8 de Março:

A origem revisitada do Dia Internacional da Mulher

Mulheres samurais

no Japão medieval

Quando Deus era mulher:

sociedades mais pacíficas e participativas

Aserá,

a esposa de Deus que foi apagada da História

terça-feira, 5 de março de 2013

Ameaças contra a imprensa: da difamação à agressão física!

Suástica-foice e martelo
Quem já teve, como eu, a triste oportunidade de conviver com petistas e congêneres, sabe que eles são autoritários de natureza. Trata-se de caso irrecuperável. Então, a obsessão da sigla em censurar a mídia não me surpreende, mas naturalmente me preocupa, principalmente porque agora estão partindo da difamação via virtual para a agressão física aos que identificam como seus inimigos.

Antes de os grandes blogs ditos de oposição divulgarem o tema, eu já havia alertado aqui no CCC sobre o atual projeto de iniciativa "popular" para levantar 1 e meio milhão de assinaturas a fim de retomar as decisões, tiradas da CONFECOM, no sentido de "democratizar" os meios de comunicação, ou seja, censurar a imprensa (Alerta: Projeto de iniciativa "popular" quer censurar a imprensa). 

Logo depois, veio a violenta recepção dada à blogueira cubana Yoani Sánchez, por uma turba de esquerdofascistas, em várias cidades do Brasil, sem indignação correspondente ao desplante antidemocrático. Agora, o colunista de O Globo, Merval Pereira, relata, em seu blog, a agressão que sofreu da mesma turma ao sair da inauguração de um museu no Rio. Como se não bastasse, o Portal Clipping informa que a Procuradoria da Câmara vai monitorar a internet para evitar a circulação de críticas aos parlamentares. Enfim, de novo vivemos tempos sombrios.

Segue abaixo o texto do Merval Pereira citado e um comentário do Arnaldo Jabor sobre o assunto. É necessário haver articulação dos setores democráticos da sociedade brasileira a afim de fazer frente a essa escalada autoritária.


Meu momento Yoani
por Merval Pereira

Na sexta-feira à noite, na inauguração do novo museu MAR na Praça Mauá, passei por rápidos instantes a mesma situação que enfrentou a blogueira Yoani Sanchez quando esteve no país recentemente. Havia diversas manifestações nos arredores do museu, onde participavam da inauguração a presidente Dilma Roussef, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. O barulho era insuportável dentro do museu, que, com seu lindo teto ondulado, criou um inesperado efeito acústico dentro do prédio.

Uma era contra o fechamento dos teatros do Rio depois da tragédia de Santa Maria. Muitos teatros, que funcionavam sem as medidas de segurança necessárias, continuam fechados e os artistas estavam ali protestando. Mas protestavam contra o quê? Deveriam mesmo protestar contra o fato de terem passado todo esse tempo trabalhando e recebendo pessoas em lugares sem condições de segurança adequada. Deveriam protestar contra a Prefeitura, mas pelo que ela não fez, e não pelo que está fazendo, embora tardiamente. 

Havia um pequeno grupo reclamando casas prometidas e não entregues. E havia um terceiro grupo, mais barulhento e agressivo, que protestava contra a revitalização da zona portuária do Rio e também contra a Medida Provisória dos Portos, que em boa hora a presidente Dilma enviou ao Congresso. Aparentemente não havia no grupo nenhum estivador ou operário, eram todos jovens estudantes com máscaras e cartazes que alertavam: “Gestão mata” e "Choque mata" em referência ao Choque de Ordem da Prefeitura.

O que esses jovens do PT, do PCdoB, da Juventude Socialista, do PDT, sei lá de onde, queriam dizer é que a revitalização do centro do Rio é uma modernidade que rejeitam. E o que dizer da nova legislação sobre os portos do país? O que está por trás dos protestos, no entanto, é uma nada estranhável, embora exótica, aliança entre órgãos sindicais e empresários que operam os portos sem competição, beneficiando-se de uma reserva de mercado tão ultrapassada quanto prejudicial à economia brasileira.

Os jovens radicais estavam ali protestando contra a modernização da cidade e a possibilidade de os novos administradores de portos disputarem cargas com os terminais já existentes e contratarem mão de obra pelo regime da CLT, à qual estão subordinados todos os trabalhadores brasileiros.

Sindicatos liderados pelo Paulinho da Força Sindical, deputado federal pelo PDT, querem impedir a modernização dos portos, obrigando os novos terminais a contratarem os estivadores pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). E têm o apoio de concessionários dos portos, que querem tudo menos competição para melhorar a produtividade.

