8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Desde quando a humanidade conta 1, 2, 3?

Ábaco romano: a máquina de calcular da Idade Média
Como não podia deixar de ser, eis mais um caso de como a humanidade evolui através daqueles que desafiam o coro dos contentes, dos que se aventuram, dos que inventam e corajosamente defendem suas ideias e invenções contra a tradição e os conformistas.

Somar 2 mais 2 é hoje o maior feijão com arroz, com perdão da rima não intencional, algo de conhecimento de todos, embora ainda não ensinado a todos. Entretanto, historicamente falando, não faz muito tempo que a humanidade passou a utilizar os algarismos e a fazer contas simples com eles.

De fato, o mundo ocidental só teve acesso aos mesmos no século 12, quando o filho de um funcionário de comércio e alfândega italiano, que vivia em Bugia, na atual Argélia, chamado Leonardo de Pisa, teve a oportunidade de  estudar e comparar diferentes métodos de operações numéricas, incluindo os utilizados pelos mercadores árabes, que, por sua vez, haviam incorporado o já milenar sistema numérico hindu. 

Como o sistema desenvolvido na Índia era muito mais simples do que o romano, formado pelos símbolos 9, 8,7, 6. 5,4,3, 2,1 mais o 0 (zéfiro, em árabe), Leonardo aprendeu uma maneira bem mais eficiente de calcular e a divulgou na obra Líber Abbaci (Livro do Cálculo) em 1202, apresentando à Europa as operações de somar, subtrair, multiplicar e dividir e democratizando o conhecimento matemático.

Em seu livro, Leonardo explicou o uso dos algorismos e das operações com exemplos da vida cotidiana comercial: preço de bens, cálculo de lucros e as conversões entre diferentes moedas, capacitando as  pessoas comuns a fazer contas e negócios sozinhas, sem precisar de um especialista em ábaco (veja figura acima).

A técnica popularizada por Leonardo ficou conhecida como numeração de al-Khowarizmi, em homenagem ao matemático árabe Mohamed IbnMusa Alchwarizmi, que em 820 escreveu sobre a arte hindu de calcular. Com o tempo, o nome mudou para algorismi que em português virou " algorismo".

Competição entre algoristas e abacistas
 na Idade Média.  Até hoje existem competições
 do gênero sobretudo no Japão
Como de costume, os numerais indo-arábicos levaram tempo para ser aceitos pelos europeus  devido à Igreja - sempre ela - que a princípio os proibiu (algo tão engenhoso só podia ter parte com o diabo),  e aos praticantes de ábaco, temerosos de perder o ganha-pão na disputa com o novo método. O embate  entre o ábaco e o velho sistema numérico romano, e o novo sistema algorítimo, durou até o século 16, com a vitória do último. Mesmo assim o ensino do ábaco só foi abolido definitivamente nas escolas na época da Revolução Francesa (1789). 

Hoje,  historiadores e matemáticos colocam o legado de Leonardo de Pisa, com a invenção do atual sistema de numeração indo-arábico, no mesmo nível de importância da invenção da roda. Graças a ele foi possível o desenvolvimento da astronomia e da navegação na Europa, possibilitando as épicas viagens marítimas de Cristóvão Colombo, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães. Graças a ele a matemática e a engenharia puderam avançar e a computação e a internet nasceram.

Imaginou se Leonardo de Pisa respeitasse a tradição, hem? Usar o ábaco como diversão ainda passa, e essa história de século XX que se refere aos anos de 1900 a gente atura, mas já imaginou o que seria de nós sem o 1, 2, 3 e o 0? 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A importância de David Bowie

David Bowie
Ao contrário do que pensam os conservadores que, além da estreiteza moral e sexual, pouco entendem de estética, o período que vai dos anos 50 até os anos 80 do século XX não só nada tem a ver com a mediocridade cultural dos dias de hoje como foi o seu exato oposto. De fato, esse período se configurou como um dos mais criativos do século passado, promovendo transformações culturais e na área de costumes que mudaram a face das sociedades ocidentais. 

Só para lembrar uma de suas "revoluções", é o período que vê nascer o rock, filho do blues e da música negra americana em geral (o rhythm & blues, gospel, jazz) com a música country e o folk. E entre seus vários artistas excepcionais, o inglês David Bowie é um dos que merece destaque pela qualidade de sua produção. 

No vídeo abaixo, o jornalista Sérgio Martins fala um pouco da carreira do cantor e compositor e faz sugestões de álbuns para que os mais jovens possam conhecer melhor sua brilhante trajetória. No site do artista, em inglês, pode-se acessar também sua extensa biografia.

Reproduzo ainda o mais recente lançamento de Bowie Where are you now? e Heroes, uma das músicas dele que mais gosto. Apreciem sem moderação! 
 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

BNDES, o Banco da Mãe Joana: Oi recebe R$ 5,4 bilhões de financiamento

Pelo FIM do Banco dos Ricos
O BNDES aprovou financiamento de R$ 5,4 bilhões para a Oi (ex-Telemar). Trata-se do maior valor já destinado a uma empresa de telecomunicações desde a privatização do setor, em 1998. Segundo o BNDES, a Oi vai usar os recursos para fazer seus investimentos até 2014. O projeto inclui a expansão e melhoria da capacidade instalada das redes de acesso de dados (banda larga), fixa e móvel, além da infraestrutura de TV por assinatura. No total, o BNDES vai financiar 34% do investimento total do projeto da Oi até 2014, de R$ 15,9 bilhões.

A Oi já havia recebido do BNDES R$ 4,4 bilhões no fim de 2009 — até então o maior volume já destinado pelo Banco a uma empresa de telecom.

Segundo o BNDES, o financiamento, anunciado hoje, prevê a aquisição de R$ 1,4 bilhão em equipamentos nacionais, dos quais 55% (R$ 675 milhões) de fornecedores que investem em inovação no país.

Na planta fixa, os investimentos serão voltados para permitir a transmissão de dados, voz e mídia. Na rede móvel, o objetivo é melhorar a qualidade em áreas já atendidas e aumentar a cobertura do serviço de internet móvel 3G para novos municípios, além da implantação da tecnologia 4G nas principais cidades do Brasil.

Fonte: O Globo

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Desmistificando: Princípios Básicos do Liberalismo e da Democracia Liberal



Das três visões de mundo, a saber, socialismo, liberalismo e conservadorismo, que até hoje conformam nossas sociedades em geral, a visão liberal se constitui na mais aproveitável, por ter  produzido mais benefícios do que malefícios para a humanidade. A despeito de contradições e limitações inerentes à doutrina, suas ideias principais, fundadas na razão humana e não em misticismos políticos ou religiosos, têm sido base para a riqueza das nações e a construção de sociedades mais igualitárias. Apesar de pensadas, a princípio, por e para um seleto grupo de iguais, acabaram se tornando instrumento de luta de todos. 

Não creio na economia de mercado ou na democracia liberal como panaceias para todos os males, mas as reconheço como os melhores sistemas econômico e político que a humanidade já criou. Fora delas, a "alternativa" tem sido a escassez e as crises permanentes das economias estatizadas e a barbárie autoritária de algum tipo, seja política ou religiosa, de esquerda ou de direita. Como instrumento de análise e administração da política institucional, da relação do estado com os indivíduos e a economia, as ideias liberais permanecem de grande utilidade.

Mostram-se limitadas, contudo, ao analisar as relações de poder existentes na sociedade em geral. Isto porque desconsideram os condicionantes sociais que modelam a trajetória dos indivíduos, às vezes de forma inexorável, e veem as escolhas das pessoas como livres de coação (a não ser a estatal). Em razão  disso, comum ocorrerem, nas análises liberais, falsas simetrias entre situações até diametralmente opostas que se tornam reduzidas a meras opções individuais. Sem falar no mau hábito de dar explicações unicamente econômicas para fenômenos complexos.

De qualquer forma, entre prós e contras, vale a pena conhecer a doutrina em suas linhas gerais, considerando sua enorme influência na história humana dos últimos dois séculos principalmente. Para tal, segue abaixo a transcrição do texto Princípios Básicos do Liberalismo e da Democracia Liberal, da Fundação Friedrich-Naumann-Stiftung. Ver também Desmistificando: O que é o liberalismo? que acrescenta mais perspectivas sobre o assunto.

Princípios Básicos do Liberalismo e da Democracia Liberal

O Liberalismo, como o próprio nome diz, é a crença fundamental num ideal político em que os indivíduos são livres para concretizar seus objetivos à sua própria maneira, desde que eles não infrinjam a liberdade dos outros.

É uma corrente política que abrange diversas ideologias históricas e presentes que proclamam como sendo o único objetivo do governo a preservação da liberdade individual. Tipicamente, o liberalismo favorece também o direito à discordância dos credos ortodoxos e das autoridades estabelecidas em termos políticos ou religiosos. Neste aspecto, o oposto do conservadorismo.

A palavra liberal deriva do latim "liber" (livre) e os liberais, de todas as correntes, tendem a ver a si mesmos como amigos da liberdade, particularmente a liberdade relativa às amarras da tradição.

Mas quais são exatamente os princípios básicos do liberalismo e democracia liberal?

Direitos Humanos - o comprometimento com os direitos humanos está acima de tudo. Entre os direitos humanos fundamentais estão o direito à dignidade humana, à vida, o direito à liberdade física, de religião, de credo, de expressão.

Igualdade - Todos os liberais concordarão em que igualdade significa que não pode haver discriminação. Os liberais defendem direitos iguais para todos, ou seja, que todos tenham as mesmas oportunidades. Para isso, enfatizam a melhoria da educação. Em resumo, os liberais acreditam na igualdade perante a lei e na igualdade de oportunidades.

Estado de Direito - O respeito aos Direitos Humanos está ligado ao respeito ao Estado de Direito. O Estado de Direito é um conjunto de salvaguardas contra o tratamento arbitrário e tirânico das autoridades. Por exemplo, num tribunal, o juiz deve ser imparcial e não pode simultaneamente exercer a função de promotor público (não pode ser ao mesmo tempo jogador e árbitro). Todas as pessoas, incluindo o governo, devem ser iguais perante a lei – independentemente de quem quer que seja. Qualquer pessoa acusada de um crime deve ser informada exatamente sobre qual acusação  pesa sobre ela de modo que possa  se defender. Todas as pessoas são inocentes até prova em contrário. Os juízes devem ser independentes, isto é, o governo ou qualquer outra instância não devem tentar impor-lhes suas opiniões por pressões ou ameaças. As decisões dos tribunais devem ser consistentes, isto é, casos similares devem ter desfechos similares. Em resumo, deve haver justeza na forma e na maneira como as pessoas são tratadas pelas autoridades.

A isto se soma a crença dos liberais de que o governo e o Estado deve funcionar de acordo com a lei e de que certos princípios fundamentais não podem ser mudados, mesmo se o governo assim o quiser (por exemplo, o direito à dignidade humana). Tais princípios fundamentais estão muitas vezes, mas não sempre, consagrados na constituição do país.

Liberdade Individual

A base para essas crenças liberais é a importância que os liberais atribuem ao indivíduo e aos seus direitos e responsabilidades. Os liberais acreditam que as pessoas devem tomar decisões livremente, sem receber imposições. Devem ser livres para seguir a vida que acharem por bem desde que não limitem a liberdade de outros. Em outras palavras, sua liberdade termina onde começa a liberdade do seu próximo.

Esta crença na liberdade individual é subjacente a todos os outros princípios já listados. Além disso, o liberalismo exige a tolerância a opiniões diferentes e sobretudo a opiniões que sejam diferentes das suas. Um escritor famoso uma vez disse: “Não concordo com aquilo que você diz, mas irei defender até a morte o seu direito de dizê-lo (Voltaire).”

Propriedade privada e mercado livre

Os liberais adotam a ideia de liberdade e direitos individuais também em âmbito econômico. Historicamente falando, o conceito de direitos de propriedade foi a verdadeira base da liberdade individual e dos direitos individuais. Em primeiro lugar está o princípio de que as pessoas têm direito à propriedade: roupas, livros, mobiliário, terras, casas, carros, e mesmo ideias ou a propriedade intelectual.

Também os proprietários têm o direito de vender suas propriedades livremente. Todas as pessoas têm o direito à atividade econômica: o Estado não deve me dizer qual  trabalho devo fazer, que profissão devo aprender ou quando abrir ou fechar uma empresa.  Os liberais acreditam que o Estado deve interferir na atividade econômica o menos possível. A experiência em nível mundial apóia a ideia liberal de que somente a concorrência assegura bom serviço e bons preços.

Democracia liberal

Estritamente falando, a democracia não é um dos objetivos principais do liberalismo, mas o sistema no qual esses valores podem realmente existir. Ou mais precisamente: os liberais acreditam que a democracia liberal é necessária, e não a "democracia de partido único" ou a "democracia popular".

Adicionalmente, na tradição liberal, a compaixão é um valor liberal. Muitos liberais creem que esse e outros valores seguem-se à crença em direitos humanos fundamentais e na liberdade individual. Diferentemente de alguns outros sistemas de crenças políticas, o liberalismo não pretende ser científico nem medir a pureza ideológica de seus seguidores. O liberalismo é uma crença muito dinâmica, adaptável e pragmática que oferece soluções para os problemas de hoje. A democracia liberal é a melhor garantia descoberta contra o abuso de poder e a corrupção que o acompanha.

Uma outra parte importante da democracia liberal é a chamada “separação de poderes”: a divisão em órgãos diferenciados com o poder de fazer leis (o parlamento), com o poder de implementar essas leis (o governo ou executivo), e com o poder de julgar disputas e desacordos que possam surgir dessas leis (Judiciário).  Liberais acreditam que estes poderes não devem estar nas mesmas mãos para evitar o  abuso do poder e a corrupção. Ao se manter separados estes poderes, todos estes órgãos (o parlamento, o executivo e os tribunais) se fiscalizam e se equilibram mutuamente.

Publicado originalmente, neste blog, em 11/02/2013

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Da série desmonte petista: Bagunça geral na política econômica

por Rolf Kuntz 
Outro dia brinquei no Facebook que socialismo era um bom nome para uma empresa de demolição. Fiz um comercial para essa empresa: "Precisando destruir um país rapidamente? Ligue Demolição Socialismos.  Mais de um século de experiência. Serviço garantido".

Só varia mesmo a rapidez do desmonte de acordo com o grau do socialismo empregado. No tradicional, a destruição é rápida e completa. No moderno, uma mistura insólita de socialismo com capitalismo, o chamado capitalismo de estado, ou de compadres e comadres, a destruição é gradual mas certa. 

É o que vem acontecendo no Brasil desde a chegada do PT ao poder: uma destruição progressiva de ordem moral, intelectual, social e, agora finalmente, econômica. O governo Dilma está destruindo os pilares do Plano Real, que endireitaram o país economicamente, e o resultado já se faz valer. E isso com a conivência, por omissão, dos pais do Real, os tucanos, que não abrem o bico sequer para piar quanto mais para vociferar contra o assassinato lento de seu filho.
No Estadão de hoje, o jornalista Rolf Kuntz, sintetiza a nau sem rumo em que se converteu a economia brasileira sob a liderança de dona Dilma Lula Roussef. Transcrevo abaixo e dou destaque para o seguinte parágrafo:  

Destaque: Sem distinguir objetivos de curto e de longo prazos, desafios conjunturais e problemas estruturais, o governo colheu inflação elevada, estagnação econômica e contas públicas mais frágeis. Ao mesmo tempo, bagunçou a política econômica e seus instrumentos. O BC deixou de combater a inflação, a política de juros foi decidida no Palácio do Planalto, deficiências estruturais foram tratadas como problemas de conjuntura e os preços foram contidos por meio de intervenções tópicas.

Bagunça geral na política econômica


Não dá para separar. O estrago na Petrobrás, a inflação disparada, a indústria emperrada e a maquiagem das contas públicas são sintomas do mesmo problema. O governo conseguiu bagunçar tanto a economia quanto a caixa de ferramentas da política econômica. O estrago da caixa é o mais grave. Gasta-se muito tempo discutindo se a presidente Dilma Rousseff e sua troupe de trapalhões ainda levam a sério os três princípios adotados no fim dos anos 90 - meta de inflação, meta de superávit primário e câmbio flutuante. Não se vai muito longe com esse requisitório. O governo pode responder positivamente a todas as perguntas, com as ressalvas de sempre. Tem de haver certa margem de erro para a inflação, o resultado fiscal é sujeito a imprevistos e nenhum regime cambial é estritamente isento de intervenções. Tudo isso parece razoável, mas a conversa oficial é uma embromação. É possível embromar, nesse caso, porque as questões realmente importantes são outras, a começar pela importância atribuída, de fato, às condições básicas de estabilidade. Esse teste permitiria comparar o governo brasileiro com os de outros países latino-americanos. A semelhança mais notável seria, certamente, com a administração da presidente Cristina Kirchner, sobrando uma diferença muito mais de grau que de vocação.

Se o governo brasileiro se importasse realmente com a inflação, a meta seria muito mais baixa, como em outras economias, tanto desenvolvidas quanto em desenvolvimento. Desde 2005 houve mudanças no Brasil e no cenário externo, mas a meta de 4,5% foi mantida, sem nenhum benefício para o País. A tolerância à alta de preços jamais proporcionou à economia brasileira maior eficiência, dinamismo ou competitividade.

Além disso, as autoridades têm agido como se o alvo real fosse qualquer ponto na margem de variação. As ações são conduzidas como se um resultado final de 6,5% fosse perfeitamente aceitável. O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, chegou a classificar como desconfortável o número acumulado até janeiro - 6,15% em 12 meses. Reiterou, no entanto, a disposição de apostar numa acomodação dos preços no segundo semestre. Mero sangue-frio?

A tolerância à inflação permitiu, no ano passado, conciliar a redução de juros desejada pela presidente Dilma Rousseff e a manutenção de uma política fiscal frouxa. Uma gestão mais séria das contas públicas deveria compensar o relaxamento da política monetária a partir dos meses finais de 2011, segundo explicaram, há cerca de um ano e meio, os dirigentes do BC. Essa condição jamais se realizou. O recurso a artifícios para maquiar as contas públicas no fim de 2012 foi um desdobramentos dessa história. Mas esse é apenas o dado mais pitoresco.

O resultado concreto foi uma economia brasileira um tanto mais torta. O combate à inflação por meio da política monetária foi suspenso, enquanto a expansão do crédito continuou alimentando a demanda, principalmente de consumo. Essa demanda foi alimentada também por incentivos fiscais concedidos a alguns setores pelo Executivo. Esses incentivos serviram ainda para a redução temporária de alguns preços, com efeito benéfico de curtíssimo prazo nos indicadores de inflação. O desajuste entre a demanda e a capacidade de oferta da indústria nacional criou um vazamento nas contas externas. Sem o aumento da importação, o efeito inflacionário teria sido maior. A produção industrial encolheu porque as fábricas foram incapazes de competir, e o investimento diminuiu.

Sem distinguir objetivos de curto e de longo prazos, desafios conjunturais e problemas estruturais, o governo colheu inflação elevada, estagnação econômica e contas públicas mais frágeis. Ao mesmo tempo, bagunçou a política econômica e seus instrumentos. O BC deixou de combater a inflação, a política de juros foi decidida no Palácio do Planalto, deficiências estruturais foram tratadas como problemas de conjuntura e os preços foram contidos por meio de intervenções tópicas. A redução do imposto sobre os automóveis e outros bens duráveis e a contenção das tarifas de combustíveis entram nesse capítulo. A insistência da presidente em reduzir as contas de energia elétrica, a partir de agora, é uma continuação dessa trapalhada. É uma imprudência tratar o preço final da eletricidade como questão isolada, sem levar em conta os programas de investimento e os vários componentes de custos, incluída a tributação em todos os níveis.

Os danos impostos à Petrobrás são em parte explicáveis por essa confusão de objetivos e políticas, tão característica do governo atual. Mas decorrem também da subordinação da estatal aos interesses político-partidários do Palácio do Planalto, da peculiar diplomacia terceiro-mundista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da conversão da empresa em instrumento de política industrial. Em vez de cuidar de seus objetivos empresariais e especialmente do enorme desafio da exploração do pré-sal, a companhia foi forçada a atender a uma porção de outras solicitações. Os resultados são indisfarçáveis.

Mas o governo parece impermeável à maior parte dessas lições. O Ministério da Fazenda dispõe-se a adotar novos artifícios para encenar o cumprimento da meta fiscal. Tudo se passa, de fato, como se o resultado real das contas públicas fosse muito menos importante que a sua representação contábil. Sem medidas típicas de política monetária, o BC tem atuado no mercado cambial para desvalorizar o dólar, em mais uma tentativa de influenciar indiretamente a inflação. A conta será parcialmente paga, é claro, pelos setores prejudicados pela valorização do real. De vez em quando, num surto de lucidez, o governo leva em conta as consequências mais amplas de suas decisões. Exemplo disso é a disposição de rever os termos das novas concessões no setor de transportes. Mas surtos desse tipo têm sido raros e brevíssimos e a confusão do voluntarismo volta a se impor.

Fonte: O Estado de S.Paulo

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Desmistificando: O que é o liberalismo?

O liberalismo se apóia em dois aspectos vitais que dão forma a seu perfil:
 a tolerância e a confiança na força da razão
Das três visões de mundo, a saber, socialismo, liberalismo e conservadorismo, que até hoje conformam nossas sociedades em geral, a visão liberal se constitui na mais aproveitável, por ter  produzido mais benefícios do que malefícios para a humanidade. A despeito de contradições e limitações inerentes à doutrina, suas ideias principais, fundadas na razão humana e não em misticismos políticos ou religiosos, têm sido base para a riqueza das nações e a construção de sociedades mais igualitárias. Apesar de pensadas, a princípio, por e para um seleto grupo de iguais, acabaram se tornando instrumento de luta de todos. 

Não creio na economia de mercado ou na democracia liberal como panaceias para todos os males, mas as reconheço como os melhores sistemas econômico e político que a humanidade já criou. Fora delas, a "alternativa" tem sido a escassez e as crises permanentes das economias estatizadas e a barbárie autoritária de algum tipo, seja política ou religiosa, de esquerda ou de direita. Como instrumento de análise e administração da política institucional, da relação do estado com os indivíduos e a economia, as ideias liberais permanecem de grande utilidade.

Mostram-se limitadas, contudo, ao analisar as relações de poder existentes na sociedade em geral. Isto porque desconsideram os condicionantes sociais que modelam a trajetória dos indivíduos, às vezes de forma inexorável, e veem as escolhas das pessoas como livres de coação (a não ser a estatal). Em razão  disso, comum ocorrerem, nas análises liberais, falsas simetrias entre situações até diametralmente opostas que se tornam reduzidas a meras opções individuais. Sem falar no mau hábito de dar explicações unicamente econômicas para fenômenos complexos.

De qualquer forma, entre prós e contras, vale a pena conhecer a doutrina em suas linhas gerais, considerando sua enorme influência na história humana dos últimos dois séculos principalmente. Para tal, segue abaixo a transcrição do texto, em forma de entrevista, do professor universitário, jornalista e autor de vários ensaios e livros, o cubano * Carlos Alberto Montaner, publicado no volume 794 da série Topicos de Actualidad, editada pelo Centro de Estudios Economico-Sociales (CEES) da Guatemala e traduzido pelo Instituto Ordem Livre.

Acrescento também vídeo com a palestra do doutor em Economia e em Ciências de Administração Alberto Benegas Lynch sobre o tema. Sua fala discorre sobretudo a respeito da situação decorrente do estatismo em toda a América Latina e as questões sociais. Ver ainda Desmistificando: Princípios Básicos do Liberalismo e da Democracia Liberal


O que é o liberalismo?
O liberalismo é um modo de entender a natureza humana e uma proposta destinada a possibilitar que todos alcancem o mais alto nível de prosperidade de acordo com seu potencial (em razão de seus valores, atividades e conhecimentos), com o maior grau de liberdade possível, em uma sociedade que reduza ao mínimo os inevitáveis conflitos sociais. Ao mesmo tempo, o liberalismo se apóia em dois aspectos vitais que dão forma a seu perfil: a tolerância e a confiança na força da razão.

Em quais ideias se baseia o liberalismo?

O liberalismo se baseia em quatro simples premissas básicas:

– Os liberais acreditam que o Estado foi criado para servir ao indivíduo, e não o contrário. Os liberais consideram o exercício da liberdade individual como algo intrinsecamente bom, como uma condição insubstituível para alcançar níveis ótimos de progresso. Dentre outras, a liberdade de possuir bens (o direito à propriedade privada) parece-lhes fundamental, já que sem ela o indivíduo se encontra permanentemente à mercê do Estado.

– Portanto, os liberais também acreditam na responsabilidade individual. Não pode haver liberdade sem responsabilidade. Os indivíduos são (ou deveriam ser) responsáveis por seus atos, tendo o dever de considerar as conseqüências de suas decisões e os direitos dos demais indivíduos.

– Justamente para regular os direitos e deveres do indivíduo em relação a terceiros, os liberais acreditam no Estado de direito. Isto é, creem em uma sociedade governada por leis neutras, que não favoreçam pessoas, partido ou grupo algum, e que evitem de modo enérgico os privilégios.

– Os liberais também acreditam que a sociedade deve controlar rigorosamente as atividades dos governos e o funcionamento das instituições do Estado.

O liberalismo é uma ideologia?

Não. Os liberais têm certas idéias – ratificadas pela experiência – sobre como e por que alguns povos alcançam maior grau de eficiência e desenvolvimento, ou a melhor harmonia social, mas a essência desse modo de encarar a política e a economia repousa no fato de não planejar de antemão a trajetória da sociedade, mas em liberar as forças criativas dos grupos e dos indivíduos para que estes decidam espontaneamente o curso da história. Os liberais não têm um plano que determine o destino da sociedade, e até lhes parece perigoso que outros tenham tais planos e se arroguem o direito de decidir o caminho que todos devemos seguir.

Quais são as idéias econômicas em que se baseiam os liberais?

A idéia mais marcante é a que defende o livre mercado, em lugar da planificação estatal. Já na década de 20 o filósofo liberal austríaco Ludwig von Mises demonstrou que, nas sociedades complexas, não seria possível planejar de modo centralizado o desenvolvimento, já que o cálculo econômico seria impossível. Mises afirmou com muita precisão (contrariando as correntes socialistas e populistas da época) que qualquer tentativa de fixar artificialmente a quantidade de bens e serviços a serem produzidos, assim como os preços correspondentes, conduziria ao desabastecimento e à pobreza.

Von Mises demonstrou que o mercado (a livre concorrência nas atividades econômicas por parte de milhões de pessoas que tomam constantemente milhões de decisões voltadas à satisfação de suas necessidades da melhor maneira possível) gerava uma ordem natural espontânea infinitamente mais harmoniosa e criadora de riquezas que a ordem artificial daqueles que pretendiam planificar e dirigir a atividades econômica. Obviamente, daí se depreende que os liberais, em linhas gerais, não acreditam em controle de preços e salários, nem em subsídios que privilegiam uma atividade em detrimento das demais.

O mercado, em sua livre concorrência, não conduziria à pobreza de uns em benefício de outros?

Absolutamente não. Quando as pessoas, atuando dentro das regras do jogo, buscam seu próprio bem-estar costumam beneficiar a coletividade. Outro grande filósofo liberal, Joseph Schumpeter, também austríaco, estabeleceu que não há estímulo mais positivo para a economia do que a atividade incessante dos empresários e industriais que seguem o impulso de suas próprias urgência psicológicas e emocionais. Os benefícios coletivos que derivam da ambição pessoal superam em muito o fato, também indubitável, de que surgem diferenças no grau de acúmulo de riquezas entre os diferentes membros de uma comunidade. Porém, quem melhor resumiu tal situação foi um dos líderes chineses da era pós-maoísta ao reconhecer, melancolicamente, que “ao impedir que uns poucos chineses andassem de Rolls Royce, condenamos centenas de milhões de pessoas a utilizar bicicletas para sempre”.

Se o papel do Estado não é planejar a economia nem construir uma sociedade igualitária, qual seria sua principal função de acordo com os liberais?

Essencialmente, a principal função do Estado deve ser a de manter a ordem e garantir que as leis sejam cumpridas. A igualdade que os liberais almejam não é a utopia de que todos obtenham os mesmos resultados, e sim a de que todos tenham as mesmas possibilidades de lutar para conseguir os melhores resultados. Nesse sentido, uma boa educação e uma boa saúde devem ser os pontos de partida para uma vida melhor.


Como deve ser o Estado idealizado pelos liberais?

Assim como os liberais têm suas próprias idéias sobre a economia, também possuem sua visão particular do Estado: os liberais são inequivocamente democratas, acreditando no governo eleito pela maioria dentro de parâmetros jurídicos que respeitem os direitos inalienáveis das minorias. Tal democracia, para que faça jus ao nome, deve ser multipartidária e organizar-se de acordo com o princípio da divisão de poderes.

Embora esta não seja uma condição indispensável, os liberais preferem o sistema parlamentar de governo porque este reflete melhor a diversidade da sociedade e é mais flexível no que se refere à possibilidade de mudanças de governo quando a opinião publica assim o exigir.

Por outro lado, o liberalismo contemporâneo tem gerado fecundas reflexões sobre como devem ser as constituições. Friedrich von Hayek, Prêmio Nobel de economia, produziu obras muito esclarecedoras a esse respeito. Mais recentemente, Ronald Coase, também agraciado com o Prêmio Nobel (1991), tratou em seus trabalhos da relação entre a lei, a propriedade intelectual e o desenvolvimento econômico.

Essa é a idéia sucinta de Estado liberal; mas como os liberais vêem o governo, ou seja, aquele grupo de pessoas selecionadas para administrar o Estado?

Os liberais acreditam que o governo deve ser reduzido, porque a experiência lhes ensinou que as burocracias estatais tendem a crescer parasitariamente, ou passam a abusar dos poderes que lhes são conferidos e empregam mal os recursos da sociedade.

Porém, o fato de que o governo tenha tamanho reduzido não quer dizer que ele deva ser débil. Pelo contrário, deve ser forte para fazer cumprir a lei, manter a paz e a concórdia entre os cidadãos e proteger a nação de ameaças externas.

Um governo com essas características não estaria abdicando da função que lhe foi atribuída, de redistribuir as riquezas, eliminar as injustiças e de ser o motor da economia?

Os liberais consideram que, na prática, infelizmente os governos não costumam representar os interesses de toda a sociedade, e sim que se habituam a privilegiar seus eleitores ou determinados grupos de pressão. Os liberais, de certa forma, suspeitam das intenções da classe política e não têm muitas ilusões a respeito da eficiência dos governos. Por isso o liberalismo sempre se coloca na posição de crítico permanente das funções dos servidores públicos, razão pela qual vê com grande ceticismo essa função do governo de redistribuidor da renda, eliminador de injustiças ou “motor da economia”.

Outro grande pensador liberal, James Buchanan, Prêmio Nobel de economia e membro da escola da Public Choice (Escolha Pública), originária de sua cátedra na Universidade de Virgínia, EUA, desenvolveu esse tema mais profundamente. Resumindo suas idéias sobre o assunto, qualquer decisão do governo acarreta um custo perfeitamente quantificável, e os cidadãos têm o dever e o direito de exigir que os gastos públicos revertam em benefício da sociedade como um todo, e não dos interesses dos políticos.

Isso quer dizer que os liberais não atribuem ao governo a responsabilidade de lutar pela justiça social?

Os liberais preferem que essa responsabilidade repouse nos ombros da sociedade civil e se canalize por intermédio da iniciativa privada, e não por meio de governos perdulários e incompetentes, que não sofrem as conseqüências da freqüente irresponsabilidade dos burocratas ou de políticos eleitos menos cuidadosos.

Finalmente, não há nenhuma razão especial que justifique que os governos se dediquem obrigatoriamente a tarefas como transportar pessoas pelas estradas, limpar as ruas ou vacinar contra o tifo. Tais atividades devem ser bem executadas e ao menor custo possível, mas seguramente esse tipo de trabalho é feito com muito mais eficiência pelo setor privado. Quando os liberais defendem a primazia da propriedade não o fazem por ambição, mas pela convicção de que é infinitamente melhor para os indivíduos e para o conjunto da sociedade.

Em inglês a palavra liberal tem aparentemente um significado diverso do que aqui se descreve. Em que se diferencia o liberalismo norte-americano daquilo que na Europa ou na América Latina se chama de liberalismo?

O idioma inglês se apropriou da palavra liberal do espanhol e lhe deu um significado diferente. Em linhas gerais, pode-se dizer que em matéria de economia o liberalismo europeu ou latino-americano é muito diferente do liberalismo norte-americano. Isto é, o liberal norte-americano costuma tirar a responsabilidade dos indivíduos e passá-la ao Estado. Daí o conceito de estado de bem-estar social ou “welfare state”, que redistribui por meio de pressões fiscais as riquezas geradas pela sociedade. Para os liberais latino-americanos e europeus, como se viu antes, esta não é uma função primordial do Estado, pois o que se consegue por essa via não é um maior grau de justiça social, mas apenas níveis geralmente insuportáveis de corrupção, ineficiência e mau uso de verbas públicas, o que acaba por empobrecer o conjunto da população.

De qualquer forma, o pensamento dos liberais europeus e latino-americanos coincide com o dos liberais norte-americanos em matéria jurídica e em certos temas sociais. Para os liberais norte-americanos, europeus e latino-americanos o respeito das garantias individuais e a defesa do constitucionalismo são conquistas irrenunciáveis da humanidade.

Qual a diferença entre o liberalismo e a social-democracia?

A social-democracia realça a busca de uma sociedade igualitária, e costuma identificar os interesses do Estado com os dos setores proletários ou assalariados. O liberalismo, por seu turno, não é classista e sobrepõe a seus objetivos e valores a busca da liberdade individual.

Em que se diferenciam os liberais dos conservadores?

Embora haja uma certa coincidência entre liberais e conservadores no que se refere à análise econômica, as duas correntes se separam no campo das liberdades individuais. Para os conservadores o mais importante é a ordem; já os liberais estão dispostos a conviver com aquilo de que não gostam e são sempre capazes de tolerar respeitosamente os comportamentos sociais que se afastam dos padrões das maiorias. Para os liberais, a tolerância é a chave da convivência, e a persuasão é o elemento básico para o estabelecimento das hierarquias. Essa visão nem sempre prevalece entre os conservadores.

Em que se diferenciam os liberais dos democrata-cristãos?

Mesmo quando a democracia cristã moderna não é confessional, uma certa concepção transcendental dos seres humanos aparece entre suas premissas básicas. Os liberais, por sua vez, são totalmente laicos e não julgam as crenças religiosas das pessoas. Pode-se perfeitamente ser liberal e crente, liberal e agnóstico ou liberal e ateu. A religião simplesmente não pertence ao mundo das preocupações liberais (ao menos em nossos dias), embora seja essencial para o liberal respeitar profundamente esse aspecto da natureza humana. Por outro lado, os liberais não compartilham com a democracia cristã (ou, pelo menos, com algumas das tendências que se abrigam sob esse nome) um certo dirigismo econômico que normalmente é chamado de social-cristianismo.

* Carlos Alberto Montaner nasceu em Havana, Cuba, em 1943. É professor universitário, jornalista e autor de vários ensaios e obras como: Informe Secreto sobre la Revolución Cubana (1975), 200 Años de Gringos (1976), El Ojo del Ciclón (1979), Cuba, Claves para una Consciencia en Crisis (1984), Para un Continente Imaginario (1986). Escreve uma coluna semanal reproduzida em dezenas de jornais dos EUA, da América Latina e da Espanha.

Alberto Benegas Lynch é doutor em Economia e em Ciências de Administração. Preside a Seção de Ciências Econômicas da Academia Nacional de Ciências  Argentina e vice-presidente-investigador senior da Fundação Friedrich A. von Hayek. Escreveu onze livros e ensina desde os 35 anos em universidades de Argentina e do exterior. É professor visitante da Universidad Francisco Marroquín e membro da Mont Pelerin Society.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Socialismo na Real: Canibalismo de novo

Enquanto o ditador Kim Jong-Un gasta milhões para construir armas nucleares,
a população come os próprios filhos enlouquecida pela fome
O Socialismo na real resulta no exato oposto da teoria. Se, no papel, sua grande bandeira é o combate às injustiças sociais, na prática, sem nenhuma exceção, resultou apenas e tão somente em regimes totalitários, destruição econômica, mortes em massa por fome ou execuções sumárias ou em campos de concentração. Sem falar na total perda das liberdades civis das vítimas sobreviventes.

Um dos flagelos, provocado por essa ideologia sinistra, foi e continua sendo, em muitos países, os casos de canibalismo inclusive de pais contra filhos, enlouquecidos pela fome. Em vários países que sucumbiram a regimes dessa natureza, houve registros dessa prática. Daí, em parte, a história de que "comunistas comem criancinhas", frase que os ainda defensores dessas ideias nefastas costumam utilizar para desqualificar seus críticos pois estes seriam, ao dizer "semelhante absurdo", apenas uns direitistas mitômanos e paranoicos. 

Em agosto do ano passado, escrevi um texto sobre o assunto, intitulado Comunista comia mesmo criancinhas? Os macabros fatos que levaram a essa frase! onde, com base em sólidas referências (inclusive com texto de livro em anexo), procurei tirar o risinho cínico ou ignorante dos lábios que sempre afirmaram ser os relatos de canibalismo, nos países socialistas/comunistas, mera paranoia.

Na semana passada, notícias da Coreia do Norte e da Venezuela vieram para corroborar ainda mais o já sabido: canibalismo combina com socialismo. Se na Venezuela do chamado socialismo do século XXI, as pessoas enfrentam o desabastecimento e longas filas para comprar até papel higiênico como em Cuba (outra prisão comuna), apesar do país ter uma das maiores reservas de petróleo do mundo, na Coréia do Norte do socialismo do século XX, as pessoas estão literalmente comendo seus próprios filhos em função de mais uma onda de fome. Enquanto isso, o delirante ditador local, Kim Jong-Un, vive como nababo, desfrutando das benesses do capitalismo, e gastando os tubos para construir mísseis nucleares a fim de jogá-los contra os países vizinhos, em particular a Coreia do Sul, e alhures. 

Seguem abaixo um texto (mais link com outras informações sobre o assunto) e três vídeos a respeito do tema em pauta. Um dos vídeos é sobre a crise de desabastecimento na Venezuela, com consumidores em desespero para levar o máximo de frangos para casa (vai lá saber quando terão de novo a rara penosa). E os outros dois, bem como o texto, são sobre os casos de canibalismo na Coreia do Norte. Como estamos às voltas, aqui no Brasil também, com pessoas que defendem esse tipo de ideologia, o socialismo, que é uma receita para o fracasso em todos os sentidos, bom que mais gente conheça no que  DE FATO ele resulta. 

Coreia do Norte enfrenta acusações de canibalismo devido à fome no país
Agência japonesa está utilizando cidadãos norte-coreanos para coletar informações dentro do país

Relatos aterrorizantes de norte-coreanos devorando pessoas para saciar a fome — em alguns casos os próprios filhos — tomaram conta do noticiário internacional nos últimos dias. As informações expõem o desastre humanitário pelo qual o país oriental pode estar enfrentando.

Os primeiros relatos foram publicados no último domingo (27) pelo diário britânico The Sunday Times. O jornal compilou o trabalho de repórteres independentes que foram enviados à Coreia do Norte pela agência de notícias Asia Press, com sede em Osaka, no Japão.

A Asia Press informa que possui uma rede dos chamados “jornalistas-cidadãos” dentro da Coreia do Norte. Os “citizen journalists” (termo em inglês) são pessoas comuns que atuam como jornalistas, coletando informações e produzindo notícias.

De acordo com a reportagem do Sunday Times, um homem foi recentemente fuzilado no país por ter matado e devorado seus dois filhos, no que foi descrito como um "ataque de fome".

O diário informa ainda que a fome teria matado cerca de 10 mil pessoas no país somente em 2012.

Outras histórias similares foram descritas pelos jornalistas-cidadãos. Em um dos casos, um senhor desenterrou o próprio neto e canibalizou o corpo da criança para não morrer de fome.

Uma terceira pessoa, “enlouquecida pela fome”, diz o jornal, ferveu o próprio filho para se alimentar.

As dezenas de entrevistas e relatórios coletados levaram a Asia Press a concluir que, somente em 2012, mais de 10 mil pessoas morreram por causa da fome no país comandado por Kim Jong-un.

A agência de notícias asiática compilou um relatório de 12 páginas com os relatos de canibalismo no país.

Um membro da empresa comentou a situação norte-coreana.

— É particularmente chocante os numerosos testemunhos que nos atingem sobre os casos de canibalismo.

Fonte: R7

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Vários títulos em Ciências Humanas para se baixar gratuitamente

Liderado pelas Editoras da Fio Cruz (Fundação Oswaldo Cruz), UFBA (Uni­versidade Federal da Bahia), Unesp(Universidade Es­tadual Paulista), e Fapesp (Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo) o projeto “SciELO Livros”, disponibilizou aproximadamente 300 livros, científicos e técnicos, para download. O projeto visa à publicação online de coleções de livros de caráter científico, editados, prioritariamente, por instituições acadêmicas. Os livros, que estão disponíveis nos formatos ePUB e PDF, são formatados de acordo com padrões internacionais e podem ser lidos no próprio site ou baixados integralmente sem nenhum custo.

O objetivo do projeto é “aumentar a visibilidade, acessibilidade, o uso e impacto dos livros, e contribuir para o aprimoramento continuado das capacidades das editoras participantes em gestão de processos de edição, publicação e comercialização online de livros”.


Boa leitura!

Fonte: Canal do Ensino

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

11 de março: data marcada para proibição de testes em animais na UE

A mais justa das causas porque fala por quem não tem voz
A proibição de testes em animais na UE já tem data marcada
Por Liliana Pinho

A luta

Em 1991, a organização BUAV (fundadora da Cruelty Free International) criou a Coligação Europeia para a Abolição das Experiências com Animais em toda a Europa (ECEAE), com o objetivo de acabar com os testes de cosméticos em animais. Em 1993, a The Body Shop foi a primeira empresa de produtos de beleza a solidarizar-se com a campanha e a abolir as experiências animais. Em 1996 foi apresentada uma petição à Comissão Europeia, com quatro milhões de assinaturas, e que continua a receber subscrições. Em 2012, a BUAV deu vida à Cruelty Free International, a primeira organização mundial dedicada exclusivamente a banir os testes de cosméticos em animais no mundo.

11 de março pode ser o dia em que a União Europeia (UE) vai proibir a importação e venda de produtos cosméticos testados em animais, segundo um comissário europeu. As organizações de defesa dos animais já estão em contagem decrescente.

A luta dos ativistas pelos direitos dos animais pode estar perto de uma nova vitória. Segundo Tonio Borg, Comissário Europeu da Saúde e Defesa do Consumidor, que deu a conhecer a informação, a importação e venda de cosméticos testados em animais vai mesmo ser proibida na União Europeia (UE), a partir de 11 de março deste ano.

“Acredito que a proibição deverá entrar em vigor em março de 2013, pois o Parlamento e o Conselho já decidiram”, lê-se na carta que Borg endereçou aos ativistas, divulgada pela Newswire. O comissário acrescenta ainda que a proibição não deve ser “adiada ou revogada”, já que esta decisão já vinha sendo planejada e consequentemente adiada desde 2009.

Esta medida vai impedir a venda de todos os produtos e ingredientes cosméticos na União Europeia, dos sabonetes às pastas de dentes, que tenham sido testados em animais – seja qual for a parte do mundo em que tal tenha acontecido.

Várias organizações já estão em contagem decrescente

A novidade está a deixar várias entidades satisfeitas, principalmente a cadeia The Body Shop e a organização Cruelty Free International que há mais de 20 anos levam a cabo uma campanha pelo fim dos testes em animais.

Paul McGreevy, diretor de valores internacionais da The Body Shop, realçou a “grande conquista” que considera como o esperado “encerramento de um capítulo”, já que, afirma, “o futuro da beleza deve ser sem crueldade”. Michelle Thew, diretora executiva da Cruelty Free International, garante que esta decisão é só o começo e diz continuar a lutar “para garantir que o resto do mundo seguirá o mesmo caminho”, disse .

Os defensores dos animais já estão em contagem decrescente para a data marcada e já têm algumas iniciativas comemorativas programadas. Mais mais importante ainda, esperam conseguir assim “inspirar” outros países a banir os testes em animais, como é o caso da China.

Fonte: JPN

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Pelo dia de Ayn Rand, um texto da escritora sobre aborto

Hoje, 2 de fevereiro, é o aniversário de nascimento de Ayn Rand, uma das mais polêmicas escritoras e filósofas do século passado e ainda da atualidade. É cativante sua defesa radical do indivíduo contra a opressão do Estado e das religiões que tentam nos sufocar em nome da abnegação de nosso potencial humano em prol de coletivismos de quaisquer naturezas. 

Naturalmente, não apóio tudo que afirmava (mesmo porque algumas visões são datadas), mas concordo no todo com o ideal de liberdade individual que a animava e sua defesa da afirmação das pessoas pela inteligência, a criatividade, o esforço, o mérito. Concordo porque a liberdade me é por demais cara, como na definição de nossa querida Cecília Meirelles: "Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda." (Cecília Meireles)

Assim, pelo aniversário da escritora, posto um texto seu sobre o aborto, esse tema tão controverso a respeito do qual ela tinha opinião coerente com sua filosofia de defesa da liberdade dos seres humanos de ambos os sexos, não apenas do masculino. Traduzi e editei o texto, pois o original é formado de trechos de textos dela e ficou meio repetitivo, mas deixo ao final link para a versão integral. Deixo também um vídeo com a voz de Rand falando sobre o tema e legendagem em espanhol. 

Aborto

Ayn Rand

Um embrião não tem direitos. Os direitos não pertencem a um ser potencial, somente a um ser real. Potencialidade não é o mesmo que realidade, e o feto não pode adquirir nenhum direito até que nasça. Os que vivem tem precedência sobre os que ainda não vivem (os não-nascidos). Uma definição apropriada, filosoficamente válida, de ser humano como “animal racional”, não permite que se atribua condição de “pessoa” a umas poucas células humanas.

O aborto é um direito moral que cabe exclusivamente à mulher exercer ou não. Moralmente, não há nada, além de sua vontade, que deva ser considerado. Quem poderia racionalmente ter direito  de impor a outro o que deve fazer com as funções de seu próprio corpo? Com que direito alguém pode se achar no direito de dispor das vidas de outros e de decretar suas decisões pessoais?

Não importa a ridiculez malvada de se afirmar que um embrião tem “direito à vida”. Um pedaço de protoplasma não tem direitos e não tem vida no sentido humano da palavra. Equiparar algo potencial com algo real é cruel; advogar pelo sacrifício da mulher em prol do feto é abominável. Observem que ao atribuir direitos aos não-nascidos, quer dizer, aos não-vivos, os antiabortistas destroem os direitos dos vivos: o direito dos jovens a determinar o curso de suas próprias vidas.

A tarefa de criar um filho é uma enorme responsabilidade que dura toda a vida e que ninguém deve empreender de forma irresponsável ou contra vontade. A procriação não é um dever: os seres humanos não são animais de cria em uma granja. Para as pessoas responsáveis, uma gravidez indesejada é um desastre. Opor-se ao direito da mulher de interrompê-la é propugnar seu sacrifício  não em benefício de alguém mas sim em prol da própria miséria, com o real objetivo de proibir a felicidade e a realização dos efetivamente vivos.

A questão do aborto implica muito mais do que a interrupção de uma gravidez: é uma questão que abrange a vida toda dos pais. Como disse anteriormente, a paternidade é uma enorme responsabilidade, uma responsabilidade impossível para jovens, principalmente pobres que são ambiciosos e estão lutando para se afirmar, porém não querem abandonar o recém-nascido em algum umbral ou dá-lo para adoção. Para estes jovens, a gravidez é uma sentença de morte: a paternidade os obriga a renunciar a seu futuro e os condena a uma vida de trabalho penoso e desolador, de escravidão às necessidades físicas e financeiras da criação de um filho A situação de uma mãe solteira, abandonada por seu amante, é ainda pior.

Não consigo realmente imaginar o estado mental de uma pessoa que deseja condenar outro ser humano à semelhante horror. Não posso conceber o grau de ódio necessário para impulsionar até mulheres a sair por aí fazendo cruzadas contra o aborto. É ódio o que revelam, não amor pelos embriões, algo aliás impossível de se sentir  de fato. É um ódio virulento, que, a julgar por seu grau de intensidade, revela problemas de autoestima e um medo metafísico. O ódio dos antiabortistas é dirigido contra os seres humanos como tais, contra a mente, contra a razão, contra a ambição, contra o êxito, contra o amor, contra qualquer valor que traga felicidade à vida humana. Contra a vida, portanto, embora, como reflexo da desonestidade que domina o campo intelectual de hoje, paradoxalmente se autodenominem “pró-vida.”

A capacidade de procriar não passa de um potencial que a humanidade não está obrigada a  realizar. A decisão de ter ou não ter filhos é moralmente opcional. A natureza dota os seres humanos com uma gama de possibilidades, mas eles é que devem decidir quais capacidades exercer, de acordo com sua própria hierarquia de objetivos e valores racionais.

O simples fato de o ser humano ter capacidade de matar não quer dizer que seja seu dever converter-se em assassino. Da mesma forma o simples fato de ter a capacidade de  procriar não quer dizer que seja seu dever cometer suicídio espiritual e tornar a procriação o objetivo principal da vida, como se fosse um animal de criação.

Para um animal, os cuidados com seus pequenos se dão em ciclos temporais. Para o ser humano, é uma responsabilidade para toda a vida, uma grande responsabilidade que não se deve  assumir sem causa, sem pensar, ou por acidente.

Com relação aos aspectos morais do controle da natalidade, o direito primário em pauta não é o “direito” de um não-nascido, nem da família,  nem da sociedade, nem de Deus. O direito primário é aquele que – em meio ao clamor público atual sobre o tema – poucas vezes se tem tido a coragem  de defender: o direito da mulher e do homem à sua própria vida e felicidade, o direito de cada indivíduo de não ser tratado como simples meio para qualquer fim.

Fonte: Objetivismo 

Leituras correlatas
Ayn Rand: homenagem a uma mulher notável no dia internacional da mulher!
Ayn Rand não era conservadora
Tantas leis que se torna impossível não violar alguma 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Brasil do Avesso: Associação Brasileira de Imprensa sedia ataque de Dirceu à imprensa!?

Zé Dirceu não aceita as ações da Justiça


Dirceu diz que mídia ataca políticos para evitar regulação

Em encontro que pediu anulação do julgamento do mensalão, ele afirma que acuar Congresso é meio de chegar a um golpe


Felipe Werneck

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 10 meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha, o ex-ministro petista José Dirceu afirmou ontem que meios de comunicação monopolizados atacam a classe política para evitar a regulação da mídia no País. "É o caminho das ditaduras, uma tentativa de desmoralizar a política, os políticos e o Congresso", discursou Dirceu durante ato "Pela Anulação do Julgamento do Mensalão" no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio.

Segundo Dirceu, a divulgação "desequilibrada" de escândalos políticos pela mídia tem o objetivo de "manter o Congresso de joelhos". "No dia em que o Congresso não tiver medo da Globo, da mídia, faz a regulação", discursou. O ex-ministro incitou a plateia de cerca de 600 pessoas a lutar contra o que chamou de "ofensiva contra o companheiro Lula e o governo Dilma". Segundo ele, manter o Congresso acuado é "uma forma de criar condições para amanhã dar um golpe ilegal".

O ex-presidente do PT se disse vítima de uma campanha da imprensa "como se tivesse enriquecido no governo Lula e com o mensalão". Dirceu também atacou o STF, afirmando que um ministro do Supremo não fala em nome da nação. "Quem fala é a presidenta e o Parlamento."

Para ele, o julgamento colocou em risco e violou não apenas direitos individuais, mas a democracia. O ex-ministro disse que se trata de uma "luta longa que está só começando" e que vai percorrer "todo o Brasil" para mostrar que, segundo afirma, não houve direito de defesa no julgamento. "Pode ser regime fechado, segurança máxima ou solitária, mas não vou me calar", concluiu, referindo-se à sua pena e ao périplo que iniciou pelo País. "Precisamos enfrentar a ofensiva que a direita está fazendo contra o nosso projeto político."

'Pangarés'. Dirceu chegou ao prédio acompanhado do cineasta Luiz Carlos Barreto, o Barretão. Seu discurso foi antecedido por palestras de um advogado, três jornalistas e dois sindicalistas que contestaram o resultado do julgamento do Supremo.

Sentado na primeira fila, de bermuda e sandália, o militante petista e ex-dirigente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, também condenado pelo STF, chorou quando teve seu nome citado. Sua mulher, Andréa Haas, levantou-se e declarou: "Somos pangarés que ajudaram a eleger o Lula. Sempre trabalhamos pelo PT e pedimos que não sejamos esquecidos, como até hoje fomos. Queremos que os ministros do STF revejam os erros que cometeram. Isso é contra a democracia."

Fonte: O Estado de S.Paulo (Rio)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Igualitarismo equivocado: Dinamarca quer que os cortes de cabelos de homens e mulheres custem o mesmo

Dilema dos cabeleireiros na Dinamarca:
Como cobrar o mesmo preço para cortes diferentes?
Após o fim das ditaduras militares na América Latina, do franquismo e do salazarismo na Espanha e em Portugal e, sobretudo, do fim do comunismo, pensei - e não só eu - que a democracia e a liberdade prevaleceriam e se espalhariam pelo mundo. 

Ledo engano. Já na própria década de noventa, os autoritários de diversos tipos, políticos e religiosos, começaram a se rearticular e tramar sua volta ao palco político. Hoje estamos aí de novo às voltas com socialistas populistas e conservadores obscurantistas se digladiando para ver quem ganha a batalha do poder de nos impor sua agenda liberticida.  

Em relação a esses agentes políticos, de qualquer forma, tais ações não são nenhuma novidade, pois a história de ambos é marcada pelo autoritarismo. O que não se esperava é que os movimentos sociais dos anos 60, nascidos libertários, iriam se transformar dos anos 90 em diante, também em sujeitos políticos autoritários via o que ficou conhecido como politicamente correto. Das reivindicações de igualdade de direitos e oportunidades entre todas as pessoas, esses movimentos descambaram para reivindicações generalizantes de igualdade à revelia das diferenças concretas entre os indivíduos e as situações. 

No momento, na Dinamarca, na esteira do avanço da igualdade entre os sexos, o Conselho para Tratamento Igualitário local decidiu que as diferenças de valor entre os cortes de cabelos entre homens e mulheres são ilegais e que os cabeleireiros devem cobrar o mesmo dos clientes e das clientes nos salões.
 
Um sindicato de cabeleireiros afirmou que a decisão - obviamente - é absurda, pois, em geral, leva-se mais tempo e gasta-se mais produtos com os cortes femininos do que com os masculinos.

Os indignados com a decisão esdrúxula apelaram para a Justiça, e agora uma corte decidirá  se os cabeleireiros terão que encontrar uma nova forma de cobrar por seus serviços com base no tempo dispendido com os cortes ou no padrão do corte.  

Connie Mikkelsen, presidente da organização dinamarquesa de cabeleireiros e esteticistas independentes, declarou que a medida, se efetivamente aprovada, levará ao caos financeiro e a conflitos com os clientes.
 
Os países nórdicos alcançaram os índices mundiais mais altos no quesito da igualdade de gênero. No caso da Dinamarca, ela ocupa o sétimo lugar, entre 135 países, no índice de igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, em áreas como economia, política, educação e saúde.

Entretanto, parece que já tendo obtido índices tão altos de igualitarismo, os países nórdicos ficaram confusos com o sentido da palavra igualdade e resolveram extrapolar. Pouco tempo atrás, na Suécia, um parlamentar resolveu propor um projeto para obrigar homens a fazer pipi sentados, por questões de higiene (assim se justificou). Agora, na Dinamarca, saem-se com essa história de preços iguais para cortes de cabelo feminino e masculino, a despeito das diferenças que, em geral, existem entre ambos.

Se continuarmos nessa toada de confundir igualdade com homogeneidade, pior ainda pela imposição de governos, o futuro da humanidade não será promissor nem em termos econômicos nem de justiça.

Com informações do Daily Mail Online

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Com os documentos nas nuvens: sites de armazenamento de documentos




Muita gente ainda reluta, mas é cada vez maior o número de pessoas que opta por guardar seus documentos em sites de armazenamento. Para quem cogita usar os serviços, seguem abaixo 4 dicas de sites do gênero. Clique nos nomes dos sites para acessá-los.

Dropbox
Um dos precursores dos serviços de armazenamento online, o Dropbox tem várias vantagens. Ele possui aplicativos oficiais em praticamente todas as plataformas, seja no desktop, smartphone ou tablet. A lista de apps para smartphone que lêem e gravam arquivos diretamente do Dropbox é extensa. Mas o serviço também tem pontos fracos. O principal é o espaço oferecido gratuitamente, de 2 GB. É suficiente para documentos e planilhas, mas não para fotos e vídeos. É possível receber espaço extra, sincronizando imagens de câmeras e smartphones e indicando amigos. Os valores dos planos pagos do Dropbox são bem mais altos do que os de seus principais concorrentes.

Plataformas: Windows, Mac, Linux, Android, iOS, BlackBerry / Tamanho máximo do arquivo: 2 GB / Espaço gratuito: 2 GB/ Plano pago mais barato: 9,99 dólares por mês [10 GB] / É a melhor opção para: todos os usos, desde que não haja a necessidade de um espaço gratuito maior

Em abril, a Microsoft adicionou os recursos de sin-cronia ao serviço de HD online Skydrive, tornando-o mais completo. Mas ainda assim ele parece um pouco verde. Seu ponto forte está no espaço gratuito, maior do q"ue o oferecido pelo Dropbox. Quem já utilizava o serviço e o acessou até o final de abril conseguiu manter o espaço original gratuito do Skydrive, de 25 GB. Os novos usuários recebem 7 GB. Os planos pagos têm preços acessíveis. Outra vantagem é a possibilidade de compartilhar arquivos usando links reduzidos do Bit.ly. Isso permite a visualização de estatísticas e outros dados úteis fornecidos pelo encurtador de URLs.

Plataformas: Windows, Mac, iGS, Windows Phone/Tamanho máximo do arquivo:  2 GB, Espaço gratuito: 7 BB / Plano pago mais barato: 10 dólares ao ano [adiciona 20 GB] / É a melhor opção para:  guardar muitos arquivos e compartilhá-los na web.

Um dos mais novos serviços de armazenamento online conta com uma vantagem em relação aos concorrentes: a integração direta com o Google Does. Como muita gente utiliza as planilhas e documentos online do Google, compartilhar um arquivo pelo novo serviço fica bem mais fácil. Além disso, a empresa deverá adicionar recursos para facilitar a gravação de anexos no Drive, assim como o envio rápido de arquivos pelo Gmail. Outra provável vantagem vem da compra pelo Google do app Quickoffice, que permite aos usuários acessar e editar documentos do pacote Office, produzido pela Microsoft. Ele deverá ser integrado de forma mais profunda ao Drive, dando mais opções a quem usa smartphones e tablets.

Plataformas: Windows, Mac, Android /Tamanho máximo do arquivo:  10 GB, Espaço gratuito:  GB / Plano pago mais barato: 2,49 dólares ao mês [25 GB]/ É a melhor opção para:  quem já centraliza documentos e planilhas no GoogleDocs

Apesar de ser o menos conhecido entre os serviços testados, o SugarSync tem vários pontos fortes. Ele roda nas principais plataformas para desktop, smartphone e tablet. Além disso, tem mais opções para resolver problemas de sincronia, como quando o mesmo arquivo é editado em vários computadores diferentes, O Dropbox mantém ambas as cópias com nomes distintos, enquanto o SugarSync tenta verificar o conteúdo do arquivo, além da data de modificação, para facilitar a decisão de qual item será mantido. Por ser um serviço quase tão antigo quanto o Dropbox, o SugarSync permite a integração com vários programas para smartphones e tablets

Plataformas: Windows V3C Android, iOS, BlackBerry / Tamanho máximo do arquivo:  não tem limite / Espaço gratuito: 5 GB/ Plano pago mais barato: 4,99 dólares ao mês: [30 GB] / É a melhor opção para:  trabalhar simultaneamente com várias máquinas, com opções avançadas de sincronia.

Com informações da revista INFO

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Exposição sobre o rock paulistano dos anos 70

Mutantes, destaque do rock da década de 70

Vai até 10 de março, no Sesc Belenzinho o projeto Sonoridades – São Paulo Rock 70. Essa é a segunda edição do projeto, que traz, além de uma programação de shows (R$ 24), uma exposição sobre as bandas e artistas que definiram uma estética que consolidou o rock no Brasil nessa década. A entrada é livre.

A exposição SP Rock 70 Imagem, com curadoria de Moisés Santana, aberta em 19 de janeiro e  exibe fotos das bandas e capas de seus discos na São Paulo dos anos 1970.
Entre os fotógrafos estão Ana Arantes, Antonio Freitas, Carlos Hyra, Flavia Lobo, Hermano Penna, Leila Lisboa, Márcia Rebello, Mario Luiz Thompson e Vania Toledo.

E capas de Apokalypsis, Arnaldo Baptista, Casa das Máquinas, Joelho de Porco, Made in Brazil, Mutantes, Odair Cabeça de Poeta & grupo Capote, Patrulha do Espaço, Sá, Rodrix & Guarabyra, Papa Poluição, Rita Lee & Tutti Frutti, Sindicato, Terreno Baldio, entre outros.

Os fotógrafos, artistas gráficos e plásticos da exposição também viviam o momento de descobrir e inventar inspirados no rock’n'roll.

Documentário

A exposição tem ainda a exibição de trechos do documentário SP ROCK-70 DOC, dirigido por Moisés Santana.

O filme faz um panorama da cena musical em São Paulo por meio de alguns dos seus principais personagens. São entrevistas com integrantes de bandas como Made in Brazil (Oswaldo Vecchione), Joelho de Porco (Próspero Albanese), Zé Brasil (Apokalypsis), Sérgio Hinds e César de Mercês (O Terço), Luiz Carlini (Tutti Frutti), Pedrão Baldanza (Som Nosso de Cada Dia), Terreno Baldio (João Kurk), Lucinha Turnbull, dentre outros.

Até 10/03
Terças, Quartas, Quintas e Sextas das 10:00 às 21:00
Sábados e Domingos das 10:00 às 18:00

SESC BELENZINHO
http://www.sescsp.org.br/sesc
Rua Padre Adelino, 1000
elenzinho - Leste
(11) 2076-9700

Segue abaixo um outro documentário sobre o Rock dos anos 70 feito pela 4P Produções para entrar no clima da época.

Com informações do Catraca Livre
Fonte do Vídeo:  4P Produções apresenta Rock 70

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