8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Neste momento em que a inflação dispara, bom lembrar das ações do governo FHC que a havia domado!


O texto abaixo resume 80 das ações reformadoras empreendidas por FHC, durante seus dois mandatos.
Nesse momento, em que a inflação volta a nos assombrar - que absurdo estarmos vivendo isso de novo - nada como relembrar quem conseguiu domá-la! Socorro, Fernandão!

80 ações do governo FHC que mudaram o Brasil

Aos 80 anos de FHC, o Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC) publicou um estudo extraordinário que analisa o governo de FHC e lista 80 ações de seu governo que mudaram o Brasil. O documento destaca “que a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso ao seu sucessor ultrapassa certos números simplistas comumente utilizados no mundo político para se comparar a gestão presidencial” e que os pontos selecionados são “de natureza estruturantes, executadas pela equipe dirigente que governou o país nos 8 anos de FHC na presidência da República do Brasil”.
Entre as medidas realizadas no governo de FHC estão a abertura da exploração dos serviços públicos de telecomunicações ao capital privado, a privatização de estatais como a Vale do Rio Doce e a Telebrás, a criação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), além dos programas de distribuição de renda como o Bolsa Alimentação, o Programa Auxílio-Gás e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

AS 80 MEDIDAS DO GOVERNO FHC PARA O BRASIL

Listamos abaixo as 80 medidas do governo FHC que mudaram o Brasil. Para ter mais detalhes sobre cada uma delas leia na íntegra o documento SEMEANDO O FUTURO: 80 Medidas Estruturantes do Governo FHC.

1. Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte/SIMPLES (Lei
9.317/1996)
2. Modernização dos Portos, complementando a Lei 8.630/1993 com
a Lei 9.719/1998
3. Lei de Concessão dos Serviços Públicos (Lei 8.987/1995),
4. Quebra do monopólio estatal na exploração do petróleo e criação
da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Derivados/ANP, para
regular e fiscalizar a concorrência no setor (Lei 9478/1997).
5. Abertura da exploração dos serviços públicos de telecomunicações
ao capital privado (EC 8/1995)
6. Privatização de empresas estatais, destacando-se a Cia Vale do Rio
Doce e a Telebrás, livrando-as da inoperância econômica devido ao
empreguismo e fisiologismo político, permitindo sua
modernização.
7. Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro
Nacional/ PROER (MP 1.179/1995)
8. Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000)
9. Conselho de Controle de Atividades Financeiras/COAF (lei
9613/1998)
10. Renegociação da Dívida Externa, a partir da securitização
(abril/1994), alongando o perfil de pagamentos em função da
estabilidade da economia trazida pelo Plano Real.
11. Participação de capital estrangeiro nas empresas de comunicação
(lei 10610/2002), regulamentando o § 4o do art. 222 da
Constituição, restringindo-o a 30% do capital das empresas.
12. Regime de Câmbio Flutuante (Comunicado BACEN 6.565/1999)
13. Programa de Recuperação Fiscal/REFIS (Lei 9964/2000)
14. Combate ao tabagismo e suas danosas consequências à saúde
pública, proibindo publicidade na TV e rádio (lei 9294/1996).
15. Prioridade ao Programa Saúde da Família/PSF (1994)
16. Programa de Prevenção e Controle da AIDS (Lei 9313/1996)
17. Viabilização da produção e do comércio dos medicamentos
genéricos (Lei 9787/99)
18. Programa Saúde da Mulher, incluindo o Programa Nacional
de Combate ao Câncer do Colo Uterino (Portaria MS 3040/1998).
19. Emenda Constitucional 29, fixando percentuais mínimos do
orçamento a serem investidos em saúde
20. Lei de Diretrizes e Bases da Educação/LDB (1996)
21. Criação do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Lei
Complementar 111/2001)
22. Início dos programas de transferência de renda, que somados
atingiram dispêndios de 3% do PIB, com 6,5 milhões de famílias
beneficiadas (2002): a) Programa Bolsa Escola (Lei
10.219/2001) b) Programa Bolsa Alimentação (MP
2.206/2001) c) Programa Auxílio-Gás (2001) d) Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil/PETI (1996)
23. Criação do Exame Nacional do Ensino Médio/ENEM (1998)
24. Criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério/FUNDEF (Lei
9424/1996)
25. Criação do Exame Nacional de Cursos/PROVÃO (lei 9131/1995)
26. Parâmetros Curriculares Nacionais (1997)
27. Programa de Financiamento Estudantil/ FIES (1999)
28. Regulamentação (lei 1605/1995) do Fundo Nacional de
Assistência Social/LOAS (lei 8.742/1993)
29. Reforma da Previdência Social (EC 20/1988 e Lei 9.876/1999)
30. Regulamentação da aposentadoria rural plena (lei 9032/1995)
31. Regulamentação do Regime de Previdência Complementar (LC
109/2001)
32. Política Nacional do Idoso (Lei 8842/1994)
33. Proteção e Promoção das Pessoas com Deficiência (Decreto
3298/1999), seguido da Lei de Acessibilidade (lei 10.098/2000)
34. Programa Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e
Degradante (1995)
35. Comissão de Conciliação Prévia (Lei 9.958/2000)
36. Regularização das comunidades quilombolas (nov/1995)
37. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar/PRONAF (1996)
38. Programa Luz no Campo (2000/2002)
39. Programa de Revitalização das Cooperativas/RECOOP (MP
1.715/1998)
40. Criação dos Bancos Cooperativos (Resolução BACEN
2.193/1995)
41. Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e
Implementos Associados e Colheitadeiras (MODERFROTA),
instituído pelo CMN e normatizado pelo BACEN (Resolução
2.699/2000)
42. Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9456/1997)
43. Criação da Cédula do Produto Rural/CPR (Lei 8929/94)
44. Construção dos Complexos Industriais e Portuários do Pecém
(1995/2002)
45. Sistema de Vigilância da Amazônia/SIVAM (inaugurado em
2002)
46. Gasoduto Bolívia-Brasil (1997/1999)
47. Prodetur NE II (complemento ao Prodetur I, com recursos do
BID)
48. Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998)
49. Criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza/SNUC (Lei 9.985/2000)
50. Elevação de 50% para 80% a área de Reserva Legal das
propriedades rurais situadas na Amazônia Legal (MP 1511/1996)
51. Estabelecimento da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei
9.433/1997), com criação da Agência Nacional de Águas/ANA
52. Programa de Irrigação e Drenagem, direcionado ao semiárido
nordestino, acrescentando (1995-2000)
53. Criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança/
CTNBio (Lei 8.974/1995)
54. Principal proponente e articulador junto à ONU para aprovação do
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
55. Política de recuperação do poder de compra do Salário Mínimo,
incluindo o estabelecimento de pisos salariais nos Estados (LC
103/2000)
56. Projeto Alvorada (Decreto 3.769/2001), reforçando e integrando
ações governamentais nas áreas de educação, saúde, saneamento,
emprego e renda, com foco nos municípios com IDH abaixo de
0,500; instituídos o Cadastro Único dos Programas Sociais do
Governo Federal e os Cartões Magnéticos (em 2002 todos os
cartões foram unificados no Cartão Único) para pagamento dos
Programas de Transferência de Renda.
57. Criação da Rede INFOSEG
58. Comissão de Ética Pública (Decreto 26/05/1999), vinculada
diretamente ao Presidente da República
59. Corregedoria Geral da União/CGU (MP 2.143/2001 e Decreto
4177/2002), atualmente intitulada Controladoria Geral da União
60. Criação do Ministério da Defesa (LC 97/1999)
61. Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503/1997)
62. Agência Nacional do Cinema/ANCINE (MP 2228-1/2001)
63. Programa de Geração de Emprego e Renda/PROGER para as
atividades rurais e agroindustriais (Res CODEFAT 89/1995)
64. Implementação da Advocacia Geral da União/AGU (Lei
9028/1995)
65. Lei da Arbitragem (lei 9307/1996)
66. Definição dos crimes de tortura (Lei 9455/1997)
67. Criação da Agência Brasileira de Inteligência/ABIN (Lei
9893/1999)
68. Endosso brasileiro ao Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas
Nucleares (Decreto 2864/1998).
69. Lei da Propriedade Industrial (lei 9279/1996)
70. Programa de Computador (Lei 9609/1998), protegendo a
propriedade intelectual de programa de computador, por 50 anos,
normatizando sua comercialização.
71. Criação das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público/
OSCIP (lei 9790/1999)
72. Estatuto da Cidade (lei 10257/2001)
73. Consolidação dos direitos autorais (Lei 9610/1998)
74. Lei de proteção da concorrência e contra o abuso econômico, com
transformação do CADE em Autarquia (Lei 8884/1994)
75. Criação do Serviço de Radiodifusão Comunitária (lei 9612/1998)
76. Lei Pelé (Lei 9615/1998)
77. Novo Código Civil (Lei 10406/2002)
78. Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/1999)
79. Combate à Biopirataria (MP 2052/2000)
80. Modernização da gestão pública, com o Programa de
Desburocratização, seguido do Programa Desenvolvimento de
Gerentes e Servidores (PPA/2000-2003)

