domingo, 25 de janeiro de 2015

Sobre o terrorismo islâmico: Parlamentares paquistaneses marcham…contra o Charlie Hebdo

Parlamentares paquistaneses marcham…contra o Charlie Hebdo
Enquanto isso na Arábia Saudita, no Paquistão, no…

Na mesma sexta-feira passada em que quatro judeus foram executados pelo terrorista islâmico Amedi Coulibaly em Paris, um muçulmano era punido em Jeddah, na Arábia Saudita. O blogueiro liberal Raif Badawi (liberal para os padrões sauditas) recebia as primeiras 50 chibatadas das mil de sua punição por “insultar o islamismo”, no espetáculo diante do centenas de fiéis fora da mesquita.

No ritual cruel, estão programadas 50 chibatadas a cada sexta-feira, além de 10 anos de prisão. Badawi apenas escapará de nova prestação de chibatadas se o médico concluir que ele não está em condições físicas para a flagelação devido aos ferimentos sofridos na primeira prestação.

Atualização às 11:53: A organização Anistia Internacional informou que as chibatadas desta sexta-feira foram adiadas para a semana que vem por recomendações médicas.

Os dois massacres em Paris na semana passada (Charlie Hebdo e supermercado judaico) clamam mais uma vez a necessidade de um franco debate no islamismo sobre fé e tolerância. No entanto, Badawi está sendo punido publicamente por ter aberto um debate público sobre a modernização do islamismo. Como pensar na modernização de uma religião quando um dos seus centros mais influentes e ricos, como o reino saudita, açoita as esperanças?

O geriátrico reino saudita é um complicado aliado do Ocidente (e de suas democracias liberais) e, de fato, combate grupos terroristas como Estado Islâmico e Al Qaeda, além de costurar uma aliança de necessidade com Israel em um Oriente Médio tão turbulento. No entanto, como escreve Nicholas Kristof, no New York Times, os sauditas dão legitimidade ao fundamentalismo e à intolerância.

Velho e doente, o rei Abdullah nem poderia marchar em Paris como fizeram tantos outros dirigentes que tampouco poderiam ter ido ao boulevard Voltaire no domingo passado por falta de credibilidade. No seu país, não há liberdade de expressão e de religião. A Arábia Saudita é uma ditadura que financia escolas islâmicas extremistas e proíbe igrejas no país. A minoria xiita é perseguida na sunita Arábia Saudita.

Minorias muçulmanas e cristãos também são perseguidos no Paquistão, outro complicado aliado do Ocidente, localizado numa quebrada muito turbulenta do mundo.

Na quinta-feira, dezenas de parlamentares paquistaneses marcharam, não em solidariedade a cartunistas, judeus e policiais assassinados por terroristas em Paris, mas bradando “morte aos blasfemadores”, em alusão ao pessoal do Charlie Hebdo que publicou charges do profeta Maomé.

A marcha de 40 parlamentares em Islamabad foi liderada pelo ministro de Assuntos Religiosos Sardar Yousaf. Ele disse: “Todos os partidos políticos estão conosco. Todas as nações islâmicas deveriam condenar estas charges blasfematórias”. De quebra, o ministro recomendou o confisco e a queima de todos os exemplares de publicações que exibirem as charges.

Uma moção de condenação à publicação das charges foi aprovada de forma unânime no Parlamento do Paquistão. Se unanimidade fosse apenas burra. No Paquistão, ela é uma blasfêmia contra os direitos humanos.

Fonte: Veja, Caio Blinder, 16/01/2015

http://poracaso.com/arabia-saudita-declara-todos-os-ateus-sao-terroristas/

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