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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Margareth Thatcher, a controversa primeira-ministra da Inglaterra, deixa marca indelével na história ocidental!

Margareth Thatcher (13/10/1925-08/04/2013)
Morreu a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, essa sim realmente "neoliberal", ao contrário do nosso FHC que, de fato nunca foi sequer liberal, quanto mais "neo". Quer dizer, nos seus 11 anos de governo, Thatcher cortou impostos e gastos públicos, privatizou estatais e - a parte mais polêmica - cortou programas sociais tidos como deficitários, entrando em guerra contra os sindicatos locais (retirou privilégios fiscais das organizações trabalhistas). Polêmicas à parte, o fato é que sua política, embora tenha gerado muito desemprego, num primeiro momento, conseguiu estabilizar a economia da Inglaterra que caminhava para a ruína. Dizia ela:

“Mais gastos do governo significam sempre mais impostos para cobri-los. E, quando a carga fiscal é excessiva, ninguém tem incentivo para criar empregos e gerar riqueza”.

A dama de ferro, como ficou conhecida a premiê britânica, por sua assertividade,  também ajudou a derrubar o comunismo e previu os problemas que hoje atingem a união europeia:

“A moeda comum europeia está destinada ao fracasso, política e socialmente, apesar de o tempo, a ocasião e as consequências disso ainda serem incertos”. ....“Não conseguimos reduzir as fronteiras do Estado na Grã-Bretanha para agora vê-las impostas novamente, em nível europeu, por um superestado com sede em Bruxelas.”

Conservadores brasileiros, com sua perspicácia costumeira, costumam descrevê-la como antifeminista, mas Thatcher, deixou claro para o futuro marido, antes de casarem, que: 

“Nunca vou ser uma daquelas mulheres que ficam em casa, lavando xícaras de chá e cuidando das crianças”.

Também disse: “Em política, se você quiser que algo seja dito, peça a um homem. Se quiser algo feito, peça a uma mulher”. 

E embora não fosse a favor do aborto, defendia o direito de escolha das mulheres (votou a favor do projeto de lei de David Steel de legalização do aborto) e manteve homossexuais e judeus em seu governo, apesar das muitas pressões em contrário. Dizia que só se importava que seus subordinados executassem bem o trabalho que pedia. Um de seus ministros, Earl of Avon inclusive era reconhecidamente gay, e há gays do partido conservador britânico que até hoje a consideram "ícone gay", muito mais, claro, por sua postura pessoal (atitude), seu estilo de vestir e seu cabelito armado do que por suas ideias. Thatcher também apoiou o projeto de lei de Leo Abse para a descriminalização da homossexualidade masculina. (Ver mais informações).

Embora fosse tolerante com a presença de gays em seu governo e tenha votado contra a descriminação da homossexualidade, deu aval à famigerada Section 28 (Seção 28), uma emenda a um ato do governo de 1988 que muito agradaria a gente como o deputado brasileiro Bolsonaro (mais conhecido como Boçalnaro), pois proibia a "promoção nas escolas de qualquer material que apresentasse a homossexualidade como natural e casais homossexuais como relacionamento familiar." Duas décadas depois desse evento, o colega conservador de Thacther, atual primeiro-ministro David Cameron, condenou a citada seção, como ofensiva aos LGBT britânicos, e pediu desculpas à população homossexual do país.

Enfim, para o bem ou para o mal, Margareth Thatcher marcou indelevelmente sua passagem na história europeia e ocidental. Até hoje, a Inglaterra não conseguiu botar outra mulher na liderança do governo, quanto mais uma mulher como Thatcher.

Em fevereiro do ano passado, Meryl Streep encarnou a dama de ferro com o brilhantismo costumeiro, mas, pessoalmente, achei que o filme deixa a desejar no resgate da trajetória política dessa personagem tão marcante, pois opta por focar mais sua vida pós-governo, já debilitada por vários problemas de saúde. De qualquer forma, para uma introdução à história de Thatcher e seu legado, dá para o gasto.  Abaixo o trailer!

Era uma vez um liberal que virou conservador (ou a triste história da águia que se tornou avestruz, aquela ave que não voa)


Como às vezes me acontece, começo a comentar algum texto no facebook, mas o comentário fica longo e acaba virando uma postagem. Foi o caso de um comentário meu sobre um link do economista Rodrigo Constantino, que já foi tido como liberal e agora despencou para o conservadorismo mais rastaquera, talvez para ganhar espaço na mídia com "opiniões" tidas como polêmicas. Hoje quanto mais besteira se diz mais visibilidade se tem na imprensa. 

De fato, comecei a responder a um outro comentarista desse link específico, que, como outros, lastima a guinada obscurantista dada pelo fulano em pauta que, aos 35 anos, já está com a cabeça cheia de mofo, teias e traças. O texto que Constantino postou, em sua página do facebook, e usou como pretexto para disparar uma verdadeira saraivada de preconceitos contra homossexuais gira em torno de uma fala maluca do ator Jeremy Irons a respeito da "possibilidade" de o casamento gay abrir espaço para o incesto entre um pai e seu filho (sic).

Segue o comentário-texto, onde, na verdade, busco mais uma vez descortinar as motivações reais do discurso conservador: nada além de um monte de falácias objetivando escamotear o simples fato de que essa gente não aceita a igualdade entre os seres humanos. Trata-se apenas disso. 
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Diogo, já havia me prometido não mais comentar artigos ou "opiniões" do Constantino porque, quando não está falando de economia, ele agora se limita a enunciar seus preconceitos e limitações pessoais que busca referendar com pseudoargumentos.  Entretanto, como essa postagem entrou, com seus respectivos comentários, por terceira via, em minha página principal, sobretudo por suas falas sensatas (do Diogo), resolvi me contradizer e dar meu pitaco sobre o assunto.

Constantino  virou conservador, Diogo, ou aquele troço híbrido, o liberal-conservador, um avestruz, uma ave que não voa, e segue agora a cantilena da turma dos reacionaldos azedos, luizes felipes manés e até do seu antigo desafeto Olavo de Carvalho, tanto que emprestou o termo gayzista daquele decrépito.

Gayzista é um termo moral e intelectualmente vigarista que visa demonizar as pessoas homossexuais que lutam por igualdade de direitos nas sociedades atuais. A maior parte dos pleitos dos LGBT é por isonomia de direitos, reivindicação de cunho liberal portanto. Mesmo considerando os excessos do politicamente correto, que não é exclusividade do ativismo LGBT, só infames conseguem associar esse movimento com um dos regimes mais genocidas da história da humanidade, regime que inclusive matou milhares de homossexuais. 

Por trás desse discurso escroto, o que existe realmente é a enorme dificuldade dos conservadores de aceitar mudanças em geral, a igualdade de direitos entre as pessoas e de oportunidade para todos. Opuseram-se  aos direitos dos negros, das mulheres e agora aos direitos homossexuais.  Para  justificar  o que não passa de estreiteza intelectual e pequenez de espírito, entoam sempre a mesma ladainha: falam em nome de Deus, da defesa da família, da tradição, da moral, dos bons costumes, blá-blá-blá. 

Falar na necessidade da prevalência dos direitos dos indivíduos sobre supostos direitos coletivos, desconsiderando as condições sociais que determinam a vida das pessoas, é mera tentativa de mascarar as desigualdades  a fim de eternizá-las e fomentar o conformismo entre os discriminados. 

E agora falam também em nome da liberdade de expressão. A direitosa está deturpando de tal forma o conceito de liberdade de expressão que a esquerda autoritária não vai ter dificuldade nenhuma em censurar o real direito de opinião. Liberdade de expressão virou um termo bombril, para os conservadores, que o usam a fim de tentar justificar desde seu anseio de insultar os outros impunemente até a permanência do cristofascista pastor-deputado Marco Feliciano na comissão de direitos humanos da câmara. 

Feliciano é incompatível com o cargo, como também o seria um membro da ku-klux-kan ou da gestapo, mas, segundo os “cons”, antidemocrático na verdade é querer tirá-lo de lá porque o pastor do diabo tem o direito de dizer o que quiser.  Tem mesmo, desde que arque com as consequências de suas falas,  mas não numa comissão de direitos humanos, considerando ele ser contrário aos mesmos. Aliás, nunca antes o pastor teve tanto direito à liberdade de expressão como hoje, quando suas sandices são replicadas por toda a mídia. De fato, os “cons” querem o pastor por lá para impedir o funcionamento da comissão de direitos humanos pois desejam que ela não exista.

Por último, falar na necessidade da prevalência dos direitos dos indivíduos sobre supostos direitos coletivos, desconsiderando as condições sociais que determinam a vida das pessoas, é mera tentativa de mascarar as desigualdades  a fim de eternizá-las e fomentar o conformismo entre os discriminados. Liberais de fato deveriam dar toda a força aos movimentos sociais, pois seu objetivo é derrubar os obstáculos sociais, impostos aos vários grupos marginalizados, de modo a que - futuramente - detalhes como sexo, etnia e orientação sexual (pra falar nos mais conhecidos) sejam irrelevantes e cada pessoa possa realmente ser avaliada apenas como indivíduo.

O fato de a esquerda (PT sobretudo) manipular as causas sociais para seu proveito não lhes tira a validade que é intrínseca. Aliás, houvesse um pouco de QI à direita, ao menos liberais deveriam, no âmbito de seus princípios, procurar levar as ideias liberais a estes movimentos e não, numa cegueira política descomunal, viver como vivem, em comparsaria com conservadores, hostilizando as demandas dos grupos discriminados.

Posto inclusive novamente o vídeo onde a escritora Ayn Rand, ícone liberal, elenca as razões pelas quais conservadores prestam um desserviço à causa das liberdades individuais e mesmo econômicas (de fato ela fala em traição conservadora do capitalismo), com sua lenga-lenga de defesa da tradição, fé religiosa e crença na incapacidade do ser humano de agir racionalmente (por sua imperfectibilidade). Tenho divergências com essa cara senhora, claro, mas não posso negar que, em alguns momentos, ela realmente pega na veia. Só lembrar que, quando ela fala em "liberais", deve-se ler social-democratas, a esquerda americana, e que ela defendia o liberalismo clássico, laissez-faire, num período em que o comunismo ainda existia.
     

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Primeiro projeto do deputado Pastor Marco Feliciano foi para tornar obrigatório o ensino religioso em escolas públicas!

Primeiro projeto do deputado Pastor Marco Feliciano foi para tornar obrigatório o ensino religioso em escolas públicas!

Em 9 de fevereiro de 2011, o Pastor e Deputado Federal  Marco Feliciano, líder do Ministério Tempo de Avivamento, protocolou  na Câmara a sua primeira Proposição de Projeto de Lei n. 309/2011 visando alterar o artigo 33 da Lei n.º 9.394/96 e tornar obrigatório o ensino religioso (cristão) em toda redes de escolas públicas do Brasil..

A lei 9394/96, alvo do cristofascista, foi a de Diretrizes e Bases, em vigor desde dezembro de 1996. Atualmente o ensino religioso é facultativo, não obrigatório no currículo ou dentre as demais matérias das escolas e não pode causar ônus aos cofres públicos. Marco Feliciano visava tornar a matéria obrigatória.

O projeto foi retirado de pauta pelo relator, em 16/05/2012, e recebeu voto em separado do deputado Jean Wyllys  O texto de Wyllys só erra ao apontar a intolerância religiosa dos evangélicos apenas contra as religiões de matriz africana. De fato, eles são intolerantes contra todas as religiões que não a própria. Agridem budistas, espíritas, wiccanos. Não por menos levaram o apelido de cristofascistas.

Vamos assinar contra a nova tentativa dos cristofascistas de acabar com o Estado Laico no Brasil:


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Caetano free: Artista disponibiliza sua obra toda para audição!

Caetano em 1967
Em comemoração aos seus 70 anos de idade, Caetano Veloso disponibilizou toda sua discografia na Internet. No site do cantor e compositor, também se encontra sua biografia, seu blog, vídeos e várias outras páginas interessantes.  

A mais interessante delas é a página décadas, onde se pode acompanhar a trajetória pessoal e artística do Cae, com vídeos, as músicas de cada período e depoimentos do próprio falando de sua história. Principalmente para os mais jovens, essa página é uma boa forma de conhecer a obra do cantor dentro do contexto histórico em que as músicas foram produzidas. Clique aqui para ir até ela.

Mas também é possível ir direto para a página da discografia de Caetano e clicar no disco que lhe der na telha. Desnecessário dizer que Caetano Veloso é um de nossos maiores artistas e dos compositores brasileiros mais respeitados internacional. E abaixo as músicas do último CD de Caetano, o Abraçaço!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Reforma política: apenas 35 dos 513 deputados foram eleitos com os próprios votos


A matéria é antiga, mas vale a pena reler para lembrar da impossibilidade de se ter uma democracia realmente representativa quando apenas 35 dos 513 deputados foram eleitos com os próprios votos. Este ano haverá, agora em abril, a votação de projeto de reforma política, onde o PT tentará emplacar o voto em lista fechada que tira mais ainda o poder dos eleitores.

Parece que não vai rolar, mas vai dar o que falar. Sobre o fim do voto obrigatório, porém, não se escuta nada. Aproveitando, uma boa conhecer também a proposta do voto distrital agora que a página voltou ao ar.

Apenas 35 dos 513 deputados foram eleitos com os próprios votos

Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) indica que, segundo o resultado preliminar das eleições, apenas 35 dos 513 deputados federais eleitos alcançaram individualmente o quociente eleitoral nos seus estados. Em 2006, 32 foram eleitos ou reeleitos com os seus próprios votos, sem precisar dos votos das suas coligações.


Bahia, Pernambuco e Minas Gerais elegeram cinco parlamentares cada nessa situação. Ceará, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo têm dois eleitos cada. Acre, Distrito Federal, Piauí, Paraná, Rondônia e Roraima contam com um representante cada.

Considerando os partidos, PT e PMDB elegeram sete cada; PSB, cinco; PR, quatro; PSDB, DEM e PP, dois; e PTB, PPS, PDT, PSC, PSol e PCdoB, um.

Casos excepcionais
O humorista Tiririca, que conquistou 1,3 milhão de votos pelo Partido da República em São Paulo, teve votos suficientes para ajudar a eleger mais 3,5 deputados de sua coligação.

Por outro lado, deputados com votação expressiva não foram eleitos. No Rio Grande do Sul, a deputada Luciana Genro (Psol) não conseguiu ser reeleita, apesar de ter recebido 129 mil votos - a deputada não eleita mais votada do Brasil.

Para o líder do Psol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), o sistema atual cria distorções “monstruosas” quando se trata de coligações partidárias, porque nem sempre o candidato “puxado” segue a mesma ideologia do mais votado.


Matéria atualizada em 22/10 às 17h20.
Reportagem - Ralph Machado
Edição - João Pitella Junior

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias'

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