8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A formação dos médicos cubanos e os moldes de sua exportação para países compañeros

Em cada 140 médicos cubanos 10 paramilitares
Qualquer pessoa minimamente informada sabe que a tal saúde exemplar da ilha cubana é apenas mito. Sabe também que os médicos cubanos exportados para o exterior têm formação precária e seus salários em boa parte confiscados pelo regime comunista, além de viajar acompanhados de agentes da polícia política castrista,

Abaixo texto do jornalista Sandro Vaia relata a história de um desses médicos e de como ele se safou das garras de seus algozes. Aponta também o que aguarda o Brasil com a importação desses "médicos" se não passarem pelo exame de revalidação de seus diplomas pelo Conselho Federal de Medicina. Deixo ainda vídeo com a fala do deputado federal Luiz Henrique Mandetta, que é também médico, sobre o tema. Vale a audiência!

História de um médico cubano

O Dr. Gilberto Velazco nasceu em 1980 em Havana e recebeu seu diploma de médico em 15 de julho de 2005.
No depoimento que me deu por e-mail e por telefone, disse que a sua graduação foi antecipada em um ano depois de uma “formação crítica e gravemente ruim”, excessivamente teórica, feita através de livros desatualizados, velhos, rasgados, faltando páginas, além de “uma forte doutrinação política”.

No hospital onde fez residência havia apenas dois aparelhos de raio X para atender todas as ocorrências noturnas de Havana e não dispunha sequer de reagentes para exames de glicemia.

Pouco adiantava prescrever remédios para os pacientes porque a maioria deles não estava disponível nas farmácias.

A situação médica no país é tão precária que Cuba está vivendo atualmente uma epidemia inédita de cólera e dengue.

Em 2 de fevereiro de 2006 foi enviado à Bolívia numa Brigada Médica de 140 integrantes -14 grupos de 10 médicos cada - que iria socorrer vítimas de inundações que nunca chegou a ver.

No voo entre Cuba e a Bolívia conversou sobre assuntos médicos com o vizinho de poltrona e descobriu que ele não era médico, mas provavelmente oficial de inteligência cubana. Calcula que em cada 140 médicos 10 eram paramilitares.

Na Bolívia, onde lhe disseram que iria permanecer por 3 meses, ficou sabendo que deveria ficar no mínimo por 2 anos, recebendo 100 dólares de salário por mês e que a família receberia 50 dólares em Cuba - quantia que, segundo ele, nunca foi paga.

Viveu e trabalhou em Santa Cruz de la Sierra e em Porto Suarez, na fronteira com o Brasil.

Todos os componentes da Brigada recebiam um draconiano regulamento disciplinar de 12 páginas, dividido em 11 capítulos, que fixava desde horários e requisitos para permissões de saída até regras para relações amorosas com nativos e punia contatos com eventuais desertores.

Os médicos verdadeiros eram vigiados pelos falsos médicos que, segundo Gilberto, andavam com muito dinheiro e armas. Ainda assim, o Dr. Gilberto, em 29 de março de 2006, conseguiu pedir formalmente asilo político à Polícia Federal em Corumbá e foi enviado a São Paulo, onde ficou 11 meses.

Pediu à Polícia Federal a regularização de sua situação para poder fazer os Testes de Revalidação Médica exigidos pelo Conselho Federal de Medicina, mas o pedido de asilo foi negado.

Como o prazo de refúgio concedido pelo Conare - Comitê Nacional para os Refugiados - terminava em fevereiro de 2007, pediu asilo aos EUA no consulado de São Paulo, e em 2 de janeiro de 2007 viajou para Miami, Flórida, onde vive agora.

A família do Dr. Gilberto foi penalizada por sua deserção com 3 anos de proibição de viagem ao exterior, mas atualmente vive com ele na Flórida.

Ele trabalhou para uma empresa internacional de seguros de saúde, onde chegou a receber 50 mil dólares anuais, e atualmente está estudando para concluir os exames de revalidação de seu diploma médico nos EUA.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

Fonte: Blog do Noblat

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Pagador de Promessas e outros filmes brasileiros para ver online


O canal do youtube criado por Eduardo Carli de Moraes surpreendeu os navegantes da web nos últimos tempos com 80 filmes brasileiros completos para assistir online. Agora, vai surpreender ainda mais já que foram disponibilizados 169 filmes ao todo – totalmente gratuitos.