80 AÇÕES DO GOVERNO FHC NA IMPRENSA:


80 AÇÕES DO GOVERNO FHC NOS BLOGS:



BLOG DO PASTOR MAURÍCIO BRITO: 80 AÇÕES DO GOVERNO FHC QUE MUDARAM O BRASIL






quarta-feira, 10 de abril de 2013

Conservadores ajudam PT a pavimentar caminho para o "controle social da mídia"!

Feliciano : enriquecendo às custas
 da boa fé do povo e da impunidade no Brasil
Depois da gente ser informada, pelo pastor-deputado Inferniciano, que os 3 tiros que mataram John Lennon foram obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo (por Lennon ter dito que os Beatles eram mais populares do que Cristo) e de que o acidente que matou os Mamonas Assassinas também foi originado por vingança de Deus (pois a banda teria colocado palavras torpes na boca das nossas (deles) crianças); agora ficamos igualmente sabendo, pelo mesmo pilantra, que o sucesso de Caetano Veloso (atribuído a Mãe Menininha do Patuá - hehehe -, da turma do diabo por ser do candomblé), e de Lady Gaga tem a ver com  o anjo caído, o tal do Lúcifer! Vejam vídeo abaixo!

Este é o sujeito que está na Comissão de Direitos Humanos da Câmara e que os conservadores defendem na presidência do órgão porque ele teria direito à liberdade de expressão (sic). Com sua brutal deturpação do conceito de liberdade de expressão, os conservadores estão pavimentando o caminho que torna mais fácil a trajetória do PT rumo ao "controle social da mídia". (Hoje mesmo tem notícia do Tarso Genro, na FSP, dizendo que 80% do conteúdo da TV deveria ser censurado porque promove a violência, o sexismo e a discriminação). 

E claro com sua estreiteza mental e insensibilidade social, os "cons" vêm perdendo, a cada dia que passa, a credibilidade para fazer críticas aos desmandos da esquerda autoritária no Brasil. Feliciano é um charlatão tanto na acepção de simples explorador da boa-fé do povo, para obter ganho ou vantagens (dinheiro, prestígio), quanto na definição penal de promotor de processos de cura de enfermidades, como, aliás, a maioria desses pastores evangélicos neopentecostais (artigo 283 do Código Penal Brasileiro). Charlatanismo, portanto, é crime, ainda que a penalização seja de  difícil aplicação. Se eles apoiam um criminoso, ainda que não condenado (Feliciano também está sendo processado por homofobia, racismo e peculato), numa das comissões do Congresso Nacional, com que cara criticam os mensaleiros na comissão de Justiça e tantos outros vigaristas da política brasileira?

