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Mulheres samurais

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Quando Deus era mulher:

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Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Democracia, bolsonaros, homofobia e outros bichos!


Bolsonaros
Pegou fogo o debate sobre o preconceito e a discriminação contra a população homossexual em decorrência da entrevista concedida pelo deputado federal Jair Bolsonaro ao programa de humor CQC do dia 28 de março. A uma clara pegadinha do programa sobre se aceitaria que um filho seu casasse com uma negra, feita pela cantora Preta Gil, Bolsonaro, ao que tudo indica viciado nas suas diatribes contra os homossexuais, respondeu, no automático, como se ela tivesse perguntado sobre homossexualidade e não sobre negritude. Afirmou o nobre deputado com sua habitual truculência: Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu.

sábado, 2 de abril de 2011

Walter Williams: real respeito pela liberdade de expressão só quando repulsiva

Fazendo jus ao mote deste blog, posto abaixo a entrevista que o economista americano Walter Williams, de 74 anos, concedeu a André Petry para as páginas amarelas da Veja de 9 de março. Apesar da idade, o economista é como uma lufada de ar fresco no ambiente de marasmo unideológico de nosso país.

Embora negro, Williams desafina do coro dos contentes do politicamente correto e da visão esquerdista do Estado intervencionista ou paternalista, tão na moda hoje em dia, até mesmo em países de longa tradição liberal como os EUA.

Para nós, brasileiros, então, tão acostumados à perspectiva do Estado-pai (agora também na versão feminina) pela prevalência tanto de uma direita quanto de uma esquerda estatistas, as ideias de Williams são impactantes e contestadoras, embora venham de longa tradição.

Walter Williams: o mercado vence o racismo

O economista Walter Williams diz que as ações afirmativas prejudicam os negros ao reforçar estereótipos de inferioridade e defende a liberdade econômica como arma contra a desigualdade racial

André Petry
Veja – 09/03/2011

Walter Williams é um radical. Na juventude, preferia o incendiário Malcolm X ao pacifista Martin Luther King. Hoje, aos 74 anos, Williams admira os dois líderes negros, repudia a violência e se define como um libertário radical, como os americanos se referem aos que se opõem ao excesso de ativismo do estado e propugnam mais liberdade individual. Fiel ao seu ideário, é contra ações afirmativas e cotas raciais, e diz que o melhor instrumento para vencer a desigualdade racial é o livre mercado: "A economia de mercado é o grande inimigo da discriminação". Criado pela mãe na periferia de Filadélfia, Williams acaba de publicar uma autobiografia em que narra sua trajetória da pobreza à vida de professor universitário (desde 1980, leciona economia na Universidade George Manson, na Virgínia). Com 1,98 metro de altura, voz de barítono, bom humor, ele demonstra muita coragem nesta entrevista.

Quem lê sua autobiografia fica com a impressão de que ser negro nos Estados Unidos das décadas de 40 e 50 era melhor do que ser negro hoje.

Claro que os negros estão muito melhor agora, mas não em todos os aspectos. Hoje, se os negros americanos fossem uma nação à parte, seriam a 15ª mais rica do mundo. Entre os negros americanos, há gente riquíssima, como a apresentadora Oprah Winfrey. Há famosíssimos como o ator Bill Cosby, que, como eu, vem de Filadélfia. Colin Powell, um negro, comandou o Exército mais poderoso do mundo. O presidente dos Estados Unidos é negro. Tudo isso era inimaginável em 1865, quando a escravidão foi abolida. Em um século e meio, fizemos um progresso imenso, ao contrário do que aconteceu no Brasil ou no Caribe, onde também houve escravidão negra. Isso diz muito sobre os negros americanos e sobre os Estados Unidos.

Em que aspectos a vida dos negros hoje é pior?

