8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Nova ferramenta do Waze para driblar o rodízio

Waze passa a mostrar rotas para driblar rodízio
A nova ferramenta mostra rotas alternativas ao motorista para driblar vias de São Paulo afetadas pelo rodízio

Foi anunciado na segunda-feira, 10, uma nova ferramenta do Waze para usuários da plataforma em São Paulo. Com ela, motoristas serão avisados das ruas da cidade que não podem receber tráfego de carros que estejam em dia de rodízio. Assim, multas por descumprimento da medida seriam evitadas.

Ou seja, o aplicativo irá mostrar um caminho alternativo fora da zona de restrição do rodízio. Segundo representantes do app do Google, o motorista que irá escolher se deve seguir ou não por um caminho que passe por zonas de restrição. Ao optar por driblar essa áreas, o Waze mostrará alternativas seguras e legais.

São Paulo é a primeira cidade do mundo a receber a novidade. A empresa, então, deverá ouvir a opinião dos usuários e, assim, implementar a nova ferramenta em outras cidades e países que possuam a restrição de circulação.

Para ativar a função, basta ir em Menu> Configurações> Navegação> Restrição veicular e cadastrar os dois últimos números da placa do veículo.

Fonte: Link, 11/08/2015

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

"The Only Thing Worth Fighting For", trilha sonora da segunda temporada de True Detective, foi o melhor da série


A segunda temporada de True Detective (HBO) terminou no domingo com a morte dos protagonistas e a sobrevivência das protagonistas (viés feminista?). Teve altos e baixos, com bons intérpretes prejudicados por um roteiro confuso e excesso de personagens. De tudo, destacou-se uma das canções da trilha sonora, The Only Thing Worth Fighting For, de Lera Lynn, cantora que mistura blues, pop e country numa levada bela e melancólica. A música foi feita especialmente para a série e ilustra bem o clima dark da história, das relações entre os personagens (incluindo o amor possível), seus conflitos, seu desamparo. Fica o registro, letra e música, porque triste mas linda.



The Only Thing Worth Fighting For

Waking up is harder
Than it seems
Wandering through these empty rooms of
Dusty books and quiet dreams
Pictures on a mantel
Speak your name
Softly like forgotten tunes just
Outside the sound of pain

Weren't we like a pair of thieves
With tumbled locks and broken codes
You cannot take that from me
My small reprieves your heart of gold
Weren't we like a battlefield
Locked inside a holy war
Your love and my due diligence
The only thing worth fighting for

Change will come to those who
Have no fear
But I'm not her, you never were
The kind who kept a rule book near
What I said was never
What I meant
And now you've seen my world in flames my
Shadow songs my deep regrets

Weren't we like a pair of thieves
With tumbled locks and broken codes
You cannot take that from me
My small reprieves your heart of gold
Weren't we like a battlefield
Locked inside a holy war
Your love and my due diligence
The only thing worth fighting for

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Entre a "corrupção pela causa" e a "corrupção pelo vil metal", Dirceu saqueou o estado brasileiro e terminou sozinho

Texto preciso de Demétrio Magnoli sobre a nova prisão de José Dirceu e as razões de seu abandono pelos "cumpanheiros"

Destaque 
O PT traçou uma linha na areia separando a "corrupção pela causa", virtuosa, da "corrupção pelo vil metal", pecaminosa. Corrupção virtuosa: no mensalão, intelectuais petistas produziram doutos textos consagrados à defesa da apropriação partidária de recursos públicos, e a relativa pobreza de Genoino tornou-se símbolo e estandarte. Corrupção pecaminosa: Dirceu, indicam as provas oferecidas pelos delatores, usou sua influência no governo para constituir patrimônio pessoal. O guerreiro caído cruzou a linha proibida. Seu degredo é uma desesperada tentativa de perenizar a fronteira que se apaga sob ação do vento.
[...]
A linha divisória riscada pelo PT reflete uma lógica religiosa, típica dos partidos autoritários. A corrupção virtuosa é aquela que serve à finalidade transcendente de salvação do Povo; a pecaminosa, pelo contrário, serve ao objetivo terreno de acumulação individual de bens materiais. Na política democrática, contudo, a oposição relevante é entre o público e o privado, não entre a salvação coletiva e o enriquecimento pessoal. Segundo essa lógica, cujo critério são os meios, o guerreiro não caiu sozinho. 

Guerreiro do povo brasileiro

Vão longe os tempos do braço erguido e do punho fechado. A novidade da prisão de José Dirceu encontra-se na esfera das narrativas. Mesmo para o PT, o "preso político" do mensalão reduziu-se a um político preso. A lacônica nota partidária assinada por Rui Falcão sequer menciona seu nome. Na declaração agourenta do ministro Ricardo Berzoini, um homem de Lula, "cabe aos investigados tomarem as providências que julgarem necessárias para se defenderem perante a Justiça". O celebrado "guerreiro do povo brasileiro" não perdeu apenas os andrajos de liberdade pendurados no mancebo da prisão domiciliar: foi condenado por seu partido ao degredo político. É uma forma de adiar a reflexão inevitável sobre as fontes ideológicas do apodrecimento ético do PT.

O PT traçou uma linha na areia separando a "corrupção pela causa", virtuosa, da "corrupção pelo vil metal", pecaminosa. Corrupção virtuosa: no mensalão, intelectuais petistas produziram doutos textos consagrados à defesa da apropriação partidária de recursos públicos, e a relativa pobreza de Genoino tornou-se símbolo e estandarte. Corrupção pecaminosa: Dirceu, indicam as provas oferecidas pelos delatores, usou sua influência no governo para constituir patrimônio pessoal. O guerreiro caído cruzou a linha proibida. Seu degredo é uma desesperada tentativa de perenizar a fronteira que se apaga sob ação do vento.

Não existe pecado do lado de cá do Equador. Se o país se divide entre Povo e Elite, e se o Partido é a ferramenta da emancipação popular de um jugo de 500 anos, então a "corrupção pela causa" não é corrupção, mas um expediente legítimo na jornada libertadora. A fórmula inflexível, refletida nos punhos cerrados do mensalão, tem suas próprias implicações. É em nome dela que Dirceu experimenta a condenação mais implacável. Numa ordem unida à qual só escapam cortesãos inúteis e vozes periféricas de aluguel, o Partido imprime-lhe na fronte o estigma do traidor. "Bode expiatório", disse seu advogado, numa referência aberta a interpretação.

Dirceu é Dirceu, a segunda face do PT, não um Duque qualquer, um Paulinho Land Rover ou um Vargas que só era André. Dobrando-se ao vil metal, o guerreiro traidor remexe a areia, desmarca um limite, desfaz uma certeza. Se até ele transitou de uma corrupção à outra, como separá-las nitidamente, sanitizando a primeira e satanizando a segunda? O degredo silencioso de Dirceu, que equivale a uma gritaria, destina-se a abafar a pergunta incômoda. Os juízes do Partido temem menos a hipótese improvável de uma delação premiada do guerreiro traidor que a exposição pública das conexões entre a corrupção virtuosa e a corrupção pecaminosa.

A linha divisória riscada pelo PT reflete uma lógica religiosa, típica dos partidos autoritários. A corrupção virtuosa é aquela que serve à finalidade transcendente de salvação do Povo; a pecaminosa, pelo contrário, serve ao objetivo terreno de acumulação individual de bens materiais. Na política democrática, contudo, a oposição relevante é entre o público e o privado, não entre a salvação coletiva e o enriquecimento pessoal. Segundo essa lógica, cujo critério são os meios, o guerreiro não caiu sozinho.

Revisito as fotografias do líder estudantil preso, com centenas de outros, no Congresso da UNE de Ibiúna, em 1968, e de sua partida para o exílio, na base aérea do Galeão, com 12 outros, em 1969. Vistas da torre de observação do presente, elas têm algo de profundamente melancólico: os sinais de um fracasso coletivo. Mas, na história que se encerra, há também a prova de um teorema: a "corrupção virtuosa" conduz, inelutavelmente, à "corrupção pecaminosa". O PT não deveria renegar seu guerreiro caído, nem defendê-lo, mas reavaliar a si mesmo no espelho de sua trajetória. Para nunca mais cerrar o punho contra as instituições da democracia.

Fonte: FSP, 08/08/2015

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O colapso do governo Dilma e seus possíveis desdobramentos

Ao que tudo indica, o governo Dilma está mesmo na base do balança mais não cai (até agora). E a boataria come solta. Circulam rumores vários, desde a carta-renúncia que Dilma já teria escrito até as articulações em torno do vice-presidente, Michel Temer, para substituí-la, caso não apareça também denunciado em alguma delação premiada futura. Enquanto isso, os tucanos, para variar divididos, estão entre apoiar um possível governo Temer ou insistir na possibilidade de novas eleições. Seja como for, vale ler os três possíveis cenários do pós-Dilma que o Merval Pereira aponta no artigo abaixo intitulado Colapso Anunciado.
Acrescento também o vídeo, ao fim do artigo abaixo, do debate no Painel da GloboNews, do William Waack (08/08/05), com o historiador  Marco Antonio Villa, o cientista social Cláudio Couto e o economista Eduardo Giannetti da Fonseca. Também sobre a crise política e econômica em que se encontra o Brasil.
Colapso Anunciado

O governo Dilma caminha para um colapso, que pode desembocar no impeachment decretado pelo Congresso, ou na cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As duas situações têm soluções dentro da Constituição. No primeiro caso, assume o vice-presidente Michel Temer para completar o mandato, no segundo são convocadas eleições diretas, caso a impugnação ocorra nos dois primeiros anos do mandato.

Se ela se der nos dois últimos anos, isto é, a partir de 2017, haverá eleição indireta pelo Congresso.
  
É o que diz a Constituição:

“Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º – Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º – Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores”.

Para escapar dessas ameaças, a presidente Dilma pode tomar medidas de reforma ministerial, redução do número de ministérios, e fortalecer o papel da coordenação política, dando mais poderes ao PMDB do vice Michel Temer.

Nos bastidores há negociações de todos os tipos, desde o apoio ao vice-presidente quanto a aposta nas próximas colaborações premiadas que podem inviabilizar tanto o PMDB quanto o PT.

O PSDB está nessa encruzilhada, com a maior parte de seus membros com um olho a longo prazo, à espera da decisão do TSE, mas o outro próximo do PMDB caso o Tribunal de Contas da União (TCU) impugne as contas do primeiro governo Dilma.

Caso o processo de impeachment se inicie no Congresso devido ao TCU, os tucanos darão apoio e participarão de um governo Temer de coalizão nacional. Mas a opção de uma nova eleição que legitime o novo presidente é a preferida do presidente da sigla, senador Aécio Neves.

A indefinição do PSDB pode reaproximar o PMDB do PT para garantir a continuidade do governo, mesmo aos trancos e barrancos. 

Partindo da premissa de que 2015 ficará marcado pelo colapso do ciclo econômico e político liderado nos últimos 12 anos pelo PT, o economista Claudio Porto, presidente da consultoria Macroplan, especializada em estratégia e cenários futuros, traçou três cenários para o 2º governo Dilma, todos apontando para conjunturas difíceis, dois deles já analisados na coluna de ontem (UTI e Recuperação).

No cenário de “Colapso”, avaliado como o mais provável, há três desdobramentos possíveis.
Terceirização - esvaziamento do poder da presidente com a ‘terceirização’ da economia para a equipe econômica e da coordenação e gestão da política para o vice Michel Temer, do PMDB.

Neste caso, ainda esse ano, haveria uma reconfiguração da equipe de governo com uma recomposição da base de sustentação parlamentar e redução de incertezas; resgate parcial do ajuste fiscal e financeiro abrindo-se perspectivas para uma retomada do crescimento, a partir de 2017, e declínio da inflação, em 2016. A operação “Lava-jato”, neste cenário, teria efeitos impactantes, porém diluídos no tempo.

Impeachment da presidente Dilma, com acentuação das expectativas econômicas negativas imediatas. O ajuste fiscal fracassa, as “pautas bomba” prosperam, as expectativas negativas dos agentes econômicos e a insatisfação da sociedade se acentuam ainda mais e a perspectiva de inflação supera os 10% ao ano. 

No campo político há total perda de confiança da presidente e a base de sustentação desaparece. Este cenário só se torna provável em três hipóteses: (a) se as contas da presidente forem rejeitadas no TCU e no Congresso por conta das “pedaladas fiscais” de 2014; (b) se o TSE reconhecer financiamento ilegal na campanha eleitoral da presidente e vice, em 2014; ou (c) se os efeitos da operação “Lava-Jato” alcançarem inequivocamente a pessoa da presidente.

Por enquanto, este cenário parece tão improvável quanto a de uma rápida recuperação da popularidade da presidente, mas uma mudança radical nas próximas semanas não pode ser descartada.

Renúncia da presidente Dilma por motivos semelhantes ao cenário de impedimento. Considerado o passado de militância da presidente ou os traços de sua personalidade, este também é, para a Macroplan, um cenário de probabilidade remota, mas que não deve deixar de ser considerado.

Fonte: Blog do Merval Pereira, O Globo, 09/08/2015

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