8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Hatikva: uma canção de melancólica esperança

Cantora Meyolia interpreta Hatikva
(uma das mais belas versões do hino de Israel)
A guerra Hamas-Israel, deflagrada pelo brutal ataque dos terroristas do Hamas contra civis israelenses, e a consequente paradoxal onda de antissemitismo no Ocidente, me obrigaram a aprofundar minhas pesquisas sobre os conflitos do Oriente Médio. Pra variar, me deparei com um festival de mentiras cabeludas promovidas pelos islâmicos com suas quintas-colunas ocidentais, a esquerda contrailuminista atual. Assunto pra outro momento porém.

Nessas também, me deparei com o hino nacional de Israel, Hatikva, A Esperança, letra de um poeta judeu, chamado Naftali Herz Imber, escrita em 1877, e música de Shmuel Cohen, composta entre 1887 e 1888, posteriormente adotada em 1948 pelo nascente estado de Israel. Imber nasceu na cidade de Zloczov, então parte do Império Austríaco, hoje Ucrânia. Quando da fundação do primeiro assentamento judaico chamado Petach Tikva (em hebraico, Portal da Esperança), na Palestina Otomana, Imber escreveu o poema Tikvatenu, Nossa esperança, cujos primeiros versos e refrão, adaptados posteriormente, se converteriam no hino Hatikva, musicado pelo romeno Shmuel Cohen, jovem imigrante em Rishon LeZion (perto de Telaviv), com base numa música popular cigana da Romênia.

O que mais me impressionou no hino foi o fato dele não parecer hino. Hinos costumam ser solenes, retumbantes, instigantes, grandiloquentes. Vamos pegar, como exemplo, quatro hinos conhecidos, o nosso, o da França, o dos EUA e do Reino Unido. Quatro hinos bonitos: o brasileiro ufanista pelas belezas do país e pronto a defendê-lo sem temer a própria morte; a Marselhesa, uma convocação às armas contra o jugo da tirania; o dos EUA sobre o triunfo do país contra os britânicos com a ajuda de deus; o dos britânicos, solene, pomposo, em saudação à rainha (agora ao rei) por quem se pede a derrota dos inimigos do Reino Unido. Anexo abaixo os quatro, com as letras em português, à guisa de comparação. Todos falam de lutas (mesmo que em hipótese como o brasileiro), guerras e a derrota dos adversários.

O hino de Israel, contudo, soa mais como uma canção que me pareceu, em seu início, uma mistura de cantiga de ninar e de roda que depois se eleva, como um cântico religioso, num voo de melancólica esperança. Nada de ufanismo, lutas renhidas, derrota de inimigos. Apenas o anseio de 2000 anos dos judeus de serem um povo livre em sua terra. Tudo simples, conciso e lindo. Deixo abaixo a versão mais bonita que ouvi, a mais minimalista. Acrescento também agora uma gravação do Hatikva, de 20 de abril de 1945, na voz de sobreviventes do campo de concentração de Bergen-Belsen, na Baixa Saxônia, Alemanha, recém liberado pelos britânicos (de arrepiar). Há também outras versões do hino, com orquestras e corais, que soam mais tradicionais. A letra é mais ou menos assim:

Enquanto no fundo do coração
Palpitar uma alma judia
E dirigindo-se ao Oriente
Um olhar avistar Sion (Sião),
Nossa esperança não terá se perdido,
a esperança de 2000 anos
de ser um povo livre em nossa terra:
a terra de Sion (Sião) e Jerusalém. 

(repete)

Am Yisrael Chai

Reedição de 13/01/24 do original em 02/01/24

domingo, 20 de agosto de 2023

Toda vez que o futebol feminino aparece o macho brasileiro enlouquece (Copa 2023)

A Espanha ganhou a Copa do Mundo Feminina 2023

Toda vez que o futebol feminino aparece o macho brasileiro enlouquece. Não é questão simplesmente de dizer não gosto. É uma necessidade de desqualificar as jogadoras que só Freud explica. Não só ele, eu também tenho uma explicaçãozinha para dar.

O futebol é para os homens um ritual de virilidade, a chance de poderem ser homoafetivos sem serem homossexuais. Muitas fotos de futebol masculino mostram jogadores se encoxando e até pegando nas respectivas malas. Não, não é exagero meu, eu vi várias dessas imagens.
Boa parte das jogadoras de futebol é lésbica, mas não se vê 
esse tipo de apalpação no futebol feminino
O fato é que, apesar dos xingamentos homofóbicos, talvez porque um jogador gay explicite o que a maioria esconde, o futebol masculino é o festival da broderagem, um poderoso viagra. Então, o futebol feminino vira um insulto a esse clube do bolinha, uma espécie de disfunção erétil.

Mas isso é particularmente ridículo quando a gente lembra que a ainda maior potência do mundo, os EUA, é o país do futebol...feminino. Lá o show de broderagem fica por conta do futebol americano, aquela pega pra capar pros caras levarem a bola para o final do campo adversário (sei lá!).

Esse futebol que o homem brasileiro considera patente dos machos, nos EUA, é coisa de mulher. Maioria das mulheres que joga futebol estão por lá. Desde menininhas começam a jogar e continuam jogando pelas high schools e universidades, muitas se profissionalizando.

O soccer masculino diz-se que só agora está tendo mais público por causa da grande presença hispânica no país, mas de forma nenhuma é uma tradição. Então, esportes não são inerentes a sexo x ou y, embora, claro, devam ser adaptados às diferenças físicas entre os sexos em algumas circunstâncias.

Aqui no Brasil o futebol feminino foi proibido até 1983 e seu desenvolvimento não pode ser comparado ao masculino que os homens praticam desde sempre e pelo qual são altamente remunerados. Particularmente não costumo acompanhar esportes a não ser em competições internacionais, embora tenha tido uma namorada fanática por futebol.

Eu mesma acho um esporte chatinho porque podem se passar 90 minutos sem se ver um ponto sendo feito e, pior, sem nem muitas tentativas a gol. Só quando os times estão muito motivados, geralmente em copas, por exemplo, a coisa se anima. Então, não sou expert no esporte e não consigo ver grandes diferenças entre o futebol feminino e masculino, fora as diferenças inerentes a cada sexo. Mas em discurso sexista sou perita e acho q os brothers deviam disfarçar um pouco o despeito porque tá feio demais. 

Nota de último tempo: A Copa do Mundo Feminina 2023, na Austrália e Nova Zelândia, foi a maior de todas e levou a anfitriã Austrália à maior torcida já vista pelo futebol feminino. O país inteiro se uniu para torcer pelas Matildas a seleção local, que infelizmente não foram para a final. E a rainha da Espanha, país vencedor, foi pessoalmente cumprimentar as jogadoras vencedoras de seu país. Manés brasileiros, chupem. O futebol feminino venceu.

Ver aqui Porque os EUA são o país referência do futebol feminino

Ver aqui o jogo final Espanha x Inglaterra

sábado, 29 de outubro de 2022

A eleição da marmelada: comê-la ou não comê-la, eis a questão?

Findo esse suplício de pseudodebates, concluo que essa eleição foi a maior marmelada da história recente, como se diz popularmente. Sempre disseram que Bolsonaro e seu séquito não se conformariam com um resultado negativo nas urnas e alegariam fraude de algum tipo. O que não se esperava é que a oposição fosse cooperar tanto com essa narrativa. Agora, eles podem gritar parcialidade com razão.

Como disse a jornalista Paula Schmitt, a campanha do Lula é “a materialização do maior conluio corporatocrata já visto numa campanha política. A coisa é tão surreal que parece comédia. A elite toda está com Lula, em todos os níveis do Consenso Inc –o cartel não-oficial mas extremamente síncrono entre empresas, mídia, acadêmicos, especialistas, artistas e influencers...”

Faltou falar dos piores integrantes desse cartel: os juízes das Supremas cortes, STF, TSE, que de suprema mesmo só têm a parcialidade que resolveram escancarar nessa eleição. Primeiro, como disse um ex deles, Marco Aurélio Mello, o STF resolveu ressuscitar o Lula com base em argumentos de fazer corar pedra, tipo a competência do foro do julgamento do petista que não deveria ter sido em Curitiba, mas sim em Brasília. Como então permitiram que fosse em Curitiba e autorizaram a prisão do cara? Depois, a parcialidade do juiz Sérgio Moro, como se Lula não tivesse sido julgado por outros 8 juízes também. Todos parciais? E, se não houve corrupção, nos casos julgados pela Lava Jato, de onde os integrantes da operação tiraram os 25 bilhões que devolveram aos cofres públicos? Do próprio bolso? Me poupem.

Livraram a cara do Lula com o objetivo de recolocá-lo na presidência da República. Havia sim condições de ter feito o impeachment do Bolsonaro em função, por exemplo, de suas ações desastrosas na pandemia que não o transformaram em genocida (como qualquer um que conheça o significado do termo sabe) mas o colocaram, por negligência e irresponsabilidade, na posição de culpado por mortes que poderiam ter sido evitadas. Se em 2020, em função da pandemia, não havia condições para tal, em 2021 já havia sim, mas não quiseram fazê-lo porque interessava deixar o Bolsonaro aí sangrando (assim pensavam) para ser sparring do Lula. Sem Lula na jogada, abria-se a possibilidade de renovação política com gente capaz de aglutinar votos suficientes para vencer Bolsonaro. Essa história de que só Lula poderia vencer Bolsonaro faz parte das lorotas do cartel.

Como se não bastasse, resolveram travestir um dos personagens mais autoritários da História brasileira, oriundo do grande partido mais autoritário surgido desde a redemocratização, como paladino da democracia contra o fascismo do Bolsonaro. Logo Lula que, antes e durante seus governos, fez um tour por tantas ditaduras mundo afora, com quem negociou obras para os parças da Odebrecht, que até o Muammar al Gaddafi, pervertido genocida ditador da Líbia, por 42 anos, consta como doador de sua primeira campanha na delação de Antonio Palocci.

Lula com Kadafi durante encontro em Abuja, Nigéria, em novembro
 de 2006 Foto: Ricardo Stuckert
Tanto os escândalos de corrupção dos governos Lula quanto seus amores e negociatas com tiranos pelo mundo foram amplamente divulgados pela imprensa. Não obstante, o TSE, em especial seu presidente, o liberticida Alexandre de Moraes, resolveu não só proibir a veiculação dessas informações, sob a desculpa de combate a fake news, como inclusive, no último capítulo dessa infâmia, resolveu obrigar emissora a veicular a fake news de que Lula é inocente. O PT ficou tanto tempo no poder que crianças ou adolescentes daquele período (2003-2016) podem estar votando pela primeira vez agora. Como então, esses novos eleitores não podem saber do passado de um dos candidatos?

A própria ministra Carmen Lúcia se saiu com uma história de que “não se podia permitir a volta de censura sob qualquer argumento no Brasil”, mas muito excepcionalmente, até o dia 31, endossava a censura prévia de um documentário sobre a facada que vitimou Bolsonaro na campanha anterior e a desmonetização de canais pró Bolsonaro. E, ainda por cima, afirmou que era para não comprometer a lisura, higidez e a segurança do processo eleitoral e dos direitos do eleitor.

Então, você vai a um jogo de futebol para ver seu time jogar, o juiz e os bandeirinhas aparecem com o emblema do time adversário e só apontam faltas para o seu time, sem falar em anulações de gols e expulsões de jogadores só do seu time e você acredita na lisura dessa arbitragem? Meu time já saiu do campeonato na primeira rodada, mas um dia pode estar na final. E se calha de seu Alexandre e dona Carmen ainda estarem por aí e decidirem vir com sua “lisura” para cima da minha turma?

Imprensa pode ser parcial. Em grandes democracias, a mídia inclusive assume que está apoiando candidato(a) X ou Y. Melhor do que fingir uma imparcialidade que não tem. E o leitor ou a leitora é que decidem se dão crédito a determinadas empresas de comunicação ou não. Em democracias, não existe essa história de querer obrigar uma emissora a defender teses que ela de fato não endossa. Sério que, desde os idos dos anos 70 do século passado, não ouvia mais falar em censura prévia e esse tipo de imposição a veículos de comunicação. Isso é muito grave. Se a imprensa pode demonstrar parcialidade, juiz não pode não.

E não me venham com historinha de que, como o Bozo é o pior dos mundos, vale tudo para tirá-lo da presidência. Das besteiras que Bozo diz, falar em regular a mídia eu nunca ouvi. Seu Lula, por outro lado, não tira isso da cabeça e da boca. Com a “lisura” dos integrantes da suprema, fica mais fácil obter esse tipo de objetivo – esse sim - inquestionavelmente fascistoide.

Ainda, nessa eleição, me impressionou também o quanto a esquerda em geral está datada. Na campanha do Lula tudo tão surrado: os slogans, as musiquinhas, aquele papinho cínico e furado de esperança e amor, gente abrindo livro para formar L num país de analfabetos e semianalfabetos. Da cruza infernal das eternas viúvas do muro de Berlim com a esquerda identitária (uma degeneração dos muito justos movimentos sociais do passado), surgiu uma esquerda mais preocupada com o sofrimento da turma do elu/delu via erros de pronomes do que com os reais interesses das classes trabalhadoras. Não por menos são as classes trabalhadoras que vêm, cada vez mais, apoiando a extrema-direita em todo o mundo.

Por último, não sou eu que vou dizer em que os outros devem votar. Reconheço que nos colocaram numa situação de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Entretanto, acho importante que, nessa quase escolha de Sofia, as pessoas votem sem ilusões. Ninguém aí está defendendo democracia coisa nenhuma, nem mesmo os que teriam obrigação de defendê-la. No caso do Lula, todo esse conluio elitista de empresas, mídia, acadêmicos, especialistas, artistas, influencers, políticos, juízes, etc. estão defendendo seus interesses, vide Marina e Simone Tebet, por exemplo, de olho em cargos num possível governo petista. Quem quiser engolir essa marmelada, portanto, que o faça consciente. Lembrando que ainda existe a possibilidade de simplesmente não comê-la.

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

A eleição dos buracos negros, do ponto de não retorno e da absorção da luz

Buraco Negro

Apelidei a atual eleição de 'buraco negro". Originário de um colapso gravitacional de estrelas, o buraco negro apresenta densidade infinita, campo gravitacional intenso, atrai todos os elementos que cruzam o seu horizonte, configurando um ponto de não retorno e absorvendo até a luz.

Nesta eleição temos dois buracos negros, atraindo e absorvendo os elementos políticos que cruzam seu horizonte. Sabíamos que num embate entre petistas e bolsonaristas a baixaria seria farta, mas eles conseguiram se superar.

Depois da história da maçonaria, do satanismo, do canibalismo, de um tal creme de leite, agora temos a homofobia sendo usada pela esquerda contra um guri conservador. Passaram uma imagem, supostamente tirada de um vídeo, onde também supostamente o tal guri aparece fazendo boqt num sujeito. A justificativa para a tal exposição é que o guri seria um gay hipócrita que combate os direitos homossexuais, por aí. Entretanto, ao que tudo indica, o vídeo é falso, o cara que aparece na foto, tirada do vídeo, é um ator pornô, e o guri é hétero. Aí a coisa fica bem feia porque estão imputando homossexualidade a alguém como difamação, a homossexualidade não sendo de natureza difamatória, né mesmo? Não estamos no Irã. Vários gays que conheço estão putos.

E o buraco negro à esquerda continua absorvendo a centro-esquerda e direita para uma tal frente democrática, como se estivéssemos na II Guerra Mundial e fosse necessário fazer aliança com o Stalin para vencer o Hitler. Isso quando estamos, na real, numa mera luta entre duas forças populistas autoritárias e picaretas que se digladiam para ver quem vai nos roubar as poupanças e o futuro simplesmente. Li artigo de um sujeito espinafrando o Lula de cabo a rabo, mas dizendo que votará nele para salvar a tal democracia. Nesse caso, o buraco negro à esquerda já chegou ao ponto de não retorno e absorveu até a luz circundante.

Por outro lado, o buraco negro à direita, já absorveu os lava-jatistas, como o Sérgio Moro, que se uniu a seu antigo algoz, Bozo, contra o lulopetismo. Como ele disse que deixou o governo do Bozo porque o dito o estava impedindo de combater a corrupção, com que cara fica agora nessa aliança e qual a sua real disposição de combater a corrupção no Senado? Estelionato eleitoral para todos os lados.
E os buracos negros estão absorvendo tanto tudo à sua volta que afetam até o campo gravitacional um do outro, tanto que já temos o vice do Zema (Novo), que apoia o Bozo, declarando voto no Lula e o vice do Rui Costa (PT-BA), que apoia o Paim naturalmente, que declarou voto no Bozo. Ler com calma. 

Melhor essa eleição acabar logo antes do país inteiro chegar no ponto de não retorno e desaparecer nos buracos negros e do mapa-múndi.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Mary Shelley: aniversário da criadora do clássico de terror e ficção Frankenstein, o Prometeu Moderno

Mary Shelley, a mãe do Dr. Frankenstein e sua criatura

Quem foi Mary Shelley?

A escritora Mary Shelley publicou seu romance mais famoso, Frankenstein, em 1818. Ela escreveu vários outros livros, incluindo Valperga (1823), O Último Homem (1826), o autobiográfico Lodore (1835) e Mathilde, publicado postumamente.

Vida pregressa

Shelley nasceu Mary Wollstonecraft Godwin em 30 de agosto de 1797, em Londres, Inglaterra. Ela era filha do filósofo e escritor político William Godwin e da famosa feminista Mary Wollstonecraft – autora de The Vindication of the Rights of Woman (1792). Infelizmente para Shelley, ela nunca conheceu a mãe, que morreu logo após seu nascimento. Seu pai William Godwin ficou encarregado de cuidar de Shelley e de sua meia-irmã mais velha Fanny Imlay, que era filha de Wollstonecraft com um soldado.

A dinâmica familiar logo mudou com o casamento de Godwin com Mary Jane Clairmont em 1801. Clairmont trouxe seus dois filhos para a união, e ela e Godwin mais tarde tiveram um filho juntos. Shelley nunca se deu bem com sua madrasta que não lhe deu educação formal, ao contrário de sua meia-irmã Jane (mais tarde Claire) que foi mandada para a escola.

Embora privada de educação formal, Mary fez bom uso da extensa biblioteca de seu pai. Muitas vezes podia ser encontrada lendo, às vezes junto ao túmulo da mãe. Ela também encontrou na escrita uma saída criativa dos problemas familiares. De acordo com The Life and Letters of Mary Wollstonecraft, Mary explicou que "Quando criança, eu escrevia; e meu passatempo favorito, durante as horas que me davam para recreação, era 'escrever histórias'".

Esposo

Em 1814, Mary começou um relacionamento com o poeta Percy Bysshe Shelley que era um aluno dedicado de seu pai. Ele ainda era casado com sua primeira esposa quando fugiu da Inglaterra com a adolescente Mary naquele mesmo ano. O casal estava acompanhado de Jane, meia-irmã de Mary. A fuga de Mary levou a uma ruptura com seu pai, que não falou com ela por algum tempo.

Escrevendo 'Frankenstein' e outras obras

Mary e Percy viajaram pela Europa por um tempo, apesar dos problemas financeiros e da perda de sua primeira filha em 1815. No verão seguinte, os Shelleys estavam na Suíça com Jane Clairmont, Lord Byron e John Polidori. O grupo se divertiu em um dia chuvoso lendo um livro de histórias de fantasmas. Lord Byron sugeriu que todos tentassem escrever sua própria história de terror. Foi nessa época que Mary Shelley começou a trabalhar no que se tornaria seu romance mais famoso,

Frankenstein, ou o Prometeu Moderno.

Mais tarde naquele ano, Mary sofreu a perda de sua meia-irmã Fanny, que cometeu suicídio. Outro suicídio, desta vez da esposa de Percy, ocorreu pouco tempo depois, permitindo que. Mary e Percy Shelley finalmente pudessem se casar em dezembro de 1816. Ela publicou um diário de viagem de sua fuga pela Europa, History of a Six Weeks' Tour (1817), enquanto continuava a trabalhar em seu conto de um dos monstros mais famosos da história da ficção literária. Em 1818, Frankenstein, ou o Prometeu Moderno estreou como um novo romance de um autor anônimo. Muitos pensaram que Percy Bysshe Shelley o havia escrito porque havia escrito a introdução. O livro provou ser um grande sucesso. Nesse mesmo ano, os Shelleys se mudaram para a Itália.

Embora Mary parecesse dedicada ao marido, não teve um casamento fácil: adultério e a morte de mais dois de seus filhos marcaram a união. Apenas um de seus filhos, nascido em 1819, Percy Florence, sobreviveu até a idade adulta. Em 1822, outra tragédia abalou a vida de Mary: seu marido se afogou quando estava navegando com um amigo no Golfo de Spezia.

Anos depois

Ficou viúva aos 24 anos, Shelley trabalhou duro para sustentar a si mesma e ao filho. Ela escreveu vários outros romances, incluindo Valperga e o conto de ficção científica The Last Man (1826). Ela também se dedicou a promover a poesia de seu marido e preservar seu lugar na história literária. Por vários anos, Shelley enfrentou alguma oposição do pai de seu falecido marido, que sempre desaprovou o estilo de vida boêmio do filho.

Morte

Shelley morreu de câncer no cérebro em 1º de fevereiro de 1851, aos 53 anos, em Londres, Inglaterra. Foi enterrada na Igreja de São Pedro em Bournemouth, com os restos cremados do coração de seu falecido marido.

Legado

Só cerca de um século depois de seu falecimento, um de seus romances, Mathilde, foi finalmente lançado na década de 1950. Seu legado mais duradouro, no entanto, continua sendo o conto clássico de Frankenstein. A luta entre o criador e sua criatura tem sido fonte inesgotável da cultura popular em séries e filmes, como na ótima série Penny Dreadful, e nos filmes desde 1931, com o clássico ator Boris Karllof até o último Eu, Frankenstein com Aaron Eckhart. Com informações de The Biography.com 

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