8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

domingo, 27 de junho de 2010

True Blood estreia hoje na HBO!

A Terceira temporada de True Blood estreou nos EUA, em 13 de junho, com recorde de público: cerca de 5,1 milhões de espectadores. Ao todo, o primeiro episódio da temporada foi visto por 6,4 milhões de pessoas, a maior audiência para um episódio de estreia do seriado.

Hoje, ele estreia para nós, brasileiros sedentos de sangue, às 22:00, na HBO. Como já comentei, Sookie passará esse episódio em busca do amado Bill, que ficamos sabendo foi sequestrado por viciados em V - (o Ecstasy do mundo de True Blood). Haverá muitas revelações, muito sexo naturalmente, e lobisomens, fora os personagens já conhecidos, com destaque para a vampira adolescente Jessica. Acho o personagem Lafayette, um gay arretado, muito bom também, um show do ator Nelsan Ellis.

Em comentário sobre a série, na Folha Ilustrada de ontem, lê-se que "True Blood" demorou para engrenar, mas os produtores encontraram o equilíbrio entre sustos, risadas e provocações políticas. É a série mais assustadora e divertida dos últimos tempos." 

E na Veja desta semana, também lemos: "O seriado de Allan Ball trata de um mundo onde os vampiros se juntam à sociedade.... e oferece uma alegoria poderosa sobre os dilemas morais da tolerância à diferença."

Quando do lançamento da série, escrevi um post aqui sobre as semelhanças entre a luta dos vampiros, para ser aceitos na sociedade, e a luta homossexual contra os religiosos conservadores. Nada mais acertado, como todos reconhecem, porém creio que não se trata apenas de uma alegoria da luta dos LGBT mas também de todos que são "diferentes" contra a opressão da normalidade.

Não perca. Faz tempo que não aparece série tão inteligente na TV, ainda mais considerando os dias de hoje. Se não assistiu as temporadas anteriores, vale a pena comprar em DVD.

E a HBO ainda, para celebrar o início da terceira temporada de True Blood, traz às 19:00, um especial sobre vampiros em geral, do assustador Nosferatu ao sensual Vampiro Bill, com um histórico sobre como os vampiros se transformaram num fenômeno pop no cinema e na TV.

Também às 21:48, a emissora apresenta um recap da temporada 2, o que é ótimo principalmente para quem está entrando em contato com a série agora. Bom demais.

HBO, 22:00, 27 de junho: True Blood!

sábado, 26 de junho de 2010

Flor do Deserto: contra a mutilação genital feminina!

Waris Dirie é o nome de uma top model (muito bela) que hoje trabalha como embaixadora da ONU contra a mutilação genital feminina.  Waris conhece bem essa prática que é uma das maiores expressões de misoginia (ódio às mulheres) ainda existente no mundo de hoje. Como milhares de meninas, todos os dias, em várias partes do mundo, Waris, com cinco anos,  teve seu clitóris cortado bem como os grandes e pequenos lábios (cliterodectomia), sendo depois tudo costurado, com apenas um buraquinho  deixado para sair a urina e a menstruação (infibulação). Se tivesse casado, aos 13 anos, seu marido teria aberto a costura com faca, num chamado ritual sagrado de casamento.

Mas Waris conseguiu fugir de sua terra natal, a Somália, indo para Londres onde sobreviveu fazendo faxina na embaixada de seu país, depois trabalhando como garçonete num Mac Donald's local, onde é descoberta por um fotógrafo de moda que se encantou com sua a aparência e conseguiu levá-la às passarelas e ao sucesso. E com o sucesso, Warie utilizou de sua projeção internacional para se tornar uma ativista, pelo combate à mutilação feminina, e embaixadora da ONU.
 
Essa história tocante foi relatada pela própria Waris, em seu livro Flor do Deserto (wari, em somali, quer dizer flor do deserto), agora transformado em filme que estreou ontem em circuito nacional, com outra top model, Liya Kebede (etíope), no papel principal (veja ambas na foto). Vale a pena conhecer em detalhes a trajetória de Waris, de superação e transcendência, nessa história pesada mas de belas imagens. Vale lembrar também que à parte toda a dor e o  trauma da mutilação genital em si, suas sequelas levam muitas meninas e mulheres à morte. Veja o trailer do filme abaixo:

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lembrando: Eu te amo e Vitrines - Chico Buarque e Tom Jobim

Para mim, Chico Buarque, que ficou  mais conhecido por suas músicas de protesto (ainda que algumas vezes velado) contra a ditadura militar, já era. Já era desde que descobri sua simpatia pelo lulo-petismo, Fidel Castro e congêneres. Quanta hipocrisia, Santo Dio! Neguinho aqui bancando o grande contestador dos milicos, quando, no fundo, não era apenas apreciador daqueles ditadores específicos. Ditadores vestidos de vermelho são outra coisa para o senhor, sei lá, revolucionários...aquelas coisas. Então, dessa safra, no máximo Roda Viva e Construção ainda me passam. O resto joguei fora.

