terça-feira, 28 de outubro de 2014

No Brasil de Dilma, a igualdade de gênero recuou 9 posições, mas "feministas" ajudaram a reelegê-la

Nada fiz pelas mulheres, mas "feministas" me amam
Brasil cai nove posições e fica em 71º entre 142 países em igualdade de gênero
País seria mais desigual na representação no Congresso, onde há quase uma parlamentar para cada 10 homens

RIO - O Brasil caiu nove posições em um ranking global de igualdade de gênero produzido anualmente pelo Fórum Econômico Mundial. De acordo com o estudo “Global Gender Report 2014”, o país ficou na 71ª posição em um total de 142 nações analisadas. 

O recuo interrompe uma escalada brasileira na tabela desde 2010, quando ocupávamos o 85º lugar dentre 135 países. O ranking procura avaliar como está a distribuição de riqueza e oportunidade para homens e mulheres de acordo com cada economia nacional.

Para isso, economistas observaram o país segundo quatro variáveis: participação econômica e oportunidades (questões salariais e condições trabalhistas); desempenho educacional (alfabetização, número de matrículas); saúde (taxa de natalidade por sexo e expectativa de vida) e poderio político (representatividade de homens e mulheres nas diferentes instituições públicas nacionais).

E foi justamente neste último quesito que o Brasil teve o pior desempenho no relatório de 2014, ocupando a 74ª posição. O país que reelegeu pela primeira vez uma mulher para a presidência da República tem uma das piores representações do gênero feminio no Congresso Nacional: uma parlamentar para cada 10 homens, aproximadamente. É uma das piores proporções nos 142 países analisados.

No geral, o Brasil recebeu 0,694 pontos numa escala em que o 1 é a igualdade máxima de gênero.

No ranking somente de questão de salários e trabalho, o país caiu para 81º lugar. No Brasil, segundo o estudo, a participação das mulheres em posições de chefia de administração é quase metade da masculina. Comparando apenas a diferença entre salários, nós ficamos lá embaixo da tabela, na 124ª posição.

Já nos itens “saúde” e 'educação”, o Fórum Econômico Mundial colocou o Brasil ao lado de outras nações desenvolvidas como absoluta igualdade de gênero.

Em geral, o relatório classificou a Islândia como o país mais "igual" do mundo, seguido de perto pela Finlândia, Noruega e Suécia. No outro extremo da escala, o Iêmen é o país menos igual, à frente do Paquistão e do Chade.

Os autores do estudo disseram que, na média global de 2014, mais de 96% da diferença de de saúde, 94% da diferença de escolaridade e 60% da diferença na participação econômica haviam sido superadas desde o primeiro gênero relatório, publicado em 2006. Mas o painel de especialistas advertiu: "nenhum país no mundo alcançou a plena igualdade de gênero."

De acordo com o relatório, vai levar 81 anos para a diferença de gênero em todo o mundo ser superada, se o progresso mantiver o ritmo atual. "O relatório continua a destacar a forte correlação entre a diferença de género de um país e seu desempenho econômico", escreveram eles.

"Como as mulheres representam metade da base potencial de talentos de um país, a competitividade de uma nação a longo prazo depende significativamente de como se educa e se utiliza a mão de obra feminia."

Confira os primeiros 20 países do ranking:

Islândia

Finlândia

Noruega

Suécia

Dinamarca

Nicarágua

Ruanda

Irlanda

Filipinas

Bélgica

Suíça

Alemanha

Nova Zelândia

Holanda

Látvia

França

Burundi

África do Sul

Canadá

Estados Unidos

Fonte: O Globo, 28/10/2014

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