de 22 de outubro, de um partido da Guatemala e membro do Foro de São Paulo (clube de viúvas do Muro de Berlim,) chamado Alternativa Nueva Nacción, cumprimentando Dilma pela "vitória" ocorrida nas eleições do dia 26 de outubro. E inclusive destacando que a vitória se deu por mais de 3 milhões de votos.

Poderíamos aventar a hipótese pouco provável de que a carta elogiosa à Dilma tenha sido escrita no dia 22, contando com a possibilidade de ela ser eleita, e, posteriormente, tenham esquecido de alterar a data quando da publicação do documento. Entretanto, como poderiam antecipar que a vitória se daria por mais de 3 milhões de votos, um valor tão preciso? Na página da entidade, no facebook, a carta foi publicada no dia 29 de outubro, mas com a data do dia 22. Videntes esses guatelmatecos, não?

Segue a imagem da carta e abaixo dela link para a mesma também publicada no site do Foro de São Paulo. Pelo andar da carruagem, parece que de fato Dilma não ganhou limpo nem nos votos. E ficará por isso mesmo?







































Cópia da carta em PDF

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vestida de azul vibrante, Shakira emocionou Paris


Como todo o mundo, já havia escutado a Shakira no rádio inúmeras vezes. A moça é sucesso internacional, emplacando hit atrás de hit. Admito, contudo, que nunca tinha parado para vê-la ou saber mais sobre sua historiografia. No primeiro domingo de 2012, acabei assistindo o show da cantante em Paris. E não é que gostei!

Daí que quis saber mais sobre ela e aproveitei para ver o show que fez aqui no Rock in Rio, bem parecido com o de Paris, embora a produção francesa tenha me parecido melhor cuidada. E gostei de novo.

A despeito do excesso de rebolation (hoje, cantoras e cantores têm até que ser meio atletas), ela não descamba para o vulgar, canta bem, além de ser bonita, sensual e simpática. Fora isso, a moça também é inteligente e se comunica em várias línguas, inclusive a nossa, com invejável proficiência.

Assim, em seus shows em diferentes partes do mundo, ela homenageia o país anfitrião cantando uma canção local. Aqui, no Rock in Rio, cantou País Tropical, com a Ivete Sangalo. E em Paris, emplacou a música Je L'aime À Mourir (Eu a amo até a morte, numa tradução literal, 1979), de Francis Cabrel, em espanhol e francês. Quando ela começou a cantar a música em francês, eu aqui, brasileira, me arrepiei. Os franceses, então, naturalmente entraram em delírio. E Shakira provou que, à parte o rebolation da música árabe, sabe cantar de fato. Toda vestida de azul vibrante, praticamente imóvel, emocionou com sua interpretação. Veja abaixo o vídeo e a letra da chanson.

Para terminar, Shakira Isabel Mebarak Ripoll nasceu em Barranquilla, na Colômbia, em 2 de Fevereiro de 1977. A descendência libanesa se faz presente na dança árabe que estudou e integrou a vários de seus números. E o talento precoce a lançou para o estrelato, compondo e cantando desde pequena. A partir de 1996, alcançou o sucesso internacional, e hoje é considerada uma das grandes estrelas do pop-rock latino. Merece. Mais informações no site da cantora aqui.



Je L'aime À Mourir (Eu a amo até a morte
Y yo que hasta ayer solo fui un holgazán
Y hoy soy guardian sus sueños de amor
La quiero a morir...

Puede destrozar todo aquello que ve
Porque ella de un soplo lo vuelve a crear
como si nada, como si nada
La quiero a morir...

Ella para las horas de cada reloj,
Y me ayuda a pintar transparente el dolor con sus sonrisa.
Y levanta una torre desde el cielo hasta aqui
Y me cose unas alas y me ayuda a subir a toda prisa, a toda prisa
La quiero a morir...

Conoce bien, cada guerra, cada herida, cada ser
Conoce bien cada guerra de la vida, y del amor también.
Hehehehehehehe (x3)

Moi je n'étais rien
Et voilà qu'aujourd'hui
Je suis le gardien
Du sommeil de ses nuits
Je l'aime à mourir

Vous pouvez détruire
Tout ce qu'il vous plaira
Elle n'a qu'à ouvrir
L'espace de ses bras
Pour tout reconstruire
Pour tout reconstruire
Je l'aime à mourir

Elle a gommé les chiffres
Des horloges du quartier
Elle a fait de ma vie
Des cocottes en papier
Des éclats de rire
Elle a bâti des ponts
Entre nous et le ciel
Et nous les traversons
À chaque fois qu'elle
Ne veut pas dormir
Ne veut pas dormir
Je l'aime à mourir

Elle a dû faire toutes les guerres
Pour être si forte aujourd'hui
Elle a dû faire toutes les guerres
De la vie, et l'amour aussi

Elle a dû faire toutes les guerres
Pour être si forte aujourd'hui
Elle a dû faire toutes les guerres
De la vie, et l'amour aussi

Elle a dû faire toutes les guerres
Pour être si forte aujourd'hui
Elle a dû faire toutes les guerres
De la vie, et l'amour aussi.....

Publicado originalmente 02/01/2012

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites