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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Quem coletivizou os discriminados foram os conservas enlatados e não a esquerda ou os próprios discriminados


O economista Rodrigo Constantino descobriu, no conservadorismo, um veio inesgotável de clichês e uma escada para vencer na vida (virou colunista da Veja agora). Embora continue se dizendo liberal (em detrimento dessa corrente de pensamento), cada vez mais escreve como conservador, com um pensamento crescentemente simplista e maniqueísta, não perdendo a chance de atacar os movimentos sociais e defender tradições (inclusive religiosas, embora se diga ateu). Sob o pretexto de criticar uma suposta coletivização que os movimentos sociais fariam dos indivíduos, neoconstantino, como agora é conhecido, atacou, em duas postagens da última semana, o movimento feminista, o negro e o LGBT.   

Constantino não gosta dos movimentos sociais em geral porque eles contestam as ideias mofadas que ele tem na cabeça e não porque coletivizam seja quem for. Para começo de conversa, é sempre bom lembrar que quem coletivizou vários segmentos da população, em categorias estanques negativadas e despidas de direitos, não foi nenhuma esquerda, ou os próprios discriminados, e sim a direita, sobretudo a conservadora. 

Não foram as vítimas das coletivizações que se colocaram numa situação de perda da individualidade só para contrariar os neoconstantinos e congêneres. Não foram os negros que se colocaram grilhões e amargaram voluntariamente séculos de escravidão e apartheid por gosto, por espírito masoquista.

Não foram as mulheres que se reduziram ao papel de empregadas de cama e mesa e incubadeiras e se privaram dos mais elementares direitos de cidadania só para se fazer de vítimas e reivindicar privilégios. 

Não foram os homossexuais que se patologizaram num suposto terceiro sexo, de supostas características comuns a todos os LGBT, vivendo à margem e sujeitos a todo tipo de violência por gosto e para igualmente reivindicar privilégios. 

Não, quem criou todas essas coletivizações foi a turma de conservas enlatados de tipos como Constantino. A esquerda, no máximo, pode ser responsabilizada por instrumentalizar essas categorias - que a turma de Constantino criou - e reafirmá-las para seus fins pouco democráticos. Mas ela não é geradora dessas coletivizações não. A César o que é de César, pois não? 

Então, esse discurso que busca atribuir aos movimentos sociais uma suposta coletivização dos discriminados, alijando-os de sua individualidade, é de fato mero ressentimento dos conservas enlatados por sua perda do poder de categorizar e marginalizar as pessoas como sempre fizeram. Os coletivizados, pelos conservas enlatados, pegaram os estigmas que lhes foram impostos e os transformaram em bandeiras de luta por igualdade de direitos, bandeiras estas que certos liberaizinhos de araque, como Constantino, só defendem da boca pra fora. Passaram a se autodefinir como bem entendem e a sonhar seus próprios sonhos. E os conservas enlatados não se conformam com isso, embora sejam os paladinos do conformismo em suas frequentes prédicas aos outros. Como se sabe, pimenta nos olhos alheios é refresco.

De fato, quem quer que as pessoas venham a ser medidas por sua individualidade e não por detalhes como sexo, etnia ou orientação sexual (para ficar nos exemplos citados), não pode ser contra movimentos que há séculos lutam para que isso exatamente venha a acontecer. Se, nas últimas décadas, a "esquerda" se apropriou desses movimentos e os adequou aos seus propósitos de lutas de classes várias é porque outras forças políticas e ideológicas não souberam fazer frente a essa cooptação. O discurso simplista e distorcido de Constantino & Cia neocon  é um exemplo contundente do que digo.  

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Querem acabar com a nossa raça: obrigando os mestiços a se dizerem negros

Os racistas brancos do século XIX e mesmo da primeira metade do século passado eram contra a miscigenação porque a consideravam a causa do subdesenvolvimento do país. A mistura da "raça" superior branca com as "raças" inferiores negra e indígena, resultando no mestiço, degenerava a todas, em especial a primeira, naturalmente, e produzia gente incapaz de levar o Brasil adiante. Nas palavras do naturalista suíço Louis Agassiz (1807-1873), citado por um famoso racista "científico", Nina Rodrigues, em seu As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil (1894):

“Qualquer um que duvide dos males da mistura de raças, e inclua por mal-entendida filantropia, a botar abaixo todas as barreiras que as separam, venha ao Brasil. Não poderá negar a deterioração decorrente da amálgama das raças mais geral aqui do que em qualquer outro país do mundo, e que vai apagando rapidamente as melhores qualidades do branco, do negro e do índio deixando um tipo indefinido, híbrido, deficiente em energia física e mental” (Citado em O Espetáculo das Raças, de Lilia M Schwarcz). 

Os racistas negros, deste início de século XXI, responsáveis pelas cotas raciais em universidades, serviços públicos e em qualquer lugar onde essa absurdidade venha a ser aceita também são contra a miscigenação. Nas palavras de um de seus expoentes, o antropólogo Kabengele Munanga, professor titular na USP:

"Os chamados mulatos têm seu patrimônio genético formado pela combinação dos cromossomos de branco e de negro, o que faz deles seres naturalmente ambivalentes, ou seja, a simbiose (...) do branco e do negro. (...) os mestiços são parcialmente negros, mas não o são totalmente por causa do sangue ou das gotas de sangue do branco que carregam. Os mestiços são também brancos, mas o são apenas parcialmente por causa do sangue do negro que carregam. 

"...Se no plano biológico, a ambiguidade dos mulatos é uma fatalidade da qual não podem escapar, no plano social e político-ideológico eles não podem permanecer (...) branco e negro; não podem se colocar numa posição de indiferença ou de neutralidade quanto a conflitos latentes ou reais que existem entre os dois grupos, aos quais pertencem, biológica e/ou etnicamente." (Citado em Monstros Tristonhos, de Demétrio Magnoli).

Este último parágrafo deixa claro que o racista negro Munanga, considera a mistura étnica uma fatalidade a qual o mestiço deve renegar, no plano político-ideológico, assumindo-se como branco ou negro. Se se assumir como negro, receberá, como num experimento comportamentalista, as benesses, dadas pelos engenheiros sociais negros, aos que endossam seu projeto de institucionalizar o racismo no Brasil. Se não se assumir, perderá as mamatas decorrentes da anuência com essa infâmia.

Com os vídeos abaixo, do site Nação Mestiça, exemplifico o que digo. Incrível que tenhamos chegado a esse ponto com a concordância da suprema corte do país. Nosso futuro tem tudo para ser bem negro. 





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