Filmes bons, raros, clássicos e necessários estão na lista: “O Cheiro do Ralo”, “O Bandido da Luz Vermelha”, “Cidade Baixa”, “Vidas Secas”, “Estamira”, “A Festa da Menina Morta”, “Batismo de Sangue”, entre muitos outros.

Aproveite para conectar seu computador na sua televisão para aproveitar os longas. Para isso, descubra qual é o tipo de saída do seu pc para o vídeo. Existem cinco delas: HDMI, DVI, S-VIDEO, S-VIDEO (com capacidade de Vídeo Componente) e VGA.

Agora é só preparar baldes e baldes de pipoca, se esparramar no sofá e dar play neste link. Bom filme. Ou melhor, bons filmes.

Fonte: Catraca Livre

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Falácias sobre a luta armada na ditadura


O texto abaixo é antigo, mas, nesses tempos em que a mistificação em torno do período da ditadura militar anda a toda, com os herdeiros dos dois lados em conflito dizendo um monte de besteiras (a última foi a de um tal Amado Batista, cantor de música brega, que revelou à Marília Gabriela ter sido torturado porque "merecia"), melhor sempre relembrar análises mais objetivas e distanciadas. Reproduzo o texto do historiador Marco Antonio Villa, um trecho da entrevista do tal Amado Batista à Gabi e de uma entrevista do Gabeira, onde, honestamente, ele coloca que os guerrilheiros lutavam por ditadura e não democracia.

Falácias sobre a luta armada na ditadura

por Marco Antonio Villa

Militantes de grupos de luta armada criaram um discurso eficaz. Quem questiona “vira” adepto da ditadura. Assim, evitam o debate

A LUTA armada, de tempos em tempos, reaparece no noticiário. Nos últimos anos, foi se consolidando uma versão da história de que os guerrilheiros combateram a ditadura em defesa da liberdade. Os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heroicas ações. Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história. É urgente enfrentarmos essa falácia. A luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, sequestros, ataques a instalações militares e só. Apoio popular? Nenhum. O regime militar acabou por outras razões.

Argumentam que não havia outro meio de resistir à ditadura, a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos dos grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados logo depois, quando ainda havia espaço democrático (basta ver a ampla atividade cultural de 1964-1968). Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político e a simpatia pelo foquismo guevarista antecedem o AI-5 (dezembro de 1968), quando, de fato, houve o fechamento do regime. O terrorismo desses pequenos grupos deu munição (sem trocadilho) para o terrorismo de Estado e acabou usado pela extrema-direita como pretexto para justificar o injustificável: a barbárie repressiva.

Todos os grupos de luta armada defendiam a ditadura do proletariado. As eventuais menções à democracia estavam ligadas à “fase burguesa da revolução”. Uma espécie de caminho penoso, uma concessão momentânea rumo à ditadura de partido único. Conceder-lhes o estatuto histórico de principais responsáveis pela derrocada do regime militar é um absurdo. A luta pela democracia foi travada nos bairros pelos movimentos populares, na defesa da anistia, no movimento estudantil e nos sindicatos. Teve na Igreja Católica um importante aliado, assim como entre os intelectuais, que protestaram contra a censura. E o MDB, nada fez? E seus militantes e parlamentares que foram perseguidos? E os cassados?

Quem contribuiu mais para a restauração da democracia: o articulador de um ato terrorista ou o deputado federal emedebista Lisâneas Maciel, defensor dos direitos humanos, que acabou sendo cassado pelo regime militar em 1976? A ação do MDB, especialmente dos parlamentares da “ala autêntica”, precisa ser relembrada. Não foi nada fácil ser oposição nas eleições na década de 1970.

