8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Campanha contra a morte de um jovem gay do Irã!

O Grupo Pluralidade e Diversidade de Duque de Caxias e a LIBERTOS Comunicação, de Belo Horizonte, estão realizando uma campanha para salvar a vida de um gay iraniano, condenado à morte por sodomia, propondo que receba asilo no Brasil, como caso já ocorrido anteriormente. A campanha se chama Envie um e-mail, Salve uma vida!

Veja um histórico do caso e, ao final, a ação a ser tomada em prol do rapaz:
O governo do Irã condenou mais um homossexual à morte. Ebrahim Hamidi, natural da cidade de Tabriz, no noroeste do Irã, foi acusado de homossexualidade e sodomia junto com mais quatro jovens. No entanto, os rapazes receberam veredictos diferentes. Enquanto Ebrahim foi condenado à execução, os outros três foram absolvidos. Segundo Saghi Ghahramani, advogado da Associação de Defesa dos Gays Iranianos, sediada em Toronto, Ebrahim foi torturado e forçado a confessar atos de sodomia, enquanto os outros quatro jovens apenas foram acusados há alguns meses por um quinto homem.

Segundo Saghi Ghahramani, atualmente há outros cinco rapazes que estão sujeitos à mesma condenação no país. "Ebrahim Hamidi é atualmente o único jovem acusado de sodomia e condenado à morte que tem a sorte de ter um advogado e seus pais para apoiá-lo nesta questão", afirma ele.

Em novembro do ano passado, Nemat Safavi, outro iraniano de 21 anos, preso desde os 16, também foi condenado à morte sob a mesma acusação.

Ponderações e ações a serem tomadas:
Vale lembrar que o governo brasileiro tem sido criticado pelas entidades de defesa dos direitos LGBT por manter uma relação amigável com o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad. Tudo porque Luís Inácio Lula da Silva declarou há alguns meses, em visita a República Islâmica, ser favorável ao programa nuclear iraniano.

Não podemos admitir que o Governo brasileiro continue pactuando com um regime que nega o holocausto e assassina homossexuais em espetáculos de ódio e monstruosidade em praça pública como os nazistas faziam.

O Grupo Pluralidade e Diversidade convoca Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e todos e todas que defendem a vida, a liberdade e o direito de se expressar que envie uma carta ao Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores)  intercedendo pela vida do jovem Ebrahim Hamidi de apenas 20 anos, solicitando que ele seja apatriado pelo governo brasileiro para assim preservar-lhe a vida.

Não podemos nos calar perante a esse assassinato anunciado. Devemos e podemos dar uma resposta a barbárie, vamos cobrar do governo brasileiro um posicionamento firme e urgente, assim como foi na questão nuclear.

Os interesses econômicos e políticos não podem estar acima da Liberdade da Democracia e da Vida. Mande um email, salve uma vida!

Envie seu email para: imprensa@itamaraty. gov.br ou ligue para:(0XX61) 3411-8006/ 8007 / 6160 / 6162 / 6163 e cobre do Ministro Celso Amorim e do Governo Brasileiro um posicionamento em relação ao caso, e para que, da próxima vez em que o governo brasileiro falar em Direitos Humanos, não faça como quem comeu salame e arrota presunto.

Saudações Humanitárias,
Osmar Rezende
Reproduza essa mensagem para amigo@s e conhecidos, para senadores, deputados, vereadores, líderes partidários locais que também mandem emails presionando o Ministro através de ofício e solicite resposta oficial do deputado e a resposta que o Ministro ou Ministério lhe deu em relação ao caso, pois se não eles dizem que vão fazer e não fazem.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um tributo a Frida Kahlo!