No entanto, dar competitividade ao setor portuário é fundamental para a retomada do crescimento, reduzindo o chamado custo Brasil. E lá estavam os jovens esquerdistas não apenas protestando, como seria normal em uma democracia, mas agredindo verbal e quase fisicamente as pessoas que passavam por uma espécie de corredor polonês que a polícia deixou que fizessem.

As pessoas que saiam da festa de inauguração forçosamente tinham que passar pelos manifestantes para pegar seus carros, e houve momentos em que as agressões verbais chegaram às raias da agressão física. Uma senhora que ia à nossa frente foi chamada de “fascista” por um manifestante, que gritou tão perto do seu rosto que quase houve contato físico.

Passei pelo grupo com minha mulher sob os gritos dos manifestantes, e um deles me reconheceu. Gritou alto: “Aí Merval fdp”. Foi o que bastou para que outros cercassem o carro em que estávamos, impedindo que saísse. Chutaram-no, socaram os vidros, puseram-se na frente com faixas e cartazes impedindo a visão do motorista. Só desistiram da agressão quando um grupo de PMs chegou para abrir caminho e permitir que o carro andasse.

Foram instantes de tensão que permitiram sentir a violência que está no ar nesses dias em que, como previu o Ministro Gilberto Carvalho, “o bicho vai pegar”. É claro que o que aconteceu com a blogueira cubana Yoani Sanchez nem se compara, mas o ocorrido na noite de sexta-feira mostra bem o clima belicoso que os manifestantes extremistas estão impondo a seus atos supostamente de protesto.

E é impressionante que jovens ditos revolucionários se empenhem em defender um sistema arcaico que só interessa às corporações sindicais que já estão instaladas nos portos e a empresários que se beneficiam de privilégios que emperram a economia brasileira. A presidente Dilma está certa ao não aceitar as pressões políticas para mudar a medida provisória dos portos, essencial para a revitalização da economia.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Costa Rica: uma revolução que acabou em democracia

Don Pepe Figueres
Alfredo Sirkis é da turma do verde, do partido verde e agora da Rede (de Marina Silva). No texto abaixo, ele faz um resgate histórico de duas revoluções latino-americanas, a mitificada revolução cubana, que virou um regime totalitário comunista, e a desconhecida revolução ocorrida na Costa Rica que evoluiu para uma democracia.

A diferença entre as duas, pelo texto, ficou por conta de seus protagonistas: o autoritário Fidel Castro transformou Cuba numa ilha-prisão; o democrático Don Pepe Figueres transformou a Costa Rica numa referência democrática, onde a maioria da população é de classe média e os cuidados com o meio-ambiente são referência internacional. Vale conhecer essa história! Ótimo texto! 

Duas revoluções, dois destinos

Por Alfredo Sirkis *

Os recentes incidentes envolvendo a visita ao Brasil da blogueira cubana Yoani Sánchez, hostilizada por turbas agressivas da "Solidariedade com Cuba", foram também uma oportunidade perdida para debater o argumento de que a ditadura "de esquerda" seria o inevitável preço a pagar pelos grandes "avanços sociais".

É comum escutarmos que as restrições à liberdade de expressão e de imprensa, a ausência de eleições livres, de pluralismo político ou de alternância no poder, passado mais de meio século da revolução cubana, se justificam por suas conquistas na educação e na saúde e pela ausência de fome e miséria absoluta na ilha. O argumento jamais se sustentou na comparação com outra revolução que a precedeu em 11 anos: a da Costa Rica, de 1948, que obteve notáveis avanços em educação e saúde e garantiu um padrão de vida muito mais elevado, sem o sacrifício das liberdades, do pluralismo, do respeito aos direitos humanos e de um Judiciário independente.

Hoje a maioria da população costa-riquenha é de classe média, seu salário mínimo é 15 vezes maior que o de Cuba, seu produto interno bruto (PIB) e a sua renda per capita são os mais altos da região. Há três vezes menos suicídios do que em Cuba. A Costa Rica tem políticas ambientais e ecoturismo de referência internacional e ambiciona tornar-se o primeiro país carbono neutro do mundo.

