segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Em Porto Alegre, manifestantes protestam contra memorial para o comunista Luiz Carlos Prestes

Ato ocorreu neste sábadoFoto: Rafael Camargo / Divulgação
Um verdadeiro mar ideológico me separa dos conservadores, de tantas são as diferenças que tenho com eles. Entretanto, considero a necessidade de uma oposição não só parlamentar mas sobretudo civil tão fundamental que sou obrigada a aplaudir a cara e a coragem que os conservas estão tendo de ir para as ruas desafiar a hegemonia esquerdista bolivariana bananeira. E essa esquerda jurássica, fóssil, que tem, em pleno século XXI, a relíquia comunista dos genocidas Castro como Meca, desacostumada com questionamentos, está meio perdidaça com a novidade de ver seus ídolos de pés de barro desafiados.

Não deixa de impressionar a brutal inversão de valores que fazem os jurássicos diante de uma manifestação pacífica, como pode se ver pelo vídeo abaixo sobre um protesto contra um memorial ao comunista Luiz Carlos Prestes.

Diz o presidente do Instituto Olga Benário Prestes, outra comunista, que a manifestação teve dizeres agressivos à democracia, contra o Foro de São Paulo, os comunistas, o Luiz Carlos Prestes, a libertação dos povos. É a novilíngua autoritária em ação. Protestar contra o comunismo é algo contra a democracia, contra a libertação dos povos (sic)? O comunismo é o exato oposto da democracia. O Foro de São Paulo, entidade fundada em 1990 por Lula e Fidel e outras viúvas do Muro de Berlim, é composto de gente com a mesma mentalidade autoritária que construiu os regimes mais assassinos e liberticidas da história da humanidade. E cá entre nós, o que o Luiz Carlos Prestes fez de bom pelo Brasil para ser homenageado com memorial em espaço público?

Parabéns pela manifestação aos organizadores do protesto. Abaixo mesmo os muros físicos e ideológicos com que esses pulhas querem cercear nossa liberdade. Tô me divertindo muito com essas manifestações. 

Memorial Luiz Carlos Prestes é alvo de protesto contra o comunismo

Em parte dos cartazes deixados pelos manifestantes, havia inscrições como "devemos derrubar o memorial"

O Memorial Luiz Carlos Prestes, prédio de Porto Alegre projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi alvo de uma manifestação neste sábado. Cartazes, cruzes e coroa de flores foram fixados na grade da construção, situada à beira do Guaíba.

A data escolhida tem relação com os 25 anos da queda do Muro de Berlim, conforme o cientista político Paulo Moura, que ajudou a promover o ato.
Ele (Prestes) está sendo vendido como um herói da pátria, aquele local será objeto de visitação pública. As pessoas que estão promovendo o evento acham que aquilo é para idolatrar um líder comunista que tentou produzir um golpe em 1935 com a Coluna Prestes — afirma o coordenador do curso de Ciências Sociais da Ulbra.
Os cartazes e faixas fixados na grade do prédio iam de "abaixo ao comunismo" até "devemos derrubar o memorial ao comunista Prestes" e "tear down this wall (derrube este muro, em inglês)".
Era um ambiente raivoso de ódio. Constatei à tarde, fui chamado por quem passou por aqui e viu. Claramente, foi uma manifestação com dizeres agressivos à democracia, contra o Foro de São Paulo, os comunistas, o Luiz Carlos Prestes, a libertação dos povos — critica Edson Santos, presidente do Instituto Olga Benário Prestes, que não chegou a ver a movimentação de pessoas, apenas o material deixado por elas.
Santos diz que serão estudadas providências do ponto de vista jurídico e político para o que ele chamou de "ato fascista":
Foi uma manifestação de direita, com símbolos da suástica, do nazifascismo, da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade).
Moura salienta que não tem como responder por quem fez esse tipo de cartaz e que, nas manifestações políticas atuais, cada um escreve o que quer.
Uma das características das manifestações hoje em dia é que as pessoas manifestam seu desejo individual. Você não controla o que cada um bota no seu cartaz. Ninguém é dono da verdade de ninguém — explica o cientista político, acrescentando sua contrariedade à aprovação da doação do terreno por parte da Câmara de Vereadores.
Rafael Bonfá, um dos participantes da manifestação, afirma, por e-mail, que a intenção dos cartazes não era enaltecer o nazismo:
Havia sim um cartaz com uma suástica, mas ela estava colocada ao lado da foice e martelo representando os regimes totalitários que tanto mal trouxeram ao mundo
Na página do Facebook criada para organizar o ato, havia o pedido para que não fossem levados cartazes e faixas pedindo intervenção militar. As sugestões eram para inscrições como "nossa homenagem às vítimas do comunismo", "fora Foro de São Paulo", "Prestes assassino", "queremos liberdade e democracia" e "fim do Muro de Berlim na Europa e no Brasil".

Quem foi Luiz Carlos Prestes

— Luiz Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre no dia 3 de janeiro de 1898. Aos 26 anos, rebelou-se contra o governo de Arthur Bernardes e formou a Coluna Prestes, movimento que, a partir do Rio Grande do Sul, marchou por 25 mil quilômetros pelo Brasil e lutou 53 combates ao longo de dois anos e meio. Exilou-se na América Latina, quando teve contato com a doutrina marxista, e morou na União Soviética durante três anos, onde conheceu a militante alemã Olga Benário, com quem se casou.

— De volta ao Brasil e já integrante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi preso com a mulher que, grávida, foi deportada para a Alemanha nazista. Cassado após o golpe de 1964, exilou-se na antiga União Soviética. Após a redemocratização, apoiou a candidatura de Brizola à presidência da República, em 1989. Morreu no ano seguinte.



Fonte: Zero Hora, por Eduardo Rosa, 08/11/2014

2 comentários:

Espero que essas manifestações se multipliquem. Sempre defendendo a democracia, o respeito às leis, à liberdade de expressão. Sempre se opondo à corrupção, ao aparelhamento do Estado, a esse tal de bolivarianismo que não passa de comunismo disfarçado. Bom de ver o povo brasileiro se mexendo seja conservador, seja o que for.

A maioria dessa manifestação é liberal, não conservador.

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