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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Mude o mundo: seja amiga de uma mulher


7 razões para você empoderar uma garota ao invés de explicar feminismo para um cara

Destaque: As mulheres não têm obrigação de explicar o conceito de feminismo para os homens
"Para isso existe o Google, não é mesmo?", brinca. Não é que os homens não precisam ficar a par dessa luta, muito pelo contrário, mas eles jamais serão os protagonistas dessa batalha. Por isso, é preferível, de acordo com a idealizadora da campanha, perder energia e ganhar tempo dando força às garotas a gastar saliva explicando a um rapaz o porquê do movimento ser tão importante. "Enquanto isso, muitas mulheres também continuam sem entender o motivo e elas devem ser as principais impactadas", esclarece.

A CAPRICHO, em parceria com a idealizadora da campanha, listou 7 motivos para você empoderar duas amigas e contribuir com essa corrente do amor:

1. O empoderamento quebra barreiras
Quando você dá poder a uma amiga, você dá voz aos sentimentos dela. É como se você desse um voto de confiança e acreditasse nela para valer! Parece algo meio bobo, mas é desse jeitinho que você vai superando as barreiras pratriarcais que existem há séculos. "Empoderando você encoraja. Não existe corpo ideal ou garota ideal. Existe o que você quiser que exista", esclarece Maynara.

2. Empoderar é bem melhor que competir
Você já deve ter escutado um menino ou até mesmo uma colega de sala dizer que garotas não têm amigas, pois são muito competitivas e até se vestem para impressionar as rivais. Quando você dá poder a uma menina, você acaba com toda essa rivalidade e, acredite, vive mil vezes mais leve sem toda essa cobrança. Maynara explica o motivo: "ouvimos o tempo todo que mulher não pode ser isso e não pode fazer aquilo, para não ficar mal falada, e que deve cuidar do corpo de tal forma para deixá-lo de acordo com os padrões de beleza. O machismo faz com que as garotas vivam em constante competição, quando, na verdade, deveriam ser pura e simplesmente aliadas".

3. Apoiar outras garotas é o princípio básico do feminismo
"A troca de experiências conforta uma parte das mulheres que se sente incomodada com a opressão e faz com que a outra metade, que, eventualmente, ainda não consegue enxergar o quão machista é a nossa sociedade, sinta-se tocada", conta Maynara. Afinal, os homens não precisam lutar a favor do movimento. 

4. Compartilhar experiências te faz abrir os olhos
"Eu já tive meus 13, 15, 17 anos. Você precisa ser uma boa filha, estar dentro dos padrões, mas não exagerar para não ficar com má fama. Precisa agradar um namorado e trocar de roupa quando ele disser que aquela está muito curta. Conhecer seu corpo e se descobrir, pois dizem que é importante, mas fazer isso sem se sentir culpada depois. Não é fácil, mas quando você descobre que acontece igual com a amiga, fica menos aterrorizante", afirma May. A mesma coisa acontece quando você descobre que não foi a única assediada no metrô, que não foi a única que se sentiu invadida por uma cantada no meio da rua ou que foi agarrada por um menino sem noção na festa e ainda precisou sorrir para não parecer grossa. A troca de vivências, de conselhos, de amor, é a saída. 

5. As mulheres não têm obrigação de explicar o conceito de feminismo para os homens
"Para isso existe o Google, não é mesmo?", brinca. Não é que os homens não precisam ficar a par dessa luta, muito pelo contrário, mas eles jamais serão os protagonistas dessa batalha. Por isso, é preferível, de acordo com a idealizadora da campanha, perder energia e ganhar tempo dando força às garotas a gastar saliva explicando a um rapaz o porquê do movimento ser tão importante. "Enquanto isso, muitas mulheres também continuam sem entender o motivo e elas devem ser as principais impactadas", esclarece.

6. Opressor e oprimido nem sempre convivem em harmonia
Para não falar nunca! Isso é justificado por um simples fato: o privilegiado nunca quer abdicar de tudo aquilo que lhe favorece. Fica muito difícil incluir o opressor dentro de um movimento de oprimidos. É por isso que a campanha da Maynara é e sempre será de menina para menina. "Muitos caras se dizem feministas para agradar, mas, na prática, continuam fazendo tudo aquilo que os tornam machistas".

7. Você é a primeira pessoa que precisa se libertar de estereótipos
Quando alguém te coloca láááá em cima, você não fica com uma sensação de "eu posso, eu consigo"? É esse sentimento que, muitas vezes, te dá coragem para ir além, se abrir, se aceitar, lutar por um sonho. Teoricamente, você tem liberdade de se vestir do jeito que bem entender, ficar com quem quiser e quando sentir vontade, se depilar com cera, com lâmina ou até mesmo não depilar. Contudo, na prática, as coisas não são tão simples. Muitas vezes, a garota não se sente segura para tomar tal decisão. Autoestima é o primeiro passo para a quebra de paradigmas. Como já dizia Demi Lovato: "minha armadura é feita de aço. Você não pode entrar nela. Sou uma guerreira e você nunca poderá me machucar!"

Para curtir a página da campanha "Empodere Duas Mulheres" no Facebook e saber mais sobre ela, clique aqui.

Fonte: Capricho, por Isabella Otto, 25/01/2015

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Em entrevista ao programa Grande Entrevista, do canal de televisão português RTP Informação, o cantor Ney Matogrosso apresenta a realidade brasileira sem retoques

Ney Matogrosso lavando nossa alma
Em entrevista ao programa Grande Entrevista, do canal de televisão português RTP Informação, o cantor Ney Matogrosso apresenta a realidade brasileira atual sem retoques e critica com veemência nossos políticos e governantes, em particular o PT. Diz ele, entre outras verdades que nós, brasileiros conscientes, estamos carecas de saber: "No PT, é muito mais visível a corrupção. Bem mais visível."

Sempre gostei do Ney como artista, mas não sabia que tinha essa consciência política e a coragem de dizer a verdade a respeito do país e de nossa malfadada classe política, em particular sobre a máfia fascista do PT. E ninguém vai poder dizer que ele disse o que disse porque é de direita, conservador, blá-blá-blá, porque sempre foi uma figura tida como progressista. Aliás, ninguém precisa ser conservador(a) para criticar o atual estado de coisas no Brasil. Qualquer um(a) que tenha - como se diz popularmente - um pouco de vergonha na cara não pode estar contente com nossa realidade nem pode aprovar o presente governo.


Abaixo a entrevista de Ney e - para lembrar de sua bela voz - a música O Patrão Nosso de Cada Dia que hoje virou tema da minissérie O Caçador.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fernando Gabeira: A esquerda sensata!

CORRUPÇÃO O jornalista Fernando Gabeira. “A condenação dos acusados
 no mensalão foi uma advertência” (Foto: André Arruda/ÉPOCA)
A entrevista de Gabeira à Época merece registro por ser exemplo de uma esquerda sensata, com o pé na realidade, que pode ser a interlocutora privilegiada das vozes liberais-libertárias que começam a se expandir no Brasil. 

Sublinho os trechos que me pareceram mais relevantes na versão impressa (se bem que a entrevista toda valha a pena) e destaco o seguinte trecho da fala do vídeo que segue ao fim da postagem.
"O que é uma atividade pedagógica para um black bloc? É quebrar, queimar, entende?, na perspectiva de que todo o mundo vá quebrar e queimar também. Na verdade, é uma expectativa equivocada porque a maioria da população brasileira desde aquela época (se refere à época da luta armada nos anos 60/70) rejeita as soluções violentas para a política."
Fernando Gabeira: "O Estado se tornou uma extensão do PT"
Afastado da política, o jornalista e escritor diz que ainda se considera de esquerda, critica os governos petistas e não vê mais o socialismo como alternativa viável

JOSÉ FUCS
Ex-guerrilheiro, ex-deputado federal, jornalista e escritor, Fernando Gabeira já se reinventou várias vezes. Aos 72 anos, decidiu deixar a política – embora continue filiado ao PV e ainda dê palestras ocasionais para militantes do partido – e voltar ao jornalismo. Em seus artigos, publicados quinzenalmente no jornal O Estado de S. Paulo, tem batido no PT, no governo e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gabeira lançará um programa de reportagens na GloboNews, com estreia prevista para domingo dia 8. Nesta entrevista a ÉPOCA, ele afirma que o socialismo deixou de ser uma opção viável de poder e critica o aparelhamento do Estado pelo PT. 

ÉPOCA – Ao longo de sua trajetória política, o senhor passou pela luta armada, pelo PT e pelo PV. Hoje tem sido um crítico do PT, do governo e da esquerda. O que aconteceu?
Fernando Gabeira – O que mais me incomoda é a sensação de que você é detentor de uma verdade importantíssima e de que todos os seus atos devem ser relevados por isso. O que me distingue dessa esquerda é que, para mim, os fins não justificam os meios. É preciso trabalhar dentro dos critérios democráticos. Também me incomoda que, uma vez no poder, eles se sentem os donos do Estado. O Estado brasileiro passou a ser uma extensão do PT. A política externa brasileira é do partido, e não nacional. Isso também me incomoda muito. O Brasil se apresenta ao mundo com as limitações mentais, ideológicas, do PT. Tenho vergonha de um presidente da República, como o Lula, que diz que a oposição no Irã parece uma torcida de futebol. Tenho vergonha de um presidente que diz que os presos políticos em Cuba são semelhantes aos presos comuns no Brasil. Ao se atrelar a alguns países da América do Sul, abandonando a possibilidade de relações com o resto do mundo, eles prestam um desserviço. Não que a integração regional não seja importante, mas o Brasil precisa se abrir também para outros centros, com uma capacidade tecnológica maior. Você não pode associar seu destino a esse grupo de países, como eles fizeram, por causas ideológicas.

ÉPOCA – Como o senhor analisa os 12 anos do PT no poder, com Lula e Dilma, do ponto de vista político?
Gabeira – Politicamente, o grande problema do PT foi ter prometido uma renovação ética no Brasil – e, ao chegar ao governo, aliar-se aos políticos que eles criticavam, recorrer aos mesmos métodos usados antes e incorporar outros igualmente condenáveis. Nesse aspecto, o PT significou algo muito negativo para o Brasil, porque, no fundo, dizia que quem propõe mudar ou traz a esperança está apenas enganando a população, e que os artífices da esperança são os mesmos que construirão uma nova armadilha. Isso acaba se transformando em aumento do voto nulo e do voto em branco. Leva a um rebaixamento da legitimidade do poder constituído.

ÉPOCA – Em sua opinião, a condenação dos réus no processo do mensalão poderá levar a uma mudança na forma de fazer política no Brasil?
Gabeira – Considero a condenação dos acusados no mensalão uma grande advertência. Primeiro, porque ataca a corrupção política. Segundo, porque mostra ao homem comum que o acesso à Justiça não é impossível. Eles gastaram mais de R$ 60 milhões com honorários de advogados e perderam. Isso traz uma expectativa de que haja mais cuidado na prática política e de que a Justiça seja feita com mais frequência. Agora, pelo que conheço do Congresso, jamais haverá mudança que não seja imposta. Eles só mudarão forçados pelo instinto de sobrevivência. Existe no Brasil uma tendência de o eleitor esquecer em quem votou. Esquecendo em quem votou, você não tem a quem cobrar. A população precisa ter o nível de vigilância e de cobrança permanente que os americanos têm em relação a seus congressistas."O brasileiro precisa cobrar seu congressista como os americanos cobram"

ÉPOCA – Até que ponto as manifestações de junho devem contribuir para essa mudança?
Gabeira – Essas manifestações foram muito positivas. Elas desfizeram a sensação de que tudo ia bem, de que vivíamos numa prosperidade e estávamos supersatisfeitos. Mostraram que a população está insatisfeita com os serviços que recebe pelos impostos que paga, com a corrupção e com o governo. Essa demonstração alterou muito o quadro, inclusive a psicologia e o comportamento dos próprios políticos. Pelo menos, aquela arrogância, aquela distância em relação à população, desapareceu. Isso tudo constituiu algo novo e bom no Brasil. Como todas as manifestações de massa, há um momento em que elas refluem. As pessoas não podem ficar permanentemente na rua, a não ser que haja um objetivo claro, que você esteja prestes a derrubar um governo. Não era esse o caso, uma vez que, no Brasil, vivemos numa democracia, e os governos se sucedem por eleições.