1. Frida pinta em sua cama, na Cidade do México, em 1940;
2. Fotografia de 1943 feita por um fotógrafo desconhecido;
3. Retrato de 1946, poucos dias depois de uma cirurgia. Em texto no verso da foto, a pintora reclama de dores: “Ficou pior do que nunca”;
4. Diego Rivera em 1933, quatro anos após o casamento com Frida.
Fotos e legendas: blog Mente Aberta
 
A pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954) completaria hoje, 06 de julho, 103 anos, se estivesse viva, mas faleceu em 1954, segundo atestado de óbito, de embolia pulmonar, aos 47 anos de idade. Suspeita-se, contudo, que a embolia tenha sido provocada por overdose de remédios, levantando a hipótese de suicídio.

Mulher atemporal e universal (mais do que mexicana, é um ícone de mulher de todos os tempos e continentes), Frida foi daquelas pessoas raras que soube transformar a dor em poema, ou melhor, em pintura. Vítima de enfermidades e acidentes, conviveu com a dor física por toda a vida e a pintou em seus quadros contundentes.

Quando criança teve poliomielite, o que a deixou com a perna esquerda mais curta e a musculatura atrofiada. Aos 18 anos, o ônibus em que viajava colidiu com uma espécie de trólebus, e uma barra metálica literalmente a atravessou, quebrando-lhe 3 vértebras da coluna, duas costelas, esmagando-lhe a pélvis e a perna direita. Ao fim da vida, feridas não cicatrizadas nessa perna levaram a uma amputação do membro. Debita-se a todo esse quadro médico dramático bem como a seu nacionalismo as típicas saias longas e exuberantes que foram uma de suas marcas registradas (pois ocultavam as sequelas do acidente e da polio). Tornou-se viciada na morfina que lhe davam para aliviar a dor.

Produziu cerca de 200 obras, entre quadros e desenhos, considerados surrealistas para alguns, mas que ela definia como realistas, a maioria deles auto-retratos, muitos deles deitada em sua cama, durante algumas de suas múltiplas convalescenças. Apesar de todo o sofrimento físico, encontrou forças para amar intensamente homens e mulheres, com destaque para o também pintor Diego Rivera, com quem teve um relacionamento para lá de tempestuoso, com idas e vindas e muitas mútuas traições, e o militante russo León Trotsky.

Em  homenagem à pintora  foi lançado agora um livro com 401 fotos inéditas de cenas de sua intimidade e de seus amigos  (Frida Kahlo: suas fotos, CosacNaify, 524 páginas, R$ 120). Posto algumas aqui à guisa de divulgação. O Google também fez um de seus doodles (logo em homenagem a uma personalidade, evento) que igualmente copiei para cá.

Posto ainda abaixo um vídeo sobre Frida e sua obra para quem não conhece e para quem quer recordar e celebrar essa mulher excepcional. Feliz aniversário, Frida!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Contra o Coro dos Contentes no programa Affair com Você!

Pessoal, a televisão on-line AllTV vai abordar hoje, segunda-feira, às 22:00, em seu programa Affair com Você, o Dia Internacional do Orgulho LGBT, 28 de junho, e citará o nosso Contra o Coro dos Contentes sobre o assunto. Convido a tod@s a assistir e participar do programa.
 
O Programa Affair com você, apresentado por Graça e Paulo Tessarioli, tem a sexualidade como eixo central, apontando os vários conceitos sobre o tema a partir de diversos enfoques: saúde, educação, direitos humanos, cidadania, inclusão, arte, cultura e beleza, contribuindo para a formação e orientação de qualidade.

O programa é transmitido pela allTV, a primeira TV da Internet, todas as segundas-feiras, ao vivo, a partir das 22:00. O acesso ao site da allTV é ilimitado e gratuito. O internauta pode participar ao vivo do programa por meio do Chat e Linha Direta. Depois de alguns dias, o programa fica disponibilizado no site da allTV no diretório Ondemand.

Affair Com Você
Dias de Exibição: Segunda-Feira.
Horário: das 22:00 às 23:00
Gênero: Saúde e Comportamento
Apresentadores: Graça, Paulo Tessarioli.
Link: www.alltv.com.br

domingo, 4 de julho de 2010

Eleição sem maquiagem, por Fernando Henrique Cardoso

Reproduzo texto, desse domingo, no Zero Hora on-line, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aquele senhor muito vilipendiado pelos petistas, mas reponsável, como todo o mundo reconhece (quero dizer, como todos reconhecem internacionalmente), pela estabilidade econômica do país, com o Real, e pelos programas sociais que Lula usurpou. Neste artigo FHC alerta para os perigos do modelito nacional-desenvolvimentista de Lula e da eleição da Dilmentira. Como sempre FHC merece ser lido pela lucidez e  pertinência de suas abordagens.

O mundo continua se contorcendo sem encontrar caminhos seguros para superar as consequências da crise desencadeada no sistema financeiro. Até a ideia (que eu defendi nos anos 1990 e que parecia uma heresia) de impor taxas à movimentação financeira reapareceu na voz dos mais ortodoxos defensores do rigor dos bancos centrais e da intocabilidade das leis de mercado. No afã de estancar a sangria produzida pelas exacerbações irracionais dos mercados, outros tantos ortodoxos passaram a usar e até a abusar de incentivos fiscais e benesses de todo tipo para salvar os bancos e o consumo. Paul Krugman, mais recentemente, lamentou a resistência europeia à frouxidão fiscal. Ele pensa que o corte aos estímulos pode levar a economia mundial a algo semelhante ao que ocorreu em 1929. Quando a crise parecia acalmada, em 1933, suspenderam-se estímulos e medidas facilitadoras do crédito, devolvendo a recessão ao mundo. Será isso mesmo? É cedo para saber. Mas, barbas de molho, as notícias que vêm do Exterior, e não só da Europa, mas também da ziguezagueante economia americana e da letárgica economia japonesa, afora as dúvidas sobre a economia chinesa, não são sinais de uma retomada alentadora.

Enquanto isso, vive-se no Brasil oficial como se tivéssemos nos transformado em uma Noruega tropical, na feliz ironia de um jornal em editorial recente. E em tão curto intervalo, que estamos todos atônitos com tanto dinheiro e tantas realizações. Basta ler o último artigo presidencial no Financial Times. A pobreza existia na época da “estagnação”. Agora assistimos ao espetáculo do crescimento, sem travas, dispensando reformas e desautorizando preocupações. Se no governo Geisel se dizia que éramos uma ilha de prosperidade num mundo em crise, hoje a retórica oficial nos dá a impressão de que somos um mundo de prosperidade e o mundo, uma distante ilha em crise. Baixo investimento em infraestrutura? Ora, o PAC resolve. Receio com o aumento do endividamento público e o crescente déficit previdenciário? Ora, preocupação com isso é lá na Europa. Aqui, não. Afinal, Deus é brasileiro.

sábado, 3 de julho de 2010

Estreia 16 de julho: DZI CROQUETTES, libertários e transgressivos!

DZI CROQUETTES foi um grupo de dança, música, humor, que marcou a década de 70, num dos períodos mais sombrios da ditadura militar. Brincando com os papéis de masculino e feminino, gays ou andróginos (como queiram), os rapazes do DZI contestavam, com muito deboche, a repressão política, moral e sexual da época.

Assisti suas apresentações várias vezes em São Paulo. Eles fizeram sem dúvida parte do entorno cultural que levaria à formação dos primeiros grupos homossexuais no Brasil. Grupos homossexuais que, ao contrário dos de hoje, eram contestadores, bem-humorados, libertinos e libertários.

Curioso observar que naquele contexto super-repressivo (os DZI acabaram censurados como de praxe), as pessoas eram muito mais abertas de cabeça do que hoje quando vivemos numa sociedade aberta (que andam tentando fechar novamente). Não só pela político-partidarização do movimento, como por sua institucionalização, os militantes e grupos homossexuais atuais são conservadores em política e em moral, vivendo em função de vitimismos, poder e fama, tudo mesclado com uma bem bregada pudicícia.