Os militantes dos grupos de luta armada construíram um discurso eficaz. Quem questiona é tachado de adepto da ditadura. Assim, ficam protegidos de qualquer crítica e evitam o que tanto temem: o debate, a divergência, a pluralidade, enfim, a democracia. Mais: transformam a discussão política em questão pessoal, como se a discordância fosse uma espécie de desconsideração dos sofrimentos da prisão. Não há relação entre uma coisa e outra: criticar a luta armada não legitima o terrorismo de Estado.

Precisamos romper o círculo de ferro construído, ainda em 1964, pelos inimigos da democracia, tanto à esquerda como à direita. Não podemos ser reféns, historicamente falando, daqueles que transformaram o adversário, em inimigo; o espaço da política, em espaço de guerra.

Um bom caminho para o país seria a abertura dos arquivos do regime militar. Dessa forma, tanto a ação contrária ao regime como a dos “defensores da ordem” poderiam ser estudadas, debatidas e analisadas. Parece, porém, que o governo não quer. Optou por uma espécie de “cala-boca” financeiro. Rentável, é verdade.

Injusto, também é verdade. Tanto pelo pagamento de indenizações milionárias a privilegiados como pelo abandono de centenas de perseguidos que até hoje não receberam nenhuma compensação. É fundamental não só rever as indenizações já aprovadas como estabelecer critérios rigorosos para os próximos processos. Enfim, precisamos romper os tabus construídos nas últimas quatro décadas: criticar a luta armada não é apoiar a tortura, assim como atacar a selvagem repressão do regime militar não é defender o terrorismo.

O pagamento das indenizações não pode servir como cortina de fumaça para encobrir a história do Brasil. Por que o governo teme a abertura dos arquivos? Abrir os arquivos não significa revanchismo ou coisa que o valha.

O desinteresse do governo pelo tema é tão grande que nem sequer sabe onde estão os arquivos das Forças Armadas e dos órgãos civis de repressão.

Mantê-los fechados só aumenta os boatos e as versões fantasiosas.

Fonte: FSP, Tendências/Debates, 19 de maio de 2008

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Feminismo e Liberalismo: uma relação histórica e íntima!

Não lhes desejo que tenham poder sobre os homens mas sim sobre si mesmas
A mistificação conservadora criou a teoria conspiratória do marxismo cultural do qual os modernos movimentos sociais (feminismo, LGBT, negro e ambientalista) seriam pontas de lança na guerra contra os valores tradicionais, a família, a cristandade, as democracias ocidentais e outras baboseiras do gênero. Esses movimentos, então, teriam surgido no bojo da revolução sexual, contracultural, da década de 60 do século passado, como resultado da influência de escritos da Escola de Frankfurt (escola de pensadores marxistas da década de 20). 

Trata-se de distorção histórica descomunal, fruto de um misto de ignorância, má-fé e preconceitos vários. A verdade é que os conservadores juntam num mesmo saco de gatos tudo aquilo que detestam: a esquerda, em geral, e os movimentos sociais em particular. Os fatos históricos, contudo, apontam em outra direção completamente distinta. Na realidade, sobretudo o feminismo (desde seus primórdios que não datam da década de 20 dos 1900 mas sim da Revolução Francesa) deve muito de seu nascimento ao pensamento liberal. Pode-se dizer, sem medo de errar, que boa tarde da longeva trajetória do movimento se deu em especial sob a bandeira dos princípios liberais naturalmente abordados da perspectiva feminina. Apenas a partir de meados dos anos 70, do século XX, vamos passar a ter uma predominância dos feminismos de esquerda na história do movimento, mas mesmo estes têm também suas diferenças.

O fato é que as mulheres são plurais decorrendo daí que o feminismo não poderia ser singular. São inúmeras hoje as correntes feministas que utilizam os referenciais ideológicos e doutrinários da sociedade em geral para analisar a condição da mulher. Coerentemente não se fala mais em feminismo e sim em feminismos. Como diz a autora do texto que reproduzo abaixo, sobre liberalismo e feminismo, Ingrid Cyfer, o termo "feminismo", como um termo unívoco, é usado para deslegitimizar a luta das mulheres por igualdade de direitos e autonomia, sendo, portanto, importante reconhecer a inadequação conceitual e mesmo estratégica da insistência do mesmo em sua forma singular.