A revolução de 1948, liderada por José María Figueres Ferrer, conhecido como Don Pepe Figueres, derrubou o regime oligárquico do presidente Teodoro Picado e do seu mentor político Rafael Calderón Guardia, que fraudavam sistematicamente as eleições, como na nossa República Velha. Foi desencadeada em reação a um "autogolpe" - queimaram as listas com os resultados eleitorais, privando da vitória o candidato progressista Otilio Ulate, e assassinaram um dos líderes oposicionistas, Carlos Luis Valverde. Detalhe curioso: o pequeno partido comunista local, o Partido Vanguardia Popular (PVP), apoiava ativamente o regime oligárquico.

A desmobilização de suas milícias, em troca da garantia dos direitos sindicais e da sua legalidade, acertada numa dramática negociação entre o secretário-geral do PVP, Manuel Mora, e José Figueres, na floresta de Ochomogo, foi decisiva para a relativamente incruenta vitória da revolução após 40 dias de combates.

A junta revolucionária, liderada por Don Pepe, nacionalizou os bancos para democratizar o crédito - até então exclusividade da burguesia compradora (importadora) -, permitindo desenvolver a agricultura e a indústria. Investiu obsessivamente na educação, instituiu a autonomia do Judiciário. Dissolveu seu próprio exército revolucionário depois de uma tentativa de golpe do então ministro da Defesa, Edgard Cardona, inconformado com o tratamento leniente dado por Figueres aos comunistas. Isso não o impediu de derrotar, com o povo em armas, uma invasão do ditador Anastasio "Tacho" Somoza (pai), da Nicarágua, onde se haviam exilado Picado e Calderón.

Ao final de 18 meses, Figueres entregou o governo a Otilio Ulate, legitimamente eleito nas eleições "meladas" do ano anterior, apesar de notórias divergências entre ambos. Voltou à sua Fazenda La Lucha sin Fin, onde ficou até 1953, quando disputou democraticamente e foi eleito presidente.

Cercada de ditaduras por todos os lados até anos recentes, a Costa Rica jamais deixou de promover eleições livres a cada quatro anos. Poderia ter sido assim em Cuba 11 anos mais tarde?

Don Pepe apoiou Fidel Castro com dinheiro e armas. Foram amigos, mas romperam quando Fidel se aliou ao bloco soviético. O contexto da guerra fria - em 1948, nos primórdios, em 1960, no apogeu -, com uma quase imediata hostilidade norte-americana à revolução cubana, fez a diferença, bem como a personalidade de Fidel.

Entre os líderes das duas revoluções ressaltam diferenças de idade, origem social e experiência de vida: Don Pepe, filho de um modesto médico catalão, era pequeno fazendeiro, tinha 42 anos ao liderar sua revolução. Conhecia bem os Estados Unidos, onde estudara. Sua primeira esposa, Henrietta Boggs, era americana. Ele sabia explorar com habilidade as contradições internas em Washington e nunca quis aliar-se à URSS, embora tenha nacionalizado a United Fruit, o flagelo das Repúblicas bananeiras. Fidel, filho de um grande latifundiário de origem galega, era universitário quando chefiou o assalto ao quartel de Moncada. Depois conheceu apenas a prisão, o exílio e Sierra Maestra. Don Pepe era de ouvir, negociar e pactuar. Fidel nasceu para mandar e ser obedecido.

Com pouco sangue e sem paredón, a revolução de 1948 não figura no panteão histórico-jornalístico. É praticamente desconhecida, ao contrário das revoluções trágicas ou das derrotas heroicas dos mártires, não importa quão patéticos ou desavisados. Uma revolução com final feliz, um país que há 65 anos "caiu numa democracia", para nela permanecer até hoje, um líder revolucionário que resolveu abrir mão do poder para depois disputar eleições livres, em 1953 e 1970, são decididamente indignos do rol de eventos e personagens históricos de primeira linha...

Don Pepe Figueres, que gostava de se definir como "socialista utópico", nunca cultivou o "Patria o Muerte" ou outro necrófilo brado retumbante do gênero. Seus compatriotas, los ticos - os costa-riquenhos - pacíficos e cosmopolitas, são, com toda a probabilidade, mais felizes. No entanto, a felicidade - gota de orvalho numa pétala de flor -, pelo visto, não é um indicador relevante no fazer História do nosso tempo.

Essa pacata democracia sexagenária, ainda que em terra de tantos vulcões, não evoca o menor romantismo, não vale sequer uma camiseta ou boina negra com estrelinha vermelha. Mas constitui intenso objeto de desejo na "geração Y", de Yoani Sánchez, dos filhos daquela outra revolução, a tão exaltada em prosa e verso.

* Alfredo Sirkis é escritor, jornalista e deputado federal da Rede.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta...

Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..." (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência). Música "Surrender to Hope" (Entregue-se à Esperança). 
 

Experience Freedom from InfinityList on Vimeo.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ex-embaixador da OEA afirma que Chávez está morto

Embaixador do Panamá demitido
por criticar situação na Venezuela
Guillermo Cochez, ex-embaixador do Panamá na OEA, demitido em janeiro último por haver criticado a situação antidemocrática na Venezuela, afirmou que, desde 30 de dezembro, o presidente venezuelano Hugo Chávez, teria sofrido "morte cerebral", em Cuba, e sido traslado para sua terra natal, onde, há 4 dias, as máquinas que o mantinham vivo foram desconectadas a pedido de sua família.

Cochez declarou, desafiante, que, se suas informações não procedem, os governantes chavistas devem contestá-lo apresentando Chávez à opinião pública. Abaixo texto e vídeo sobre o tema em espanhol.

Parece que os chavistas estão querendo transformar Chávez numa espécie de El Cid vermelho. El Cid foi um cavaleiro cristão tão temido pelos mouros que, como diz a lenda, mesmo depois de morto (o corpo foi amarrado ao cavalo com uma espada na mão e enviado ao campo de batalha) apavorou os inimigos levando-os a ser derrotados por seu exército. Enquanto mantém Chávez "vivo", os chavistas esperam manter a oposição imobilizada, na base da farsa, enquanto armam formas para vencê-la. O horizonte se apresenta bem nublado para os venezuelanos.

Chávez está "convertido en un vegetal", afirma el exembajador de Panamá ante la OEA

Guillermo Cochez, exembajador de Panamá en la OEA, amplió la información que dio este miércoles al canal internacional NTN24.

Cochez ratificó que desde el “30 ó 31” de diciembre pasado el presidente Hugo Chávez fue declarado con “muerte cerebral”, razón que según él, evitó que fuera presentando al público y atendido la visita de homólogos como Cristina Fernández y Evo Morales. 

Sobre posibles elecciones adelantadas Cochez indicó el Gobierno de Venezuela “ha tenido problemas” internamente, obstáculo para hacer la convocatoria electoral.

En primicia al canal internacional de noticias NTN24, Cochez anunció a mediodía de este miércoles que el presidente Hugo Chávez habría sido desconectado hace cuatro días de las máquinas que lo mantenían con vida. 

"El presidente habria sido desconectado de las máquinas que lo mantenian con vida hace cuatro días"

"La información que estoy manejando es que el presidente Chávez desde el 30 de diciembre pasado estaba con muerte cerebral, en ese estado lo trasladaron a Venezuela porque no querían desconectarlo en Cuba", dijo el exembajador.

Guillermo Cochez desafió al chavismo a que desmienta sus declaraciones.

"Reto al gobierno de Venezuela que me diga que lo que yo digo es falso, mostrando al presidente Chávez".

Según Guillermo Cochez entre este miércoles y jueves en Venezuela serían convocadas nuevas elecciones.

"Como consecuencia de todo esto, hoy o mañana llamarían a nuevas eleeciones, eso refleja que lo que se ha dicho de la salud del presidente Chávez es totalmente falso"

Ha estado escondido, porque nadie lo ha visto, han estado falseando la información con fotografías falsas, que no refelajan la realidad". "Han estado engañando a Venezuela y al mundo entero", reiteró.

Guillermo Cochez fue destituido el pasado 17 de enero de su cargo como embajador de Panamá ante la Organización de Estados Americanos OEA tras polémicas declaraciones de sobre la situación que vive Venezuela.

Fonte: NTN24

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Entrevista de Yoani Sánchez ao Roda Viva

Entrevista completa da blogueira Yoani Sánchez, ao Roda Viva (25/02/2013), sobre o regime cubano, as relações com o Brasil, o poder da internet e seu plano de viagens em 2013. 

No programa, a cubana que, em 2007, criou o blog Geração Y, traduzido para 15 idiomas, fala também sobre as críticas que recebeu no Brasil de grupos de extrema-esquerda ligados ao PT e ao governo federal.

O apresentador foi Mario Sergio Conti e os entrevistadores, Jaime Pinsky, historiador e diretor editorial da Editora Contexto; Laura Capriglione, repórter especial da Folha de S. Paulo; Sandro Vaia, jornalista e escritor; Rodrigo Cavalheiro, subeditor de Internacional do O Estado de S. Paulo; e Chantal Rayes, correspondente do francês Libération. 

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