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Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Direitos dos Animais: quando o coração prova que suas razões tem base científica

Não no meu nome
O resgate dos beagles, torturados pelo Instituto Royal, trouxe a questão dos direitos dos animais para o centro da opinião pública (felizmente), provocando muita polêmica. Conservadores - aqueles mesmos opositores de pesquisas com células-troncos e embriões - se unem para chamar de criminosos os que defendem a vida de seres plenamente constituídos com consciência, inteligência, emoções análogas às humanas e, sobretudo, que sentem dor.

Cinicamente dizem que quem é contra pesquisas em animais não deveria usar medicamentos testados em animais, o que abrange praticamente toda a alopatia. Falácia da mais escrota porque sabem que não existe escolha, e essa é uma das razões pela qual se quer acabar com testes nos bichos: para que os medicamentos passem a ser produzidos de outra forma. Enquanto for considerado aceitável que se teste em animais, os psicopatas travestidos de cientistas não procurarão outras alternativas nem utilizarão as já existentes. E todos nós, não só esses conservadores execráveis, ficamos obrigados a ser cúmplices à revelia do horror indescritível feito aos animais.

Não no meu nome
Lembrando que a maioria das doenças que mais afetam os seres humanos (câncer, diabetes, pressão alta, enfartes, derrames) é produzida pelos próprios seres humanos contra si mesmos pela via ambiental e hábitos de consumo insalubres. Basta observar que, apesar de todas as campanhas antitabagistas, muita gente ainda fuma. Animais em laboratório são obrigados a inalar a toxicidade dos componentes do cigarro para ver em quanto tempo adoecem e morrem e projetar a estatística sobre os infames que fumam. Poderia citar outras aberrações, mas deixo para outro texto. Reproduzo abaixo textos e vídeos sobre o tema apontando a verdade atrás dos testes e as alternativas a esse horror (com.links para universidades e centros médicos que produzem alternativas aos testes em animais). O texto é do filósofo Paulo Ghiraldelli, os vídeos com o George Guimarães, o Sérgio Greif e a Luisa Mell (contando todo o histórico da ação que culminou com o resgate dos beagles) . De quebra, também o vídeo 'Si j'avais au moins...' de Mylène Farmer que já havia reproduzido aqui no post Cantora francesa faz tocante vídeo contra o uso de animais em laboratório! 

Destaco o seguinte trecho do texto do Paulo:
Deixaremos de usar animais em teste do mesmo modo que temos procurado nos livrar de agrotóxicos e do mesmo modo que não suportamos ver uma pessoa pertencente a uma minoria ser humilhada. Faremos isso exatamente porque sabemos onde está a mentira, e vamos, em cada luta setorial, conquistar mais gente pelo coração, e integrá-los no trabalho da razão. Essas coisas vão andar mais rápido do que se imagina. E a ciência não vai perder com isso, ao contrário, vai sair ganhando. 
Nietzsche dizia que a ciência não pode ser deixada sozinha, sem comando. É verdade! Temos de tirá-la do comando que hoje está nas mãos da Morte e do Dinheiro. Temos de coloca-la sob o nosso comando, os que não querem que para se criar um esmalte ou um tônico capilar fajuto para uma seborreia fajuta, um cão tenha que ter o fígado inchado durante 6 anos, mantido no cativeiro com dores intensas.
A verdade (e a mentira) sobre a utilidade dos testes com animais

Para filósofo, as pesquisas realizadas com animais servem mais para estimular o mercado de consumo com novos produtos que para melhorias na saúde dos seres humanos

A “revolução dos beagles de São Roque” está rendendo. E muito bem. Já estava mesmo na hora de discutirmos nacionalmente também essa questão, a da utilidade ou não de determinados tipos de pesquisa e o envolvimento com a educação para a crueldade, que pode muito estar atrelada ao modo como se prepara a mão de obra para os laboratórios.

Coloquemos então na mesa a questão objetiva do debate: os testes com animais são mesmo uma necessidade?