Cresci na periferia pobre de Filadélfia entre os anos 40 e 50. Morávamos num conjunto habitacional popular sem grades nas janelas e dormíamos sossegados sem barulho de tiros nas ruas. Sempre tive emprego, desde os 10 anos de idade. Engraxei sapatos, carreguei tacos no clube de golfe, trabalhei em restaurantes, entreguei correspondência nos feriados de Natal. As crianças negras de hoje que vivem na periferia de Filadélfia não têm essas oportunidades de emprego. No meu próximo livro, Raça e Economia, que sai no fim deste mês, mostro que em 1948 o desemprego entre adolescentes negros era de 9,4%. Entre os brancos, 10,4%. Os negros eram mais ativos no mercado de trabalho. Hoje, nos bairros pobres de negros, por causa da criminalidade, boa parte das lojas e dos mercados fechou as portas. Outra mudança dramática é a queda na qualidade da educação oferecida às crianças negras e pobres. Atualmente, nas escolas públicas de Washington, um negro com diploma do ensino médio tem o mesmo nível de proficiência em leitura e matemática que um branco na 7ª série. Os negros, em geral, estão muito melhor agora do que há meio século. Mas os negros mais pobres estão pior.

O estado de bem-estar social, com toda a variedade de benefícios sociais criados nas últimas décadas, não ajuda a aliviar a situação de pobreza dos negros de hoje?

Todos os economistas, sejam eles libertários, conservadores ou liberais, concordam que sempre cai a oferta do que é taxado e aumenta a oferta do que é subsidiado. Há anos, os Estados Unidos subsidiam a desintegração familiar. Quando uma adolescente pobre fica grávida, ela ganha direito a se inscrever em programas habitacionais para morar de graça, recebe vale-alimentação, vale-transporte e uma série de outros benefícios. Antes, uma menina grávida era uma vergonha para a família. Muitas eram mandadas para o Sul, para viver com parentes. Hoje, o estado de bem-estar social premia esse comportamento. O resultado é que nos anos da minha adolescência entre 13% e 15% das crianças negras eram filhas de mãe solteira. Agora, são 70%. O salário mínimo, que as pessoas consideram uma conquista para os mais desprotegidos, é uma tragédia para os pobres. Deve-se ao salário mínimo o fim de empregos úteis para os pobres.

A obrigação de pagar um salário mínimo ao frentista no posto de gasolina levou à automação e ao self-service. O lanterninha do cinema deixou de existir não porque adoramos tropeçar no escuro do cinema. É por causa do salário mínimo. Na África do Sul do apartheid, os grandes defensores do salário mínimo eram os sindicatos racistas de brancos, que não aceitavam filiação de negros. Eles não escondiam que o salário mínimo era o melhor instrumento para evitar a contratação de negros, que, sendo menos qualificados, estavam dispostos a trabalhar por menos. O salário mínimo criava uma reserva de mercado para brancos.

As ações afirmativas e as cotas raciais não ajudaram a promover os negros americanos?
A primeira vez que se usou a expressão "ação afirmativa" foi durante o governo de Richard Nixon (1969-1974). Os negros naquele tempo já tinham feito avanços tremendos. Um colega tem um estudo que mostra que o ritmo do progresso dos negros entre as décadas de 40 e 60 foi maior do que entre as décadas de 60 e 80. Não se pode atribuir o sucesso dos negros às ações afirmativas.

As ações afirmativas não funcionam?
Os negros não precisam delas. Dou um exemplo. Houve um tempo em que não existiam jogadores de basquete negros nos Estados Unidos. Hoje, sem cota racial nem ação afirmativa, 80% são negros. Por quê? Porque são excelentes jogadores. Se os negros tiverem a mesma habilidade em matemática ou ciência da computação, haverá uma invasão deles nessas áreas. Para isso, basta escola, boas escolas, grandes escolas. Há um aspecto em que as ações afirmativas são até prejudiciais. Thomas Sowell, colega economista, tem um estudo excelente sobre o assunto. Mostra como os negros se prejudicam com a política de cotas raciais criada pela disputada escola de engenharia do Instituto de Tecnologia de Massa¬chusetts (MIT), uma das mais prestigiosas instituições acadêmicas dos Estados Unidos. Os negros recrutados pelo MIT estão entre os 5% melhores do país em matemática, mas mesmo assim precisam fazer cursos extras por alguns anos. Isso acontece porque os brancos do MIT estão no topo em matemática, o 1% dos melhores do país. Os negros, mesmo sendo muito bons, estão abaixo do nível de excelência do MIT. Mas eles podiam muito bem estudar em outras instituições respeitáveis, onde estariam na lista dos candidatos a reitor e sem necessidade de cursos especiais. Por causa de ações afirmativas, muitos negros estão hoje em posição acima de seu potencial acadêmico. Se você está aprendendo a lutar boxe e sua primeira luta é contra o Mike Tyson, você está liquidado. Você pode ter excelente potencial para ser boxeador, mas não dá para começar contra Tyson. As ações afirmativas, nesse sentido, são cruéis. Reforçam os piores estereótipos raciais e mentais.