A militância de hoje torceria o nariz para o DZI CROQUETTES. Não quer Paradas carnavalescas porque isso não é sério, porque não gosta de festas. Quer fazer marchas ao som do Caminhando, do Geraldo Vandré, em versão funérea, levando bandeiras de revoluções socialistas enquanto contam os cadáveres vítimas da homofobia. Ficam chocados com algumas palavras mais "sujas" (trepar ou comer provocam frisson nas vestais), mas nem se envergonham de viver do dinheiro público, sem a necessária contrapartida  de realizações públicas para a população LGBT, nem de participar de organizações ou endossar organizações que desconhecem a alternância de poder. E mesmo quando não são do tipo que vive do dinheiro público, não escondem o pendor autoritário e os sonhos liberticidas, apoiando projetos de  solapamento das estruturas democráticas, com destaque para a  censura à imprensa eufemisticamente chamada de "controle social dos meios de comunicação".

É como se o relógio tivesse se movido em sentido anti-horário, e hoje fosse ontem, antes dos DZI, de Ney Matogrosso, da Tropicália, da Bossa Nova, antes do grupo Somos (primeiro grupo homo do país), do Grupo Lésbico-Feminista´(primeiro grupo lésbico do país), do jornal Lampião (primeiro tablóide brasileiro do gênero)... Incrível!

Naturalmente que ainda existem preconceito e discriminação, que existem atos de violência contra homossexuais que precisam ser denunciados e não podem continuar impunes, mas também existe muito mais liberdade do que há 40 anos; o tema da homossexualidade e os direitos homossexuais são pauta constante da mídia,  muita coisa foi conquistada no cotidiano. Então como se explica que há 40 anos, quando a homossexualidade ainda era um tabu, altamente discriminada e reprimida, as pessoas LGBT fossem menos vitimistas e muito, infinitamente muito mais bem-humoradas e inteligentes?

Talvez vendo o premiado documentário sobre os DZI que estreia, no dia 16 de julho, a gente consiga descobrir a resposta ou pelo menos indícios para a mesma. No mínimo, a gente vai poder lembrar ou conhecer outra forma de fazer política que sabe que é perfeitamente possível unir contundência e competência com arte, alegria e bom-humor.

Abaixo a sinopse do documentário, transcrita do site do Reserva Cultural, que você pode consultar, para conferir os horários, preços de exibição do DZI CROQUETTES, a partir de 16 de julho. Enquanto isso, fique com o trailer do documentário e uma análise do Nelson Motta, sobre o grupo, no Jornal Nacional.
Atualização (07/07): Pré-estreia: dia 13 de julho, 21:00, no Reserva Cultural

DZI CROQUETTES
Brasil (2009) – 110 minutos.
Gênero: Documentário
Censura:
Direção: Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Elenco: Liza Minnelli, Ron Lewis, Gilberto Gil, Nelson Motta, Marília Pêra, Ney Matogrosso

Sinopse
A trajetória do irreverente grupo carioca Dzi Croquettes, que marcou o cenário artístico brasileiro nos anos 70. O conjunto contestava a ditadura por meio do deboche e da ironia e defendia a quebra de tabus sociais e sexuais. O grupo é lembrado por depoimentos de artistas e amigos como Liza Minnelli, Ron Lewis, Gilberto Gil, Nelson Motta, Marília Pêra, Ney Matogrosso, Betty Faria, José Possi Neto, Miéle, Jorge Fernando, César Camargo Mariano, Cláudia Raia, Miguel Falabella, Pedro Cardoso e Norma Bengell.


- Prêmio Itamarati e do Público de melhor documentário na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

- Prêmio do Júri e Público de Melhor Documentário no Festival do Rio



Compartilhe

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites