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quinta-feira, 10 de março de 2022

Guerra da Ucrânia aproximou a esquerda jurássica da direita bolsonarista no apoio ao ditador Putin


Invasão da Ucrânia pela Rússia lembra o discurso e a política insana de Hitler

No texto abaixo, originalmente intitulado A esquerda da Guerra Fria e a invasão da Ucrânia, Wilson Gomes, doutor em Filosofia e professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA, tenta explicar porque boa parte da esquerda brasileira apoia, lado a lado com Bolsonaro & Cia, a infame guerra do autocrata Putin contra a soberana vizinha Ucrânia.

Com esse objetivo, ele salienta o fato de que parte expressiva da esquerda é profundamente autoritária e, na mesma medida, dogmática. Que a contragosto "aceitou" a democracia liberal porque sua "revolução" naufragou pelas mãos dos socialismos reais fracassados, mas  que permanece presa à ideia dimperialismo capitalista como o grande inimigo geopolítico da humanidade. Essa ideia não deixa de ser gozada, pois a Rússia atual é um país capitalista governado por um sujeito que, embora tenha sido da polícia política da URSS comunista, a sinisttra KGB, tem um perfil de direitista conservador.

Pessoalmente, acho que a esquerda brasileira é majoritariamente anacrônica, retrógrada, mofada,  autoritária e brega. Mesmo os movimentos sociais que, nos idos dos anos 70 e 80, como o feminista, gay e negro, tinham um caráter libertário e destoavam dessa esquerda "Guerra Fria", descambaram para a patrulha ideológica da sociedade, sempre buscando cancelar quem discorda de sua agenda, impor uma espécie de novilíngua e a reescritura da História. Parecem mais um capítulo perdido da obra-prima de George Orwell, 1984, que foi encontrado recentemente e anexado ao original.

Então, hoje é a esquerda democrática que ocupa a periferia do conjunto da esquerda local e subsiste na base da honrosa exceção que apenas confirma a regra do autoritarismo como parte do DNA da turma.

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várias esquerdas e cada vez mais diversas entre si. É um fato, não um juízo de valor. Afinal, o que faz alguém se colocar à esquerda no espectro ideológico não uniformiza cada compreensão do mundo, cada valor ou cada princípio.

Como já disse outras vezes, a esquerda é aquela posição em um regime republicano que responde a duas decisões fundamentais:
  • A igualdade política, base da democracia, precisa produzir também (mais) igualdade social;
  • A forma institucional da comunidade política, o Estado, é um instrumento básico para a promoção da justiça social.
Se você defende a todo custo a liberdade e a igualdade políticas, é um democrata. Se você, além disso, não abre mão de direitos e garantias fundamentais, nem de viver em um Estado de Direito, então é um liberal-democrata. Mas se, enfim, considera que uma sociedade justa é aquela em que, além disso, a igualdade social é uma meta essencial, você é de esquerda. Quanta igualdade social é imprescindível haver, quanto o Estado precisa considerar isso a sua prioridade, se afinal se trata de igualdade de bens ou igualdade de oportunidades, é discutível, e daí decorrem variações, mas ninguém é de esquerda se achar que as desigualdades fazem parte da paisagem ou não podem ou devem ser resolvidas.

Fora esse combinado social, o resto são diferenças. E enganos. Há quem ache, por exemplo, que uma vez que a esquerda, por definição, é a favor da mudança social e contra qualquer tipo de injustiça, todo indivíduo de esquerda é progressista. Não é. Uma fração da esquerda é muito conservadora do ponto de vista moral. Outros gostam de pensar que, posto que a esquerda é uma posição que naturalmente atrai os intelectuais e descende do Iluminismo, todo mundo na esquerda tem mente aberta, é flexível e confia na força dos argumentos como forma de persuasão. Nada mais falso. Uma parte expressiva da esquerda é profundamente autoritária e, na mesma medida, dogmática.

Por fim, dado que a esquerda em geral está sempre pronta para defender liberdades civis e políticas, ou para se bater pela igualdade entre as pessoas, nos acostumamos a imaginar que as pessoas que se dizem de esquerda sejam todas convictamente democráticas. Um constrangedor engano, pois uma franja da esquerda, se tiver que escolher a igualdade econômica e a democracia, escolherá sempre pelo socialismo. Muitos são democratas relutantes, na espera de uma “coisa melhor” que nunca chegou, outros abrem facilmente mão da democracia, de alguns ou vários dos princípios que a constituem, desde que alguns dos valores da própria esquerda se materializem.

Isso é particularmente notável na esquerda de 2ª geração (2G) marxista, que acrescentou aos dois combinados fundamentais da esquerda pré-maxista mais um par de convicções. Esta esquerda, nascida no século 19, mas cujo imaginário foi lapidado no século 20, entre a Revolução Bolchevique e a Guerra Fria, é mais socialista que republicana. É uma esquerda que só aceitou com resignação e relutância a democracia liberal quando a Revolução não veio e/ou quando os socialismos reais fracassaram.

Pois na esquerda 2G toda democracia autêntica tem que ser direta (contra o Governo Representativo); todas as genuínas forças da sociedade estão na base social (basismo); propriedade e lucro são anátemas, vez que são frutos do sangue do trabalhador (anticapitalismo); tem que haver alinhamento e simpatia automáticos com as formas de luta dos trabalhadores (trabalhismo); a igualdade política e as liberdades são menos importantes do que a igualdade social; o imperialismo capitalista é o grande inimigo geopolítico do homem (anti-imperialismo seletivo).

Claro, a esquerda gosta de pensar que a direita é um campo fértil para o conservadorismo. E é verdade. Ou que a direita é que facilmente descamba para a autocracia, que acolhe as posições mais autoritárias e mais dogmáticas e coisas do gênero. Também é verdade. Mas é só aparecer uma oportunidade e as tendências conservadoras, autoritárias, dogmáticas e até autocráticas que também estão presentes na esquerda vão escorrer pela esfera pública, à vista de todos.

A guerra na Ucrânia tem sido um bom experimento para isso, e uma parte da esquerda, justamente a esquerda 2G, está penosamente mostrando as suas dificuldades. Anos e anos em que foi lavrada a convicção de que o capitalismo e o imperialismo são os problemas políticos centrais da humanidade, tornou uma geração da esquerda incapaz de condenar com nitidez e decisão a invasão da Ucrânia pela Rússia.

E quando falo “geração de esquerda”, me refiro ao software em funcionamento no aparelho mental das pessoas, não à idade dos envolvidos. Nesse sentido, Lula e Leonardo Boff são da mesma geração que Guilherme Boulos e Manuela D’Ávila, por exemplo.

Pois bem, a esquerda 2G acha que invadir um país é uma coisa deplorável, todos fizeram questão de afirmar isso. Isto posto, alguma coisa no seu DNA lembra que os russos estão associados ao bem e os norte-americanos ao mal, que a Otan é o imperialismo ocidental, que o capitalismo do Ocidente quer só explorar os povos.

Aí, pronto, como condenar a Rússia, coitada, espremida em seu espaço vital, sob constante avanço e provocação do Oeste Europeu e dos Estados Unidos? Como aceitar embargos contra a Rússia sem que a memória ative automática e inconscientemente os sentimentos e convicções sobre o embargo a Cuba? Então, dá-lhe racionalizações para evitar a dissonância cognitiva entre algumas das suas mais arraigadas crenças – pelas quais, inclusive, orientam o seu afeto – e os fatos desconcertantes de uma invasão brutal e moralmente injustificada, que Putin levou a termo como parte de um sombrio projeto de poder.

Em um de seus discursos insanos, Putin diz que a guerra é para salvar a Ucrânia
Foi assim que depois das ressalvas que agora são obrigatórias, sobre o erro da invasão russa, Leonardo Boff declarou no Twitter:
A OTAN incorporou a Polônia, os países bálticos e outros da área do Pacto de Varsóvia. É o expansionismo dos USA usando os vassalos europeus. Por trás da crise da Crimeia estão estas traições. Se ela entrar na OTAN os mísseis da OTAN alcançarão a Rússia em segundos. E a segurança?”.
E quando a ONU condenou a invasão e sanções foram aplicadas, Boff protestou e admoestou:
Estimo que o Ocidente (USA/NATO) está exagerando nas sanções c/a Rússia. Cuidado que o autoritário líder russo possa se sentir uma fera acuada e se defenda com todos os meios até com os mais letais para a humanidade. A Rússia não é um Iraque ou Afeganistão, fracos. É uma potência nuclear”.
E mesmo Lula, que retardou o máximo possível um juízo sobre o conflito, provavelmente escutando seus consultores de confiança, foi claro na desaprovação da invasão, mas o fez em nome do pacifismo, dos custos da guerra, da confiança na cooperação. E não esqueceu do essencial doisladismo de quem precisa ao mesmo tempo condenar o imperialismo norte-americano:
É inadmissível que um país se julgue no direito de instalar bases militares em torno de outro país. E é absolutamente inadmissível que um país reaja invadindo outro país”.
Alguém notou que nenhuma palavra foi dita sobre a Ucrânia, apenas geopolítica realista, mas com uma repreensão ao imperialismo que instalou bases “em torno” da pobre Rússia. Mesmo argumento de Boff:
Vocês tolerariam um canhão diante da porta de sua casa?”.
Causa espécie, a este ponto do conflito e do que nós sabemos sobre ele, o esforço de explicar os feitos de Putin como reação, uma vez que estava acossado pela Otan e pelo poder militar do Ocidente Europeu, que chegou ao ponto de colocar mísseis no jardim do pobre homem.

Mas a racionalização alcança também a desqualificação da Ucrânia pelas mais variadas e coloridas razões. Houve quem destacasse o fato de o presidente do país invadido ser um comediante profissional, um ator, um populista, de pouco valor. Houve quem, como Guilherme Boulos, destacasse que a Ucrânia está do outro lado da batalha ideológica:
 Mas é fato que, desde 2014 a Ucrânia tem forças políticas relevantes de extrema-direita. A principal facção delas se chama Movimento Azov, organização paramilitar integrada por células neonazistas acusadas de tortura, saques, estupros e limpeza étnica”.
E houve quem sublinhasse o fato de que o país não podia ter provocado Putin fazendo amizade com a Otan.