Concordando, à guisa de contribuir para desconstruir a mistificação grosseira que esses conservadores vêm fazendo dos feminismos, reduzindo-os a uma de suas vertentes e ainda por cima de forma totalmente descontextualizada, transcrevo abaixo trecho do texto Liberalismo e Feminismo: Igualdade de Gênero em Carole Patemam e Martha Nussbaum (duas feministas liberais) e, em seguida, o texto integral pelo SlideShare. Trata-se de um texto acadêmico, mas acessível, que compara a abordagem dessas duas feministas sobre a condição da mulher.

Trecho da Introdução

“Feminismo” é ao mesmo tempo um termo maldito e impreciso. Maldito porque é na maior parte dos casos associado à defesa de uma suposta superioridade feminina, que exprimiria o mesmo sexismo do discurso que inferioriza as mulheres. Outra crítica comum é a de que o feminismo seria cego às diferenças biológicas entre homens e mulheres devido a um inconformismo injustificado e imponderado em relação às diferenças naturais, moralmente neutras. Diz-se ainda que o discurso feminista vitimaria a mulher na medida em que responsabilizaria exclusivamente o homem pela condição subalterna feminina. E, finalmente, é bastante freqüente também associá-lo a discursos moralistas que, em nome da igualdade, reprimiriam a sexualidade de homens e mulheres ao identificar a sedução e a relação sexual como locus de discriminação, nos quais a mulher estaria reduzida à condição de objeto.

A maior parte dessas críticas poderia atingir facilmente muitos alvos feministas. No entanto, dificilmente abalariam uma significativa gama de movimentos e teorias que se denominam feministas e, se fizessem-no, isso seria devido à imprecisão do termo “feminista”, que mascara as inúmeras nuances e divergências comportadas pelo conceito. A conseqüência dessa imprecisão é que as discussões acerca da igualdade entre homens e mulheres são freqüentemente deslegitimadas por críticas que tomam o feminismo por um termo unívoco. Diante disso, deve-se reconhecer que a adequação conceitual e mesmo estratégica da insistência no termo “feminismo” deve ser questionada."

 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Mais vergonhoso do que o bolsa-família só mesmo a manipulação que se faz dele


Todos viram o triste espetáculo de milhares de brasileiros dependentes do bolsa-família desesperados correndo para as agências da CEF e para lotéricas por causa de um boato de que o benefício seria cortado. Após a confusão, a Ministra da Justiça, Maria do Rosário, dando uma de joana sem braço, saiu culpando a oposição pelo boato, embora seja óbvio que a oposição não tem nenhum interesse em veicular semelhante notícia. De fato, quem tem interesse em acusar a oposição dessa boataria é o próprio governo, o PT, com vistas às próximas eleições.

Os governos petistas fizeram do bolsa-família um verdadeiro curral eleitoral, tornando dependentes  do mesmo um grande número de brasileiros, especialmente no nordeste. Uma de suas armas sujas, em eleições, tem sido exatamente acusar a oposição de querer acabar com o benefício, o que - claro - dada à situação existente, só tira votos dos candidatos oposicionistas.

Dilma Roussef veio a público chamar de criminosa a boataria sobre o fim do bolsa-família, o governo disse que vai investigar o causo, mas a população não quer revelar de onde surgiu a falsa informação com medo de perder o benefício. Abaixo, matéria do UOL fala desse medo, com direito a vídeo sobre o assunto e fala da jornalista do SBT dizendo o óbvio: não é possível continuar mantendo milhares de pessoas dependentes de subsídios governamentais, para a simples sobrevivência, sem gerar empregos para que elas possam se virar às custas do próprio esforço. O governo de "esquerda" do PT, que sempre criticou outras programas governamentais da mesma natureza do bolsa-família como assistencialistas (esmolas para comprar a consciência do povo), criou o maior programa assistencialista de todos os tempos. Nossos velhos coronéis estão mortos de inveja!

