8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ingleses fazem elogio à força do engenho e do esforço humanos, que dão início ao capitalismo, na abertura das Olimpíadas

Anéis forjados pelo engenho e esforço humanos
Apologia do engenho e do esforço humanos, com todos os sacrifícios inerentes, que dão início ao capitalismo, bem poderia definir o mote da história da Grã-Bretanha, contada pelo cineasta Danny Boyle, na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Passando pelas referências aos ícones culturais ingleses, de William Shakespeare aos Beatles e aos movimentos sociais, com a emocionante presença das sufragistas reivindicando o voto feminino, mais um momento de silêncio pelos mortos das duas grandes guerras, o incrível da encenação ficou mesmo por conta da descrição da revolução industrial que culmina na criação do símbolo olímpico pelas forjas das indústrias do novo sistema.

Há uma continuidade da história que também detalha as revoluções posteriores, a cultural e sobretudo a da informação (digital), que não está na edição desse primeiro vídeo da abertura, e que não é tão impressionante como ele, embora também interessante. O segundo vídeo descreve o mundo digital de hoje, com homenagem ao cientista inglês Tim Berners-Lee, inventor da Web (criou o HTML, o protocolo HTTP e do sistema de localização de objetos na web URL), e passeia pela cultura pop britânica, com inúmeros hits de várias gerações.

Deve-se dar um desconto às falas dos comentaristas porque são da Record, a TV governista. Para se ter   uma ideia do nível de alguns comentários, num dos trechos da abertura das Olimpíadas que homenageia a saúde pública britânica, eles chegaram a compará-la ao SUS brasileiro, dizendo que a diferença é que aqui o sistema funciona (sic). 

Mas fiquem com as imagens da história da Inglaterra que são mesmo incríveis. Para ver em tela inteira, basta clicar na setinha abaixo e à direita dos vídeos. Me arrepiei!

sábado, 28 de julho de 2012

Enquanto a The Economist compara os mensaleiros a ratos, presidente do PT desqualifica, em vídeo, a denúncia da Procuradoria

The Economist sugere ao STF varrer os ratos do mensalão
Com o título Justiça Atrasada, a prestigiada revista The Economist afirma que finalmente políticos e  associados, acusados de envolvimento no amplo esquema de compra de votos conhecido como mensalão (big monthly stipend), enfrentarão julgamento por seus crimes a partir do dia 2 de agosto.

Faz também uma espécie de resumo da impunidade dos políticos trambiqueiros de nosso país (e de outros facínoras) de matar de vergonha os brasileiros que ainda conhecem essa importante senhora. Cita o caso de Maluf, proscrito nos EUA, mas eleito para o Congresso Nacional, o de Lula que, apesar do envolvimento com o mensalão, foi reeleito para a Presidência, e até o do jornalista Antonio Pimenta Neves que, embora assassino confesso da namorada, só foi preso 11 anos após o crime (em 2011) e deverá estar livre novamente em 2013.

De qualquer forma, a revista argumenta que o simples fato de o mensalão ir a julgamento constitui um progresso, pois, embora ainda improvável a prisão de algum corrupto, essa possibilidade não é mais impensável. Cita ainda a fala de João Castro Neves, da consultora Eurasia Group, a propósito da nova lei de acesso à informação: “A boa nova é que, para ser corrupto no Brasil de hoje, você precisa ter mais criatividade do que 15 anos atrás.

Enquanto isso, aqui no Brasil, com o cinismo característico, o presidente do PT Rui Falcão, divulgou vídeo ontem (sexta-feira) em que desqualifica a denúncia do Ministério Público contra os companheiros petistas mensaleiros que conformavam, em 2005, a cúpula do partido no governo. Neste vídeo (segue abaixo), Falcão afirma, entre outras pérolas, que alguns militantes do PT foram injustamente acusados por crimes sem comprovação (sic) e hipoteca sua solidariedade aos mesmos. Parece também fazer uma ameaça velada ao Supremo.

Fico pensando se ainda viverei para ver essa escória, que se apropriou do país nos últimos anos (quase uma década já), pelo menos desalojada do poder. Por ora, concordo com a The Economist, dada à degeneração moral existente, o simples fato de o mensalão ir a julgamento já constitui um progresso. Vamos torcer para que algum desses vigaristas também receba alguma penalização.

Para assistir o vídeo, sugiro tomar primeiro um plasil e depois um engov.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

E o mundo não se acabou!

Anuncio e garanto que o mundo acabará
 se o casamento homossexual for aprovado 
Nos últimos séculos, a cada pequena tentativa de avanço, na área da moral e dos costumes e mesmo na dos direitos básicos da maior parte da população, a humanidade sempre contou com a oposição obstinada das igrejas cristãs e de conservadores religiosos e mesmo não religiosos. 

A cada conquista das mulheres, da Revolução Francesa aos dias de hoje, por sua cidadania - poder estudar, trabalhar, votar e ser votada, ter propriedades - os conservadores se levantaram para afirmar que esses direitos elementares levariam ao fim da família e do mundo.

Também não foi sem resistência desse pessoal que os negros romperam os grilhões da escravidão e posteriormente da segregação racial. O Estado de direito, que significa igualdade perante as leis e também liberdade dos indivíduos, foi incorporado pelos conservadores apenas no que lhes diz(ia) respeito. 

E atualmente muitos continuam pensando assim. Agora, tendo os direitos básicos de negros e mulheres passado enquanto eles ladravam, voltam seu foco de ataques obscurantistas contra a população homossexual que reivindica sua cidadania diante do estado brasileiro. Mais uma vez, esses conservadores se levantam, com base na eterna cantilena do fim da família e da chegada do apocalipse, contra o reconhecido das uniões LGBT pelo Estado. 

Embora o pleito do casamento, entre pessoas de mesmo sexo,  seja da área civil, e não religiosa, esses conservadores querem obstá-lo com base em leituras da Bíblia descontextualizadas historicamente, negando um dos pilares da democracia que é a separação entre assuntos de Estado e assuntos da religião. O adjetivo civil, contudo, não deixa dúvidas da legitimidade dessa reivindicação: civil, em sua principal acepção, é aquilo que diz respeito aos cidadãos de uma determinada sociedade ou país. Acaso não seriam as pessoas homossexuais cidadãs brasileiras? Não contribuem com os mesmos impostos, não constroem também a nação? Por que então não podem ter os mesmos direitos dos outros segmentos da população? Por que um bando de beatos obscurantistas não quer? E isso em pleno século XXI!!???

Até história de que os direitos homossexuais fazem parte de uma conspiração comunista para acabar com a família e a cristandade rola da boca dessa gente cujo cérebro não tem redes neurais e sim teias de aranha. Desde quando comunistas respeitam leis e a igualdade das pessoas perante as leis? Samba do conservador doido seguramente. Doido, antidemocrático, mesquinho e mau. A verdade é que não querem perder o monopólio da instituição "casamento", acham que são proprietários de um instituto que é de todos os civis do Brasil.

Resumindo, essas objeções nada santas ao casamento homossexual são mera questão de poder, de medo de perder poder. Nada além! As mulheres  e os negros conquistaram seus direitos básicos, e nem a família nem o mundo se acabou. Nos países onde as pessoas homossexuais já se unem oficialmente há tempos, as famílias heterossexuais continuam existindo da mesmíssima forma que antes porque obviamente alhos não têm a ver com bugalhos. Os direitos conquistados de uns não tiram direitos consagrados de outros. O que soma não pode dividir.

Por isso, dedico a música E o mundo não se acabou, do homossexual Assis Valente, na voz da homossexual Adriana Calcanhoto, para "essa gente careta e covarde", como diria o bissexual Cazuza. A letra da música, cheia de ironia e bom humor, tira um belo sarro dos apocalípticos de todos os tempos e dos que creem neles.  Combina também com 2012, previsto, segundo antigas profecias, como o ano do fim dos tempos. Metade dele já passou e, até agora, a única coisa em vias de extinção é a minha paciência com tantos malucos de pedra.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Hora de votar de novo: E você sabe o que faz um vereador?

Vídeo explicativo desenvolvido pelo movimento Porto Alegre Como Vamos sobre as atribuições de um vereador da cidade de Porto Alegre. Os dados foram embasados na Lei Orgânica Municipal. 

Naturalmente, vale para todas as cidades. Importante que saibamos o que devem fazer aqueles que nos representam para poder cobrá-los. Muito da disseminação alarmante da corrupção em nosso país se deve ao fato de não nos interessarmos por política.  E como dizia Arnold Toynbee, historiador inglês: “O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam.” E pelos que gostam dela para enriquecer às nossas custas.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Clipping legal: No Brasil, 38% dos universitários são analfabetos funcionais

Chocante: universitários analfabetos 

No Brasil, 38% dos universitários são analfabetos funcionais

Pesquisa aponta que estudantes não conseguem interpretar e associar informações

Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nessa segunda-feira pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. O indicador reflete o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade. Criado em 2001, o Inaf é realizado por meio de entrevista e teste cognitivo aplicado em uma amostra nacional de 2 mil pessoas entre 15 e 64 anos. Elas respondem a 38 perguntas relacionadas ao cotidiano, como, por exemplo, sobre o itinerário de um ônibus ou o cálculo do desconto de um produto. O indicador classifica os avaliados em quatro níveis diferentes de alfabetização: plena, básica, rudimentar e analfabetismo. 

Aqueles que não atingem o nível pleno são considerados analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações. Segundo a diretora executiva do IPM, Ana Lúcia Lima, os dados da pesquisa reforçam a necessidade de investimentos na qualidade do ensino, pois o aumento da escolarização não foi suficiente para assegurar aos alunos o domínio de habilidades básicas de leitura e escrita. "A primeira preocupação foi com a quantidade, com a inclusão de mais alunos nas escolas", diz. "Porém, o relatório mostra que já passou da hora de se investir em qualidade", afirma. 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cerca de 30 milhões de estudantes ingressaram nos ensinos médio e superior entre 2000 e 2009. Para a diretora do IPM, o aumento foi bom, pois possibilitou a difusão da educação em vários estratos da sociedade. No entanto, a qualidade do ensino caiu por conta do crescimento acelerado."Algumas universidades só pegam a nata e as outras se adaptaram ao público menos qualificado por uma questão de sobrevivência", comenta. "Se houvesse demanda por conteúdos mais sofisticados, elas se adaptariam da mesma forma", fala.

Para a coordenadora-geral da Ação Educativa, Vera Masagão, o indicativo reflete a "popularização" do ensino superior sem qualidade: "No mundo ideal, qualquer pessoa com uma boa 8ª série deveria ser capaz de ler e entender um texto ou fazer problemas com porcentagem, mas no Brasil ainda estamos longe disso." Segundo ela, o número de analfabetos só vai diminuir quando houver programas que estimulem a educação como trampolim para uma maior geração de renda e crescimento profissional. "Existem muitos empregos em que o adulto passa a maior parte da vida sem ler nem escrever, e isso prejudica a procura pela alfabetização", afirma.

Entre as pessoas de 50 a 64 anos, o índice de analfabetismo funcional é ainda maior, atingindo 52%. De acordo com o cientista social Bruno Santa Clara Novelli, consultor da organização Alfabetização Solidária (AlfaSol), isso ocorre porque, quando essas pessoas estavam em idade escolar, a oferta de ensino era ainda menor. "Essa faixa etária não esteve na escola e, depois, a oportunidade e o estímulo para voltar e completar escolaridade não ocorreram na amplitude necessária", diz. Ele observa que a solução para esse grupo, que seria a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ainda tem uma oferta baixa no País. 

Novelli cita que, levando em conta os 60 milhões de brasileiros que deixaram de completar o ensino fundamental de acordo com dados do Censo 2010, a oferta de vagas em EJA não chega a 5% da necessidade nacional. "A EJA tem papel fundamental. É uma modalidade de ensino que precisa ser garantida na medida em que os indicadores revelam essa necessidade", conta. Ele destaca que o investimento deve ser não só na ampliação das vagas, mas no estímulo para que esse público volte a estudar. 

Segundo o cientista social, atualmente só as pessoas "que querem muito e têm muita força de vontade" acabam retornando para a escola. Ele cita como conquista da EJA nos últimos dez anos o fato de ela ter passado a ser reconhecida e financiada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Considerar que a EJA está contemplada no fundo que compõe o orçamento para a educação é uma grande conquista", ressalta. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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