8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A revolta de Atlas, o filme!

A Revolta de Atlas Parte 1
Em março deste ano, atualizei uma postagem sobre Ayn Rand, Ayn Rand: homenagem a uma mulher notável no dia internacional da mulher!, de onde transcrevo o trecho que se segue à guisa de apresentação da versão cinematográfica da primeira parte da trilogia A Revolta de Atlas (a segunda está prevista para outubro nos EUA).

Ainda que o filme, que posto abaixo, tenha sido muito criticado, por razões várias, ele pode dar uma ideia da obra da autora russa-americana e servir como introdução à leitura (fundamental) da famosa trilogia. Como mais um incentivo à leitura, adianto que o cenário descrito por Ayn Rand, em seu livro, lembra muito o espírito dos tempos que temos vivido no Brasil desde 2003.  Posto ainda outro vídeo sobre as lições de A Revolta de Atlas para nossas sociedades atuais.   

A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged, 1957)

A Revolta de Atlas é a obra-prima de Ayn Rand e considerada um dos grandes romances de ideias de todos os tempos. Nela, através de um enredo que mescla suspense e filosofia, a escritora russa-americana expõe seu ideário. Num mundo governado por repúblicas autoritárias coletivistas, os EUA rumam para o mesmo destino, com seu governo criando tantos obstáculos à livre iniciativa das pessoas, sob pretexto de igualitarismo, que os principais líderes da indústria, do empresariado, das ciências e das artes, liderados por um misterioso John Galt, decidem fazer uma greve de cérebros.

Em outras palavras, aqueles que sustentam o país (daí a referência à figura de Atlas, o titã da mitologia grega, que sustenta o mundo nos ombros) somem literalmente do mapa deixando a sociedade à própria sorte. O Estado se apossa de suas propriedades e invenções, mas não é capaz de mantê-las funcionando porque não tem competência para tal, atravancado pela burocracia e pela corrupção e infestado de medíocres e parasitas de toda ordem (qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência). Para saber o resultado dessa greve, é preciso ler os três volumes desse épico da liberdade que é A Revolta de Atlas.

Abaixo link para a segunda e terça partes de A Revolta de Atlas
https://www.dropbox.com/s/u2xikcvoe6j7rss/Atlas.Shrugged.2.2012.avi?dl=0 https://www.dropbox.com/s/dkctn7ojj9co5u1/A%20Revolta%20de%20Atlas%20III.mp4?dl=0
Fonte: Portal Libertarianismo

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Diga-me com quem andas que te direi quem és: esquerdistas, islâmicos e nazistas

Imã Hach Amin Al-Husseini e Hitler
Se houver 10% de esquerdistas que possam ser considerados democráticos é muito. Geralmente, esses democráticos são os representantes da social-democracia de fato (não de fachada), à parte possíveis críticas ao estado de bem-estar social. O resto é autoritária de natureza e sempre será. Reuniram-se com Ahmadinejad, em junho, por ocasião da Rio +20 como outrora se reuniram com Hitler, que - por sua vez - teve o apoio do fundador do nacionalismo islâmico Hach Amin Al-Husseini na sua política de extermínio dos judeus durante a segunda guerra mundial.

O objetivo de toda essa gente fina foi e continua sendo a destruição das democracias ocidentais e a instalação de regimes totalitários mundo afora. Unem-se agora, em torno desse objetivo comum, e depois se matam, se for o caso. O objetivo dos islâmicos é exterminar os judeus, os cristãos, os budistas, etc. e islamizar o planeta. Estão destruindo igrejas e matando cristãos a rodo nos países árabes enquanto, na Europa e nos EUA, escudando-se no equivocado  politicamente correto, recusam qualquer tentativa de fazê-los adaptar-se aos valores ocidentais, acusando quem os cobra de racistas, islamofóbicos. Tudo isso sob o silêncio cúmplice da imprensa internacional tomada por alienados de vários matizes. A propósito, matéria da Época sobre o tema: Cristofobia

Os inocentes úteis que apoiam a esquerda do Foro de São Paulo que aí está cavam devagarzinho a própria cova. As democracias ocidentais são cheias de imperfeições, como imperfeitos são os seres humanos, mas, perto do que as viúvas do Muro de Berlim são capazes de produzir, tornam-se o paraíso na Terra.

Posto um vídeo à guisa de ilustração. A imagem está ruinzinha mas a legenda é em espanhol, o que facilita a compreensão. Vejam Hitler com o tal Al-Husseini e as declarações mais recentes de líderes islâmicos, incluindo o famigerado Ahmadinejad. Chama-se Hitler y el líder palestino.

Lembremos ainda que a imprensa internacional (latino-americana em particular) vive acusando o tiranete Hugo Chávez, também do Foro de São Paulo, de financiar o desenvolvimento da bomba nuclear do Irã e de estar abrindo espaço para terroristas islâmicos em nosso continente. Lembre, a respeito do apoio de Chávez ao presidente do Irã, entrevista do embaixador israelense em Montevidéu, Dori Goren, ao jornal uruguaio El País. 

Em outras palavras, fiquem bem espertos nas próximas eleições para não bancar os coveiros de si mesmos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Clipping legal: Jornais internacionais acompanham julgamento do mensalão

Falta um no banco de réus
O mensalão, aquele evento que o PT quer proibir de ser chamado pelo nome. também é notícia internacional. O portal Exame selecionou trechos de  jornais internacionais que estão acompanhando a cobertura do julgamento do maior escândalo de corrupção da história do Brasil. 
Veja:
É o “Mensalão scandal”, como escreveu o britânico The Guardian, um dos únicos a ignorar a língua inglesa e adotar a palavra em sua totalidade, mostrando o potencial do termo cunhado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, hoje um dos réus, ainda em 2005.
Os destaques da imprensa internacional mostram interesses diferentes. Enquanto o Brasil se pergunta se o ministro do STF Dias Toffoli deveria participar do julgamento, o argentino Clarín argumenta que o problema é o ministro Gilmar Mendes, que teria se beneficiado do episódio conhecido como mensalão mineiro.
Lula – o “The Man” de Barack Obama – ganha destaque negativo: para a Bloomberg, o julgamento pode “esfriar” o legado do ex-presidente.
El País – Espanha
“O julgamento vai revelar se o Brasil seguirá mergulhado em um mar de corrupção que banha todas as instâncias. Muitos juízes alertam que “os brasileiros não agüentam mais.” O célebre romancista João Ubaldo Ribeiro, ironicamente, chegou a dizer que os políticos conseguiram que o sonho de toda família brasileira seja contar entre os seus membros com um político corrupto que vá resolver todos os seus problemas.”
Clarín – Argentina
“Embora seja uma sentença muito aguardada por alguns setores do governo e da oposição, não parece simples. Um dos 11 juízes do Tribunal tem denúncias contra ele. Trata-se de Gilmar Mendes, de quem se diz ter sido beneficiado por um esquema semelhante de corrupção montado em 1998 em Minas Gerais pelo ex-governador daquele estado, o social-democrata Eduardo Azeredo. Coincidentemente, os circuitos de dinheiro que impulsionaram esse governador também foram comandados pelo publicitário Marcos Valério.”
Bloomberg – EUA
“Isso vai provocar uma revisão histórica do governo Lula e pode acabar com sua imagem como um semi-Deus”, João Augusto de Castro Neves, analista do Eurasia Group, disse por telefone, de Washington. “Seu papel na política brasileira está desaparecendo e o julgamento pode acelerar esse processo.”  Uma sentença dura no caso poderia convencer muitos brasileiros, especialmente da crescente classe média do país, que a impunidade e a corrupção não são inevitáveis, disse Ben Ross Schneider, o diretor do programa do Brasil em Cambridge Massachusetts Institute of Technology. “Seria um divisor de águas”, disse Schneider em uma entrevista. “Tem havido muitos escândalos no Brasil, mas poucos julgamentos”.
CBS – EUA
“Apesar dos detalhes do que alguns chamam de o maior caso de corrupção política na história do Brasil, o julgamento do Supremo Tribunal também está sendo saudado como um sinal de saúde política em um país onde o serviço público tem sido marcado por corrupção e impunidade. Percebido dentro deste cenário, alguns analistas dizem que o caso é um farol de esperança para um Brasil melhor.”
The Guardian – Reino Unido
“O escândalo do mensalão não é o único grande caso de corrupção a aparecer nas manchetes nas últimas semanas, com outras questões levantando a probidade das próprias organizações que deveriam estar investigando crimes. O investigador da polícia de Wilton Tapajós Macedo foi morto no mês passado, enquanto regava as flores no túmulo de seus pais. De perto, dois tiros foram o suficiente. Um passou pelo templo, o outro através da garganta.”
CNN – EUA
“A mídia brasileira está chamando de “o julgamento do século”. O julgamento deve durar um mês e pode manchar o legado do Partido dos Trabalhadores e de Lula antes das eleições municipais. Mas a atual presidente Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores, nunca foi conectada ao escândalo. Na verdade, Dilma Rousseff goza de uma forte taxa de aprovação de 77%. A visão de muitos brasileiros é que ela tomou uma posição firme contra a corrupção, despedindo seis ministros suspeitos de desvios.”

Fonte: IMIL

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Feliz niver, Caetano!

Caetano Veloso faz hoje 70 anos e ganha disco-tributo chamado A Tribute to Caetano Veloso, com a participação dos Mutantes, Seu Jorge, Marcelo Camelo, Tulipa Ruiz, Beck, The Magic Numbers, CéU, Jorge Drexler. 

Um dos melhores letristas da MPB, um dos mentores da Tropicália, último movimento de vanguarda cultural no Brasil, e ícone de toda uma geração, o baiano merece as homenagens pelo grande artista que sempre foi e continua sendo.

Faço minha modesta homenagem ao sr. Veloso, postando algumas de suas músicas - apenas algumas que me vêm à cabeça -, músicas de diferentes momentos de sua carreira, na voz de sua principal intérprete, Gal Costa, e de sua atual parceira, Maria Gadú. 

Transcrevo também dois versos das músicas postadas abaixo, de teor político, e bem atuais:

"Será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América Católica que sempre precisará de ridículos tiranos (Podres Poderes)" e "Meu amor, Tudo em volta está deserto tudo certo, Tudo certo como dois e dois são cinco (Como dois e dois)".

E também um verso lírico de Você é Linda: "Você me deixa a rua deserta, quando atravessa e não olha pra trás. Linda e sabe viver, você me faz feliz, essa canção é só pra dizer e diz (Você é linda)".

Atualização: Acrescento agora, abaixo dos vídeos, a versão digital da autobiografia de Caetano Veloso, Verdade Tropical. Apreciem!  













caetano veloso - verdade tropical [pdf]

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Uma fábula sobre a fé nas pessoas livres: Eu, o Lápis!

Eu, o lápis, sou fruto da natureza
 e da energia criativa humana 
Raramente paramos para pensar no processo de produção de todas as coisas que consumimos. Elas nos chegam prontas e, na correria do dia-a-dia e da vida em geral, assumimos que são naturalmente assim. Entretanto, o processo de produção de um simples lápis envolve vários materiais em sua composição bem como a criatividade e o esforço de muitos seres humanos.

O texto Eu, O Lápis: minha árvore genealógica, de Leonard Read mostra a complexa composição de um lápis e faz profissão de fé nas pessoas livres que o produzem. Concordo inteiramente.

Ao fim do texto, uma animação que resume a parábola de Eu, O Lápis, na voz do economista Milton Friedman, cujo centenário de nascimento foi comemorado no último 31 de julho. A fonte tanto do texto quanto da animação é o site Ordem Livre Vale a leitura e a visualização da animação.

Eu, o Lápis: minha árvore genealógica

por Leonard Read

Eu sou um lápis de grafite – daqueles lápis comuns de madeira, conhecidos de todas as crianças e adultos que sabem ler e escrever.

Escrever é minha vocação e minha profissão; é tudo o que eu faço.

Você pode se perguntar o que me leva a escrever uma genealogia. Bem, pra começar, minha história é interessante. E, depois, sou um mistério – mais do que uma árvore ou um pôr-do-sol ou até mesmo do que um relâmpago. Mas, infelizmente, sou considerado uma dádiva por aqueles que me usam, como se eu fosse um mero incidente, sem um passado cheio de experiências. Essa atitude desdenhosa relega-me ao nível da banalidade. Esse é um tipo de erro lamentável no qual a humanidade não pode persistir por muito tempo sem riscos. Como o sábio G. K. Chesterton observou, “Nossa decadência vem da falta de maravilhamento, não da falta de maravilhas.”

Eu, o Lápis, apesar de parecer simples, mereço seu maravilhamento e espanto, como tentarei demonstrar. Na verdade, se você tentar me compreender – não, isso é pedir demais – se você puder perceber a maravilha que eu simbolizo, você pode ajudar a salvar a liberdade que a humanidade está infelizmente perdendo. Tenho uma lição profunda para ensinar. E posso ensiná-la melhor do que um automóvel ou um avião ou uma máquina lava-louças porque… bem, porque eu sou aparentemente tão simples.

Simples? Ainda assim, não há uma única pessoa na face da terra que consiga me produzir. Parece fantástico, não? Especialmente quando se descobre que existem em torno de um a um bilhão e meio da membros da minha espécie produzidos nos EUA a cada ano.

Pegue-me e dê uma boa olhada. O que você vê? Não há muito o que contemplar: madeira, verniz, a marca impressa, a ponta de grafite, um pouco de metal e uma borracha.

Inumeráveis antepassados

Do mesmo modo que você não pode rastrear o passado de sua árvore genealógica até muito longe, para mim é impossível nomear e explicar todos os meus antepassados. Mas eu gostaria de citar alguns deles para que você se impressione com a riqueza e complexidade do meu passado.

Minha árvore genealógica começa com uma árvore de verdade, um cedro nascido da semente que cresce no nordeste da Califórnia e no Óregon. Agora visualize todas as serras e caminhões e cordas e outros incontáveis instrumentos usados para cortar e carregar os troncos de cedro até a beira da ferrovia. Pense em todas as pessoas e suas inumeráveis capacidades que concorreram para minha fabricação: a mineração de metais, a fabricação do aço e seu refinamento em serras, machados, motores, toda o trabalho que faz as plantas passarem por vários estágios até tornarem fortes cordas; os campos da lenharia com suas camas e refeitórios, a cozinha e a produção de toda a comida. Milhares de pessoas têm participação em cada copo de café que os lenhadores bebem.

Os troncos são enviados para uma serraria em San Leandro, Califórnia. Você pode imaginar os indivíduos que fizeram os vagões e os trilhos e as locomotivas e que construíram e instalaram os sistemas de comunicação para tudo isso? Essas multidões estão entre os meus antepassados.

Considere o trabalho da serraria em San Leandro. Os troncos de cedro são cortados em pequenas tiras do comprimento de um lápis com menos de 7 milímetros. Eles são cozidos no forno e então tingidos pela mesma razão que as mulheres colocam maquiagem em seus rostos. As pessoas preferem que eu tenha uma aparência bonita, e não um branco pálido. As tiras são enceradas e levadas ao forno novamente. Quantas habilidades foram necessárias para a fabricação da tintura e dos fornos, para prover o calor, a luz e a eletricidade, os cintos, os motores, e tudo o mais que uma serraria requer? Faxineiros da serraria entre os meus antepassados? Sim, e também os homens que despejaram o concreto para a represa da hidroelétrica da Pacific Gas & Electric Company que forneceu a energia da serraria!

E não esqueça os antepassados presentes e distantes que participaram do transporte das sessenta cargas de tiras através do país.

Na fábrica de lápis – $4.000.000 em maquinário e construção, tudo capital acumulado pelos meus pais econômicos e frugais – uma máquina complexa faz oito entalhes em cada tira, e depois disso outra máquina deposita a ponta, aplica a cola e coloca outra tira em cima – um sanduíche de grafite, por assim dizer. Sete irmãos e eu somos mecanicamente esculpidos nesse sanduíche de madeira.

Minha ponta também é complexa. O grafite vem de minas no Sri Lanka. Pense nos mineradores, naqueles que fabricam suas diversas ferramentas, nos fabricantes dos sacos de papel nos quais envia-se o grafite, naqueles que fazem os cordões que amarram os sacos, naqueles que os embarcam nos navios e naqueles que fabricam os navios. Até os mantenedores do farol auxiliaram o meu nascimento – além dos navegadores do porto.

O grafite é misturado com argila do Mississipi, em cujo processo de refinamento se usa hidróxido de amônio. Agentes umidificantes são então adicionados, como sebo sulfonado – gorduras animais com ácido sulfúrico. Depois de passar por numerosas máquinas, a mistura finalmente surge na forma de filetes expelidos – como se saíssem de um moedor de carne – cortados no tamanho certo, secos e assados por horas a mais de 1000 graus Celsius. Para alisar e aumentar sua resistência, as pontas são então tratadas com uma mistura quente que inclui cera candelilla do México, parafina e gorduras naturais hidrogenadas.

Minha madeira recebe seis camadas de verniz. Você sabe todos os ingredientes do verniz? Quem poderia imaginar que os cultivadores de mamona e os refinadores de óleo de mamona fazem parte? Mas fazem. Aliás, até os processos pelos quais o verniz adquire um belo tom de amarelo envolvem a perícia de mais pessoas do que qualquer um pode enumerar!

Observe minha marca. Ela é um filme formado pela aplicação de calor sobre carbono negro misturado com resinas. Como se faz resinas e, me diga, o que é carbono negro?

Meu pedaço de metal – o anel – é latão. Pense em todas as pessoas que mineram zinco e cobre e naqueles que possuem as habilidades para fazer brilhantes placas de latão desses produtos da natureza. As pequenas manilhas no meu anel são níquel preto. O que é níquel preto e como ele é aplicado? A história completa sobre o porquê do centro do meu anel não possuir níquel preto levaria páginas para explicar.

Então há a minha gloriosa coroação, a borracha, a parte que o homem usa para apagar os erros que ele comete comigo. São os ingredientes abrasivos que apagam. Produtos feitos pela reação do óleo de semente de colza das colônias holandesas com cloreto sulfúrico. A borracha, contrária ao senso comum, é só para dar consistência. Então, também, há numerosos agentes vulcanizantes e aceleradores. A lixa vem da Itália; e o pigmento que colore a borracha é o sulfato de cádmio.

Ninguém sabe

Alguém deseja contestar minha afirmação anterior de que não há sequer uma pessoa na face da terra que saiba como me fazer?

Realmente, milhões de seres humanos participaram da minha criação, e nenhum deles conhece mais do que alguns dos outros. Agora, você pode dizer que estou indo longe demais ao relacionar os colhedores de café no Brasil, e em outros lugares, à minha criação, que essa é uma posição extremada. Mantenho minha posição. Não há uma única pessoa em todos esse milhões, incluindo o presidente da companhia de lápis, que contribiu mais do que uma mínima, ínfima porção de know-how. Do ponto de vista do know-how a única diferença entre o minerador da grafite e o lenhador em Óregon é o tipo do know-how. Nem o minerador nem o lenhador pode ser dispensado, tampouco se pode dispensar o químico da fábrica ou o trabalhador do petróleo – já que a parafina é um subproduto do petróleo.

Aqui vai um fato assombroso: nem o trabalhador do petróleo, nem o químico, nem o escavador do grafite ou da argila, nem os homens que fazem os navios ou trens ou caminhões, nem aquele que controla a máquina que arremata meu pedaço de metal, nem o presidente da companhia fazem seu trabalho particular porque eles me querem. Cada um me deseja menos, talvez, do que uma criança na primeira série. Sem dúvida, existem alguns nesta vasta multidão que nunca viram um lápis ou não sabem como utilizá-lo. Sua motivação é outra. É mais ou menos assim: Cada um desses milhões vê que ele pode, deste modo, trocar seu pequenino know-how pelos bens e serviços que deseja ou necessita. E eu posso estar ou não entre esses itens.

Sem uma mente superior

Há um fato ainda mais espantoso: a ausência de uma mente superior, de alguém ditando, ou direcionando forçosamente essas incontáveis ações que me permitem existir. Não há sinal da existência dessa pessoa. Em vez disso, nós encontramos o trabalho da mão invisível. Esse é o mistério a que me referi anteriormente.

Diz-se que “apenas Deus pode fazer uma árvore”. Por que concordamos com isso? Não é porque percebemos que nós mesmos não conseguimos fazer uma? Conseguimos realmente explicar uma árvore? Não, exceto em termos superficiais. Podemos dizer, por exemplo, que uma determinada configuração molecular se manifesta como uma árvore. Mas qual é o intelecto entre os homens que poderia sequer memorizar as constantes mudanças que acontecem na extensão da vida de uma árvore? Essa façanha é absolutamente impensável!

Eu, o Lápis, sou uma combinação complexa de milagres: árvore, zinco, cobre, grafite e muito mais. Mas, a esses milagres que se manifestam na natureza, um milagre ainda mais extraordinário foi adicionado: a disposição das energias criativas humanas – milhões de minúsculos know-hows configurando natural e espontaneamente uma resposta à necessidade e ao desejo humano, sem precisar de qualquer mente superior! Se apenas Deus pode fazer uma árvore, também insisto que apenas Deus pode me fazer. Homens não conseguem dirigir esses milhões de know-hows para me trazer à “vida” mais do que conseguem ajustar as moléculas para criar uma árvore.

O parágrafo anterior mostra o que procurei expressar quando disse “se você puder perceber a maravilha que eu simbolizo, você pode ajudar a salvar a liberdade que a humanidade infelizmente está perdendo”. Se alguém atentar para o fato de que esses know-hows irão naturalmente, até mesmo automaticamente, arranjar-se em padrões produtivos e criativos em resposta às necessidades e demandas humanas – ou seja, na ausência de um governo ou qualquer outra mente superior coercitiva – então este alguém possuirá um ingrediente absolutamente essencial para a liberdade – a fé nas pessoas livres. A liberdade é impossível sem essa fé.

Uma vez que o governo tenha o monopólio de uma atividade criativa como, por exemplo, a entrega de correspondências, a maioria dos indivíduos passou a acreditar que as cartas não poderiam ser entregues eficientemente pela ação livre dos homens. E aqui está a razão: cada um reconhece que ele próprio não sabe como fazer acontecer todas as circunstâncias para a entrega de correspondências. Essas suposições estão corretas. Nenhum indivíduo possui conhecimento suficiente para efetuar a entrega de correspondências para toda a nação mais do que algum indivíduo possui conhecimento suficiente para fazer um lápis. Agora, na ausência da fé nas pessoas livres – sem a percepção de que milhões de pequeninos know-hows podem natural e miraculosamente formarem e cooperarem para satisfazer suas necessidades – o indivíduo só pode concluir equivocadamente que a correspondência só pode ser entregue graças à “mente superior” do governo.

Fartura de testemunhos

Se eu, o Lápis, fosse o único item que pudesse oferecer testemunho sobre o que homens e mulheres podem realizar quando têm liberdade para experimentar, então aqueles com pouca fé teriam um argumento justo. No entanto, há fartura de testemunhos: estão à nossa volta, ao nosso alcance. A entrega de correspondência é muitíssimo simples quando comparada com, por exemplo, a fabricação de um automóvel ou uma calculadora ou uma máquina agrícola ou dezenas de milhares de outras coisas. Entrega? Aliás, onde os homens puderam se aventurar nessa área, eles conseguiram fazer a entrega da voz humana em menos de um segundo: entregam um evento visualmente e em movimento na casa de qualquer pessoa no momento em que está acontecendo; entregam 150 passageiros de Seattle a Baltimore em menos de quatro horas; entregam gás do Texas ao fogão ou fornalha de alguém em Nova York por preços inacreditavelmente baixos e sem subsídio; entregam um quilo de óleo do Golfo Pérsico no oeste americano – meia volta ao mundo – por menos do que o governo cobra para entregar uma carta de 50 gramas ao outro lado da rua!

A lição que eu tenho para ensinar é a seguinte: não deixe as energias criativas permaneçam desimpedidas. Simplesmente organize a sociedade para agir em harmonia com essa lição. Deixe que os aparatos legais da sociedade removam todos os obstáculos da melhor forma possível. Permita que esses know-hows fluam livremente. Tenha fé que homens e mulheres irão responder à mão invisível. Essa fé será confirmada. Eu, o Lápis, aparentemente tão simples, ofereço o milagre da minha criação como um testemunho de que essa fé é real, tão real quanto o sol, a chuva, o cedro, tão real quanto a Terra

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