Com isso, estava pronto o discurso para uma condenação, relutante, seguida de uma conjunção adversativa: Tudo bem, Putin não devia ter jogado mísseis nem invadido, mas, contudo, porém, todavia… e aí segue a lista do que justifica mísseis sobre criancinhas e tanques varrendo o país. O que que não faltou foi gente da esquerda 2G sublinhando o infame mas, que oferece uma desculpa ao indesculpável, uma atenuante ao que só poderia ser condenado.

Questões relacionadas à contraposição entre a tirania de Putin e a liberdade dos ucranianos, o direito de autodeterminação dos povos, o perigo do aumento das autocracias no Leste Europeu e na Ásia, a expansão da extrema-direita, nada disso entra na conta.

A mola que move o julgamento é o sentimento anticapitalista e adversário do imperialismo norte-americano (o imperialismo russo não cabe na equação). A paixão desta franja da esquerda pela democracia demonstra-se mais uma vez, principalmente, nominal, pois quando se trata de defendê-la concretamente, a convicção fraqueja se há outros valores e outras memórias a que a esquerda da Guerra Fria continua apegada.

Por sorte, nem toda a esquerda se esgota aqui. Mas essa é já uma outra história.

Clipping A esquerda da Guerra Fria e a invasão da Ucrânia, por Wilson Gomes, Cult, 04/03/2022

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Jogos Heraeanos: as Olimpíadas das mulheres gregas

Uma escultura de bronze de uma atleta de c. 560 AC. Crédito: Caeciliusinhorto / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

Os Jogos Olímpicos são o evento esportivo mais espetacular e histórico do mundo. Os Jogos normalmente reúnem mais de cem países competindo em 35 esportes diferentes e 400 eventos.

Os Jogos Olímpicos modernos evoluíram a partir dos jogos antigos realizados no início do século 8 a.C. na cidade de Olímpia, na Grécia Antiga, de onde provém seu nome. Esta versão inicial da competição foi reservada exclusivamente para os homens, como uma demonstração de sua força, habilidade e resistência.

Mas os textos do antigo geógrafo grego Pausânias descrevem jogos também para mulheres, chamados Jogos Heraeanos,  realizados no século II d.C.

A História dos Jogos Heraeanos
Templo Olympia Hera
As ruínas do Templo de Hera em Olímpia. Crédito: Ingo Mehling / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0
Existem bem poucos registros históricos dos Jogos Heraeanos, mas acredita-se que eles tenham ocorrido logo após os Jogos Olímpicos tradicionais, por volta de 776 a.C. Ambas as versões dos jogos foram realizadas no estádio de Olímpia.

Os Jogos Heraeanos, em homenagem à deusa grega Hera, aconteciam a cada quatro anos. Os jogos, associados à adolescência, eram considerados um rito de passagem das jovens para a idade adulta.

A competição inicialmente incluía apenas esportes de corrida. Os Jogos Heraenos não incluíam esportes de combate, que eram básicos nos jogos masculinos. Os Jogos Heraeanos incluíam:

Stadion: corrida de velocidade de curta distância na pista do estádio (177 metros)
Diaulos: duas corridas de velocidade consecutivas ao longo da pista do estádio (354 metros)
Hípios: quatro corridas consecutivas por todo o comprimento do estádio (708 metros)
Dolichos: uma corrida de resistência de 18 a 24 voltas ao redor do estádio (cerca de 5 quilômetros)

As vencedoras de cada corrida eram coroadas com folhas de oliveira, e os animais, sacrificados em nome de Hera. Os gregos acreditavam que as vencedoras seriam dotadas de força especial comendo a carne dos animais sacrificados.

As vencedoras também podiam dedicar retratos e estátuas a Hera e comemorar seus feitos atléticos inscrevendo seus nomes nas colunas do templo da deusa.

Mulheres vestindo o quíton

As mulheres dos Jogos Heraeanos competiam vestindo um quíton, uma espécie de túnica usada pelos antigos gregos, enquanto os homens participavam das competições completamente nus.

Tanto os jogos masculinos quanto os femininos foram interrompidos em 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio proibiu os jogos pan-helênicos e outros festivais religiosos que eram celebrados na Grécia antiga.

A história de Cinisca e o atletismo das mulheres espartanas

As mulheres espartanas não eram forçadas a usar vestidos longos, um costume comum na maior parte da Grécia. Podiam usar túnicas curtas, uma característica da moda feminina local tida como símbolo da liberdade, força e agilidade pelas quais as mulheres de Esparta eram conhecidas.

A sociedade espartana se manteve firme na crença de que mulheres atléticas davam à luz a filhos fortes. Assim, as mulheres espartanas podiam andar a cavalo e viajar como quisessem bem como caçar e usar túnicas curtas.

Daí se acreditar que a maioria das participantes dos Jogos Heraeanos era espartana.

Cinisca, filha de Arquidamo II, Rei de Esparta, a primeira mulher a vencer os Jogos Olímpicos. Ela era a dona de uma carruagem que venceu a corrida de carruagem nos Jogos. Crédito: Sophie de Renneville / Wikimedia Commons / Domínio Público

Na verdade, Cinisca, filha de Arquidamo II, o rei de Esparta, foi a primeira mulher na história a vencer os jogos olímpicos masculinos.

Cinisca venceu as corridas de carruagem de quatro cavalos nos Jogos Olímpicos de 396 e 392 a.C, com carruagem de sua propriedade. Ela foi homenageada com uma estátua de bronze com sua imagem, e sua carruagem e seus cavalos foram exibidos no Templo de Zeus em Olímpia.

A inscrição na estátua diz:

Reis de Esparta, que são meu pai e irmãos, e
Cinisca, vitoriosa com uma carruagem de cavalos de patas velozes,
ergueram esta estátua. Eu me declaro a única mulher
em toda a Grécia que ganhou esta coroa.
Apelleas, filho de Kallikles, a esculpiu.

Tradução do grego antigo :

Σπάρτας μὲν βασιλῆες ἐμοὶ: πατέρες καὶ ἀδελφοί, ἅρματι δ’ὠκυπόδων ἵππων: νικῶσα Κυνίσκα εἰκόνα τάνδ’ ἔστασεν μόναν: δ’ἐμέ φαμι γυναικῶν Ἑλλάδος ἐκ πάσας τόν [-]: δε λαβεν στέφανον. Ἀπελλέας Καλλικλέος ἐπόησε.

Clipping The Heraean Games: When Greek Women Held Their Own Olympicspor Luisa Rosenstiehl, tradução de Míriam Martinho, Greek Reporter, 26/08/2021

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

História do voto feminino no Brasil em eBook gratuito


História do voto feminino no Brasil é contada em eBook gratuito

Livro da historiadora Teresa Cristina, professora do Departamento de História da Universidade de Brasília, pode ser baixado gratuitamente.

“O voto feminino no Brasil”, da historiadora Teresa Cristina de Novaes Marques, professora do Departamento de História da UnB, foi lançado em 2018 pela Edições Câmara, da Câmara dos Deputados, e chegou em 2019 a sua segunda edição. Com distribuição gratuita (clique aqui para fazer o download), o livro conta a história do sufrágio feminino no Brasil, uma história de muita luta e de contornos internacionais.
Este livro mostra os momentos em que o Legislativo brasileiro discutiu a admissão das mulheres na vida política do país. Destina-se ao jovem leitor que começa a interessar-se por política e pode servir de apoio pedagógico a professores responsáveis por ministrar conteúdos de história política, especialmente quanto às ideias e práticas relativas ao exercício do voto no Brasil”, afirma a autora na apresentação do livro, que traz ilustrações fantásticas da designer e ilustradora Fabrizia Posada.
Ao destacar personagens notáveis como Bertha Lutz, Celina Guimarães, Josefina Álvares de Azevedo, Júlia Barbosa, Leolinda Daltro e Nísia Floresta, importantes mulheres que imprimiram força e personalidade, marcaram época e inspiram gerações, a autora revisita os principais momentos em que as ideias de participação feminina na vida política foram debatidas pelo Poder Legislativo.

Abordando a questão da igualdade de gênero na política, um tema bastante atual, essa é uma obra sobre democracia e coragem civil que convida as mulheres a continuarem a lutar, resistir, elevar a voz e se fazer ouvir.

Se você utiliza o Kindle, da Amazon, também pode baixar o arquivo no formato compatível com o aplicativo ou dispositivo da empresa.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Passando pano para comunismo no século XXI?

Essa página da História já não devia ter sido virada?
Caramba, e eu pensando que a Folha de SP tinha dado espaço pro marxista afro Jonas Manoel por causa da divulgação que o Caetano Veloso, dando uma de o pateta do ano, fez do dito.

Que nada! Agora o UOL abre espaço pra mais comunistas se fazerem de coitados demonizados pela direita bozolavista e outros através da História (Demonizados pela direita, comunistas se protegem e debatem lugar no séc. 21)  É fato que bolsominions e congêneres dão à palavra comunista um tom folclórico e caricatural, já que chamam de comunista qualquer pessoa que não lhes seja espelho. Eu sou comunista pelos padrões bozolavistas, marxista cultural, gayzista, feminazista e outras pérolas. Pra se ver. 😁

Mas, de fato, fora do âmbito da piada, não existe demonização do comunismo e sim conhecimento de sua obra. Não foi a direita que trouxe primeiro os crimes do Stalin a público. Foi o vazamento de um discurso do Nikita Khrushchev, primeiro-secretário do Partido Comunista da União Soviética, em fevereiro de 1956, que trouxe. E o padrão estalinista de genocídio, mortes por fome, em execuções sumárias e campos de concentração, foi seguido em todos os países que caíram sob o jugo comunista. O Mao Tsé-Tung fez ainda pior na China (matou umas 45 milhões de pessoas de fome, fora o que matou por outras vias). O Pol Pot, no Camboja, matou 25% da população do país que era de cerca de 10 milhões. 

Eu quando jovem, na faixa dos 20 anos, sob a ditadura militar, já considerava o comunismo anacrônico, criminoso e brega pelo pouco que o conhecia. E, entre o pouco que se sabia, o tratamento dado aos homossexuais também já era notório. Variava de direito algum aos campos de reeducação da ditadura cubana. Fora que os Castro e seo Che Guevara foram também responsáveis, direita ou indiretamente, pela morte de milhares de cubanos. 

Aqui, no Brasil mesmo, essa esquerda ortodoxa, ainda no início da década de 80, dizia que feminismo era coisa de burguesa desocupada e homossexualismo produto da decadência da burguesia. Entrou, pra História, em fevereiro de 1981, um barraco armado por uma integrante do Jornal A Hora do Povo, do MR-8, durante o III Congresso da Mulher Paulista, em SP, que queria expulsar as lésbicas do evento porque estas não seriam mulheres, abdicavam da condição feminina e outras tantas de igual jaez.

Quando a irracionalidade da esquerda identitária encontra
a irracionalidade comunista
Com o passar do tempo, essa esquerda ortodoxa percebeu que era mais oportuno cooptar os novos movimentos sociais em vez de afrontá-los, a tal ponto que hoje temos uma transcomunista desejando que outras trans matem a J. K. Rowling por ela não aceitar abdicar de sua mulheridade e liberdade de pensamento. Quando a irracionalidade do comunismo se junta com a irracionalidade da esquerda identitária, o negócio nem é fugir pras colinas e sim partir pra outro planeta. 

Pra aliviar, no artigo abaixo, o tal do Jones Manoel diz que existe preconceito contra comunistas até na esquerda, onde são minoria. O que ele chama de preconceito eu chamo de consciência. Bom saber que ainda existe gente de esquerda com alguma. Os milhões de mortos que o comunismo produziu agradecem.

* Ah, e, antes que me esqueça, pra mim comunismo não tem lugar no século XXI.



terça-feira, 8 de setembro de 2020

Aserá, a esposa de Deus que foi apagada da História

Estátua da Deusa Asherah (אֲשֵׁרָה) - Reuben and Edith Hecht Museum - Universidade de Haifa, Israel
Deusa Aserá (ou Astaroth), esposa de Javé
A deusa mãe, mulher de Javé, teria sido excluída intencionalmente da Bíblia, no caminho para a construção paradigmática da hegemonia masculina. Em tempos anteriores ao monoteísmo patriarcal – instaurado no ocidente pelo judeu-cristianismo e responsável por semear as bases de uma consciência que enaltece os valores masculinos da conquista, expansão e exploração da natureza –, prevaleceu uma concepção religiosa da divindade como um casal: Deus Mãe e Deus Pai.

Segundo a pesquisadora da Universidade de Exeter Francesca Stavrakopoulos, originalmente, as chamadas grandes religiões abraâmicas também adoravam, junto com Javé, a deusa Aserá (chamada por vezes de Astaroth), uma divindade doadora, como a Ishtar babilônica, ou a Astarte grega, arquétipos da divindade feminina, como a Lua, a Terra e Vênus.

Stavrakopoulos baseou sua hipótese no estudo de antigos textos, amuletos e figuras encontrados na cidade de Ugarit, atual território da Síria, que refletem o modo como Aserá era adorada, junto com Javé, ou Jeová, como uma poderosa deusa da fertilidade. Há uma vasilha do século XIII, descoberta no deserto de Sinai, em Kuntillet Arjud, que registra um pedido de bênção ao casal divino. E existem várias inscrições similares, que fortalecem a tese de que o Deus bíblico teve uma esposa, de acordo com pesquisadora.

Conheça a esposa de Deus que foi riscada da história da Bíblia, segundo  pesquisadores | HISTORY
Javé e Aserá
São também significativas as escrituras bíblicas que mostram como Aserá era adorada no templo de Javé, em Jerusalém, ou a descrição de uma estátua da mesma deusa, que, segundo é narrado no Livro dos Reis, ficava situada no templo, zelada ritualmente por mulheres. A referência a “A Rainha do Céu” no Livro de Jeremias, poderia ser uma possível alusão à mesma divindade.

Stavrakopoulos concorda em suas conclusões com inúmeros estudos, que explicam como as edições seguintes da Bíblia – curadas sempre por homens – teriam sido infiéis às escrituras sagradas, para realizar uma operação de inteligência, uma programação neurolinguística da sociedade, com o objetivo final de manter no centro do poder a casta sacerdotal masculina, em detrimento e repressão do lado feminino da divindade.

Clipping Conheça a esposa de Deus que foi riscada da história da Bíblia, segundo pesquisadores, History Channel

Ver também

As Amazonas, além do mito 
Matriarcados: quando as mulheres é que mandam  

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

"Todas as mulheres dos presidentes": livro conta a história das primeiras-damas brasileiras

A História das Primeiras-Damas do Brasil
Trajetória pouco conhecida, livro destaca a participação das primeiras-damas ao longo de 130 anos de República. Salvo exceções, elas foram ofuscadas por uma sociedade machista e conservadora

“Filha de um senador, fui esposa de um presidente e mãe de um ministro de Estado.” Trinta e oito anos depois de encerrado o mandato de Arthur Bernardes – na Primeira República, entre 1922 e 1926 –, assim se definiu sua esposa, Clélia Vaz de Melo (1876-1972), em entrevista concedida à revista Manchete em 1964. Natural de Viçosa, de tradicional família de políticos mineiros, Clélia, a mais longeva primeira-dama em 130 anos de República – morreu lúcida aos 96 anos – forjou a própria identidade na trajetória política dos homens de sua família, muitas vezes influenciando decisões à sombra. A história de Clélia, mulher dedicada ao lar e discreta, traduz o itinerário da maioria das primeiras-damas em 130 anos de República.

E se é inequívoco que os postos-chave da política no Brasil foram e continuam ocupados por homens – apenas uma mulher, Dilma Rousseff, foi eleita presidente da República –, é fato que a maior parte das primeiras-damas que orbitaram o poder durante o exercício do mandato de seus respectivos maridos fizeram vistas grossas aos casos extraconjugais e não cultivaram a carreira profissional.

Nesse sentido, a antropóloga, pesquisadora e pós-doutora Ruth Cardoso foi ponto fora da curva. Ser “do lar”, a “retaguarda” dos homens de poder, foi o padrão esperado, assim expresso por Scylla Gaffré Nogueira (1907-2003), mulher de Emílio Garrastazu Médici, presidente entre 1969 e 1974, auge do período da repressão da ditadura militar:
Sou e serei sempre o que fui: a esposa de meu marido, duas vezes mãe. Ao longo de minha vida, não me tem feito maior diferença a função que ele exerce, desde que permitido me seja estar ao seu lado. Minha valia é tão pouca, minha missão é tão fácil e tão suave. A mim, toca fazer-lhe a casa amiga e serena (…)”.
A história não contada das primeiras-damas brasileiras está registrada no óleo sobre tela de Gustavo Hastoy, que retrata, no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, o momento em que o marechal Deodoro da Fonseca, chefe do Governo Provisório, rodeado por 18 homens, assina em 20 de junho de 1890 o projeto da primeira Constituição da República do Brasil. “A mulher que inauguraria o cargo de primeira-dama no Brasil é a única figura de costas na pintura; impossível ver seu rosto.

A cena explicita uma contradição que vai se repetir ao longo dos 130 anos de República: o Brasil teve muitas primeiras-damas marcantes, mas suas histórias, quando não foram apagadas, são como Mariana Cecília de Sousa Meireles, esposa de Deodoro da Fonseca, na pintura de Hastoy: sem rosto, sem que se possa ao menos adivinhar seus sentimentos, mas presentes, mesmo que às sombras”, escrevem os jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiúza de Melo, autores do livro Todas as mulheres dos presidentes – A história pouco conhecida das primeiras-damas do Brasil desde o início da República (Editora Máquina de Livros).
Todas as primeiras-damas, até mesmo Ruth Cardoso, uma acadêmica reconhecida, cuja trajetória profissional se destaca como exceção entre a maioria das primeiras-damas que não cultivaram carreira profissional, tiveram vidas regidas por opção política do homem com o qual se casaram”, avalia Ciça Guedes.
“Com raras exceções, essas mulheres invisíveis passaram à história como citações nas biografias de homens fortes”, acrescentam.
“Sobre os presidentes da República há grande volume e variedade de biografias, perfis, ensaios e trabalhos. Mas sobre as primeiras-damas há pouca informação. Quisemos contar a história da República com esse viés feminino”, diz Murilo Fiúza de Melo, lembrando que para a historiografia nacional – narrada sobretudo por homens – elas são ignoradas, praticamente “não existem”.
A invisibilidade das primeiras-damas do Brasil fala muito da trajetória social da mulher, numa sociedade machista e conservadora, afirma Murilo Fiúza.
O espaço das mulheres tem sido conquistado com muito esforço”, afirma. Foi apenas no Código Civil de 2002 que as mulheres deixaram, pelo menos perante a lei, de ser subjugadas pelo homem, considerado o “chefe da sociedade conjugal”, e, inclusive, passaram a escolher se queriam ou não adotar o sobrenome do marido. 
Ambos lembram que no Código Civil de 1916 as mulheres precisavam da autorização do marido para exercer uma profissão, o que deixou de existir apenas em 1962, com o Estatuto da Mulher Casada. 

Já o direito à participação política por meio do voto chegou apenas no governo de Getúlio Vargas, em fevereiro de 1932, quando, por meio de decreto, um novo Código Eleitoral estendeu o direito de voto às mulheres.
Apesar dos avanços da luta pelos direitos das mulheres, a esposa do principal líder do país continua sendo coadjuvante – quanto mais bela, recatada e do lar for, mais feliz estará a nação”, destacam Ciça Guedes e Murilo Fiuza, que lembram, em contraponto, como, nos estertores da monarquia, a princesa Isabel deixou a sua marca na história, nas três oportunidades em que assumiu a regência: assinou a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei Áurea (1888).
Ciça Guedes e Murilo Fiúza fizeram a pesquisa bibliográfica de 34 primeiras-damas, inclusive de Risoleta Neves (1917-2003) – esposa de Tancredo Neves, que morreu em 1985, antes de assumir o primeiro governo civil após a ditadura militar –, e Antonieta Castelo Branco (1922-2010), filha do marechal Castelo Branco (1897-1967), que era viúvo, o primeiro presidente militar a assumir após o golpe de 1964. Os autores também consideraram a biografia de Ana Guilhermina de Oliveira Borges (1855-1891), que morreu antes de Rodrigues Alves (1848-1919) chegar à Presidência, cargo que exerceu entre 1902 e 1906. Ele foi eleito para um segundo mandato como presidente em 1º de março de 1918, mas contraiu a gripe espanhola e morreu.

Entre as 34 primeiras-damas abordadas no livro, oito foram mineiras, com especial destaque para a trajetória de Sarah Luísa Gomes de Sousa Lemos Kubitschek (1908-1996) e Risoleta Neves. Um dos presidentes mais marcantes da história brasileira, sob Juscelino Kubitschek (1902-1976) o Brasil viveu a arrancada desenvolvimentista, expressa no slogan “50 anos em 5”. Os autores destacam, sobre o político apelidado de Presidente Bossa Nova:
Por todos os ângulos em que se examina, parece que nunca fomos tão felizes como no governo de JK, um homem charmoso, descendente de ciganos, que adorava dançar e se divertir”. Classificando Sarah como uma “das mais importantes primeiras-damas” da República, ao lado de Darcy Vargas e Ruth Cardoso, os autores registram a forma como ela impulsionou a carreira política de Juscelino, abrindo-lhe as portas das “famílias poderosas de Minas”.
Mas demonstram que ela foi muito além do papel de coadjuvante, sendo citada pela Fundação Oswaldo Cruz como autora das primeiras iniciativas de prevenção e tratamento de câncer ginecológico no país.
A importância de suas obras assistenciais resistiu ao tempo, mas ela não é tão lembrada quanto outras primeiras-damas de destaque. Foi também vítima do massacre que a ditadura militar promoveu contra a imagem de Juscelino”, afirmam Ciça Guedes e Murilo Fiuza. Ao longo de sua carreira, Juscelino teve diversos casos amorosos.

Conhecida pela reserva e comedimento, Risoleta foi casada por 47 anos com Tancredo Neves (1910-1985), considerado articulador importante da transição democrática: costurou ampla aliança entre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), oposicionista, e a Frente Liberal, dissidência do Partido Democrático Social (PDS), governista, para apoiar, a sua eleição no Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985. Tancredo era considerado moderado, portanto, palatável pelo regime militar para consolidar a transição. Mas foi impedido de tomar posse em decorrência de uma cirurgia, morrendo antes de assumir a Presidência da República, vítima de sucessivos erros médicos.

Clipping Livro conta a história das primeiras-damas do Brasil, por Bertha Maakaroun, Estado de Minas, 09/02/2020

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Até a Segunda Guerra Mundial, menino vestia rosa e menina vestia azul

Pinturas de um menino usando rosa e uma menina usando azul
As discussões sobre gênero (modelos de mulher e de homem) sempre estiveram presentes em nossa História. No ano passado, algo que veio à tona foi a reafirmação dos padrões de cores entre meninos e meninas, sob o discurso de Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos “menino veste azul e menina veste rosa”. Mas o que poucos sabem é que essas cores foram impostas em um passado recente, o que demonstra as bases fluidas sob as quais estão assentadas.

Se uma mãe que criou seus filhos no início do século 20 entrasse em uma loja infantil hoje em dia, ficaria horrorizada com as roupas destinadas às garotinhas: em sua época, o rosa lembrava o vermelho do sangue, simbolizando força e masculinidade. Por mais estranho que nos pareça, esse padrão só se modificou com a industrialização dos EUA no pós-guerra.

No princípio era o Branco

Para entender essa história, precisamos voltar a um passado anterior à associação entre cores e gênero. Na Inglaterra vitoriana, a cor branca e tons pastéis eram o padrão das vestimentas infantis, como foi descrito por Jo B. Paoletti, professora da Universidade de Maryland, em seu livro Pink and Blue: Telling the Boys from the Girls in America. 

Isso não acontecia por existir uma maior democratização em relação aos estereótipos de gênero, mas sim por questões econômicas: na época, a indústria da moda infantil com consumidores sedentos por roupas específicas era quase inexistente. E como era caro produzir roupas com tinturas, as cores eram destinadas às pessoas mais velhas e camadas nobres da população.

Roosevelt à moda vitoriana, de vestido / Crédito: Reprodução
Outra característica intrigante sobre as roupas infantis da época era o uso de vestido. Ambos os sexos tinham esse item como essencial, provavelmente pela facilidade na higiene e movimentação dos pequenos - um belo exemplo disso é a foto do estadista Franklin Delano Roosevelt aos 2 anos de idade, mostrando a adesão dos EUA aos padrões vitorianos. A partir dos cinco anos, os padrões de roupas começaram a se diferenciar para ambos os sexos.

Cores trocadas
Barão d'Holbach pelas mãos do pintor Louis Carmontelle. Já no século 18 o rosa era uma cor máscula. Crédito: Reprodução
Entre o fim do século 19 e o início do século 20, passou-se a definir as cores "certas" para cada gênero, de acordo com padrões que vinham do século 18 que eram contrários ao atuais.

Segundo Gavin Evans, escritor e especialista em cores, o azul sempre foi associado à Virgem Maria e a delicadeza das mulheres, enquanto o rosa estava ligado ao vermelho, visto como uma cor forte e enérgica que traria mais masculinidade aos garotos.

Essas questões, puramente sociais, que vinham desde séculos anteriores, determinavam um suposto “padrão psicológico” para o uso das cores.

Foi apenas na esteira da Segunda Guerra Mundial que o cenário mudou. Entre 1920 e 1950, com a crescente industrialização dos EUA, o azul passou a ser subitamente comercializado por varejistas como a cor perfeita para homens, enquanto marcas de moda afirmavam que o rosa era a cor mais delicada.

Com o tempo, essa dicotomia foi se espalhando para brinquedos, acessórios, berços e desenhos animados, agitando a indústria infantil e gerando os padrões que hoje temos como verdade.

Com a industrialização, padrões sociais passaram a ser como hoje.
 Crédito: National Geographic
Segundo a psicanalista Fani Hisgail,
A afinidade com alguma cor não determina personalidade ou sexualidade”. Pelo contrário: ter afinidade com algo não supostamente pertencente ao seu sexo determina apenas o modo como nossa sociedade ressignifica valores e crenças através dos tempos.
Aliás, é sempre bom lembrar da diferença entre gênero e sexualidade: enquanto orientação sexual é a atração por pessoas do mesmo sexo, de sexo diferente ou ambos, gênero é o modelo de mulher ou de homem com o qual a pessoa se identifica, não dependendo de sexualidade ou do sexo com o qual a pessoa nasceu.

É pelo fato de serem socialmente construídos (como bem demonstram as cores azul e rosa) que os gêneros podem ser criados, modificados e transformados, gerando inúmeras possibilidades de "ser humano".

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Documentários sobre guerras brasileiras: Questão indígena, Palmares, Paraguai, Revolução de 30, Crime Organizado

No Canal Curtas, você pode conferir a série documental, Guerras do Brasil, de cinco episódios de 26 minutos, sobre os fatos e as diferentes versões dos principais conflitos armados da história do país, como as guerras da conquista, Palmares, Guerra do Paraguai, Revolução de 30 e a guerra do tráfico. A narrativa será costurada pelos depoimentos dos principais conhecedores dos fatos. Clips de imagens com trilha utilizando imagens de arquivo e ilustrações darão um ritmo ágil aos programas, permitindo ao espectador visualizar os acontecimentos e compreender a história do país a partir do seu cerne: o conflito.

Segue abaixo os horários e dias das exibições em abril e maio. Clique nos títulos para ir ao site de exibição.

Trecho disponível
As Guerras da Conquista 
De Luiz Bolognesi
Com Ailton Krenak, Carlos Fausto, João Pacheco de
 Oliveira
, Pedro Luis Puntoni, Sônia Guajajara
A guerra da conquista ainda não acabou.Veja como,
ao longo da história, a população indígena foi dizimada e segue sua
luta, até os dias de hoje, pela demarcação de terras.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 19/04/2019 às 23:30 [daqui a 16 dias]
Trecho disponível
As Guerras de Palmares 
Com Jean Marcel Carvalho França, Laura Perazza
 Mendes
, Luiz Felipe de Alencastro, Marcelo Salete,
  Zezito de Araújo
"A guerra dos Palmares" escancara um período que deixa marcas no
país até hoje, desenvolvendo uma  sociedade racista e preconceituosa.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 26/04/2019 às 23:30 [daqui a 23 dias]
Trecho disponível
A Guerra do Paraguai 
De Luiz Bolognesi
Com Francisco Doratioto, Guido Rodrí­guez Alcalá,
Júlio Chiavenato, Mary Del Priore, Rodrigo Goyena
Soares

Entenda o maior conflito armado da América do sul, a "Guerra do
Paraguai".
Próxima Exibição: Sexta-feira, 3/05/2019 às 23:30 [daqui a 30 dias]
Trecho disponível
A Revolução de 1930 
De Luiz Bolognesi
Com Andréa Casa Nova, Angela de Castro Gomes,
Boris Fausto, Cláudia Viscardi, Mauricio Puls
Os acontecimentos que puseram fim a velha república. Entenda a
disputa eleitoral que levaria ao poder, no voto, o Paulista Júlio Prestes e
a ascensão do Gaúcho Getúlio Vargas.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 10/05/2019 às 23:30 [daqui a 37 dias]
Trecho disponível
Universidade do Crime 
De Luiz Bolognesi
Com
Bruno Paes Manso, Camila Nunes Dias, Carlos
Amorim
, Hélio Luz, José Beltrame
“A Guerra do Tráfico" Relata a falência do sistema prisional Brasileiro
 e apresenta um pouco da estrutura do crime organizado no país.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 17/05/2019 às 23:35 [daqui a 44 dias]

Fonte: Canal Curta, Guerras Brasileiras.

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