8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

terça-feira, 6 de setembro de 2016

PT quer semear caos no país para voltar ao poder

Enquanto tentam nos convencer de que estamos às vésperas de um novo 1964,
petistas almejam nos levar para 1984
Petistas não se conformam com a demissão de Dilma do cargo de Presidente da República e ameaçam semear o caos no país para tentar provocar uma ruptura institucional que os devolva ao poder. Várias manifestações tipo "Fora Temer", com atos de vandalismo em variados graus, vêm ocorrendo na esteira do impeachment meia-sola de Dilma. Abaixo reproduzo texto e vídeo de O Antagonista informando sobre os objetivos da greve dos bancários que hoje se inicia:
Marcelo Rodrigues, presidente da CUT-RJ, revela que a greve geral dos bancários, convocada a partir de hoje, tem como verdadeiro objetivo incendiar o país contra Michel Temer.

Eu tenho o maior orgulho de estar na assembleia que vai dizer que nós vamos mudar o rumo desse país. E que esses golpistas de m... vão ser relegados ao lixo da história."
A greve é por tempo indeterminado. Vamos para luta, convocando mais do que bancários e bancárias, todos os trabalhadores, a vir para rua para dizer 'Fora, Temer'."

Assim como os antagonistas, considero essas declarações abuso do direito de greve que merecem uma reação enérgica. Também como nos dois editoriais do Estadão abaixo penso que as autoridades precisam ter a coragem de adotar medidas duras para impedir essa escalada de violência petista alimentada pelo ressentimento e pelo revanchismo que pode colocar em risco, real e imediato, as liberdades fundamentais dos cidadãos.


A tentação totalitária do PT
A crise que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff parece ter estimulado o PT a adotar estratégias típicas de movimentos totalitários

A crise que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff parece ter estimulado o PT a adotar estratégias típicas de movimentos totalitários. Numa delas, a realidade percebida pelos sentidos é rejeitada in limine (inteiramente), pois é considerada como uma mentira construída pelos inimigos do povo para realizar seu perverso projeto de dominação. Em seu lugar, o PT oferece a “verdadeira” realidade, aquela que se constitui do que não é perceptível, do que está escondido, do que não se dá a conhecer senão por meio da revelação dos que passaram pelo adequado treinamento ideológico. A ideologia petista dá a seus simpatizantes o conforto de substituir o mundo real, com suas contradições e seus acidentes, por um mundo em que tudo faz “sentido”, graças ao discurso que lhe empresta coerência, mesmo que nada disso tenha a mais remota conexão com a realidade.

É com esse viés que os petistas, derrotados pela Constituição e pela democracia, querem fazer acreditar que o País viveu um “golpe”, com a destituição da presidente Dilma Rousseff, e que agora está em curso um processo que culminará em breve num “estado de exceção”, semelhante ao da ditadura militar.

De acordo com essa estratégia, é preciso apostar na confusão moral. A manutenção da ordem, dever da polícia, é tratada como repressão arbitrária – e qualquer ato da polícia nesse terreno, mesmo que no estrito cumprimento do seu dever, é logo apropriado e divulgado de forma estridente pela máquina de propaganda partidária com o objetivo de construir a realidade que lhe interessa.

Assim, uma manifestante que teve ferimentos num olho em razão de estilhaços de uma bomba de gás lacrimogêneo atirada pela polícia, no último dia 31 de agosto, foi imediatamente convertida em mártir petista. Sua vida deixou de lhe pertencer. Ela passou a servir como ilustração do “golpe de Estado dado no País”, como afirmou Dilma em seu perfil no Twitter. A moça foi “vítima da violência policial que tenta reprimir manifestações democráticas”, disse Dilma, sem se ater ao fato de que a bomba que feriu a jovem foi atirada para dispersar vândalos e baderneiros, que não estavam fazendo nenhuma “manifestação democrática” e tinham de ser contidos, como manda a lei.

Mas Dilma não tem nenhum interesse no mundo real. Seguindo a delirante cartilha de seu partido, ela colhe acontecimentos aqui e ali conforme estes se encaixem na tese lulopetista de que está em andamento uma grande conspiração para estabelecer uma ditadura no Brasil, como a de 1964. “As pessoas vão para as ruas e vem a repressão. Cegam uma menina. Depois, matam alguém, como foi com o estudante Edson Luís”, disse Dilma em entrevista a jornalistas estrangeiros, fazendo absurdo paralelo do caso atual com o do assassinato de Edson Luís em março de 1968 pelas forças do regime militar. Mas ela foi adiante: “O terrorismo de Estado é gravíssimo. O poder dele para reprimir é muito forte. Assim começam as ditaduras”.

É com essa lógica rasteira que os petistas pretendem convencer os brasileiros de que estamos às portas de um regime de exceção. O objetivo é criar uma atmosfera favorável à defesa de soluções que, a título de preservar a democracia, representariam na verdade uma ruptura, ou seja, um golpe, cujo objetivo é restituir o poder aos que, em respeito à Constituição, dele foram apeados. É o caso da proposta de antecipação das eleições presidenciais, que o PT agora encampou sob o título “Diretas Já” – alusão malandra ao nome do movimento que há mais de 30 anos ajudou a enterrar a ditadura militar.

A resolução do PT que anunciou a tal “Diretas Já” nem se dá ao trabalho de dizer como essas eleições seriam realizadas, já que contrariam a Constituição. Mas o pensamento petista prescinde da razão – esta, aliás, é sua inimiga mortal e deve ser combatida com todas as forças e por todos os meios. Assim, sempre que alguém renuncia à capacidade de pensar e abraça a lógica oferecida pela doutrina petista, o exército de liberticidas se adensa, e o cerco pernicioso à democracia se fecha um pouco mais.

Fonte: Estado de SP, 02/09/2016


A baderna como legado

Dilma Rousseff é, finalmente, carta fora do baralho, apesar da trama, urdida por Renan Calheiros com apoio dos petistas e a benevolência de Ricardo Lewandowski, para lhe garantir a manutenção dos direitos políticos
Se “a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer” – como prometeu em seu discurso de despedida a ex-presidente Dilma Rousseff – inclui insuflar irresponsavelmente a escalada da violência nas ruas, como tem acontecido em São Paulo e outras capitais do País, a própria banida e as chamadas “forças progressistas” que se alinharam contra o impeachment terão de assumir que a barbárie é um meio plenamente justificado para defender “os interesses populares”. Esse, na verdade, é o argumento daqueles que pregam a adoção de regimes de força ou o emprego de meios do terror para dobrar a sociedade a seus desejos – ou “sonhos”, como gostam de dizer.

O que está acontecendo nas ruas – mas também em repartições públicas e universidades – é extremamente preocupante. Em primeiro lugar, porque pode ser o prenúncio de uma grave disruptura política e social cuja simples possibilidade é preciso exorcizar. Em segundo lugar, porque ocorre no momento em que a pacificação nacional é indispensável para que toda a energia do governo e da sociedade se concentre no enorme desafio da reconstrução nacional.

A ex-presidente já se havia dedicado, com sua incompetência, arrogância e sectarismo, a levar o País à beira do abismo. Alardeando sua condição de “mulher honesta”, ela se beneficiou sem hesitação do ambiente de corrupção generalizada que sempre esteve ao seu redor tanto para se reeleger como, no primeiro mandato, para manter uma base parlamentar que coonestou todas as barbaridades da “nova matriz econômica”. Agora, ela própria dá um passo adiante, incitando os brasileiros à divisão, por todos os meios. Despenca no abismo que ela própria abriu a seus pés, mas quer ser seguida pela Nação.

Dilma Rousseff é, finalmente, carta fora do baralho, apesar da trama, urdida por Renan Calheiros com apoio dos petistas e a benevolência de Ricardo Lewandowski, para lhe garantir a manutenção dos direitos políticos. Ela muito dificilmente conseguirá ter voz ativa em qualquer articulação política de oposição ao governo. Mas os insensatos frequentemente sofrem a tentação do abismo e, infelizmente, não perdem a capacidade de convencimento e arregimentação de quem pensa – ou pensa que pensa – como eles. O discurso de despedida da ex-presidente, por exemplo, é um claro estímulo à extrapolação dos limites legais para as manifestações de protesto contra o governo.

Cabe às autoridades constituídas reprimir a baderna e impedir que a desordem se torne rotina. É preciso saber distinguir o legítimo e democrático direito a manifestação no espaço público da baderna que atenta contra o direito da população de viver seu cotidiano em paz. No primeiro caso, o poder público tem o dever de oferecer aos cidadãos a garantia de se manifestar pacificamente. No segundo, tem a obrigação de impedir a ameaça potencial ou a ação daqueles que infringem a lei. A baderna nas ruas, longe de ser uma forma legítima e democrática de manifestação popular, é um grave atentado ao direito fundamental que os cidadãos, o povo, têm de viver em paz.

Agrava a configuração criminosa das manifestações de crescente violência nas ruas o fato de que, como se tem visto em São Paulo, os confrontos com a polícia são deliberadamente provocados pelos próprios baderneiros, que têm sistematicamente descumprido os acordos previamente estabelecidos com a polícia a respeito de percursos a serem cumpridos, exigência óbvia de qualquer esquema de segurança pública.

O que se viu na quarta-feira nas ruas de São Paulo e ontem em pleno recinto do Senado Federal – onde baderneiros interromperam os trabalhos de uma comissão presidida pelo senador Cristovam Buarque – são exemplos de que os movimentos “populares” estão a transgredir de forma abusiva os limites estabelecidos pela lei. Pois não há “direito” que justifique a violência nas ruas ou a ela sobreviva.

Se as autoridades responsáveis – de modo especial o governador paulista, sempre hesitante nesse assunto – não tiverem a coragem de adotar medidas duras, mas necessárias para impedi-la, essa escalada da violência alimentada pelo ressentimento e pelo revanchismo colocará em risco, real e imediato, as liberdades fundamentais dos cidadãos.

Fonte: Estado de SP, 02/09/2016

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Hallelujah, de Leonard Cohen, com k.d.lang

Hallelujah - Aleluia - escrita pelo cantor e compositor canadense Leonard Cohen, em 1984, é considerada uma das maiores canções de todos os tempos, tendo sido gravada por inúmeros artistas desde seu surgimento.

Apesar do título, do jeito de hino religioso e das citações bíblicas, a letra fala mesmo é das vicissitudes da vida, de sexo e desencontros amorosos, de uma visão desalentada da existência que põe em dúvida se mesmo a arte pode nos salvar.

Nas citações bíblicas, o autor diz que soube que o Rei David encontrara um acorde especial para louvar a Deus, mas a mulher a quem fala não liga para música: "But you don't really care for music, Do you?" Relata ainda que a mulher (Betsabá) que seduz e desencaminha David, tira-lhe a força (corta-lhe o cabelo, referência à Sansão) através do sexo: "she cut your hair and from your lips she drew the halleujah (ela cortou seu cabelo e de seus lábios extraiu a aleluia - do orgasmo)".


No restante da canção, o autor continua vendo o amor como uma batalha de onde ele sai cativo e ferido "I saw your flag on the marble arch/love is not a victory march, it's a cold and it's a broken Hallelujah (Vi sua bandeira no monumento de mármore/o amor não é uma marcha vitoriosa, é uma aleluia fria e sofrida). Maybe there's a God above/And all I ever learned from love/Was how to shoot at someone who outdrew you/It's not a cry you can hear at night/It's not somebody who's seen the light/it's a cold and it's a broken Hallelujah (Talvez haja um Deus lá em cima/E tudo que eu sempre aprendi com o amor/foi como atirar contra alguém que já havia sacado primeiro/Não é uma súplica que você escuta à noite/Não é alguém que viu a luz/É uma aleluia fria e sofrida)".