O senhor já teve alguma experiência pessoal nesse sentido?
Quando eu dava aula na Universidade Temple, em Filadélfia, tive uma turma com uns trinta alunos, todos brancos, à exceção de um. Nas primeiras aulas, eles me fizeram uma bateria de perguntas complexas. Você pode achar que era paranoia minha, mas eu sei que o objetivo deles era testar minhas credenciais. A cada resposta certa que eu dava, eu podia ver o alívio no rosto do único aluno negro da classe. De onde vinha esse sentimento, esse temor do aluno negro de que seu professor, sendo negro, talvez não fosse suficientemente bom? Das ações afirmativas. Não entrei na universidade via cotas raciais. Por causa delas, a competência de muitos negros é vista com desconfiança.

Num país como o Brasil, onde os negros não avançaram tanto quanto nos Estados Unidos, as ações afirmativas não fazem sentido?
A melhor coisa que os brasileiros poderiam fazer é garantir educação de qualidade. Cotas raciais no Brasil, um país mais miscigenado que os Estados Unidos, são um despropósito. Além disso, forçam uma identificação racial que não faz parte da cultura brasileira. Forçar classificações raciais é um mau caminho. A Fundação Ford é a grande promotora de ações afirmativas por partir da premissa errada de que a realidade desfavorável aos negros é fruto da discriminação.

Ninguém desconhece que houve discriminação pesada no passado e há ainda, embora tremendamente atenuada. Mas nem tudo é fruto de discriminação. O fato de que apenas 30% das crianças negras moram em casas com um pai e uma mãe é um problema, mas não resulta da discriminação. A diferença de desempenho acadêmico entre negros e brancos é dramática, mas não vem da discriminação. O baixo número de físicos, químicos ou estatísticos negros nos Estados Unidos não resulta da discriminação, mas da má formação acadêmica, que, por sua vez, também não é produto da discriminação racial.

Qual o meio mais eficaz para promover a igualdade racial?
Primeiro, não existe igualdade racial absoluta, nem ela é desejável. Há diferenças entre negros e brancos, homens e mulheres, e isso não é um problema. O desejável é que todos sejamos iguais perante a lei. Somos iguais perante a lei, mas diferentes na vida. Nos Estados Unidos, os judeus são 3% da população, mas ganham 35% dos prêmios Nobel. Talvez sejam mais inteligentes, talvez sua cultura premie mais a educação, não interessa. A melhor forma de permitir que cada um de nós - negro ou branco, homem ou mulher, brasileiro ou japonês - atinja seu potencial é o livre mercado. O livre mercado é o grande inimigo da discriminação. Mas, para ter um livre mercado que mereça esse nome, é recomendável eliminar toda lei que discrimina ou proíbe discriminar.

O senhor é contra leis que proíbem a discriminação?
Sou um defensor radical da liberdade individual. A discriminação é indesejável nas instituições financiadas pelo dinheiro do contribuinte. A Universidade George Manson tem dinheiro público. Portanto, não pode discriminar. Uma biblioteca pública, que recebe dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos, não pode discriminar. Mas o resto pode. Um clube campestre, uma escola privada, seja o que for, tem o direito de discriminar. Acredito na liberdade de associação radical. As pessoas devem ser livres para se associar como quiserem.

Inclusive para reorganizar a Ku Klux Klan?
Sim, desde que não saiam matando e linchando pessoas, tudo bem. O verdadeiro teste sobre o nosso grau de adesão à ideia da liberdade de associação não se dá quando aceitamos que as pessoas se associem em torno de ideias com as quais concordamos. O teste real se dá quando aceitamos que se associem em torno de ideais que julgamos repugnantes. O mesmo vale para a liberdade de expressão. É fácil defendê-la quando as pessoas estão dizendo coisas que julgamos positivas e sensatas, mas nosso compromisso com a liberdade de expressão só é realmente posto à prova quando diante de pessoas que dizem coisas que consideramos absolutamente repulsivas.

O senhor exige ser chamado de "afro-americano"?
Essa expressão é uma idiotice, a começar pelo fato de que nem todos os africanos são negros. Um egípcio nascido nos Estados Unidos é um "afro-americano"? A África é um continente, po-voado por pessoas diferentes entre si. Os vários povos africanos estão tentando se matar uns aos outros há séculos. Nisso a África é idêntica à Europa, que também é um continente, também é povoada por povos distintos que também vêm tentanto se matar uns aos outros há séculos.

A presença de Obama na Casa Branca não ajuda os negros americanos?
Na autoestima, talvez. Mas não por muito tempo, o que é lamentável. Em 1947, quando Jackie Robinson se tornou o primeiro negro a jogar beisebol na liga profissional, ele tinha a obrigação de ser excepcional. Hoje, nenhum negro precisa ser tão bom quanto Robinson e não há perigo de que alguém diga "ah, esses negros não sabem jogar beisebol". No caso de Obama, vale a mesma coisa. Por ser o primeiro negro, ele não pode ser um fracasso. O problema é que será. Aposto que seu governo, na melhor das hipóteses, será um desastre igual ao de Jimmy Carter. Vai ser ruim para os negros.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Voto em lista fechada: desempoderando a sociedade!

Não é preciso ser genial para entender a razão pela qual o PT é favorável ao voto obrigatório: os cidadãos iletrados, um dos currais eleitorais do partido, tenderia a não ir às urnas caso o voto passasse a ser facultativo. Também não é difícil entender porque o partido defende o voto em lista fechada: o eleitor deixa de votar em quem quer para votar no que o partido quer. Neste esquema, o partido define previamente a lista de pré-candidatos por ordem, e o eleitor então vota no partido com a lista de candidatos na ordem determinada pela legenda. Não há como escolher sequer a ordem. Trata-se de uma boa maneira de se eleger mais facilmente os Delúbios da vida, entre outros mensaleiros.

terça-feira, 29 de março de 2011

Jair Bolsonaro dá a maior marcada e pode ser processado por racismo!

Jair Bolsonaro
O deputado do Partido Progressista (?!), Jair Bolsonaro, conhecido por sua truculência, foi parar no "CQC" dessa segunda-feira e se deu mal.  Conhecido por combater os direitos homossexuais, embora pregue não ser homofóbico, enveredou desta vez pelo racismo ao que tudo indica numa grande marcada.

Bolsanaro parece representar a si mesmo e já decorou algumas frases de efeito sempre que o tema é homossexualidade. Quando a filha de Gilberto Gil, Preta Gil, perguntou ao deputado como ele reagiria se seu filho namorasse uma negra, parece ter confundido o script e se saiu com a seguinte pérola: Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu.

Como promiscuidade nada tem a ver com cor de pele, parece que ele - no automático - veio com sua ladainha de sempre de relacionar homossexualidade com promiscuidade. De qualquer forma, mesmo considerando essa hipótese provável da confusão do script, seja por racismo ou por homofobia, ele atacou a família da cantora, onde não haveria gente bem educada como na casa dele, ou seja, não-homossexual ou não-negra!

E aí fedeu. Preta Gil diz que vai acionar advogado para tomar providências jurídicas, contra o deputado federal,  por racismo. No twitter e em outras redes sociais, não se fala de outra coisa (além da morte de José Alencar). Naturalmente, a patrulha do ideologicamente correto está em êxtase com a possibilidade de trucidar o deputado. Se por qualquer bobagem, estão querendo processar Deus e todo mundo, imagine por uma declaração tão despropositada e grosseira como essa. Sem dúvida, é de gente estúpida como esse Bolsonaro que os xiitas das militâncias mais precisam. 

A única coisa aproveitável do discurso dele foi quando disse que Fernando Henrique Cardoso, ao privatizar a Vale, traiu o Brasil. Essa é a mesma opinião dos petistas, o que serve para demonstrar como os autoritários são parecidos. Aliás, não há nada tão semelhante ao petismo como a ditadura militar que Bolsonaro tanto admira: ambos foram/são estatistas, patrimonialistas, oligárquicos, nacional-desenvolvimentistas, corruptos (os militares eram menos que os petistas) e autoritários. Ambos ferraram/estão ferrando o Brasil! Abaixo o vídeo da entrevista!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Um blog de um milhão de reais e o mano Caetano!

Menos, Bethânia!
 Veio a público, via jornais, blogueiros, redes sociais, o espantoso caso do blog de poesias de mais de um milhão de reais da cantora Maria Bethânia. O mais espantoso é que esse blog de ouro resultou de projeto aprovado pelo Ministério da Cultura via isenção de tributos fiscais. Ou seja, as empresas que patrocinarem o blog de poesias de Bethânia podem utilizar a isenção fiscal  em até 100% do valor do patrocínio no Imposto de Renda, o que significa dinheiro público financiando uma artista que, por sua notoriedade, poderia obter apoio pela via estritamente privada. Pior, desse dinheiro, 600 mil estão alocados para Bethânia dirigir a si mesma no projeto. Pior ainda, ficou-se sabendo que, desde 2006, Bethânia vem realizando projetos dessa natureza, tendo já recebido licença para captar cerca de 10 milhões em recursos, entre empresas, via Lei Rouanet. Ela e outras celebridades vêm recebendo esse tipo de "apoio" nos últimos anos.

A história virou uma grande polêmica não porque Bethânia tenha cometido uma ilegalidade (o projeto está de acordo com a lei), mas pela falta de ética da cantora de estar usando recursos públicos para projetos pessoais, fora a exorbitância cobrada na execução do tal blog de poesias. Só para dar um exemplo do mal uso do dinheiro público neste caso, basta lembrar a existência de milhares de bibliotecas públicas, necessitadas de reformas, aumento de acervo, mas que não obtêm verba oficial para realizar esses trabalhos de recuperação e ampliação. Isso sem falar de tantas outras que poderiam ser construídas com esse mais de um milhão de reais do blog da Bethânia.

De qualquer forma, o assunto já tinha até dado uma desaquecida quando ontem o irmão de Bethânia, Caetano Veloso, resolveu botar mais lenha na fogueira, saindo em defesa da irmã supostamente tornada bode-expiatório da imprensa, de blogueiros e das redes sociais. Como é difícil defender o indefensável, em texto para o Globo, intitulado Eu também tenho fígado, Caetano partiu para a desqualificação dos críticos da atitude da irmã (gente que vive grudada à rede cheia de rancor, ignorância e vontade de aparecer)também afirmando que as críticas derivariam de um despeito pela capacidade criativa da mesma (Bethânia e Chico não foram alvejados por sua inépcia, mas por sua capacidade criativa). Chico Buarque entrou na história porque recebeu um prêmio Jabuti não pelos méritos literários de seu livro Leite Derramado mas por seu apoio à eleição de Dilma Roussef. Fizeram um abaixo-assinado sarcástico para que ele devolvesse o prêmio. Daí a menção ao compositor por parte de Caetano.

Enfim, baixaria do baiano, já que a criatividade de Bethânia não foi colocada em cheque mas sim seu uso de dinheiro público para projeto particular que seguramente poderia contar com recursos da iniciativa privada. O que irritou Caetano foi constatar que a população brasileira da Internet não aceitou pacificamente ver a mana Bethânia sendo subsidiada com dindim do povo. Afinal, o dinheiro é nosso, e achamos que, na ordem das prioridades, há coisa muito mais importante para o Ministério da Cultura financiar ou autorizar a "captar"  com isenção de impostos.

Muito triste ver gente de qualidade artística indiscutível, como o próprio Caetano, a Bethânia, o Chico, entre outros, metidos nesse tipo de mamataria. Estamos ficando sem ídolos. Aliás, tem sido na base do comprar todo o mundo que o petismo vem degenerando a sociedade brasileira em seu grande sonho de se manter eternamente no poder. O que nos consola é ver que a sociedade ainda tem a capacidade de chiar e muito (a chiadeira já conseguiu pelo menos baixar o valor do projeto do blog de poesias). Deixo abaixo dois vídeos sobre o tema, um satarizando Bethânia; o outro dirigido ao Caetano e seu texto raivoso. Recomendo ainda a leitura do texto do Reinaldo Azevedo comentando o artigo de Caetano.



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