Os testes de laboratório com animais, de um modo geral, apontam para uma única “moral da história”: sofrimento atrai sofrimento. Os testes submetem nossos parceiros de vida na Terra a dores e incômodos inauditos. Não se trata de feridas apenas. Muito menos a barbárie é só a de arrancar um olho ou forçar um animal a comer até explodir. O que ocorre é a produção de tumores cancerígenos, deformações internas e externas, mal estar durante toda uma vida. Esse sofrimento todo é pago no altar do bem estar humano? Não! A maior parte dos laboratórios que lidam com testes, no mundo todo, fazem pesquisas encomendadas direta ou indiretamente antes pelos setores militares que pelos ditos setores da saúde.

O que se quer saber é o que é que pode dizimar o homem, fazer o homem sofrer, e quanto o homem pode aguentar tendo ingerido substâncias X ou Y. O que se quer é saber como matar de modo mais eficiente. Isso é tão verdade que, hoje, nenhum cientista responsável arrisca afirmar que o HIV, que provoca a AIDS, não foi produzido em laboratórios ligados a tarefas militares.

Bem, mas uma parte dos laboratórios que se utiliza de testes em animais o faz em função das demandas do setor de saúde, não é verdade? Não! A parte da pesquisa que não é direta ou indiretamente atrelada ao campo militar, serve antes ao dinheiro que à saúde. Os próprios cientistas têm insistido nesse dado: mais de 70% das pesquisas que envolvem testes com animais, e que se diz desligada da área militar, se faz não em torno da busca para curas de doenças, mas em torno da criação de variações de produtos que possam induzir novos consumos. Em muitos casos, até parecem ter a ver com doenças. Mas não tem. O que ocorre é que, criado o produto, aí então se inventa uma deficiência orgânica, ou seja, alguma “doença”, e em seguida mostra-se a cura. Em alguns casos a doença é criada junto com a cura! As drogarias são supermercados - todos sabem disso. Mas os conservadores fingem não ver.

#Doeumconservadorparaoinstitutoroyal
As indústrias de cosméticos e higiene pessoal, alimentos, suplementos alimentares, drogaria para a geriatria e mesmo a indústria da produção de remédios trabalham com a perspectiva de lucro imediato como prioridade, colocando a questão da descoberta da cura de doenças que realmente nos aflige em segundo plano - às vezes em plano nenhum. Mesmo as universidades públicas, no mundo todo, têm trabalhado nesse sistema. Os financiamentos saem antes para a pesquisa que busca criar produtos para a indução de consumo que para a pesquisa que visa a solução de problemas de saúde da população. Nem mesmo as pesquisas para “doenças de ricos” têm prioridade diante da prioridade da criação de produtos que possam ampliar as possibilidades de consumo.

Desse modo, o supérfluo do supérfluo governa de um lado, o necessário para a indústria da morte governa do outro. Os animais sofrem para que nós, depois, possamos sofrer com a ideia da “guerra segura” e com a péssima ideia de que precisamos comprar mais coisas do que necessitamos. Não há lado bom nessa história. Não há mocinho nesse faroeste.

É bobagem dizer “isso é o capitalismo”. Sim, é. E daí? Dizer isso é dizer o nada. Ou melhor, é dizer o tudo em um grau tão genérico que é dizer o nada. O que é necessário é perceber que nenhum dos dois grandes blocos de interesses - o militar e o financeiro - que sustentam os laboratórios que, por sua vez, causam sofrimentos nos animais, diz a verdade sobre a necessidade de testes em animais. Ter animais em laboratórios nem é uma solução “a mais barata”. Os animais estão lá porque o tipo de pesquisa que se faz não é para nos curar de algo, mas para a guerra e para a ampliação inchada do mercado.

Estamos diante da maior mentira do século. Uma mentira contada por gente que está atrelada à fabricação da paz, que é na verdade a indústria da guerra e da morte. Uma mentira também contada por gente que está atrelada à fabricação do bem estar, que é na verdade a indústria do dinheiro e do falso bem estar. Os estudantes que entram nas universidades em cursos que fornecem mão de obra para os grandes laboratórios do mundo todo devem falar a mesma língua. O jogo é duro. Uma única pequena conversa dissidente, questionando o sofrimento dos animais, e o estudante que a promoveu é visto como “não tendo vocação”. É fundamental que o estudante seja antes de tudo um vocacionado para a tortura, caso não, é tido não como uma pessoa sadia mentalmente, mas como um incompetente para as ciências. Os que negam isso são, dentro dos departamentos das universidades, os que mais zelam para isso aconteça. O policiamento nesse ambiente é uma constante.

Não é necessária uma revolução mundial comandada por algum Che Guevara para parar isso de modo a redirecionar tal indústria de horrores. Basta que a cada dia possamos fazer protestos como os que foram feitos contra o Royal, e que apavorou toda a parte da mídia mais à direita (calando a esquerda, que não raro, na sua parte tradicional, é adepta de um iluminismo tacanho). Ali, no protesto contra o Instituto Royal, um nível de consciência pelos direitos dos animais reapareceu em novo patamar. São passos assim que criam níveis diferenciados e ampliados de consciência. É comum que pessoas de formação científica, inteligentes, diante dos protestos, voltem para as suas casas e comecem a pesquisar sobre o assunto, e então entrem para as fileiras dos que já não podem mais admitir o espalhamento da crueldade como algo banal.

Os protestos não clareiam as coisas somente de um lado, mas de todo tipo de lado. E o número de pessoas que acha que sairá ganhando com a indústria da morte e com a indústria do dinheiro-que-falseia-a-felicidade paulatinamente decresce - isso é uma tendência mundial. Nosso desenvolvimento moderno tem sido assim. Temos reformulado e melhorado nossas práticas de vida, em vários setores, dessa maneira.

Deixaremos de usar animais em teste do mesmo modo que temos procurado nos livrar de agrotóxicos e do mesmo modo que não suportamos ver uma pessoa pertencente a uma minoria ser humilhada. Faremos isso exatamente porque sabemos onde está a mentira, e vamos, em cada luta setorial, conquistar mais gente pelo coração, e integrá-los no trabalho da razão. Essas coisas vão andar mais rápido do que se imagina. E a ciência não vai perder com isso, ao contrário, vai sair ganhando.

Nietzsche dizia que a ciência não pode ser deixada sozinha, sem comando. É verdade! Temos de tirá-la do comando que hoje está nas mãos da Morte e do Dinheiro. Temos de coloca-la sob o nosso comando, os que não querem que para se criar um esmalte ou um tônico capilar fajuto para uma seborreia fajuta, um cão tenha que ter o fígado inchado durante 6 anos, mantido no cativeiro com dores intensas.

Paulo Ghiraldelli, 56, filósofo, escritor, cartunista e professor da UFRRJ

Fonte: IG, Último Segundo, 22/10/2013

Lista de grupos comprometidos com estudos dos métodos substitutivos, seus métodos, os avanços já realizados.

Para quem se interessar, quiser ler, quiser mostrar por aí que existem cientistas empenhados pela ética e pelo fim da ciência medieval. Compartilhe, divulgue."
  1. Frente Brasileira pela Abolição da Vivissecação http://www.fbav.org.br/
  2. Fund for The Replacement of Animals in Medical Experiments http://www.frame.org.uk/
  3. John Hopkins Center for Animal Alternatives http://caat.jhsph.edu/
  4. New England Anti Vivisection Society http://www.neavs.org/
  5. Scandinavian Society for Cell Toxicology http://www.ssct.se/
  6. Americans for Medical Advancement http://afma-curedisease.org/
  7. Physicians Committe for Responsible Medicine http://www.pcrm.org/


Sérgio Greif - Uma discussão sobre a experimentação animal e métodos substitutivos. Parte 02 from Eric Yabiku on Vimeo.


Em caso de demorar a carregar: Seria a maior piada do País, diz Luisa Mell sobre ser presa por furto de beagles

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Gravidade: saga de superação contada com requinte técnico e imagens deslumbrantes

Sandra Bullock e George Clooney em Gravidade

Estreei no 4D, com o filme Gravidade, bem à altura da nova tecnologia. O filme é uma maravilha técnica de imagens deslumbrantes que só mesmo o 3D ou o 4D podem trazer em sua plenitude ao espectador. Então, havendo a possibilidade, assistir preferencialmente em 4D, para chacoalhar um bocado na poltrona e levar lufadas de ar no rosto ao ritmo da história que rola na tela. Se não, em Imax ou simplesmente 3D.

Quanto ao filme, o roteiro é quase um fio de tão simples. Equipe de astronautas do ônibus espacial Explorer, fazendo consertos no telescópio Hubble, é atingida por onda de destroços de um satélite que mata praticamente a todos. Apenas dois da equipe sobrevivem a princípio. Depois apenas uma, a doutora Ryan Stone (Sandra Bullock em atuação inspirada), lutando desesperadamente pela sobrevivência em meio a percalços sem fim. No começo, à deriva no espaço sideral, em claustrofóbico traje de astronauta, seu objetivo é alcançar uma das estações espaciais, em órbita ao redor da Terra, a partir da qual tomar uma cápsula espacial de volta ao planeta.

Gravidade, portanto, relata uma história comum (quantas histórias de sobreviventes já não se viu?), mas contada com um requinte técnico impressionante, imagens muito belas filmadas de perspectivas inusitadas e um ritmo a um tempo frenético e angustiante. No filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón, as imagens são soberanas seja nos grandes planos ou nos detalhes, "falando" bem mais do que seus dois personagens. No aspecto simbólico, apresenta a saga de superação dos dramas pessoais da protagonista através de sua luta renhida pela sobrevivência, por sua vida ameaçada até os últimos minutos da história.

Cenas de 2001 - Uma Odisseia no Espaço e Gravidade
Gravidade faz de quebra referência a duas obras-primas da ficção científica: 2001 - Uma Odisseia no Espaço (1968) e Alien - O Oitavo Passageiro (1979). Há quem fale em outras referências, mas fico com estas duas mais evidentes. Óbvio que 2001 tem uma abordagem cerebral, filosófica, que Gravidade, um filme marcadamente sensorial, não tem. Entretanto, ambos tematizam de forma mais ou menos profunda a solidão e a fragilidade humanas diante das adversidades e da imensidão do espaço sideral. Apesar da distância de décadas e técnicas, ambos têm imagens grandiosas e parecidas da Terra vista do espaço, das naves e estações orbitais, dos astronautas à deriva entre as estrelas. Mesmo uma das cenas internas, quando a doutora Ryan flutua pelo interior de uma das estações orbitais em forma de tubo, me fez lembrar uma cena de 2001.

Protagonistas de Alien e Gravidade em momento relax

A referência a Alien fica por conta do roteiro. Em ambos, quem protagoniza a história é uma mulher, única sobrevivente de uma tripulação atingida por um desastre. Em Alien, o desastre é o monstro. Em Gravidade, o desastre são os destroços de um satélite que se multiplicam no choque com outros satélites e estações espaciais. Ambos os desastres vão exigir das heroínas da história uma coragem e tenacidade capazes de superar o medo e as dúvidas quanto à própria condição de lidar com forças que parecem destinadas a sobrepujá-las.

Também ambos os contextos em que atuam são marcados pela claustrofobia. Pelos corredores escuros e estreitos da nave Nostromo prestes a explodir, a tenente Ripley se arrasta quase sem fôlego, com o alien à espreita, para alcançar a nave auxiliar onde supõe estará livre do monstro. Ironicamente na amplidão do espaço sideral, a doutora Ryan também se vê quase sem ar, pois o oxigênio, em seu traje de astronauta, desce a níveis críticos enquanto ela luta, prestes a desmaiar, para chegar a uma das estações espaciais e abrir sua porta salvadora.

Há até uma cena similar. No porto temporariamente seguro da nave auxiliar ou do módulo espacial, as heroínas vão dar um respiro e se sentir relaxadas o suficiente para despir o macacão ou traje de astronauta e ficar só de calcinha (ou shorts) e camiseta. Nesses trajes mínimos, a doutora Ryan inclusive flutua meio adormecida em posição fetal. Naturalmente, trata-se apenas de um tempinho antes da luta pela sobrevivência recomeçar.

A diferença entre as duas protagonistas de Alien e Gravidade reside no grau ou tipo de feminismo de cada uma. Ripley derrota o Alien e sobrevive unica e exclusivamente graças a sua própria capacidade e determinação. Nenhum homem a ajuda ou orienta. Aliás, pelo contrário, em toda a quadrilogia Alien, as referências ao sexo masculino não são nada lisonjeiras. Em Gravidade, porém, a doutora Ryan conta com a inestimável orientação do comandante Matt Kowalsk, interpretado por George Clooney, astronauta experiente que, até em sonho, dá dicas fundamentais para a sobrevivência da novata Stone. Kowalsk parece até um mestre Zen que, mesmo diante da morte iminente, não deixa de admirar a beleza do pôr-do-sol na Terra visto lá de cima.  

Essas similaridades que aponto entre Gravidade (2013) e as obras-primas de Stanley Kubrick (2001 - Uma Odisseia no Espaço, 1968) e  Ridley Scott (Alien, 1979), contudo, não desmerecem em nada o trabalho do diretor  Alfonso Cuarón. Boas citações engrandecem qualquer obra. Gravidade supera esses dois clássicos da ficção científica na perícia técnica, na plasticidade e na verossimilhança. Tudo no filme parece muito real, a despeito de possíveis, mas mínimas, imprecisões científicas e de descrever uma situação que a maioria das pessoas jamais viverá (quantos são os astronautas no mundo?).

Supera os dois clássicos também no apelo aos sentidos e aos sentimentos. Não tem a racionalidade de 2001 ou o terror literalmente visceral de Alien, mas tem a capacidade de fazer o espectador sentir a vertigem de girar no espaço sem rumo e trombar com detritos e estações espaciais (principalmente em 4D). Sobretudo tem a capacidade de emocionar, ainda que com um leve sentimentalismo. Em Alien, vertem-se lágrimas também, mas de puro terror. Em Gravidade, dentro de um dos módulos espaciais, as lágrimas da doutora Ryan, que flutuam em nossa direção pelo efeito 3D, são daquelas que a gente chora pelas mesmas razões da personagem (por saudades de casa, pelo choro de uma criança, o latido de um cachorro, por nossas perdas, pelo medo da morte). 

Em suma, Gravidade se afirma por seus méritos próprios como um novo patamar técnico e artístico não só para os filmes de ficção-científica como para o cinema em geral. Já pode constar no panteão da sci-fi ao lado dos citados 2001- Uma Odisseia no Espaço, Alien, O Oitavo Passageiro e também de Blade Runner, Matrix, entre outros clássicos do gênero. É forte concorrente ao Oscar 2014 pelos prêmios de melhor filme, melhor diretor e melhor atriz. Comentaristas dizem inclusive que se trata da melhor atuação da carreira de Sandra Bullock. Como não acompanho o trabalho da atriz, não tenho como confirmar ou negar essa análise. Mas que ela está muito bem no papel não resta dúvida. Parece que, assim como sua personagem, vive um caso de superação. Enfim, Gravidade é para se ver e rever. Imperdível. 

À guisa de ilustração desse artigo posto vídeos com imagens de Gravidade naturalmente (com depoimentos do diretor e dos atores inclusive) mas também de 2001 e de Alien. Lamento a edição que fizeram da cena em que a tenente Ripley, em Alien, despe-se, na nave auxiliar, mas não encontrei outra. Um mané se empolgou com a Sigourney Weaver de calcinha e deu conotações eróticas a uma cena onde tal elemento não existe. Só para comparar com a imagem da doutora Ryan em situação análoga.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Novamente black bostas depredam as cidades e "professores" pregam a antimeritocracia


Há muito mais em comum entre os black blocs e os camisas
 negras fascistas do que sonham as vãs democracias

Ontem, dia do professor (15/10), novamente as cidades foram depredadas pela fascistada de esquerda, black bostas à frente. O mesmo de sempre: lojas destruídas e saqueadas, orelhões e agências bancárias idem. E os prejudicados os mesmos de sempre: a população e não o capitalismo, o sistema financeiro, o Estado. 

As autoridades vêm endurecendo com os vândalos, mas muito devagar para o meu gosto. Como é que até agora não se investigou quem financia os black bostas e congêneres, suas roupinhas e cabecinhas que parecem uma mistura dos camisas negras do Mussolini com os terroristas da Al-Qaeda, seus coquetéis molotov e outras bombas caseiras? Quem ganha com a praça de guerra que essa fascistada vem armando nas cidades brasileiras, colando-se a todas manifestações justas ou não para usá-las como pretexto a fim de vandalizar o patrimônio público e privado sob a desculpa esfarrapada de fazer a "revolução contra o sistema"?  

Entre os vídeos que posto abaixo, um é exatamente sobre os camisas negras do fascismo, onde um dos professores entrevistados define essa tropa de choque de Mussolini como grupos para luta de rua e promoção da violência. Não é o que são os black bostas? Ah, mas eles são anarquistas e não fascistas! O preto é cor de várias tribos. Seguramente o preto é cor de diferentes tribos, inclusive minha cor preferida pessoal e politicamente. Mas eu não saio por aí depredando cidades sob a alegação de ser anarquista. Aliás, diga-se de passagem, os black bostas são uma antipropaganda libertária. Eles ratificam o Estado em vez de desconstruí-lo porque, diante de seu comportamento bárbaro, a maioria das pessoas de bom senso passa a ver o Estado e seus agentes de repressão como necessários e até imprescindíveis. Ou vamos deixar esse bando de insanos à solta destruindo o que pagamos para construir (com os impostos mais altos do mundo) porque eles querem fazer a "revolução"? 

O editorial do O Globo do dia 11 último (abaixo) representa minha opinião sobre os black bostas (metástase de frações marxistas radicais europeias) e sobre a manipulação político-eleitoral do movimento dos professores pelo PSOL e PSTU.  Os vídeos que o seguem mostram os black bostas e congêneres em ação, filmados por seus "compas" ou analisados pelo fantástico, e um trecho de um vídeo sobre os camisas negras do fascismo à guisa de comparação. Também seguem links para as manifestações de ontem. 

Educação não rima com black bloc e antimeritocracia
Apoiar vândalos e se opor ao mérito, portanto desacreditar do acúmulo de conhecimentos, entra em contradição com a própria razão de ser do magistério

Os fatos de segunda-feira, no Rio, são emblemáticos. A passeata convocada pelo sindicato de professores (Sepe) ocupou parte importante da Avenida Rio Branco, ao descer da Candelária em direção à Cinelândia, escoltada, como deve ser, pela PM.

Mas, na concentração antes do fim da manifestação, em frente ao Teatro Municipal, cumpriu-se o enredo de sempre: vândalos do Black Bloc, um grupo pequeno em relação aos manifestantes, passaram a provocar a polícia, à margem do comício.

Como era do desejo deles, e tornou-se inevitável, começou a pancadaria, enquanto novamente lojas eram depredadas, algumas saqueadas, coquetéis molotov e pedras voavam, tendo sido um momento de maior tensão a tentativa de invasão e depredação da Câmara de Vereadores, como já ocorrera na Assembleia Legislativa, dois símbolos da democracia representativa.

Embora, na noite de segunda, sindicalistas demonstrassem preocupação com o que poderia acontecer na provocação da PM pelos black blocs, depois, na quarta-feira, o próprio Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação emitiu nota formal de apoio aos vândalos.

Mais este sintoma de radicalização do Sepe criou uma situação bizarra, paradoxal: um sindicato de professores, atividade ligada ao conhecimento e à cultura, estende a mão a um grupo de anarquistas, portanto inimigos da própria civilização, e cuja origem é uma metástase de frações marxistas radicais europeias que conseguiram fincar raízes na Alemanha na década de 80.

São conhecidas várias evidências de que o movimento grevista, no município e no estado, tem forte contaminação político-eleitoral, com o PSOL e o PSTU à frente da mobilização. Prova de que o objetivo primordial não é, ou não era, chegar a um acordo sobre condições de trabalho está nas primeiras propostas do Sepe: em fim de carreira, professores chegariam a ganhar mais de R$ 100 mil mensais. Nada sério, portanto.

Apoiar depredações do patrimônio público, incluindo o cultural, e privado foi um passo a mais na mesma direção. O processo de radicalização passa também por outra questão contraditória com o magistério: o sindicato é contra a meritocracia.

Vale dizer, não acredita que acumular conhecimentos deva ser valorizado. Contraria, portanto, a razão de ser da atividade do professor e a própria sistemática de evolução da Humanidade desde os primatas — o acúmulo, transmissão e produção de conhecimentos.Há, sem dúvida, algo muito fora do eixo em todo este movimento numa categoria essencial para qualquer sociedade evoluir. É claro que o principal alvo é a modernização do ensino nas duas redes escolares. Infelizmente, não há registro de sindicatos mobilizados contra o uso político-partidário do ensino público.



Fonte: Editorial do O Globo, 11/10/2013

Ver mais:
Confrontos no Centro terminam com mais de 200 detidos, diz OAB
PM paulista prende quase 60 manifestantes após confronto na Marginal Pinheiros

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A Beleza continua sendo fundamental

A beleza é baseada na simetria e proporcionalidade
das formas que geram harmonia na composição do real
.

Não costumo ter simpatia por conservadores, bem pelo contrário. Sobretudo não gosto da mania conservadora de querer que todos vivam em seu eterno pretérito presente. Em geral, conservadores são como uma âncora que não se consegue içar, mantendo o navio preso ao porto da rotina, da segurança e da estagnação.

Entretanto, como toda a regra tem exceção, eis que me vejo, em boa parte, de acordo com Roger Scruton, filósofo conservador inglês, em seu documentário Why Beaty Matters (Porque a beleza importa) que foi veiculado em 28/11/2009 pela BBC.  Neste documentário (ver após o post), Scruton questiona as razões pelas quais a humanidade perdeu o senso ético e estético de Beleza e hoje até cultua a feiura.


Verdade. Existe de fato um culto à feiura nos dias atuais. Por exemplo, sob pretexto de se questionar os padrões de beleza, sobretudo feminina, volta e meia rolam postagens, nas redes sociais,  com imagens de pessoas obesas e mesmo disformes sendo definidas como "bonitas" ou "sexy". Questionar os padrões de beleza, contudo, significa apenas apresentar os diferentes tipos de beleza humana distintos do padrão comercial, pasteurizado, da indústria da moda e dos cosméticos. Significa apresentar a diversidade da beleza natural das mulheres em oposição ao modelo meio anoréxico das top models ou photoshopado das celebridades.  

Não significa cultuar a feiura e querer que todos embarquem nessa com a desculpa esfarrapada de rebeldia contra a ditadura da beleza ou de promoção da inclusão social dos desvalidos estéticos. Inclusão social não passa por uma deturpação do conceito de beleza a ponto deste passar a significar seu antônimo. Quando até o grotesco começa a ser tido como belo é porque as coisas estão bem feias.

Os cultores e as cultoras da feiura que me perdoem, mas a beleza continua sendo fundamental. E a melhor definição de beleza também continua sendo SIM a estabelecida pelas culturas greco-romanas e renascentistas. Ela é baseada na simetria e proporcionalidade das formas que geram harmonia na composição do real É essa harmonia que nos permite identificar o que é belo nos humanos ou na natureza em geral. Qualquer coisa ou criatura que fuja demais desses parâmetros não pode passar por bela, a não ser se vista de uma perspectiva muito distorcida.

A vida já nos oferece muita feiura e muito sofrimento. Não faz sentido, ainda por cima, cultuar esse tipo de coisa. E não percam o vídeo porque vale a audiência.


Por que a Beleza Importa (Why Beauty Matters). Legendado from O Godzilla on Vimeo.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Bill Gates prova a versatilidade do mercado investindo em carne de frango vegetal

1
Enquanto esquerdistas culpam o "capitalismo" pela destruição ambiental ("esquecendo" que o capitalismo somos nós mesmos) e os conservadores consideram preocupações com a natureza e os animais coisa de ecochato e da esquerda caviar, Bill Gates, o bilionário da Microsoft, um dos ícones do empreendedorismo internacional, investe em empresa produtora de uma proteína vegetal absolutamente idêntica à carne de frango com a qual se pretende reduzir drasticamente o número de animais mortos para consumo humano. As “tiras de frango vegetal” da Beyond Meat já estão à venda em diversas partes dos Estados Unidos (confira aqui). E leia mais sobre o assunto no artigo abaixo.

Bill Gates e Biz Stone (co-fundador do Twitter) estão entre os investidores da “carne de frango vegetal”

Idêntica à carne de frango convencional no sabor e textura, porém, sem nada de origem animal, mais barata e mais saudável.

Segundo uma matéria publicada na Revista Fortune (leia aqui, em inglês), o bilionário Bill Gates, um dos fundadores da Microsoft, é um dos entusiasmados investidores da empresa vegana “Beyond Meat” (Além da Carne). Com sede na Califórnia, nos Estados Unidos, a empresa criou uma proteína vegetal absolutamente idêntica à carne de frango e pretende com isso reduzir drasticamente o número de animais mortos para consumo humano.

Fundada pelo vegano Ethan Brown, a “Beyond Meat” surpreendeu Gates, que não é declaradamente vegano mas admite que este é o futuro da alimentação humana. Em seu site, Bill Gates não poupou elogios à empresa de Ethan e disse que simplesmente não conseguiu perceber a diferença entre a carne de frango real e a que foi produzida pela “Beyond Meat” (leia aqui, em inglês). Desde então, Gates investe uma quantia não revelada para que a empresa cresça ainda mais.

Outro entusiasta da “Beyond Meat” é o vegano e co-fundador da rede social Twitter Biz Stone. Diferente de Gates, Stone é declaradamente vegano e faz questão de ajudar santuários como o “Farm Sanctuary” (Fazenda Santuário), a quem atribui seu primeiro passo dentro do veganismo. Segundo ele, o trabalho de dezenas de voluntários resgatando animais que iriam para o matadouro e cuidando deles o sensibilizou. Hoje, ele e sua família são veganos.

As “tiras de frango vegetal” da “Beyond Meat” já estão à venda em diversas partes dos Estados Unidos, confira o site da empresa, clique aqui.

A “Beyond Meat” ainda não é mais barata que a carne de frango, mas, segundo Ethan, será em breve. Quando o produto for idêntico, mais barato e mais saudável, as pessoas provavelmente optarão por ele, fazendo com que as indústrias deixem de criar frangos para o abate.

Fonte: Vista-se, 04/10/2013

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