Atendidos pelo Bolsa Família evitam falar sobre origem de boato que apontava fim do programa

por Aliny Gama

Beneficiários do Bolsa Família que sacaram o dinheiro no último fim de semana temem ter seus benefícios suspensos ou cortados por terem sacado-os fora do cronograma. No final de semana, boatos sobre o fim do programa levaram pessoas atendidas a correr até agências da CEF (Caixa Econômica Federal) e lotéricas para retirar o benefício. A falsa notícia causou problemas em 12 Estados, nove do Nordeste, dois do Norte e um do Sudeste.

Algumas famílias entrevistadas pelo UOL afirmaram que ainda não acreditam que o programa vai continuar, apesar da negativa do MDS (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

Muitas não querem nem falar o nome para não correr o risco de ficarem "marcadas" e deixarem de receber o Bolsa Família, apesar de se enquadrarem no perfil criado pelo governo para os beneficiários.

"Eu não vou saber dizer de onde partiu porque foi uma vizinha que já me avisou e foi avisada pelo marido, que estava na casa da mãe dele e soube por outra pessoa, que o sábado era o último dia para tirar o dinheiro senão íamos perder o Bolsa família", disse Regina Silva, moradora de Maceió.

Regina contou que ao saber da falsa informação, achando que era verdade, avisou as duas conhecidas e todas saíram para uma casa lotérica, no bairro Jacintinho, periferia de da capital alagoana.

"Foi um corre-corre, mas a gente conseguiu chegar à lotérica, ainda no almoço, mas a fila estava enorme e retiramos o dinheiro a tarde. Foi um alívio. Já até comprei comida e paguei uma compra de um caderno que tinha feito para meu filho que estava em aberto", disse a colega de Regina, Neuza Patrícia da Silva.

Boca a boca


"Não quero me envolver com isso e peço que não coloque meu nome porque eu já soube dessa história que teríamos de tirar o dinheiro no sábado por uma pessoa na feira, que já foi outra que disse. Se me chamar eu não vou saber dizer quem foi, mas tenha certeza que corri para tirar o dinheiro porque dependo dele para viver. É com ele que mantenho a casa e sustento meu filho, de oito anos", disse uma moradora de Picos (308 km de Teresina), que sacou perto do meio-dia de sábado (18) o dinheiro do Bolsa Família.

O UOL entrevistou outra pessoa no Piauí, moradora de Teresina, que também pediu para que não fosse publicado o nome temendo perder o benefício. "Sou escovista, trabalhava num salão de beleza e ganhava por produção. O salão fechou e dependo apenas do Bolsa Família para comprar alimento e o que meu filho precisa. O dinheiro não dá para tudo, mas se eu perder vai fazer muita falta", disse.

No Rio Grande do Norte, em Natal, duas entrevistadas pelo UOL pediram para não ter os nomes publicados porque "não querem se envolver com caso de polícia" para explicarem quem avisou-as porque as informações foram passadas no boca a boca.

"Eu soube dessa história quando estava na casa de minha sogra, que um vizinho passou dizendo, que já soube por outra pessoa. Sou pobre, mas também nunca me envolvi em caso com a polícia e não será desta vez porque eu fui avisada, fui vítima de um boato. Quem depende desse dinheiro logicamente ia ficar preocupada e correr para tentar tirar o dinheiro", contou a mulher, que mora na Ribeira, em Natal.

Ela avisou a irmã, que mora na Candelária, e a família saiu "uns telefonando para os outros".

"Eu não consegui tirar no sábado, mas consegui no domingo numa agência da Caixa. Tinha muita gente na lotérica que fui e a confusão estava grande, muita gente furando fila e a tardinha avisaram que o dinheiro tinha acabado, mas que quem quisesse esperar alguém que fosse fazer algum depósito poderia arriscar. Resolvi ir embora porque as crianças estavam com fome e sede."

O boca a boca também disseminou o boato de que o Bolsa Família iria acabar no Maranhão.


Beneficiários do município de Mâncio Lima (617 km de Rio Branco), só se tranquilizaram que o Bolsa Família não seria extinto depois que a secretária de Assistência Social do município, Ângela Maria Valente de Figueiredo, fixou na única casa lotérica da cidade o comunicado do MDS.

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites