quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Frances “Poppy” Northcutt, a única mulher na sala de controle da Apollo 8

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Poppy Northcutt, a única mulher na sala de controle do Apollo 8
Ainda hoje a engenheira é uma voz ativa pelos direitos das mulheres na ciência. Conheça a história da norte-americana que rompeu diversas barreiras na astronomia

A astronomia ainda é majoritariamente masculina: menos de 11% das pessoas que já foram ao espaço são mulheres, segundo a Nasa. Mas, na década de 1960, uma engenheira de 25 anos conseguiu fazer história em meio ao clube do bolinha da agência espacial. Frances “Poppy” Northcutt foi a única mulher na sala de controle da Apollo 8, a primeira missão que orbitou a Lua e retornou à Terra.

Conheça alguns fatos sobre a carreira desta engenheira americana, que acompanhou todas as missões do programa:

De calculadora humana a engenheira espacial

Até se tornar a única mulher em uma sala cheia de homens, Northcutt trabalhou em ambientes exclusivamente femininos. Formada em matemática, começou a carreira aos 23 anos como calculadora humana, executando cálculos baseados no trabalho dos engenheiros — todos homens. Por sua vez, as calculadoras humanas eram todas mulheres. O esforço e a curiosidade que a engenheira demonstrou no trabalho acabaram servindo para que fosse promovida para o time técnico da Apollo 8.

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Aos 76, Northcutt ainda está à frente da Organização Nacional de Mulheres do Texas
Advogada dos direitos das mulheres

Enquanto trabalhava como engenheira espacial, Northcutt decidiu fazer outra graduação, desta vez em Direito, para se tornar promotora. O foco de seu trabalho eram os direitos das mulheres.
Eu me vejo como uma cientista de foguetes em um certo período, uma ocasional advogada e uma defensora dos direitos das mulheres em tempo integral”, afirmou em entrevista ao jornal Los Angeles Time.
Ainda hoje, aos 76 anos, Northcutt está à frente da Organização Nacional de Mulheres do Texas e luta por direitos reprodutivos.

Direitos iguais, salários iguais

Apesar de conquistar um assento na sala de controle, a engenheira ganhava menos que seus colegas de equipe. Mesmo com todo o esforço do gerente de operações para igualar o salário de Northcutt ao dos engenheiros homens, a diferença continuava. Na visão dela, a equiparação salarial era difícil de acontecer quando ela havia começado com uma diferença de valores tão significativa.

Ainda que os salários se equiparassem, isso não resolveria outras questões, como os benefícios a que se tem direito na aposentadoria. Mas ela reconhecia a posição privilegiada em comparação às outras mulheres, e procurou ter uma voz ativa por direitos que favorecessem todas, como benefícios de saúde melhores.

Apollo 13 e o retorno à Terra

Foi na sétima missão do projeto que Northcutt vivenciou um dos momentos mais tensos como engenheira especial. O Apollo 13 sofreu um acidente com a explosão de um dos tanques de oxigênio, comprometendo a viagem de três astronautas. Por sorte, Northcutt e a equipe já trabalhavam há anos em planos alternativos para o caso de algo dar errado. Com a suspensão dos programas pela Nasa, a engenheira passou a trabalhar em outras missões, como estudos para chegar a Marte.

Homenagem nos palcos

A peça de teatro “Sizzle Sizzle Fly” foi escrita por Susan Bernfield em homenagem a Poppy Northcutt. A produção estreou em 2017, como um monólogo da autora. Bernfield conta que desde jovem sentia-se atraída pela história de Northcutt e pela sua participação em programa de missões, que ganhou as manchetes na época.

Clipping Poppy Northcutt, a única mulher que esteve na sala de controle do Apollo 8, por Jéssica Ferreira, Galileu, 24/01/2020

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