ÉPOCA – Como o senhor analisa a violência que tomou conta das manifestações?
Gabeira – Desde o princípio, houve atos de violência, contrapostos pela imensa maioria que participava da manifestação de forma pacífica. Uma vez que os grupos que se manifestavam pacificamente refluíram, sobrou o território para a violência. Hoje, você continua vendo as manifestações como se fossem uma continuidade daquelas que aconteceram em junho, mas não há vínculo real entre esse pessoal que está nas ruas e as multidões que, dois meses atrás, saíram às ruas das principais cidades do país.

ÉPOCA – Durante as manifestações de junho, surgiu o fenômeno da Mídia Ninja. Eles afirmam que a imprensa profissional é parcial. Como o senhor vê essa questão?
Gabeira – Se examinar friamente as manifestações, todos os temas levantados ali nasceram do trabalho da grande imprensa. Queiram ou não, as redes sociais metabolizam o material que vem da grande imprensa. Dentro de suas limitações, a grande imprensa tem de estar atenta a tudo. Se houver alguma coisa nas redes sociais para ela metabolizar, ela metaboliza também. Não tem espaço proibido. Então, não é justo dizer que a grande imprensa manipulou as informações sobre o que aconteceu nesse período. A grande imprensa denunciou insistentemente os fatos que indignaram as pessoas.

ÉPOCA – Parte do PT e outros grupos de esquerda têm uma visão semelhante da imprensa profissional e defendem o “controle social da mídia”. O que o senhor pensa disso?
Gabeira – Na Inglaterra, a partir da experiência dos tabloides, que romperam certos limites e invadiram a privacidade de autoridades e de cidadãos comuns para obter informações, caminhou-se no sentido de equacionar a questão. Só que lá quem comandou o processo foi um governo conservador, nitidamente desinteressado em controlar a imprensa. No Brasil, todas as manifestações em defesa do controle social da mídia surgem do PT, num contexto latino-americano em que os controles são, na verdade, tentativas de censura – com o uso de instrumentos clássicos da esquerda, chamados de “sociais”, mas que são aparelhados pela própria esquerda. Quando o PT diz “é preciso o controle social da mídia”, está dizendo “é preciso o controle social da mídia, sobretudo o controle social por parte de entidades que nós controlamos”.

ÉPOCA – Hoje, 25 anos depois da queda do Muro de Berlim, o socialismo ainda faz algum sentido? O capitalismo venceu?
Gabeira – Não há dúvida de que o capitalismo predominou e o socialismo deixou de ser uma alternativa desejável. Isso não significa que algumas ideias de esquerda e de direita não continuem presentes no universo político. Certas ideias de que as pessoas são culpadas pela própria pobreza continuam existindo. Certas ideias de que as pessoas precisam ser protegidas na velhice, ter uma aposentadoria digna, também continuam aí. Hoje, não se fala mais tanto em capitalismo versus socialismo. Fala-se mais numa forma de modernizar e democratizar o capitalismo.

ÉPOCA – Vários de seus artigos recentes geraram críticas duras da esquerda. Até de “reacionário” já o chamaram. O senhor ainda se considera alguém de esquerda?
Gabeira – Considero-me uma pessoa de esquerda. Não me importo muito com as críticas, vejo como algo normal na política. Pessoas que admiro muito, como o poe­ta Octavio Paz, também foram chamadas de reacionárias em vários contextos. Às vezes, também chamo o pessoal do PT de reacionário, porque, no meu entender, tudo o que detém o avanço é um gesto reacionário. Tudo depende do ponto de vista.

ÉPOCA – O senhor ainda acredita na transformação do homem, no surgimento de um “novo homem”?
Gabeira – Não acredito mais nisso. Não acredito em “novo homem”. Aliás, essa coisa de criar o “novo homem” serviu para muita repressão. Os homens que não cabiam nesse modelo costumavam ser fuzilados. Entre os obstáculos para o Brasil atual está uma série de ideias e de comportamentos que seguram o país. Existe uma vontade normal de, pelo menos, sintonizar o país com o que ele tem de mais moderno. Hoje, a província da política não está sintonizada com o que o Brasil tem de mais moderno. Acredito hoje em ajustar esse polos.

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