Dele, só escuto a produção lírica que inegavelmente tem coisas lindas. E como estou num momento afins, decidi relembrar duas músicas do compositor que acho belas demais: Eu te Amo (essa em parceria com Tom Jobim) e Vitrines.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os 8 aspectos do ressentido, por Friedrich Nietzsche.

Transcrevo postagem do blog do Augusto Nunes, falando sobre o técnico da seleção brasileira de futebol, Dunga, que melhor seria chamado de Zangado, o outro anão, enfezado, do conto da Branca de Neve. Tem muitos e muitas Dungas por aí. Recentemente me deparei com criatura dessa espécie, por isso me encantei com essa listagem das 8 características do ressentido. São perfeitas. Some-se a elas a fala da psicanalista Maria Rita Kehl quando afirma que o ressentido, “não conseguiu responder em tempo a uma agressão, real ou imaginária, e rumina a vingança que não será perpetrada: ficará estacionada na amargura que envenena a alma”. É isso aí. Cuidado com a fera, gente! Comam devagar para digerir tudo direitinho, para não sofrer de gases, ficar empachada. E sair por aí querendo se vingar de agressões reais e imaginárias. Pega mal! Enche o saco, dá espinha.

"A memória do ressentido é uma digestão que não termina", constatou o filosófo alemão Friedrich Nietzsche. E o ressentimento é incurável, informam as entrevistas concedidas ─ sempre a contragosto e com a mão no coldre ─ pelo técnico da Seleção Brasileira. Resumidas por Nietzsche, as oito características do ressentido juramentado compõem o mais nítido retrato 3 x 4 da alma de Dunga:

1. O ressentimento nunca é difuso: dirige-se contra alguém, alguma coisa, alguma entidade.

2. Há um contencioso entre o ressentido e o objeto do ressentimento. O ressentido tem contas a ajustar.

3. Para o ressentido, o desejo de vingança é suficiente. O ressentimento é uma revolta e, simultaneamente, o triunfo dessa revolta.

4. O ressentido invariavelmente acredita que sua infelicidade resulta do erro de outra pessoa, ou de um grupo.

5. ”É tua culpa se ninguém me ama”, raciocina o ressentido. ”É tua culpa se estraguei minha vida, e também é tua culpa se estragaste a tua”.

6. O ressentido atribui todos os erros ao outro. Não consegue aguardar em silêncio o momento do acerto. Explode freqüentemente em amargas recriminações.

7. O ressentido não sabe amar e não quer amar, mas quer ser amado. Mais que amado, quer ser alimentado, acariciado, acalentado, saciado. Não amar o ressentido é prova de maldade.

8. Para poder sentir-se um homem bom, o ressentido precisa acreditar que os outros são maus.

Sobrinho da soberba, primo da ira e irmão da inveja, o ressentimento não deve ser confundido com nenhum dos sete pecados capitais. Exibe singularidades suficientes para tornar-se o oitavo da lista. O ressentido, explica a psicanalista Maria Rita Kehl, “não conseguiu responder em tempo a uma agressão, real ou imaginária, e rumina a vingança que não será perpetrada: ficará estacionada na amargura que envenena a alma”.

Isso impossibilita a felicidade real, “aquela que não está na publicidade nem na auto-ajuda, aquela que não tem receita”, observa a autora do livro Ressentimento. A expressão Era Dunga ─ reduzida, aliás injustamente, a sinônimo de futebol feio, tosco, triste ─ desencadeou a digestão que não termina. Ele não consegue ser feliz sequer em momentos que fariam uma carmelita descalça cair no riso solto.

Capitão da Seleção vitoriosa na Copa de 1994, alternou beijos na taça com palavrões endereçados a quem fizera reparos ao time. Depois das duas vitórias do time na Copa da África do Sul, apareceu para a entrevista com o humor de quem acabou de sofrer uma goleada desmoralizante. Técnico talentoso, montou uma equipe que está pronta para materializar pela sexta vez o sonho permanente do País do Futebol. Mas não resiste à tentação da infelicidade.
Se vencer o que lhe parece uma guerra na África, o comandante da tropa triunfante será impiedoso com os derrotados, inclemente com os que discordaram. Em vez de um risonho vencedor entregue à celebração, o Brasil será confrontado com um jovem carrancudo berrando insultos aos que não conseguirão ouvi-los: estarão absorvidos pela festa.

Pior para Dunga. Ele nunca saberá o que perdeu.

Do blog do Augusto Antunes

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