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A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

23 de agosto: Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários

Suecos comemoram o dia 23 de agosto
No ano passado, por ocasião da celebração do aniversário da Queda do Muro de Berlim, fiz uma postagem de onde retirei o texto que se segue (um trecho do texto integral). Como estamos novamente às voltas com regimes autoritários de esquerda agora no continente latino-americano e em nosso país, repetir a postagem sobre o dia 23 de agosto se torna imprescindível. Pouca gente sabe que o comunismo e o nazismo são apenas as duas faces da moeda totalitária, a cara e a coroa dos regimes de terror. Pouca gente sabe como Hitler e Stálin foram próximos. Muita gente ainda engole a conversinha mentirosa de que o comunismo visa lutar contra as injustiças e desigualdades do mundo capitalista. Melhor então conhecer as origens do totalitarismo vermelho.

Durante a Conferência de Praga Consciência Européia e o Comunismo, em junho de 2008, parlamentares da república da Tchecoslováquia redigiram a Declaração de Praga (veja tradução aqui), que convoca os países europeus a apoiarem a criação do Instituto da Memória e Consciência da Europa e a estabelecer legislação que permita aos tribunais de justiça julgar e condenar os culpados pelos crimes comunistas e compensar as vítimas do comunismo. Dessa conferência também saiu a proposta de tornar o dia 23 de agosto, dia do pacto nazi-comunista entre Hitler e Stálin de divisão da Europa (23/08/1939), como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários.

Em abril do ano passado (dia 02/04/09), igualmente o parlamento europeu aprovou, em resolução sobre a consciência europeia e o totalitarismo, o apoio ao dia 23 de agosto, como Dia da Memória das vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários, e a divulgação e a avaliação dos crimes cometidos pelos regimes comunistas totalitários.

A suástica e a foice e o martelo juntos
Neste momento em que, na América Latina, subprodutos da ideologia autoritária de esquerda assombram a vários países da região, seja na expressão do socialismo do século XXI de Hugo Chávez, clonado na Bolívia, Equador, Nicarágua, ou mesmo no autoritarismo popular ou subperonismo de Lula, como na definição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com ataques à liberdade de imprensa (cerceamento de jornais), ao Estado de Direito, a fazendas produtivas pelo MST, ao equilíbrio e à separação entre os poderes legislativo, executivo e judiciário, entre outros sintomas de erosão democrática, com ênfase para a corrupção, vale a pena se ver ou rever certas páginas tristes do século passado, por mais lastimáveis que sejam, a fim de evitar que elas não se repitam.

Também para quem deseja se aprofundar sobre o tema dos totalitarismos, é possível baixar dois e-books já clássicos sobre o assunto nos seguintes links: O Livro Negro do Comunismo e As origens do Totalitarismo .

Em As Origens do Totalitarismo, Hannah Arendt, compara brilhantemente o nazismo com o stalinismo. Em O Livro Negro do Comunismo, apresentam-se as seguintes cifras do genocídio provocado pelos regimes comunistas onde estes se instalaram. Os números são aproximados e há muita controvérsia sobre eles, com gente dizendo que estão superestimados ou subestimados, dependendo da cor ideológica do leitor e crítico. Seja como for, revela uma carnificina que deixa as ditaduras de direita no chinelo.

- URSS, 20 milhões de mortos,
- Camboja, 2 milhões de mortos,
- Leste Europeu, 1 milhão de mortos,
- China, 65 milhões de mortos,
- Vietnã, 1 milhão de mortos,
- Coreia do Norte, 2 milhões de mortos,
- América Latina, 150.000 mortos,
- África, 1,7 milhão de mortos,
- Afeganistão, 1,5 milhão de mortos,

- Movimento comunista internacional e partidos comunistas fora do poder, uma dezena de milhões de mortos. O total se aproxima da faixa dos cem milhões de mortos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Os dossiês do PT e a democracia ameaçada

Abaixo depoimento de Gerardo Xavier Santiago, ex-diretor da Previ, à revista Veja sobre como o fundo de pensão (uma instituição de poupança de direito privado cuja função é garantir a aposentadoria dos funcionários do Banco do Brasil), foi usado para interesses partidários a fim de espionar adversários políticos do PT. Embaixo transcrevo também artigo de minha xará, Míriam Leitão, sobre esse e mais outros esquemas escusos que ameaçam seriamente a democracia brasileira.


Segunda ameaça
Míriam Leitão

O Brasil perderá esta eleição, independentemente de quem vença, se ficarem consagrados comportamentos desviantes assustadoramente presentes na política brasileira. Uso de um fundo de pensão para construir falsas acusações contra adversários, funcionários da Receita acessando dados protegidos por sigilo, centrais de dossiês montados por pessoas próximas ao presidente.

A cada eleição, fatos estarrecedores têm sido aceitos como normais na paisagem política, e eles não são aceitáveis. Quando a Polícia Federal entrou no Hotel Ibis, em São Paulo, em 2006, e encontrou um grupo com a extravagante quantia de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo tentando comprar um dossiê falso, havia duas notícias. Uma boa: a PF continuava trabalhando de forma independente. A ruim: pessoas da copa, cozinha, churrasqueira e campanha do presidente da República e do candidato a governador pelo PT em São Paulo estavam com dinheiro sem origem comprovada e se preparando para um ato condenável. A pior notícia veio depois: eles ficaram impunes.

Nesta eleição, depoimentos e fatos mostram que estão virando parte da prática política, principalmente do PT, a construção de falsas acusações contra adversários, o trabalho de espionagem a partir da máquina pública, o uso político de locais que não pertencem aos partidos.
As notícias têm se repetido com assustadora frequência. O verdadeiro perigo é que se consagre esse tipo de método da luta política. A democracia não é ameaçada apenas quando militares saem dos quartéis e editam atos institucionais. Ela corre o risco de “avacalhação”, para usar palavra recente do presidente Lula, quando pediu respeito às leis criminosas do Irã.

Sobre o desrespeito às leis democráticas brasileiras, Lula não teme processo de “avacalhação”, pelo visto. A Receita Federal não presta as informações que tem o dever de prestar sobre os motivos que levaram seus funcionários a acessarem, sem qualquer justificativa funcional, os dados da declaração de imposto de renda do secretário-geral do PSDB, Eduardo Jorge. Nem mesmo explica como os dados foram vazados de lá. Se a Receita não divulgar o que foi que aconteceu, com transparência, ela faz dois desserviços: sonega ao país informações que têm o dever de prestar antes das eleições; mina a confiança que o país tem na instituição, porque sua direção está adiando, por cumplicidade eleitoral, a explicação sobre o que houve naquela repartição.

Nas últimas duas semanas, a “Veja” trouxe entrevistas de pessoas diretamente ligadas ao governo e que trabalham em múltiplos porões de campanha. O que eles demonstram é que aquele grupo de aloprados do Ibis não foi um fato isolado. Virou prática, hábito, rotina no Partido dos Trabalhadores. Geraldo Xavier Santiago, ex-diretor da Previ, contou à revista que o fundo de pensão, uma instituição de poupança de direito privado cuja função é garantir a aposentadoria dos funcionários do Banco do Brasil, era usada para interesses partidários. Com objetivos e métodos escusos. Virou uma central de espionagem de adversários políticos. Agora, é o sindicalista Wagner Cinchetto que fala de uma central de produção de espionagem e disparos contra adversários; não apenas tucanos, mas qualquer um que subisse nas pesquisas.

Esse submundo é um caso de polícia, mas há outros comportamentos de autoridades que passaram a ser considerados normais nas atuais eleições. E são distorções. Não é normal que todos os órgãos passem a funcionar como ecos do debate eleitoral, usando funcionários pagos com os salários de todos nós, estruturas mantidas pelos contribuintes. Todos os ministérios se mobilizam para consolidar as versões fantasiosas da candidata do governo ou atacar adversários, agindo como extensões do comitê de campanha. Isso é totalmente irregular. Na semana passada, até o Ministério da Fazenda fez isso. Um relatório que é divulgado de forma rotineira, virou palanque e peça de propaganda, com o ministro indo pessoalmente bater bumbo sobre gráficos manipulados para ampliar os feitos do atual governo e deprimir os do anterior. O que deveria ser técnico virou politiqueiro; o que deveria ser prestação de contas e análise de conjuntura virou peça de propaganda.

Um governo não pode usar dessa forma a máquina pública para se perpetuar; órgãos públicos não são subsedes de comitês de campanha; fundos de pensão não são central de fabricação de acusações falsas; o governo não pode usar os acessos que tem a dados dos cidadãos para espionar. Isso mina, desqualifica e põe em perigo a democracia. Ela pressupõe a neutralidade da máquina mesmo em momentos de paixão política. Nenhuma democracia consolidada aceitaria o que acontece aqui.

A Inglaterra acabou de passar por uma eleição cheia de paixões em que o governo trabalhista perdeu por pouco, mas não se viu lá nada do que aqui está sendo apresentado aos brasileiros com naturalidade, como parte da disputa política. Crime é crime. Luta política é um embate de propostas, estilos e visões. O perigoso é essa mistura. Como a História já cansou de demonstrar, democracia não significa apenas eleições periódicas. A manipulação da vontade do eleitor, o uso de meios ilícitos, o abuso do governante ameaçam a liberdade, tanto quanto um ato institucional.

Contra a censura ao Humor Político - Protesto no Rio!

Não sei se todo o mundo sabe, mas os humoristas estão proibidos de fazer piada com os candidatos. Considerando o caráter cada vez mais farsesco dessa eleição, com tanta coisa dita e feita a sério, que em países civilizados só poderia ser considerada piada, essa proibição é absurda e ridícula. Aliás, em países civilizados, humoristas podem exercer sua profissão e fazer humor em época eleitoral e fora dela sem intimidações e constrangimentos.

Aqui, de volta a tempos autoritários, cada vez mais vemos de novo a mão fechada da censura. Como no cartaz acima, quem diria que haveríamos de viver isso novamente. Pois, é! Pelo menos, os humoristas resolveram reagir e fazer um protesto no domingo agora, dia 22/05, às 15:00, em frente ao Copacabana Palace, no Rio. Estou ajudando a divulgar. Todos contra a censura. Quem puder, junte-se a eles pela liberdade.

Comerciais com cães! Para espairecer.

Tive cachorros quando criança até a juventude. Depois os gatos entraram na minha vida, pelas mãos do destino, e acabei me apaixonando irreversivelmente por eles. Mas mantenho os dogs no coração como todos os outros bichos aliás.

Passeando pela página de uma colega que cria galgos no orkut, encontrei um link para um site sobre esses animais com alguns vídeos bem divertidos. São comerciais, um do carro Xsara Picasso, onde a estrela é um whippet que corre quase tanto quanto o automóvel.

O outro é um comercial de um produto para fazer chapinha, da Phillips. A fala no final diz mais ou menos: alguns lindos cabelos lisos existem naturalmente. Para o resto de nós, o produto tal... A estrela do anúncio nesse caso é um imponente afghanhound com aquela cabeleira loura de dar inveja em qualquer mulher.

E o terceiro também tem como protagonista um afghanhound num comercial da cerveja Budweiser. Três mulheres estão naturalmente tomando cerveja na parte externa de um bar, quando uma delas vê um carro esporte, com um homem e uma "loura", que para no farol. Então, ela diz para uma das amigas: Ei, aquele não é seu namorado, Tom? E aparece o homem beijando e afagando a suposta loura para indignação da namorada. /lol/

 Muito bem bolados os três comerciais:





domingo, 15 de agosto de 2010

Práticas libertárias: homeschooling (ensino em casa)

Cleber Nunes e os filhos
Em listas de discussão na Web, muitas vezes já ridicularizaram, por ignorância, o fato de eu me identificar como libertária. A palavra libertária tem sido usada de forma tão confusa que muita gente, que de libertária não tem nada, ostenta a designação, desconhecendo o significado histórico dessa corrente política. No Brasil, inclusive, muitos porra-loucas, descendentes tardios da contracultura, do hippismo,  dizem-se libertários, confundindo dificuldade de aceitar limites com liberdade, abusando de clichês antiburgueses e se posicionando contra qualquer símbolo de autoridade.

De fato, contudo, a grosso modo, libertários são aquelas pessoas que lutam pelos direitos dos indivíduos contra o poder coercitivo do Estado e de outras instituições da sociedade. De vasto espectro político, definem-se como libertários os anarquistas tanto anticapitalistas quanto capitalistas e os liberais, além de outras tantas variantes entre eles. Em comum, a visão de que quanto menos o Estado interferir na vida da sociedade, dos indivíduos, melhor, havendo inclusive quem acredite na total abolição do Estado, posição que refuto por utópica. Nem preciso dizer que, com uma variação tão grande nesse espectro político, a disputa pelo título de verdadeiro libertário é intensa, com as diferentes correntes  desdenhando umas das outras.

Pessoalmente, acho que os anarquistas anticapitalistas acabam sendo muito contraditórios, pois que, embora queiram menos Estado e mais autogestão, como também elegeram o capitalismo como seu inimigo, acabam fazendo alianças com a esquerda autoritária e tragicomicamente ajudando a erigir o Estado totalitário tão apreciado por esse pessoal. Para os anarquistas dessa perspectiva tentarem construir algo novo, que vá além do Estado e do mercado, precisariam afastar-se da esquerda autoritária, como já acontece com algumas correntes nos EUA. Na América Latina, porém, continuam presos ao século XIX, aos textos do Bakunin e a uma retórica anticapitalista que não aponta para qualquer alternativa viável.

No que se refere à coerência, os anarquistas capitalistas e os liberais saem ganhando porque, de fato, embora o capitalismo não seja exatamente uma flor cheirosa, consegue sem dúvida garantir mais liberdade a um número maior de indivíduos, algo inconcebível nos regimes autoritários sejam de "esquerda" ou de "direita", onde o Estado busca controlar até a intimidade das pessoas. 

Enfim, nessa postagem apresento um vídeo que aborda o tema do homeschooling, o ensino em casa, prática muito comum nos países de língua inglesa,  recentemente liberado pelo Ministério da Educação do atual governo, em 22 de junho deste ano, não se sabe se por descuido, por ignorância, ou porque,  incapaz de dar educação minimamente razoável às crianças brasileiras, o Estado tenha decidido delegar a tarefa também aos país. A brecha na lei que permitiu a liberação do homeschooling, antes considerado criminoso (é mole?), suprimiu o ítem que obrigava a conclusão do Ensino Fundamental para obter o Certificado de Conclusão do Ensino Médio através do resultado do ENEM. Agora, para obtenção do certificado de conclusão do Ensino Médio, os(as) participantes devem:

a) Ter 18 (dezoito) anos completos até a data de realização da primeira prova do ENEM 2010;
b) Ter atingido o mínimo de 400 pontos em cada uma das áreas de conhecimento do ENEM;
c) Ter atingido o mínimo de 500 pontos na redação.”

Seja como for, trata-se de uma vitória, pois o homeschooling é uma prática libertária que dá aos pais a liberdade de ensinar seus filhos da maneira que consideram mais correta, coisa que nas escolas em geral não ocorre, principalmente nesses tempos de doutrinação esquerdistóide nos bancos escolares. Entretanto, vejam o calvário pelo qual passou o designer autodidata Cleber Nunes quando decidiu ensinar seus filhos por conta própria. É nessas horas que a gente se dá conta da absurda ingerência do Estado em nossas vidas que quer tutelar desde a educação das crianças até o nosso direito de morrer como e quando quiser. E tem gente que ainda acha pouco. Por último, esperemos que com essa mudança na lei, o Cleber agora possa recorrer das injustas acusações de que foi vítima.


"Homeschooling" - Cleber Nunes from Mises Brasil on Vimeo.

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