Neste país, praticamente tudo anda na base do roto falando do rasgado: hipócritas criticando hipócritas, autoritários criticando autoritários, vigaristas criticando vigaristas. Basta ver que, ontem, o próprio Feliciano disse que só sairia da Comissão de Direitos Humanos se os mensaleiros petistas deixassem a de Constituição e Justiça. Certamente, não veremos nem justiça na comissão de justiça nem direitos humanos na de direitos humanos.

E nisso tudo o Brasil vai descendo a ladeira! Nunca vi o país tão rebaixado! Socorro!!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Vamos assinar contra a "PEC da Impunidade" !!


Está em votação no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional, a PEC 37, também conhecida como "PEC da Impunidade", que tira o poder de investigação dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal. Caso seja aprovada, praticamente deixarão de existir investigações contra o crime organizado, desvio de verbas, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado e violações de direitos humanos.

A proposta atenta contra o regime democrático, a cidadania e o Estado de Direito e pode impedir que outras Instituições também investiguem (Receita Federal, COAF, TCU, CPIs etc).

A Constituição Federal permite que o Ministério Público investigue, assim também o fazem outras leis como, a Legislação Eleitoral, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso. O STF já proclamou que o MP também deve investigar.

Os grandes escândalos sempre foram investigados e denunciados pelo Ministério Público, que atua em defesa da cidadania de forma independente.

A QUEM INTERESSA ENTÃO RETIRAR O PODER DE INVESTIGAÇÃO?

A PEC da Impunidade já foi aprovada em comissão e poderá ser votada em plenário pela Câmara dos Deputados a qualquer momento. Defenda o MP para que ele continue fazendo um trabalho sério, competente e tão necessário para combater o crime e a corrupção no Brasil!

Assine aqui

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Margareth Thatcher, a controversa primeira-ministra da Inglaterra, deixa marca indelével na história ocidental!

Margareth Thatcher (13/10/1925-08/04/2013)
Morreu a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, essa sim realmente "neoliberal", ao contrário do nosso FHC que, de fato nunca foi sequer liberal, quanto mais "neo". Quer dizer, nos seus 11 anos de governo, Thatcher cortou impostos e gastos públicos, privatizou estatais e - a parte mais polêmica - cortou programas sociais tidos como deficitários, entrando em guerra contra os sindicatos locais (retirou privilégios fiscais das organizações trabalhistas). Polêmicas à parte, o fato é que sua política, embora tenha gerado muito desemprego, num primeiro momento, conseguiu estabilizar a economia da Inglaterra que caminhava para a ruína. Dizia ela:

“Mais gastos do governo significam sempre mais impostos para cobri-los. E, quando a carga fiscal é excessiva, ninguém tem incentivo para criar empregos e gerar riqueza”.

A dama de ferro, como ficou conhecida a premiê britânica, por sua assertividade,  também ajudou a derrubar o comunismo e previu os problemas que hoje atingem a união europeia:

“A moeda comum europeia está destinada ao fracasso, política e socialmente, apesar de o tempo, a ocasião e as consequências disso ainda serem incertos”. ....“Não conseguimos reduzir as fronteiras do Estado na Grã-Bretanha para agora vê-las impostas novamente, em nível europeu, por um superestado com sede em Bruxelas.”

Conservadores brasileiros, com sua perspicácia costumeira, costumam descrevê-la como antifeminista, mas Thatcher, deixou claro para o futuro marido, antes de casarem, que: 

“Nunca vou ser uma daquelas mulheres que ficam em casa, lavando xícaras de chá e cuidando das crianças”.

Também disse: “Em política, se você quiser que algo seja dito, peça a um homem. Se quiser algo feito, peça a uma mulher”. 

E embora não fosse a favor do aborto, defendia o direito de escolha das mulheres (votou a favor do projeto de lei de David Steel de legalização do aborto) e manteve homossexuais e judeus em seu governo, apesar das muitas pressões em contrário. Dizia que só se importava que seus subordinados executassem bem o trabalho que pedia. Um de seus ministros, Earl of Avon inclusive era reconhecidamente gay, e há gays do partido conservador britânico que até hoje a consideram "ícone gay", muito mais, claro, por sua postura pessoal (atitude), seu estilo de vestir e seu cabelito armado do que por suas ideias. Thatcher também apoiou o projeto de lei de Leo Abse para a descriminalização da homossexualidade masculina. (Ver mais informações).

Embora fosse tolerante com a presença de gays em seu governo e tenha votado contra a descriminação da homossexualidade, deu aval à famigerada Section 28 (Seção 28), uma emenda a um ato do governo de 1988 que muito agradaria a gente como o deputado brasileiro Bolsonaro (mais conhecido como Boçalnaro), pois proibia a "promoção nas escolas de qualquer material que apresentasse a homossexualidade como natural e casais homossexuais como relacionamento familiar." Duas décadas depois desse evento, o colega conservador de Thacther, atual primeiro-ministro David Cameron, condenou a citada seção, como ofensiva aos LGBT britânicos, e pediu desculpas à população homossexual do país.

Enfim, para o bem ou para o mal, Margareth Thatcher marcou indelevelmente sua passagem na história europeia e ocidental. Até hoje, a Inglaterra não conseguiu botar outra mulher na liderança do governo, quanto mais uma mulher como Thatcher.

Em fevereiro do ano passado, Meryl Streep encarnou a dama de ferro com o brilhantismo costumeiro, mas, pessoalmente, achei que o filme deixa a desejar no resgate da trajetória política dessa personagem tão marcante, pois opta por focar mais sua vida pós-governo, já debilitada por vários problemas de saúde. De qualquer forma, para uma introdução à história de Thatcher e seu legado, dá para o gasto.  Abaixo o trailer!

Era uma vez um liberal que virou conservador (ou a triste história da águia que se tornou avestruz, aquela ave que não voa)


Como às vezes me acontece, começo a comentar algum texto no facebook, mas o comentário fica longo e acaba virando uma postagem. Foi o caso de um comentário meu sobre um link do economista Rodrigo Constantino, que já foi tido como liberal e agora despencou para o conservadorismo mais rastaquera, talvez para ganhar espaço na mídia com "opiniões" tidas como polêmicas. Hoje quanto mais besteira se diz mais visibilidade se tem na imprensa. 

De fato, comecei a responder a um outro comentarista desse link específico, que, como outros, lastima a guinada obscurantista dada pelo fulano em pauta que, aos 35 anos, já está com a cabeça cheia de mofo, teias e traças. O texto que Constantino postou, em sua página do facebook, e usou como pretexto para disparar uma verdadeira saraivada de preconceitos contra homossexuais gira em torno de uma fala maluca do ator Jeremy Irons a respeito da "possibilidade" de o casamento gay abrir espaço para o incesto entre um pai e seu filho (sic).

Segue o comentário-texto, onde, na verdade, busco mais uma vez descortinar as motivações reais do discurso conservador: nada além de um monte de falácias objetivando escamotear o simples fato de que essa gente não aceita a igualdade entre os seres humanos. Trata-se apenas disso. 
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Diogo, já havia me prometido não mais comentar artigos ou "opiniões" do Constantino porque, quando não está falando de economia, ele agora se limita a enunciar seus preconceitos e limitações pessoais que busca referendar com pseudoargumentos.  Entretanto, como essa postagem entrou, com seus respectivos comentários, por terceira via, em minha página principal, sobretudo por suas falas sensatas (do Diogo), resolvi me contradizer e dar meu pitaco sobre o assunto.

Constantino  virou conservador, Diogo, ou aquele troço híbrido, o liberal-conservador, um avestruz, uma ave que não voa, e segue agora a cantilena da turma dos reacionaldos azedos, luizes felipes manés e até do seu antigo desafeto Olavo de Carvalho, tanto que emprestou o termo gayzista daquele decrépito.

