8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O Porteiro da Noite

Lançado em 1974, O Porteiro da Noite, da cineasta italiana Liliana Cavani, provocou muita polêmica e inclusive furor, entre judeus e feministas, ao retratar o ardente amor entre uma judia e um oficial da SS nazista.

A relação que começa em um campo de concentração, onde ele a salva da morte, recomeça em 1957, quando ela o reencontra como porteiro de um hotel em Viena. Longe de denunciá-lo às autoridades, como criminoso de guerra, ela volta aos seus braços, e eles retomam o relacionamento dos primeiros tempos.

Os amigos do porteiro, todos nazistas fugitivos, obviamente querem acabar com a testemunha de seu passado, passatempo a que se dedicam costumeiramente, mas o porteiro de novo tenta protegê-la, desta vez sem sucesso. Enfurnam-se num dos quartos do hotel onde vivem seu estranho amor até, já quase mortos de exaustão, saírem às ruas para serem obviamente mortos.

Mais do que um prato cheio para teorias psicanalíticas, dado o caráter sadomasoquista do relacionamento entre os personagens, O Porteiro da Noite transgride por mostrar que há mais entre vítimas e opressores do que sonha a vã filosofia do politicamente correto, nos fazendo pensar sobre a natureza da condição humana.

Ademais, o filme guarda uma cena para lá de sexy, ainda que decadente, chamada a cena bíblica pela referência à Salomé, onde Lucia Atherton (Charlotte Rampling, belíssima no filme) canta e dança para uma platéia de nazis embasbacados, incluindo seu amante, Maximilian Theo Aldorfer, interpretado por Dirk Bogarde. Veja abaixo. Fetiche puro. Para ver ou rever o filme todo, clique aqui.

Elenco
Dirk Bogarde (Maximilian Theo Aldorfer)Charlotte Rampling (Lucia Atherton)Philippe Leroy (Klaus)Gabriele Ferzetti (Hans)Giuseppe Addobbati (Stumm)Isa Miranda (Condessa Stein)Nino Bignamini (Adolph)Marino Masé (Atherton)Amedeo Amodio (Bert)Piero Vida (Day Porter)Geoffrey Copleston (Kurt)Manfred Freyberger (Dobson)Ugo Cardea (Mario)Hilda Gunther (Greta)Kai S. Seefeld (Jacob)
Esteve em exibição, em 2008,  no HSBC Belas Artes, mas volta e meia retorna em algum cinema. Também em DVD.



Reedição do original de 23/07/2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mulheres no samba!

Nove de fevereiro de 2009 marcou o centenário de Carmen Miranda, a portuguesa que, exportada para nosso país, incorporou como ninguém o espírito brasileiro da ginga e da alegria juvenil que hoje parece coisa rara.

Carismática, Carmen também incorporou posteriormente a versão americana da baiana, tornando-se, mais do que uma cantora, um verdadeiro ícone não só da música brasileira mas do imaginário internacional.

Até hoje, vê-la em sua esfuziante baiana-americanizada é um prazer raro que só os artistas de alta qualidade conseguem provocar, como se pode verificar no vídeo abaixo.



E, para saber mais sobre a pequena notável, vale a pena visitar o site sobre a diva, Museu Virtual Carmen Miranda , de onde copiei a foto que abre essa postagem.

Mas, embora Carmen mereça não só um post, mas vários, este a cita apenas para introduzir o tema dos grupos de samba femininos que se espalharam pelo país nos últimos anos. Se Carmen estivesse viva hoje, bem poderia, em vez de aparecer acompanhada do masculino Bando da Lua, vir circundada dos femininos Samba de Rainha ou Samba de Comadre, por exemplo. Sem falar no Samba de Moças, Samba de Meninas, Toke Feminino, Toque de Salto, Razão Feminina, Entre Elas e vários outros mais amadores ou mais profissionais, iguais, no entanto, na demonstração de que mais um feudo masculino foi pro brejo.

Cantando samba de raiz, pagode, samba-rock, samba de roda, samba de escola de samba e assim por diante, as moças pegaram do cavaquinho, do pandeiro, do batuque, do violão e deram um lifting nesse ritmo que, apesar de tão brasileiro, apanha da música eletrônica importada, onipresente nas rádios e nas pistas de dança de norte a sul.

No feminino, o samba ganha sangue novo, um novo colorido, e recupera sua função de "levar a alegria a milhões de corações brasileiros." No vídeo abaixo, o mais conhecido entre os grupos de samba feminino, o Samba de Rainha, apesar de filho do outrora denominado "túmulo do samba", São Paulo, arrasa no batuque e na sonoridade. As meninas do SR também são mesmo a cara multi-étnica de Sampa (uma das integrantes é inclusive japonesa), demonstrando que o samba, mais do que negro, é simplesmente brasileiro, e que, nós, brasileiros, somos mesmo assim misturados de corpo e alma. Fora isso, não que eu queira assumir ninguém, mas tá na cara que muitas das moças do samba são também exímias sapateadoras.

Enfim, os grupos de samba femininos são legítimos herdeiros de Carmen Miranda e de tantas outras sambistas geniais que agora, além de cantar e encantar, também dispensam os homens nos instrumentos (hum, acho que produzi um duplo sentido).

Reedição de postagem de 12/03/09

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Vídeo "Faça acontecer" para um futuro sem fábricas de animais (e um pouco sobre West Side Story)

West Side Story (Amor, Sublime Amor) é um filme musical de 1961 que transporta o drama shakespeareano de Romeu e Julieta para o universo das gangues juvenis americanas formadas por imigrantes latinos e outros menos favorecidos. O cenário é a zona oeste de Manhattan em Nova York. Com coreografia inovadora e trilha sonora fantástica (Leonard Bernstein, Saul Chaplin), foi um divisor de águas na concepção dos musicais, tendo suas canções gravadas por inúmeros artistas e sua coreografia inspirado, entre outras, o clipe Beat It, de Michael Jackson.

No fundo, West Side Story trata do preconceito (qualquer deles) que dissemina o ódio e inviabiliza o amor. No filme, Tony, um ex-líder da gangue dos Jets (de brancos pobres), apaixona-se por María, irmã do líder da gangue rival, os Sharks, formada por imigrantes porto-riquenhos. Como no Romeu e Julieta original, entre disputas territoriais e ridículos códigos de honra, misturados no filme ao preconceito racial, o casal apaixonado não consegue sobreviver à estupidez humana.
Tony e Maria em West Side Story
Entre as músicas da trilha sonora (todas incríveis), Somewhere (Em algum lugar) se destaca como uma espécie de hino de esperança dos que vivem enjaulados pelas grades da discriminação e da opressão e sonham com a liberdade. Não por menos alguém teve a brilhante ideia de fazer um libelo pela libertação animal usando a música como tema.

Debulhei litros ao ouvir já o primeiro verso da canção associada às tristes imagens das chamadas fábricas de animais (de fato campos de concentração de bichos). Debulhei porque sempre cantei essa música pensando em todas as discriminações que sofrem os diferentes de todo o tipo e porque, naturalmente, nada me comove mais do que o sofrimento dos animais. O vídeo, de 2012, se chama Faça Acontecer (Make it Possible) e traz a mensagem de esperança de que é possível um futuro sem fábricas de animais, um futuro viável por causa das pessoas que mudam sua alimentação e se engajam na luta para que esse horror sob os céus deixe de existir.

Segue a letra da música, que fala por si mesma, traduzida para o português numa boa versão. E os vídeos Make It Possible e Somewhere do filme West Side Story. Deixo também o link para assistir online, legendada, essa obra-prima que é West Side Story, ganhadora, em 1962, do Oscar (em quase todas as categorias), do Grammy e do Globo de Ouro e, em 1963, do BAFTA britânico. E aqui, a trilha sonora.

Em algum lugar

Há um lugar para nós
Em alguma parte, um lugar para nós.
Paz e tranquilidade e céu aberto
Nos esperam em algum lugar.

Há um tempo para nós
Um dia haverá um tempo para nós
Tempo juntos e tempo de sobra
Tempo de olhar, tempo de amar

Algum dia, em algum lugar

Nós acharemos um novo modo de viver
Nós encontraremos um jeito de perdoar (Conseguiremos?)
Em algum lugar

Há um lugar para nós,
um lugar e um tempo para nós
Segure minha mão e já estaremos quase lá
Segure minha mão e eu lhe levarei até lá
De algum modo, um dia, em algum lugar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ditadura à brasileira por Marco Antonio Villa


O historiador Marco Antonio Villa, autor do livro Ditadura à Brasileira – 1964-1985: A democracia golpeada à esquerda e à direita, falou sobre a boataria na Internet e sobre seu o livro.

A propósito, voltou a dizer que não há documentos que comprovem que o pessoal da luta armada tenha lutado pela democracria durante o período da ditadura militar. Pelo contrário, lutavam para impor uma ditadura comunista de tipo cubano, soviético, chinês (só isso variava). A entrevista integral pode ser vista aqui. Abaixo o trecho em que ele fala mais do período da ditadura.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Arte Hiper-realista: quase humanos!


O hiper-realismo sempre teve seu lugar ao sol das artes visuais, mas às vezes fica meio sem destaque. Recentemente, contudo, tem voltado com força sobretudo por meio das incríveis esculturas de artistas, entre outros, como o canadense Jamie Salmon e a japonesa Jackie Seo. Feitas em geral de silicone, acrílico, fibra de vidro e cabelo, as esculturas parecem realmente vivas. Vejam algumas amostras abaixo e chequem aqui a galeria dos artistas para ver outras imagens. As três primeiras imagens são de Jamie Salmon e as quatro últimas de Jackie Seo.





Reeditado do original de 21/08/2011

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