Leonard Cohen escreveu duas versões de Hallelujah, tirando da segunda versão, de 1994, seu caráter mais espiritual (redentor) e enfatizando a evocação sexual, porém, de qualquer forma, manteve a mescla de religioso e profano da música, o contraste entre a melancólica descrição da vida, exposta na letra, e a qualidade de transcendência, contida nas Aleluias crescentes, que configuram sua beleza indiscutível.

Segundo consta, em artigo de Neil McCormik (junho/2008), para o Telegraph online, Coen declarou sobre sua famosa canção, no maior estilo Zen:
É isso aí. Não há saída para essa confusão. O único momento em que você consegue viver no meio desses conflitos absolutamente irreconciliáveis da vida é quando finalmente aceita tudo e diz ‘Olhe, eu não entendo nada disso, mas... Aleluia!'"
Gosto de todas as versões que diferentes artistas já deram a essa música, mas preferi postar esta da k.d.lang, que também consta de seu álbum Hymns of the 49th Parallel (2004), porque é uma das mais bonitas interpretações de Hallelujah. O próprio Leonard Cohen afirmou, em entrevista, ter ficado comovido com a performance de k.d.lang na ocasião registrada no vídeo abaixo (ele estava na plateia). Segundo o compositor, Lang levou a música a seu definitivo e bem-aventurado estado de perfeição.
 

Vale ainda salientar que há vários versos, escritos por Cohen, para essa mesma melodia, sendo a letra abaixo apenas uma das variantes conhecidas. E que muita gente canta esses versos em ordem diferente da apresentada na versão de k.d. lang ou mesmo inventa versos para Hallelujah.                            


Hallelujah – Leonard Cohen


I've heard there was a secret chord
that David played, and it pleased the Lord
But you don't really care for music, Do you?
It goes like this, the fourth, the fifth
The minor Fall, The major lift,
The baffled king composing, hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah

Your faith was strong but you needed proof
You saw her bathing on the roof
Her beauty in the moonlight overthrew you
She tied you to a kitchen chair, she broke your throne
she cut your hair and from your lips she drew the halleujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah

Maybe I've been here before
I know this room, I've walked this floor
I used to live alone before I knew you
I've seen your flag on the marble arch
love is not a victory march
it's a cold and it's a broken Hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah

There was a time you let me know
What's real and going on below
but now you never show it to me, do you?
And remember when I moved in you
the holy dove was moving too
And every breath we drew was Hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah

Maybe there's a God above
And all I ever learned from love
Was how to shoot at someone who outdrew you
It's not a cry you can hear at night
It's not somebody who's seen the light
it's a cold and it's a broken Hallelujah

Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah
Hallelujah, Hallelujah…

Publicado originalmente em 08/04/2009

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Mérito da jogadora Marta se mede por ser craque em campo e contra as desigualdades que enfrenta na vida

Análise estritamente economicista trata diferenças salariais entre o sexos sem considerar as origens históricas e sociológicas da desigualdade e de sua relação com o contexto sócio-cultural existente
Bem, acho as ideias liberais das mais aproveitáveis no que tange à administração do estado, da economia, etc. Melhor um estado pequeno realmente, menos impostos, menos burrocracia, mais liberdade econômica, mais liberdade para as pessoas empreenderem e tentarem determinar seus caminhos.

Por outro lado, liberais falham miseravelmente por não fazer análise estrutural (histórica, sociológica) dos fenômenos sociais, por não reconhecer todos os outros fatores de ordem sócio-cultural que inclusive interferem nos caminhos da própria economia, sem falar na trajetória das pessoas. Exemplo: bom público consumidor LGBT sempre existiu, mas ninguém investia nele porque a marginalidade da condição social das pessoas homossexuais impedia. Até hoje, empresas que investem nesse público ainda têm que enfrentar a objeção conservadora ao fazê-lo. Mas, graças à luta internacional por direitos LGBT, a inserção desse segmento populacional vem num crescendo na sociedade em geral, e as empresas pararam de temer a reação conservadora porque agora os benefícios parecem ser maiores do que os custos. Foi a mudança sócio-cultural que determinou a mudança econômica e não o contrário.