Gayzista é um termo moral e intelectualmente vigarista que visa demonizar as pessoas homossexuais que lutam por igualdade de direitos nas sociedades atuais. A maior parte dos pleitos dos LGBT é por isonomia de direitos, reivindicação de cunho liberal portanto. Mesmo considerando os excessos do politicamente correto, que não é exclusividade do ativismo LGBT, só infames conseguem associar esse movimento com um dos regimes mais genocidas da história da humanidade, regime que inclusive matou milhares de homossexuais. 

Por trás desse discurso escroto, o que existe realmente é a enorme dificuldade dos conservadores de aceitar mudanças em geral, a igualdade de direitos entre as pessoas e de oportunidade para todos. Opuseram-se  aos direitos dos negros, das mulheres e agora aos direitos homossexuais.  Para  justificar  o que não passa de estreiteza intelectual e pequenez de espírito, entoam sempre a mesma ladainha: falam em nome de Deus, da defesa da família, da tradição, da moral, dos bons costumes, blá-blá-blá. 

Falar na necessidade da prevalência dos direitos dos indivíduos sobre supostos direitos coletivos, desconsiderando as condições sociais que determinam a vida das pessoas, é mera tentativa de mascarar as desigualdades  a fim de eternizá-las e fomentar o conformismo entre os discriminados. 

E agora falam também em nome da liberdade de expressão. A direitosa está deturpando de tal forma o conceito de liberdade de expressão que a esquerda autoritária não vai ter dificuldade nenhuma em censurar o real direito de opinião. Liberdade de expressão virou um termo bombril, para os conservadores, que o usam a fim de tentar justificar desde seu anseio de insultar os outros impunemente até a permanência do cristofascista pastor-deputado Marco Feliciano na comissão de direitos humanos da câmara. 

Feliciano é incompatível com o cargo, como também o seria um membro da ku-klux-kan ou da gestapo, mas, segundo os “cons”, antidemocrático na verdade é querer tirá-lo de lá porque o pastor do diabo tem o direito de dizer o que quiser.  Tem mesmo, desde que arque com as consequências de suas falas,  mas não numa comissão de direitos humanos, considerando ele ser contrário aos mesmos. Aliás, nunca antes o pastor teve tanto direito à liberdade de expressão como hoje, quando suas sandices são replicadas por toda a mídia. De fato, os “cons” querem o pastor por lá para impedir o funcionamento da comissão de direitos humanos pois desejam que ela não exista.

Por último, falar na necessidade da prevalência dos direitos dos indivíduos sobre supostos direitos coletivos, desconsiderando as condições sociais que determinam a vida das pessoas, é mera tentativa de mascarar as desigualdades  a fim de eternizá-las e fomentar o conformismo entre os discriminados. Liberais de fato deveriam dar toda a força aos movimentos sociais, pois seu objetivo é derrubar os obstáculos sociais, impostos aos vários grupos marginalizados, de modo a que - futuramente - detalhes como sexo, etnia e orientação sexual (pra falar nos mais conhecidos) sejam irrelevantes e cada pessoa possa realmente ser avaliada apenas como indivíduo.

O fato de a esquerda (PT sobretudo) manipular as causas sociais para seu proveito não lhes tira a validade que é intrínseca. Aliás, houvesse um pouco de QI à direita, ao menos liberais deveriam, no âmbito de seus princípios, procurar levar as ideias liberais a estes movimentos e não, numa cegueira política descomunal, viver como vivem, em comparsaria com conservadores, hostilizando as demandas dos grupos discriminados.

Posto inclusive novamente o vídeo onde a escritora Ayn Rand, ícone liberal, elenca as razões pelas quais conservadores prestam um desserviço à causa das liberdades individuais e mesmo econômicas (de fato ela fala em traição conservadora do capitalismo), com sua lenga-lenga de defesa da tradição, fé religiosa e crença na incapacidade do ser humano de agir racionalmente (por sua imperfectibilidade). Tenho divergências com essa cara senhora, claro, mas não posso negar que, em alguns momentos, ela realmente pega na veia. Só lembrar que, quando ela fala em "liberais", deve-se ler social-democratas, a esquerda americana, e que ela defendia o liberalismo clássico, laissez-faire, num período em que o comunismo ainda existia.
     

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