8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

terça-feira, 9 de abril de 2019

Histórias de cientistas brasileiras no e-book "Mulher faz Ciência"

Para inspirar garotas, jovens e mulheres a seguir a carreira científica
“Quando nós analisamos os números, as estatísticas, no mundo inteiro, apenas um terço dos cientistas são mulheres. Quando analisamos os cargos mais elevados, só cerca de 10% são ocupados por mulheres. Então, nós ainda temos um problema, sim, de desigualdade”.
A análise é da bióloga Rafaela Salgado Ferreira, uma das 15 jovens cientistas de todo o mundo que receberam um prêmio international para talentos promissores da ciência, o International Rising Talents, em 2018.

Rafaela é uma das dez personagens reunidas no e-book Mulher faz Ciência: dez cientistas, muitas histórias, que o projeto Minas Faz Ciência lançou para marcar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2016.

Objetivo da publicação é inspirar meninas e mulheres que tenham o desejo de seguir a carreira científica

No e-book, Rafaela relembra sua trajetória, iniciada como aluna do Colégio Técnico da UFMG, Coltec, depois como participante do programa de vocação científica do Centro de Pesquisas René Rachou, ligado à Fundação Oswaldo Cruz, em Belo Horizonte, até se tornar professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.

Num trecho inédito da entrevista, que você pode ouvir a seguir, Rafaela comenta a situação do Brasil em comparação a outros países e cita um estudo que ilustra o “preconceito implícito”.
Foi dado a várias pessoas exatamente o mesmo currículo para elas avaliarem. A única diferença era que em um currículo foi colocado o nome de um homem e, no outro, o nome de uma mulher. O currículo do homem foi melhor avaliado e o salário proposto para o homem foi mais alto”, revela.
DEZ CIENTISTAS, MUITAS HISTÓRIAS
O e-book Mulher faz ciência: dez cientistas, muitas histórias traz também os depoimentos da historiadora e escritora indígena Aline Pachamama; da bióloga Fernanda Staniscuaski, fundadora do projeto Parent in Science[leia entrevista na edição nº 74 da revista Minas faz Ciência]; da cientista da computação Ingrid Splangler; da física Márcia Barbosa; da técnica em Meio Ambiente Myllena Crystina da Silva; da bióloga Natália Oliveira; da arquiteta e urbanista Priscila Gama; da astrônoma e vulcanóloga Rosaly Lopes e da professora de Física Experimental Sônia Guimarães.

Primeira mulher negra a obter o título de doutora em Física no Brasil, Sônia Guimarães avalia que a política de cotas, recentemente instituída no País, foi um importante avanço para ampliar o acesso de estudantes negros às instituições públicas de ensino superior. Ouça um trecho da entrevista:

HISTÓRIA REESCRITA

Assim como o racismo é um obstáculo a mais para mulheres negras na carreira científica, o apagamento das narrativas indígenas é outro equívoco histórico que a escritora Aline Pachamama, fundadora da Pachamama editora, busca contornar com seu trabalho acadêmico. Ouça:
O E-Book está disponível para download aqui

Fonte: Minas Faz Ciência, por Alessandra Ribeiro, 11/02/2019

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Documentários sobre guerras brasileiras: Questão indígena, Palmares, Paraguai, Revolução de 30, Crime Organizado

No Canal Curtas, você pode conferir a série documental, Guerras do Brasil, de cinco episódios de 26 minutos, sobre os fatos e as diferentes versões dos principais conflitos armados da história do país, como as guerras da conquista, Palmares, Guerra do Paraguai, Revolução de 30 e a guerra do tráfico. A narrativa será costurada pelos depoimentos dos principais conhecedores dos fatos. Clips de imagens com trilha utilizando imagens de arquivo e ilustrações darão um ritmo ágil aos programas, permitindo ao espectador visualizar os acontecimentos e compreender a história do país a partir do seu cerne: o conflito.

Segue abaixo os horários e dias das exibições em abril e maio. Clique nos títulos para ir ao site de exibição.

Trecho disponível
As Guerras da Conquista 
De Luiz Bolognesi
Com Ailton Krenak, Carlos Fausto, João Pacheco de
 Oliveira
, Pedro Luis Puntoni, Sônia Guajajara
A guerra da conquista ainda não acabou.Veja como,
ao longo da história, a população indígena foi dizimada e segue sua
luta, até os dias de hoje, pela demarcação de terras.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 19/04/2019 às 23:30 [daqui a 16 dias]
Trecho disponível
As Guerras de Palmares 
Com Jean Marcel Carvalho França, Laura Perazza
 Mendes
, Luiz Felipe de Alencastro, Marcelo Salete,
  Zezito de Araújo
"A guerra dos Palmares" escancara um período que deixa marcas no
país até hoje, desenvolvendo uma  sociedade racista e preconceituosa.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 26/04/2019 às 23:30 [daqui a 23 dias]
Trecho disponível
A Guerra do Paraguai 
De Luiz Bolognesi
Com Francisco Doratioto, Guido Rodrí­guez Alcalá,
Júlio Chiavenato, Mary Del Priore, Rodrigo Goyena
Soares

Entenda o maior conflito armado da América do sul, a "Guerra do
Paraguai".
Próxima Exibição: Sexta-feira, 3/05/2019 às 23:30 [daqui a 30 dias]
Trecho disponível
A Revolução de 1930 
De Luiz Bolognesi
Com Andréa Casa Nova, Angela de Castro Gomes,
Boris Fausto, Cláudia Viscardi, Mauricio Puls
Os acontecimentos que puseram fim a velha república. Entenda a
disputa eleitoral que levaria ao poder, no voto, o Paulista Júlio Prestes e
a ascensão do Gaúcho Getúlio Vargas.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 10/05/2019 às 23:30 [daqui a 37 dias]
Trecho disponível
Universidade do Crime 
De Luiz Bolognesi
Com
Bruno Paes Manso, Camila Nunes Dias, Carlos
Amorim
, Hélio Luz, José Beltrame
“A Guerra do Tráfico" Relata a falência do sistema prisional Brasileiro
 e apresenta um pouco da estrutura do crime organizado no país.
Próxima Exibição: Sexta-feira, 17/05/2019 às 23:35 [daqui a 44 dias]

Fonte: Canal Curta, Guerras Brasileiras.

quinta-feira, 28 de março de 2019

Vícios de linguagem politicamente correta: nem tudo é preto ou branco

Eduardo Afonso, colunista do jornal O Globo, questiona o politicamente correto na linguagem, mostrando que termos, hoje considerados ofensivos, como "mulato", não têm, em sua etimologia, conotação pejorativa.

O preto no branco na linguagem

Palavras são armas poderosas. Talvez por isso haja tanta gente empenhada num estatuto do desarmamento do vocabulário, e a treta (sobre quem pode falar sobre o quê e quais termos estão autorizados) não dá trégua.

Todos, todas e todxs já devem ter ouvido que uma linguagem neutra ajudaria a criar uma sociedade mais justa — mesmo que para isto brasileiros, brasileiras e brasileirxs tenham que ser redundantes e pronunciar coisas impronunciáveis como todxs e brasileirxs .

Claro que para neutralizar a linguagem será preciso rever a concepção de que claro queira dizer exato, correto, inequívoco, luminoso, e que escuro seja sinistro, sombrio, suspeito. Será preciso revogar a dicotomia entre luzes e trevas que nos acompanha desde o big bang bíblico, e reparar a injustiça de o branco ser a soma de todas as cores e o preto, a ausência de luz. Tarefa complicada — mas não para quem acredita que branco e preto , claro e escuro, onde quer que apareçam, estejam a serviço da opressão racial.

Por isso não se deveria mais falar em magia negra, mercado negro, buraco negro, lista negra ou ovelha negra, que têm tanto a ver com afrodescendência quanto amarelar tem com os asiáticos ou vermelho de raivacom os apaches. (Sem contar a caixa-preta dos aviões, da qual só se tem notícia quando acontece uma tragédia, e a inveja branca, uma improvável inveja do bem.)

Dois milênios antes de haver tráfico humano da África para as Américas, a palavra grega mélas já significava não só negro, escuro, mas também triste, funesto. E esta acepção não tinha qualquer vínculo com cor de pele: era uma metáfora, uma construção cultural. Se o verbo denegrir é um insulto e merece ser eliminado, a eugenia linguística deveria atingir também a palavra “melancolia”, que vem de melanós (negro) + kholé (bílis, veneno). E levar junto a “Aquarela do Brasil” com sua merencória (variação de melancólica) luz da lua e o mulato inzoneiro.
O mulato é objeto (ou sujeito) de outra falsa polêmica. Venha do latim mulus (ser híbrido, não necessariamente uma mula), ou de muladi (mestiço de árabe com não árabe), a palavra não evoca animais de carga, mas miscigenação. Negar palavras que definam as nuances étnicas (pardo, moreno, mulato, mameluco) é ter em mente um mundo em preto e branco, uma espécie de apartheid lexical.
Quanto a judiar (outro termo teoricamente a ser proscrito), é o rabino Henry Sobel quem diz:
O significado está claro: não há nada de pejorativo. Não fomos nós que maltratamos. Nós, os judeus, fomos maltratados. (...) O termo não deve ser eliminado. Pelo contrário, é bom que o mundo se lembre do preconceito do passado, para que não o permita no presente e no futuro.”
Mesmo não tendo originalmente cunho racista, muitas palavras podem vir a ferir suscetibilidades. Evitar usá-las com quem se sinta ofendido é uma questão de empatia. Uma espécie de “não falar de corda em casa de enforcado” — o que não implica banir corda, cordão e cordel dos dicionários.

Haveria motivos de sobra para qualquer um de nós se magoar ao ser chamado de brasileiro (e brasileira e brasileirx). Os nascidos nesta terra eram conhecidos como brasis, brasílicos ou brasilienses. Brasileiro não era nacionalidade; era profissão. Ser brasileiro era depreciativo, sinônimo de gente xucra, incivilizada, que vivia da exploração do pau-brasil. O que fazer se parte da população entrar nessa vaibe e resolver que não é mais brasileiro com muito orgulho, com muito amor, exigindo a abolição de termos que evoquem desmatamento ou cor de brasa?

Era melhor focar no combate às atitudes discriminatórias concretas e em expressões como “serviço de preto”, “programa de índio” ou “coisa de mulherzinha”. Aí, sim, há discriminação, etnocentrismo, misoginia — e se está falando de gente de carne e osso, não de metáforas cromáticas. Por aí se perpetuam o racismo e o machismo estruturais. Mas parece que os justiceiros (e justiceiras e justiceirxs) do vernáculo estão mais focados em nos salvar dos monstros que eles mesmos inventaram.

Fonte: O Globo,  por Eduardo Afonso, 14/03/2019

terça-feira, 26 de março de 2019

A americana Karen Uhlenbeck vence um dos prêmios mais importantes da matemática


A americana Karen Uhlenbeck, especialista em equações derivadas parciais  
Imagem: Andrea KaneNorwegian Academy of Science and Letters/AFP

Pela 1ª vez, mulher vence um dos prêmios mais importantes da matemática


O Prêmio Abel de Matemáticas foi atribuído pela primeira vez a uma mulher, a americana Karen Uhlenbeck, especialista em equações derivadas parciais - anunciou a Academia Norueguesa de Ciências e Letras nesta terça-feira (19).
Karen Uhlenbeck recebe o Prêmio Abel 2019 por seu trabalho fundamental em análise geométrica e teoria de calibre, que transformou dramaticamente o cenário matemático", afirmou o presidente da comissão Abel, Hans Munthe-Kaas, em um comunicado.
Suas teorias revolucionaram nossa compreensão de superfícies mínimas, como a formada por bolhas de sabão, e problemas de minimização gerais em dimensões mais altas", acrescentou.
Uhlenbeck, de 76 anos, é professora visitante na Universidade de Princeton e professora associada do Instituto de Estudos Avançados (IAS) dos Estados Unidos.

Nascida em Cleveland, "desenvolveu técnicas e métodos de análise global que estão atualmente na caixa de ferramentas de cada geômetra e analista", indicou a Academia Norueguesa de Ciências e Letras.

Também é uma ativista em favor da igualdade de sexos nas ciências e matemáticas.

É a primeira mulher a receber o Prêmio Abel, criado em 2003 pelo governo norueguês com o objetivo de compensar a ausência de um Prêmio Nobel para matemática.

O prêmio é uma homenagem ao matemático norueguês Niels Henrik Abel (1802-1829) e é dotado com seis milhões de coroas (620.000 euros), sendo uma das mais prestigiosas distinções no mundo das matemáticas, junto com a Medalha Fields.

Fonte: UOL Ciência, via AFP, 19/03/2019

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