Mas, para muitos liberais, tudo continua explicável somente via papinho economicista e na base de uma suposta liberdade de escolha (como se nossas escolhas não estivessem também sujeitas aos condicionantes estruturais) que só existiria de fato se vivêssemos numa bolha isolada da realidade social ou numa realidade social diferente da atual. Diferente porque haveria igualdade de largada, começando por substituir a educação diferenciada dada às crianças que privilegia meninos em detrimento de meninas. 

Então, cai-se num mundo meio de faz de conta onde não viveríamos numa sociedade patriarcal que determina diferentes oportunidades para homens e mulheres desde o berço até o túmulo. Poderia citar inúmeros exemplos para ilustrar meu ponto de vista, mas, focando a questão salarial, em geral, a razão para as disparidades econômicas nos salários entre homens e mulheres tem como cerne o sexismo mesmo. As questões mercadológicas envolvidas no assunto são reflexo dessa raiz e não explicação para o problema, ainda que tenham resposta para uma parte dele.

Charlize Theron bateu o pé por salário igual e levou
Exemplo: as estrelas de Hollywood sempre levaram tanta gente às bilheterias de cinema quanto os astros, sempre geraram tanta grana ou mais para os empresários do ramo quanto os astros e nem por isso ganhavam o mesmo que eles. Só recentemente as divas de Hollywood resolveram peitar o sexismo cinematográfico e exigir o mesmo salário que o dos astros. Aí de repente, vejam só, o dinheiro apareceu. Obviamente quem faz análises exclusivamente economicistas de problemas complexos de ordem sócio-cultural jamais vai produzir soluções adequadas para os mesmos.

Na imagem do início deste post, vemos bem esse caso. Uma análise estritamente economicista que desconsidera vários outros fatores de ordem sócio-cultural para explicação dessa disparidade salarial entre Marta e Neymar E ainda substituem gol por mérito. E depois se queixam quando as esquerdas consideram a meritocracia uma falácia. Como contestá-las nesse caso?

sábado, 6 de agosto de 2016

Aniversário de Adoniran Barbosa, o poeta do Bexiga!


Filho de imigrantes italianos, o jovem João Rubinato foi office-boy, carregador, faxineiro, encanador, pintor de paredes, garçom e caixeiro em loja de tecidos antes de se tornar o sambista nacionalmente conhecido como Adoniran Barbosa. João Rubinato tirou o nome Adoniran Barbosa da junção do nome de um amigo, chamado Adoniran Alves, com o sobrenome do compositor e cantor de sambas de breque Luís Barbosa (1910/1938).

Apaixonado pelo samba carioca que ouvia no rádio, iniciou a carreira artística, em 1934, vencendo um concurso de música de Carnaval, realizado pela prefeitura de São Paulo, com a marcha Dona Boa, e nunca mais parou. Com a persona artística de Adoniran Barbosa, desenvolveu um estilo próprio de samba, utilizando o dialeto dos paulistanos descendentes de italianos, que ocupavam os cortiços da região central da cidade, mesclado com muito humor. Trabalhou também no rádio e no cinema, mas foi realmente a música que o consagrou.

Hoje, Adoniran Barbosa faria 110 anos, se estivesse aqui presente em carne e osso. Já que isso não é mais possível que esteja em espírito com sua música tão especial, seu samba italianado que é a cara de São Paulo.
 
Abaixo, alguns de seus clássicos, como Saudosa Maloca, as Mariposa, Trem das Onze, Iracema (com a imensa Elis Regina que também faz sua versão de Saudosa Maloca), Samba no Bexiga e Bom dia, Tristeza, esta última uma curiosidade, já que se trata de uma música de fossa (como se dizia na época) cantada por outra ilustre finada, a gata nada mansa Maysa. Na verdade, Adoniran musicou uma letra que lhe foi passada por Vinícius de Morais, o que mostra também o ecletismo do poeta do Bexiga.

Meu humilde tributo ao grande João Rubinato Adoniran Barbosa e sua música maravilhosa que sempre me divertiu e emocionou.

Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites