8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Dia 9 histórico: petistas condenados no mensalão e Maluf condenado a devolver nosso dinheiro


Terça-feira foi um dia histórico para o Brasil: não só os mensaleiros petistas começaram a ser condenados como também o grande picareta Paulo Maluf foi condenado a devolver mais de R$ 21 milhões à Prefeitura de São Paulo até o final de outubro, por obra e graça da juíza Liliane Keyko Hioki, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, e ironicamente devido a representação apresentada pelo PT em 1996. 

Espero que, desta vez, Maluf efetivamente não saia impune de mais um de seus incontáveis delitos. De qualquer forma, Maluf é fichinha perto dos mensaleiros petralhas que devem tomar uma caninha ao menos ao fim do julgamento do mensalão. Como dizem por aí, corrupto de direita rouba individualmente; corrupto de esquerda, rouba coletiva e sistemicamente. 

E pior, os petralhas mensaleiros são bandidos como outros quaisquer, mas não aceitam esse estatuto. Para eles, o roubo deles é diferente dos demais porque seria pela causa social, pelos frascos e comprimidos. Acham-se acima da lei, acima de todos nós. Os juízes do STF, vários indicados por Lula e Dilma, decidiram em sua maioria ser apenas juízes e julgar os réus do mensalão com base nos autos do quilométrico processo. Com a mais inacreditável desfaçatez, contudo, os petralhas veem as condenações como perseguição ao partido pela mídia e as elites conservadoras contra a independência da classe trabalhadora brasileira. A velha lenga-lenga de sempre.

No entanto, muitos brasileiros, entre os quais me incluo, não acham que os petistas sejam melhores de quem quer que seja para não serem julgados como quaisquer outros nas mesmas circunstâncias. A igualdade perante a lei, a famosa isonomia, é um dos pilares da democracia. No caso das cotas raciais, o STF feriu esse preceito equivocadamente. No caso do mensalão, foi o contrário: agiu como a luz no fim do túnel que eu sonhava que o julgamento pudesse ser para a sociedade brasileira.

Acho que foi um turning point na história do Brasil, a hora da virada. Claro que os petistas continuarão aí lutando para subverter a ordem democrática, mas o golpe em sua empáfia foi grande. Ajudou também a amenizar a frustração pela vitória do tiranete Chávez na Venezuela e a passagem do petista Haddad para o segundo turno. Em outras palavras, ainda há juízes no Brasil!

E vejam abaixo o funk do Haddad.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Katyn, filme que demonstra como nazistas e comunistas tinham coisas em comum

Loja de Brasília vende camiseta com referência à invasão da Polônia
por nazistas e comunistas
Certas coincidências são realmente intrigantes. Estava para escrever sobre o filme Katyn, que posto abaixo com legendas em espanhol, mas acabei adiando o momento de fazê-lo até que esta semana dois episódios me impulsionaram a abordá-lo de vez.

O primeiro se refere a um texto intitulado Foi-se o Martelo, do Eurípedes Alcântara, sobre o historiador Eric Hobsbawm, recentemente falecido, e sua devoção ao comunismo. Neste texto, imperdível, o autor lembra da invasão da Polônia, em 1939, pelos nazistas e comunistas, e o Massacre da Floresta de Katyn, pelo exército soviético, a mando de Stálin, quando 20.000 oficiais poloneses foram mortos com tiros de pistola ou por estrangulamento. 

Detalhe da camiseta com o logo do Mal
O segundo é relativo a uma notícia sobre a venda de uma camiseta (vejam a foto inteira e no detalhe), numa loja de Shopping em Brasília, estampada com logo ostentando os símbolos nazista e comunista em referência à invasão da Polônia (Poland, 1939). A camiseta virou notícia por causa do símbolo nazista cuja exibição, por qualquer via, é considerada crime. Entretanto, na notícia, não há qualquer crítica ao maléfico símbolo do comunismo (a foice e o martelo), bem mais assassino do que seu irmão nazista. Pelo contrário, temos inclusive que aturá-lo em sigla de partido brasileiro, como se fosse coisa natural e não um insulto à humanidade. De qualquer forma, esse logo aparece na camiseta porque ela faz parte de uma Polo Collection World War (Coleção Polo Segunda Guerra Mundial), época em que a pobre Polônia foi invadida pelos dois monstros genocidas do século passado a um só tempo. Desgraça pouca é bobagem.

O fato é que Hitler e Stálin haviam assinado o infame tratado Molotov-Ribbentrop, em 23 de agosto de 1939, supostamente de não-agressão, mas de fato de cooperação entre os dois regimes totalitários com vistas a repartir a Europa, após a ocupação e destruição das democracias liberais. Em seguida, em setembro, primeiro os nazistas, depois os comunistas invadiram a Polônia e fizeram um monte de barbaridades no país, entre os quais se destaca o Massacre da Floresta de Katyn. Vale lembrar que o dia 23 de agosto foi recentemente reconhecido, na Europa,  como Dia da Memória das Vítimas de todos os regimes autoritários e totalitários. Vale também sempre rever a análise do cientista político francês Alain Besançon sobre as razões pelas quais as barbáries cometidas pelo comunismo são tão pouco conhecidas. 

Entre essas razões, ressalta-se o fato de que o nazismo perdeu a guerra enquanto a URSS posou inclusive de aliada, no fim das contas, para a derrota de Hitler. E como diz o velho ditado, a história é escrita pelo vencedor. Como Hitler pirou de vez e resolveu atacar inclusive seu até então amigo Stálin (em junho de 1941), não restou ao sanguinário comunista outra opção que não defender-se e se unir aos inimigos do seu inimigo. Depois, tratou de reescrever a história ao sabor de seus interesses, pondo a culpa de muitas de suas atrocidades nas costas dos ex-colegas nazistas.

O caso do Massacre da Floresta de Katyn foi um desses episódios em que os soviéticos culparam os nazistas por um crime que de fato eles próprios cometeram. Mas como tem gente que nunca esquece, em 2007, o diretor polonês Andrzej Wajda , trouxe à luz a verdade sobre esse evento trágico para seu povo e para sua própria família, já que perdeu o pai no massacre.

Para uma análise do filme Katyn propriamente dito, resgatei uma resenha da Isabela Boscov, para a Veja de 8 de abril de 2009. Depois é conferir o filme e divulgar esta postagem como um serviço de utilidade pública a todas as democracias, pois, como diz a Isabela, e vide a "reeleição" de Hugo Chávez, o filme fala de "uma calamidade que o presente está longe de erradicar – a dos regimes ditatoriais e como - eles desfiguram não uma liberdade abstrata e sim cada indivíduo, até seu âmago."  

Em Katyn, Andrzej Wajda reabre uma ferida que ainda hoje dói nos poloneses:
o massacre de 20.000 oficiais pelos soviéticos, em 1940.
Mas por que só um octogenário se interessou em tratar dela?

Sob a névoa da guerra

por Isabela Boscov

Na primeira cena de Katyn (Polônia, 2007), já em cartaz no Rio de Janeiro e com estreia prevista para esta sexta-feira também em São Paulo, dois grupos de refugiados encontram-se no meio de uma ponte, em algum lugar da Polônia. Parte deles vem do oeste, fugindo dos invasores nazistas, enquanto a outra parte vem do leste, tentando escapar dos invasores soviéticos. Ou seja: chegou-se ao ponto onde não há mais saída – e essa é a imagem ao mesmo tempo literal e metafórica da terrível má sorte que desabou sobre os poloneses em 1939.

Imprensada pela geografia entre os dois regimes totalitários mais cruéis do período, a Polônia virou um palco para as piores tensões da II Guerra. Sua invasão pelos nazistas foi, primeiro, o estopim do conflito. Depois, enquanto o farsesco pacto de não agressão entre Adolf Hitler e Josef Stalin vigorou, o país se viu repartido entre dois exércitos de nacionalidades e métodos diferentes, mas objetivos idênticos – quebrar a espinha do ocupado e ensaiar as práticas expansionistas que logo estenderiam pelo mundo. Finalmente, quando ficou claro que nenhum acordo poderia conter o choque entre as ambições de Hitler e Stalin, o país passou a ser sistematicamente eviscerado pelos dois adversários.

Um episódio central simboliza esse processo: em abril de 1940, os soviéticos fuzilaram cerca de12.000 oficiais poloneses na floresta de Katyn. Contando-se os fuzilamentos em outros campos de prisioneiros, o total de assassinados chegou a 20.000. Muitos destes eram reservistas e atuavam como engenheiros, técnicos ou cientistas. Sem eles, calculava Stalin, seria muito mais difícil à Polônia reerguer-se (Hitler, por sua vez, já se havia incumbido do extermínio dos intelectuais poloneses). Em 1943, quando as valas comuns foram descobertas, os nazistas aproveitaram-se ao máximo delas para propaganda antissoviética. Em menos de dois anos, porém, a Alemanha foi derrotada, e a Polônia caiu na órbita da União Soviética – a qual reescreveu a história, atribuindo o massacre de Katyn aos nazistas e alardeando-se de ser a verdadeira esperança dos poloneses. A Polônia inteira sabia tratar-se de uma mentira; mas quem o dissesse enfrentaria tortura, exílio ou morte. Eis, então, como uma nação foi refundada sobre uma farsa.

Essa é a história que o grande diretor polonês Andrzej Wajda conta, pela primeira vez na história do cinema de seu país, em Katyn. O pai de Wajda foi uma das vítimas do massacre, e durante anos sua mulher e filho aguardaram que ele voltasse. Quando souberam de sua morte, mal puderam cumprir o luto. Logo, como todos os outros parentes dos fuzilados, tiveram de assumir a falsidade. O massacre e sua subsequente dissimulação feriram a Polônia até a alma: como Wajda mostra em seu filme, numa brilhante recriação não apenas do episódio, mas da dimensão emocional que ele adquiriu, o ocorrido em Katyn pisoteou a identidade dos poloneses, violentou sua história e anulou, por décadas, sua esperança de um futuro livre. Se esse futuro não tivesse afinal se concretizado,Katyn não poderia existir, claro.

Mas é intrigante que só Wajda, que acaba de completar 83 anos, tenha se ocupado de reabrir essa ferida para começar a arejá-la. Intrigante, mas também sintomático: Wajda é um dos remanescentes de uma fraternidade de diretores que, iniciando a carreira entre o fim da II Guerra e a década de 70, imaginou o cinema não apenas como espetáculo – aspecto que a maioria deles nunca menosprezou –, mas também como um novo fórum, de alcance e apelo sem precedentes.

Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, Bernardo Bertolucci, Luchino Visconti, Ingmar Bergman, Akira Kurosawa, François Truffaut, Louis Malle, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Stanley Kubrick, para ficar apenas nos nomes mais óbvios, foram alguns dos expoentes desse grupo que Wajda integra desde sua estreia, na década de 50, com a "Trilogia da Guerra", formada por Geração,Kanal e Cinzas e Diamantes.

Nem todos os diretores surgidos nesse período de transformação se dedicaram a temas políticos ou ideológicos, como Wajda quase sempre continuou a fazer. De sexo a relações humanas, de identidade cultural a filosofia, todas as grandes questões encontraram um espaço nesse fórum. A base comum para esses cineastas e os filmes que eles produziram, porém, é clara: o espírito inquisitivo e a aspiração de intervir em seu tempo. Esse é o espírito que abriu para eles um lugar não apenas na história do cinema, mas no cânone cultural contemporâneo. E esse é também o espírito que move Wajda a dissipar a névoa da guerra em Katyn. Se não se trabalhar para encontrar no passado seu sentido verdadeiro, argumenta o filme, tudo o que repousa sobre ele será também em alguma medida uma falsificação.

O mais triste em Katyn é quanto ele é solitário em sua ambição. Outros veteranos como Wajda continuam a fazer um cinema de busca e indagação, a exemplo de Clint Eastwood e Werner Herzog. Mas, nas fileiras de diretores que despontaram a partir da década de 80, os casos de inquietude intelectual são escassos – Pedro Almodóvar, na Espanha; Paul Thomas Anderson, de Sangue Negro, nos Estados Unidos; Cristian Mungiu, de 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, na Romênia; Florian Henckel von Donnersmarck, de A Vida dos Outros, na Alemanha. Wajda, que não é nenhum esnobe – uma de suas críticas ao cinema europeu é que ele em geral se recusa a aprender com o americano como conduzir a emoção da plateia –, tem uma teoria sobre o problema. "Certa vez, perguntei a Kurosawa como ele conseguira interpretar Macbeth, de Shakespeare, de maneira tão profunda e acurada em Trono Manchado de Sangue", contou o polonês em uma entrevista recente à revista Sight & Sound. "‘Senhor Wajda, tive uma educação clássica em Tóquio’, ele me respondeu. Bergman e Fellini também tinham esse tipo de formação – assim como muitos de seus espectadores. Hoje, as escolas não ensinam mais esses valores."

Se o diagnóstico de Wajda estiver correto, portanto, não são o cinema ou os cineastas que estão menores. É a própria cultura que está perdendo seu sentido de continuidade e acumulação e, assim, se apequenando. O cinema, afinal, não depende só de quem o faz para provocar impacto: depende igualmente de quem o vê. Katyn prova que essa contração não é necessária. O filme de Wajda tem uma experiência fundamental a transmitir sobre uma calamidade que o presente está longe de erradicar – a dos regimes ditatoriais e como - eles desfiguram não uma liberdade abstrata e sim cada indivíduo, até seu âmago. Mas ele a transmite com arte, e espetáculo, e emoção.

Fonte: Revista Veja, 8 de abril de 2009

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sábado, 6 de outubro de 2012

Em dois países, Venezuela e Brasil, vota-se pela democracia amanhã

Voto corrupticida
Amanhã temos eleições e precisamos votar pela democracia. Chega a ser paradoxal dizer que é preciso votar pela democracia sendo o sistema eleitoral - supostamente - uma prova de que um país tem regime democrático. 

Entretanto, os autoritários sempre inventam uma forma de tentar destruir essa senhora tão importante e tão criticada. Especialmente, os de esquerda, nos últimos tempos, decidiram substituir a luta armada, para a chegada ao poder, pela via das urnas. Então, uma vez alojados no Estado, começam a corroer as instituições democráticas a fim de se perpetuar nos governos e irem instalando sua "revolução".  É a chamada revolução-cupim: chegam aparentado ser simples insetos voadores, esvoaçando em torno das lâmpadas, de repente perdem as asas, instalam-se no madeirame ou no concreto das casas e só dão sinais de sua obra quando já roeram um bocado da estrutura do imóvel. Aí, para salvar a casa, só chamando uma boa agência descupinizadora.

No caso das eleições, esse efeito inseticida (ou corrupticida) se dá pelo voto consciente fruto de gente que se interessa por política e sabe do que rola em seu país, na região onde seu país se situa, no mundo em geral. O Brasil começa a dar passos no sentido de descupinizar a política brasileira com políticos corruptos sendo punidos, em vários níveis, destacando o julgamento do mensalão. Vamos colaborar com essa nova consciência não votando em corruptos amanhã e, sobretudo, não votando em Russomano nem no PT que, além de corrupto, é francamente autoritário.

Por outro lado, em nossa região, na Venezuela, amanhã também ocorrerá uma eleição para lá de importante pela presidência do país, onde o candidato da oposição, Hugo Capriles, tem condições de vencer o caudilho Hugo Chávez, há 14 anos no poder, e tirar a nação das garras do Foro de São Paulo, organização de esquerdistas autoritários que ameaça todo o continente. Nesse caso, só podemos torcer e mandar energias positivas para que os venezuelanos consigam derrubar o tiranete Chávez do poder.

Exemplificando, segue abaixo notícia sobre a possível vitória de Capriles e trecho do editorial do Estado de São Paulo sobre o voto consciente. Segue também animação muito bem feita, a partir dos quadrinhos do Angeli, sobre a história do mensalão. E bom voto amanhã! Eu vou de 45!

"A ironia é que um ingrediente importante dessa salada eleitoral foi introduzido pelo próprio Lula, ao estimular o crescimento do PRB de Russomanno e da Igreja Universal. O modelo lulista, que inclui abraçar Paulo Maluf e o bispo Edir Macedo, aposta na confusão ideológica, levando ao esvaziamento da política e abrindo caminho ao mais raso dos populismos.


Amanhã estará nas mãos do eleitor paulistano, portanto, o poder de impedir que tal situação prospere. É na cabine de votação que os cidadãos interessados em abortar o arrivismo político, representado por Russomanno, e o aparelhamento do Estado a serviço de um partido e de seu projeto hegemônico, como pretende fazer o lulismo em São Paulo, poderão exercer o enorme poder que a democracia lhes confere." (ESP)


Torcendo pela Venezuela

Capriles lidera pesquisa na Venezuela; Chávez cai na intenção de votos

Caracas - O candidato à presidência da Venezuela Hugo Capriles aumentou sua liderança sobre o presidente Hugo Chávez, que tenta a reeleição, na mais recente pesquisa de intenção de voto do instituto Consultores 21, divulgada nesta sexta-feira. Capriles tem apoio de 51,8% dos eleitores e Chávez caiu para 47,2%. A margem de erro é de 2,58%.
Os venezuelanos vão às urnas no domingo, dia 7. Após 14 anos no cargo, este será o maior desafio de Chávez. Ele prometeu ampliar sua "revolução socialista do século 21" e as políticas de estatização se conseguir outro mandato de seis anos. Sua campanha foi prejudicada durante 2012, quando passou por tratamento de câncer.
A pesquisa entrevistou 1,5 mil venezuelanos entre 27 de setembro e 02 de outubro. O último levantamento do Consultores 21, divulgado em setembro, mostrava Capriles com 48,9% das intenções de voto e Chávez com 45,7%. A arena política da Venezuela continua polarizada e alguns críticos questionam a validade das pesquisas.
A quinta-feira foi o último dia de campanha eleitoral. Chávez e Capriles passaram a semana percorrendo a Venezuela, visitando às vezes dois Estados no mesmo dia e pedindo aos eleitores que compareçam às urnas no domingo.

Fonte: D24am.com

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Inferno astral petralha

Apesar do Livrandowski e sua enorme cara de pau, a maré não está mesmo para petralhas. Que ótimo! O que é ruim para eles é bom para o Brasil. Fora o julgamento do mensalão, que transformou o Ministro Joaquim Barbosa em herói nacional, pela contundência de seu discurso condenatório do maior esquema de desvio de recursos públicos de que se tem história no país, a bruxa, ou a justiça, parece andar a solta entre as hostes petistas. 

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), quando prefeito de Nova Iguaçu (RJ) manteve sem licitação um contrato com uma empresa de manutenção elétrica, e agora foi condenado por improbidade administrativa. Se a decisão for mantida, além de multa de R$ 200 mil, Lindbergh perderá os direitos políticos, por cinco anos, e não poderá concorrer ao governo do Rio, em 2014, como tanto queria.

Em  Parauapebas (PA), na última terça-feira, a Justiça Eleitoral apreendeu  R$ 1,134 milhão a serem entregues a Alex Pamplona Ohana, ex-secretário de Saúde do município e apontado como coordenador da campanha do candidato José das Dores Couto, conhecido como "Coutinho do PT". O delegado da Polícia Federal de Marabá, Antonio José Silva Carvalho suspeita que o dinheiro seria usado para compra de votos em Parauapebas. Caso se confirme a suspeita, os envolvidos serão processados por formação de quadrilha. Soa familiar, não?

Fora que o desempenho dos candidatos petistas anda meio sofrível Brasil afora. Mas eles não perdem a pose nem o cinismo. Continuam negando o mensalão (de fato, os juízes é que se venderam para a direita, as elites, blá-blá) e atacando, da forma mais baixa e racista possível, o Ministro Joaquim Barbosa  por sua independência. Queriam um negrinho, agradecido pelo posto dado e obediente aos que o indicaram, e se depararam com um juiz de verdade, analisando os autos. Aí a baba racista passou a escorrer entre os dentes das feras enraivecidas, revelando-lhes não só a verdadeira fuça mas também a completa incompreensão que têm da democracia, acostumados com a política dos cumpadres e das cumadres. É ler para crer os seguintes tuítes:

Joaquim Barbosa está parecendo aqueles negros que o dono da senzala escolhia para surrar os próprios negros no pelourinho.

Coronel Gilmar Mendes e seu capitão do mato, Joaquim Barbosa.

Age como um capitão do mato, quem vê o debate na TV Justiça, vê claramente a postura, se acha um popstar...

Joaquim Barbosa é um capitão do mato da Casa Grande. Ilude-se achando que os coronéis o aceitam como um dos seus.

Covarde. Negro alçado a ministro graças a Lula e aos ventos democráticos e que se vende para a direita? Calhorda. 

Joaquim Brabosa é um negro vadio que só está lá por causa do Lula, A dilma devia tirar ele de lá e meter ele na cadeia.

Apesar de Joaquim Barbosa, eu sempre defenderei as cotas raciais.

O Ministro de Ébano teria que ser interpelado seriamente por um de seus pares a fim de declarar-se suspeito, tamanho o ódio que destila.

E aí a gente faz aquela pergunta que não quer calar. Onde está o movimento negro que - até onde sei - não se manifestou contra tantos insultos racistas proferidos pela esgotoesfera petista? Mais preocupado em censurar obras passadas de Monteiro Lobato do que as falas presentes de seus cumpanheros petralhas!? Vergonha alheia tão grande que estou da cor do tomate.

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