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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Investigar a CUT é a melhor maneira de saber se era bravata ou não de seu presidente aquela história de pegar em armas

Presidente da CUT e a ameaça de pegar em armas para defender Dilma Roussef

Concordo com a posição do autor abaixo. Claro, as tristes declarações do presidente da CUT (ver vídeo abaixo) podem ser só bravata, mas, como seguro morreu de velho, o negócio é investigar e, a médio prazo, cortar a verba desses escroques que - eles sim - ameaçam a democracia brasileira.

Presidente da CUT pode estar estocando armas

por Jorge Oliveira


Brasília - Depois que o presidente da CUT, Vagner Freitas, ameaçou “pegar em armas” para impedir a deposição da Dilma da presidência, a Polícia Federal precisa urgentemente vasculhar a sede da entidade para saber se Freitas já tem realmente o arsenal à disposição dos seus filiados e militantes do PT. O presidente da CUT, na verdade, pensa como o Lula que também já se mostrou adepto da luta armada quando, numa manifestação na ABI, ameaçou acionar seu exército vermelho (os guerreiros vermelhos do Stédile, do MST) para garantir o mandado da sua companheira.

Estocar armas para Vagner Freitas não é um problema, pelo menos financeiro. Gigolôs do dinheiro público, as centrais sindicais – a do Freitas incluída – embolsaram do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) no ano passado, 180 milhões de reais. Isso mesmo 180 milhões de reais!, resultado de uma manobra criada por Lula quando presidente para silenciar seus dirigentes e os sindicatos pelegos aliados que deixaram de defender a categoria para se juntar incondicionalmente ao PT na defesa desse governo corrupto.

As centrais sindicais unidas podem criar um verdadeiro exército com alto poder de fogo e sair às ruas como já fazem os bolivarianos que se armaram até os dentes no exercito criado pelo ex-ditador Hugo Chávez. Aliás, em novembro de 2014, entrou clandestinamente no território brasileiro o ministro venezuelano Elias Jaua para assinar acordos com o MST e a CUT para “fortalecer a revolução socialista do Brasil”, como ele mesmo informou nos atos dos convênios.

Quando diz que pode reagir a bala às manifestações populares, Freitas não está usando nenhum sentido figurado às suas palavras, como tentaram amenizar alguns para botar panos quentes na irracionalidade delinquente do presidente da CUT. É assim que pensa a escória sindical que quer ver o circo pegar fogo. Se a expressão de “pegar em armas” que usou era de desabafo deve ser punido pela bazófia. Afinal de contas, a central que preside agrupa milhares de sindicatos no Brasil e ele comete crime grave ao insuflar os filiados à luta armada.

Enquanto milhares de trabalhadores estão desempregados, Vagner Freitas não tem do que se queixar. A sua central e algumas outras que compõem o staff dos pelegos lulistas embolsaram nos últimos sete anos 1 bilhão de reais. Só entre janeiro e abril deste ano, foram irrigados para os cofres dessas entidades de classe 166 milhões de reais, como informou CH aqui no Diário do Poder. É assim, mantendo regularmente pagamentos milionários, que a república sindical se mantém ao lado do governo, desprezando a categoria a quem deveria proteger num caso de crise econômica como essa.

A Central Única dos Trabalhadores é o braço financeiro dos petistas. Lá não existe auditoria e o dinheiro é distribuído ao bel-prazer do seu presidente. A entidade financia encontros, viagens, manifestações, TVs, rádio e a mídia chapa-branca (os blogueiros oficiais) convocada para apoiar esse governo de aloprados e denegrir a imagem dos que pensam diferente deles. Como o dinheiro é do FAT, o Ministério Público deveria abrir investigação para apurar como ele está sendo usado e para que fins é destinado. A julgar pelas declarações do presidente da CUT, diante da Dilma, numa solenidade, a grana pode estar servindo para armar seus militantes e manter um grande arsenal à disposição da central.

Os primeiros indícios de que a CUT pode estar se preparando para um conflito armado, como alardeia seu presidente, podem aparecer já nas investigações que a Polícia Federal está fazendo sobre as bombas jogadas na porta do prédio do Instituto Lula. Os policiais não descartam a hipótese de que militantes petistas estariam por trás do atentado. Se isso de fato for comprovado, os ensinamentos dos bolivarianos começam a ser postos em prática no Brasil. Para evitar que atos como esses aterrorizem a população, a Polícia Federal deveria intimar o presidente da CUT para esclarecimentos e o Ministério Público promover uma devassa nas contas da central.

Nenhuma organização criminosa resiste a uma intervenção em suas finanças, como mostram investigações policiais recentes.

Fonte: Diário do Poder, Jorge Oliveira

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Depois das manifestações, Dilma pode continuar com o mandato na base do acordão, mas ela, Lula e o PT jamais serão os mesmos


Recado das ruas: sem acordo!

por Eliane Cantanhêde

O símbolo das manifestações de domingo, que faz sucesso nas redes e vai ficar, é o boneco inflável de Lula na Esplanada dos Ministérios, ao sabor do vento e da ira de milhares de pessoas que se dispuseram a sair de casa num lindo dia de sol e calor para gritar contra ele, Dilma e o PT. A sincronia é evidente: quanto mais a Lava Jato se aproxima de Lula, mais a ira popular o atinge.

Se os protestos de junho de 2013 eram difusos e confusos, eles foram ganhando discurso e organicidade e chegaram a este 16 de agosto com vigor, disseminados pelo país inteiro e principalmente com foco. Pouco importa se houve menos gente que no histórico março, o fundamental é que quem foi às ruas ontem sabia exatamente o que queria dizer e para quem.

Manifestações pelo País testam novo fôlego político de Dilma

Homens, mulheres, jovens, velhos e crianças, de verde e amarelo, ladeavam imensas faixas defendendo o “impeachment já” e gritavam “Fora Dilma”, “Fora PT, “Lula nunca mais”. Dez entre dez entrevistados se diziam exaustos com tanta corrupção e um novo personagem, um personagem a favor, passou a brilhar nas ruas empanturradas de gente no DF, em todas as capitais e em incontáveis cidades do interior.

Esse personagem não é político, não tem mandato e não tem partido. Trata-se do juiz Sérgio Moro, versão atualizada do então ministro Joaquim Barbosa. Joaquim entrou para a história como o menino negro e pobre que veio a presidir o Supremo Tribunal Federal justamente durante o bombástico julgamento do mensalão, que, pela primeira vez, não perdoou a “elite branca” e a elite política do país. É como se Moro, com a Lava Jato, desse continuidade ao serviço.

A população que rejeita maciçamente Dilma, o PT e o que Lula passou a representar é a mesma que aprova maciçamente Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, que quebram paradigmas e ensinam aos poderosos e aos cidadãos comuns que a Justiça pode, sim, valer para todos. Um aprendizado e tanto, com presidentes de partidos do governo, diretores da Petrobrás e os maiores empreiteiros trancafiados ou presos a tornozeleiras eletrônicas.

De nada adiantam acordões políticos em Brasília, porque esse processo não vai parar. Como de nada adianta o governo se dizer feliz da vida porque as manifestações de ontem tiveram menos gente do que as de março. Tiveram mesmo, e daí? Elas ocorreram em todas as regiões, desde as mais ricas até as menores e mais pobres, deram nitidamente os seus recados e têm uma força política enorme.

Política é dialética, não cartesiana, e o valor e o peso de manifestações não podem ser medidos só pelo número de manifestantes, porque havia tantos a mais ou tantos a menos. A de domingo, a terceira num único ano, foi muito expressiva e já deixa engatilhada a próxima. A sociedade está mobilizada e é ela quem dá a Dilma o troféu de presidente mais mal avaliada da história pós-redemocratização.

Dilma ganhou um cerco de segurança na semana passada, com mãos amigas do Supremo, do TSE, do TCU, do Senado e da mídia, mas a irritação popular contra ela não esmaeceu, e uma coisa é certa: se tem a imagem de mulher honesta, que não passa a mão no dinheiro público, Dilma destruiu a economia e passou a ser indelevelmente vista como a presidente que mente, que vendeu um País maravilhoso na campanha e entregou um País ao cacos do primeiro para o segundo mandato.

Com acordão ou não em Brasília, a percepção da população não mudou: a corrupção chegou ao auge e há uma exaustão com a era PT, o governo Dilma e as mágicas de Lula. Ele escapou das primeiras manifestações, mas não passou incólume pelo tsunami e não tem mais força popular para resgatar Dilma. Talvez, nem mesmo para se resgatar. Seu prestígio está como o enorme balão com a sua cara na Esplanada dos Ministérios: ao sabor dos ventos – dos ventos da economia e da Lava Jato. Dilma pode até estar salvando o mandato, mas isso não é tudo. Ela, o PT e Lula nunca mais serão os mesmos

Fonte: O Estado de São Paulo, 17/08/2015

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Nova ferramenta do Waze para driblar o rodízio

Waze passa a mostrar rotas para driblar rodízio
A nova ferramenta mostra rotas alternativas ao motorista para driblar vias de São Paulo afetadas pelo rodízio

Foi anunciado na segunda-feira, 10, uma nova ferramenta do Waze para usuários da plataforma em São Paulo. Com ela, motoristas serão avisados das ruas da cidade que não podem receber tráfego de carros que estejam em dia de rodízio. Assim, multas por descumprimento da medida seriam evitadas.

Ou seja, o aplicativo irá mostrar um caminho alternativo fora da zona de restrição do rodízio. Segundo representantes do app do Google, o motorista que irá escolher se deve seguir ou não por um caminho que passe por zonas de restrição. Ao optar por driblar essa áreas, o Waze mostrará alternativas seguras e legais.

São Paulo é a primeira cidade do mundo a receber a novidade. A empresa, então, deverá ouvir a opinião dos usuários e, assim, implementar a nova ferramenta em outras cidades e países que possuam a restrição de circulação.

Para ativar a função, basta ir em Menu> Configurações> Navegação> Restrição veicular e cadastrar os dois últimos números da placa do veículo.

Fonte: Link, 11/08/2015

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

"The Only Thing Worth Fighting For", trilha sonora da segunda temporada de True Detective, foi o melhor da série


A segunda temporada de True Detective (HBO) terminou no domingo com a morte dos protagonistas e a sobrevivência das protagonistas (viés feminista?). Teve altos e baixos, com bons intérpretes prejudicados por um roteiro confuso e excesso de personagens. De tudo, destacou-se uma das canções da trilha sonora, The Only Thing Worth Fighting For, de Lera Lynn, cantora que mistura blues, pop e country numa levada bela e melancólica. A música foi feita especialmente para a série e ilustra bem o clima dark da história, das relações entre os personagens (incluindo o amor possível), seus conflitos, seu desamparo. Fica o registro, letra e música, porque triste mas linda.



The Only Thing Worth Fighting For

Waking up is harder
Than it seems
Wandering through these empty rooms of
Dusty books and quiet dreams
Pictures on a mantel
Speak your name
Softly like forgotten tunes just
Outside the sound of pain

Weren't we like a pair of thieves
With tumbled locks and broken codes
You cannot take that from me
My small reprieves your heart of gold
Weren't we like a battlefield
Locked inside a holy war
Your love and my due diligence
The only thing worth fighting for

Change will come to those who
Have no fear
But I'm not her, you never were
The kind who kept a rule book near
What I said was never
What I meant
And now you've seen my world in flames my
Shadow songs my deep regrets

Weren't we like a pair of thieves
With tumbled locks and broken codes
You cannot take that from me
My small reprieves your heart of gold
Weren't we like a battlefield
Locked inside a holy war
Your love and my due diligence
The only thing worth fighting for

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Entre a "corrupção pela causa" e a "corrupção pelo vil metal", Dirceu saqueou o estado brasileiro e terminou sozinho

Texto preciso de Demétrio Magnoli sobre a nova prisão de José Dirceu e as razões de seu abandono pelos "cumpanheiros"

Destaque 
O PT traçou uma linha na areia separando a "corrupção pela causa", virtuosa, da "corrupção pelo vil metal", pecaminosa. Corrupção virtuosa: no mensalão, intelectuais petistas produziram doutos textos consagrados à defesa da apropriação partidária de recursos públicos, e a relativa pobreza de Genoino tornou-se símbolo e estandarte. Corrupção pecaminosa: Dirceu, indicam as provas oferecidas pelos delatores, usou sua influência no governo para constituir patrimônio pessoal. O guerreiro caído cruzou a linha proibida. Seu degredo é uma desesperada tentativa de perenizar a fronteira que se apaga sob ação do vento.
[...]
A linha divisória riscada pelo PT reflete uma lógica religiosa, típica dos partidos autoritários. A corrupção virtuosa é aquela que serve à finalidade transcendente de salvação do Povo; a pecaminosa, pelo contrário, serve ao objetivo terreno de acumulação individual de bens materiais. Na política democrática, contudo, a oposição relevante é entre o público e o privado, não entre a salvação coletiva e o enriquecimento pessoal. Segundo essa lógica, cujo critério são os meios, o guerreiro não caiu sozinho. 

Guerreiro do povo brasileiro

Vão longe os tempos do braço erguido e do punho fechado. A novidade da prisão de José Dirceu encontra-se na esfera das narrativas. Mesmo para o PT, o "preso político" do mensalão reduziu-se a um político preso. A lacônica nota partidária assinada por Rui Falcão sequer menciona seu nome. Na declaração agourenta do ministro Ricardo Berzoini, um homem de Lula, "cabe aos investigados tomarem as providências que julgarem necessárias para se defenderem perante a Justiça". O celebrado "guerreiro do povo brasileiro" não perdeu apenas os andrajos de liberdade pendurados no mancebo da prisão domiciliar: foi condenado por seu partido ao degredo político. É uma forma de adiar a reflexão inevitável sobre as fontes ideológicas do apodrecimento ético do PT.

O PT traçou uma linha na areia separando a "corrupção pela causa", virtuosa, da "corrupção pelo vil metal", pecaminosa. Corrupção virtuosa: no mensalão, intelectuais petistas produziram doutos textos consagrados à defesa da apropriação partidária de recursos públicos, e a relativa pobreza de Genoino tornou-se símbolo e estandarte. Corrupção pecaminosa: Dirceu, indicam as provas oferecidas pelos delatores, usou sua influência no governo para constituir patrimônio pessoal. O guerreiro caído cruzou a linha proibida. Seu degredo é uma desesperada tentativa de perenizar a fronteira que se apaga sob ação do vento.

Não existe pecado do lado de cá do Equador. Se o país se divide entre Povo e Elite, e se o Partido é a ferramenta da emancipação popular de um jugo de 500 anos, então a "corrupção pela causa" não é corrupção, mas um expediente legítimo na jornada libertadora. A fórmula inflexível, refletida nos punhos cerrados do mensalão, tem suas próprias implicações. É em nome dela que Dirceu experimenta a condenação mais implacável. Numa ordem unida à qual só escapam cortesãos inúteis e vozes periféricas de aluguel, o Partido imprime-lhe na fronte o estigma do traidor. "Bode expiatório", disse seu advogado, numa referência aberta a interpretação.

Dirceu é Dirceu, a segunda face do PT, não um Duque qualquer, um Paulinho Land Rover ou um Vargas que só era André. Dobrando-se ao vil metal, o guerreiro traidor remexe a areia, desmarca um limite, desfaz uma certeza. Se até ele transitou de uma corrupção à outra, como separá-las nitidamente, sanitizando a primeira e satanizando a segunda? O degredo silencioso de Dirceu, que equivale a uma gritaria, destina-se a abafar a pergunta incômoda. Os juízes do Partido temem menos a hipótese improvável de uma delação premiada do guerreiro traidor que a exposição pública das conexões entre a corrupção virtuosa e a corrupção pecaminosa.

A linha divisória riscada pelo PT reflete uma lógica religiosa, típica dos partidos autoritários. A corrupção virtuosa é aquela que serve à finalidade transcendente de salvação do Povo; a pecaminosa, pelo contrário, serve ao objetivo terreno de acumulação individual de bens materiais. Na política democrática, contudo, a oposição relevante é entre o público e o privado, não entre a salvação coletiva e o enriquecimento pessoal. Segundo essa lógica, cujo critério são os meios, o guerreiro não caiu sozinho.

Revisito as fotografias do líder estudantil preso, com centenas de outros, no Congresso da UNE de Ibiúna, em 1968, e de sua partida para o exílio, na base aérea do Galeão, com 12 outros, em 1969. Vistas da torre de observação do presente, elas têm algo de profundamente melancólico: os sinais de um fracasso coletivo. Mas, na história que se encerra, há também a prova de um teorema: a "corrupção virtuosa" conduz, inelutavelmente, à "corrupção pecaminosa". O PT não deveria renegar seu guerreiro caído, nem defendê-lo, mas reavaliar a si mesmo no espelho de sua trajetória. Para nunca mais cerrar o punho contra as instituições da democracia.

Fonte: FSP, 08/08/2015

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